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Dilma Rousseff – Integra do discurso no Palácio do Planalto

“Excelentíssimo senhor Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América, Senhoras e senhores integrantes das delegações dos Estados Unidos da América e do Brasil, Senhoras e senhores jornalistas, Senhoras e senhores, Senhor presidente Obama, A sua visita ao meu país me enche de alegria, desperta os melhores sentimentos de nosso povo e honra a histórica relação entre o Brasil e os Estados Unidos. Carrega também um forte valor simbólico. Os povos de nossos países ergueram as duas maiores democracias das Américas. Ousaram também levar aos seus mais altos postos um afrodescendente e uma mulher, demonstrando que o alicerce da democracia permite o rompimento das maiores barreiras para a construção de sociedades mais generosas e harmônicas. Aqui, senhor presidente Obama, sucedo a um homem do povo, meu querido companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a honra de trabalhar. Seu legado mais nobre, Presidente, foi trazer à cena política e social milhões de homens e mulheres que viviam à margem dