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Safo – Versos na tarde

A uma mulher amada Safo ¹ Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro! Quem goza o prazer de te escutar, quem vê, às vezes, teu doce sorriso. Nem os deuses felizes o podem igualar. Sinto um fogo sutil correr de veia em veia por minha carne, ó suave bem-querida, e no transporte doce que a minha alma enleia eu sinto asperamente a voz emudecida. Uma nuvem confusa me enevoa o olhar. Não ouço mais. Eu caio num langor supremo; E pálida e perdida e febril e sem ar, um frêmito me abala… eu quase morro … eu tremo. ¹ Safo * entre 630 e 612 a.C Poetisa grega que viveu na cidade de Mitilene, ativo centro cultural no século VII a.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Lula desagradou Dilma

Esse será o início de um ‘racha’ entre criatura e criador. Dirceu, o Zé, defende a posição de Lula com o argumento do respeito à liturgia do cargo. O que fica patente é que independente de laços de amizade, gratidão e/ou ideológicos, Dona Dilma irá traçar o próprio caminho. O Editor Dilma não gostou de ausência de Lula no almoço para Obama, e vai marcar diferenças O núcleo político do Palácio do Planalto avalia que a presidente Dilma Rousseff tirou de letra a saia justa provocada pelo fato de o ex-presidente Lula ter rejeitado seu convite para o almoço oferecido ao presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, sábado, no Itamaraty. Apesar dos agrados que ela continuará fazendo a Lula, interlocutores do governo disseram nesta segunda-feira que Dilma vai procurar cada vez mais imprimir uma marca pessoal a seu governo, e não vai pautar suas ações e decisões de olho no que pode melindrar ou não o antecessor. Nesta segunda-feira mesmo, o governo Dilma, via Itamaraty, soltou nota defendendo o cessar-fogo na Líbia, enquanto Lula era homenageado por muçulmanos no Clube Monte Líbano, em São Paulo.[ad#Retangulo – Anuncios – Duplo] Dilma não passou recibo. Deu um tapa com luva de pelica ao elogiar o ex-presidente Lula Pessoas próximas a Lula e Dilma procuraram minimizar o desconforto provocado pela ausência de Lula no almoço para Obama, e o fato de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter sido posto em lugar de destaque na mesa do Itamaraty. Mas não negam que houve mal-estar. Durante toda a semana que antecedeu a visita, Dilma trocou informações com Lula. E, além do convite do cerimonial do Itamaraty, ela teve chance de fazê-lo pessoalmente. – Dilma não passou recibo. Deu um tapa com luva de pelica ao elogiar o ex-presidente Lula duas vezes durante seus discursos – disse uma fonte do governo. Lula: “embaixador” para a África Sobre a festa para Obama, que em várias ocasiões entrou em confronto direto com Lula – principalmente no caso da tentativa fracassada de acordo com o Irã – , e o brinde feito por Dilma com Fernando Henrique, interlocutores do Planalto disseram que, apesar do cuidado para manter os canais de comunicação e a relação próxima com Lula, ela não pauta suas ações pensando no antecessor. – A presidente Dilma não age ou pauta suas ações pensando se vai ou não melindrar o ex-presidente Lula. Mas ninguém pense que isso significa que ela está se afastando dele ou rompendo a relação próxima que mantém. Tanto é que deve criar nos próximos meses o cargo de embaixador extraordinário para assuntos de África para Lula, e vai a Portugal prestigiar a entrega do título de doutor honoris causa que ele receberá na Universidade de Coimbra – disse a fonte. Dentro do governo, a certeza é que essa não foi a primeira nem será a última vez em que Lula “fará bico” para ações e comportamento de Dilma. Nas decisões importantes, porém, Lula não deixa de pensar política e estrategicamente no interesse do coletivo petista. O senador Jorge Viana (PT-AC), que conversa com frequência com Lula e esteve com ele na quinta-feira, diz que Lula repete sempre que não há hipótese de não dar certo sua relação com a presidente: – Ouso dizer que Lula tem estimulado que Dilma crie sua própria identidade no governo. Ou seja, ela pode até tomar decisões que vão se chocar com as dele, que não está co-governando. Dilma tem demonstrado personalidade no seu governo. Segundo Jorge Viana, Lula e Dilma se reúnem pelo menos duas vezes por mês. Também para o deputado cassado José Dirceu, próximo de Lula, não existe possibilidade de atritos entre Lula e Dilma. E justifica a ausência de Lula no almoço de Obama: – Se ela (Dilma) elogiou Lula durante o evento com Obama é porque considera natural a não ida dele por razões óbvias: está em quarentena e não é um ex como FH, Itamar e Collor. Sarney estaria lá como presidente do Congresso . É preciso respeitar a decisão de Lula. Ele demonstra apreço pela liturgia de um ex-presidente que deixou o cargo há 40 dias. Maria Lima e Gerson Camarotti/O Globo

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Kassab: “o melhor para o Brasil é ajudar Dilma”

E ainda há os que se espantam com incrível habilidade (?) camaleônica dos políticos que trafegam – com trocadilhos, por favor – nos corredores das, como diz o poeta, tenebrosas transações. O prefeito de S. Paulo, que até a pouco era papagaio de pirata dos tucanos, “de repente não mais que de repente”, como disse o outro poeta, avermelha-se de petista desde criancinha. Abaixo a salada promíscua ideológica que sua (dele) ex-celência está  temperando. O Editor ”O melhor será ajudar a Dilma”, diz Kassab Na Bahia, prefeito ganha adesões para criar PSD, inclusive do vice-governador Ao formalizar ontem, em Salvador, a adesão do vice-governador da Bahia, Otto Alencar, ao novo partido que vai criar, o Partido Social Democrático (PSD), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi ambíguo sobre o lado político que a sigla assumirá, se será aliada do governo ou oposição. Apesar de ter defendido a independência da sigla, Kassab afirmou que “o melhor para o Brasil será ajudar a presidente Dilma Rousseff e o governador Jaques Wagner, na Bahia”, ambos petistas. O prefeito anuncia oficialmente hoje, em São Paulo, a criação do partido.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Na Bahia, o DEM – antigo PFL ao qual pertenceu Antonio Carlos Magalhães, e partido que Kassab abandona a partir de hoje – é oposição ao PT. Ontem, Kassab coletou assinaturas para a abertura da legenda, em evento concorrido, que reuniu deputados e ex-deputados, vereadores, prefeitos e ex-prefeitos, além de lideranças da base aliada, sobretudo petistas, dos governos federal e estadual, no Estado. Futuro comandante da legenda no Estado, Alencar – que chegou a governar a Bahia sob a liderança do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (morto em 2007), foi mais direto: “Aqui na Bahia não terá essa história de independência. Eu sou vice-governador e nós estaremos na base. Acredito que em Brasília também será assim”. Kassab e Otto destacaram o caráter democrático e flexível da nova legenda afirmando que uma cláusula do estatuto dará ao filiado amplo direito de se desfiliar quando desejar. “No momento em que qualquer um se sentir desconfortável dentro do partido, terá liberdade para seguir o rumo que bem desejar. Não prenderemos ninguém”, garantiu o líder baiano. “Aqui não funcionará a lei do passe, do futebol, agiremos como a lei do divórcio, que permite a separação consensual”, comparou. O prefeito negou que a fundação da nova sigla esteja atrelada a pretensões eleitorais suas. “Sou candidato a ser um bom prefeito de São Paulo”, disse. Mas garantiu que no próximo ano o partido estará preparado para disputar as eleições municipais com candidaturas próprias em todos os municípios. Ele tranquilizou os que temem deixar seus atuais partidos e ficarem impedidos de participar do pleito de 2012. “Não há riscos, estamos nos organizando para conseguir as assinaturas necessárias e consolidar juridicamente o partido”, garantiu. Contra o relógio. Estão agendados outros nove atos de coleta de assinaturas nos Estados de São Paulo, Amazonas, Acre, Alagoas, Goiás, Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Kassab acredita que até julho o PSD estará formalizado. Na Bahia a legenda já arregimentou quadros históricos do DEM, originários do extinto PFL, como o deputado federal e primo do deputado federal ACM Neto, Paulo Magalhães, e o deputado estadual Gildásio Penedo, um dos nomes que mais fortemente faziam oposição ao governo de Jaques Wagner até 2010. Dos seis deputados federais do DEM baiano, dois já decidiram marchar com o PSD e um terceiro ainda está indeciso. Dos cinco estaduais, dois estão migrando para a nova legenda. No PMDB, metade da bancada, formada por seis parlamentares, aderiu ao PSD. “Não queremos esvaziar nenhuma partido. Todos que aqui estão, vieram por livre e espontânea vontade”, ressaltou Otto. Ao final do evento, Kassab e outras lideranças almoçaram com o governador Wagner, no Palácio de Ondina, residência oficial do governo baiano. Eliana Lima/O Estado de S.Paulo

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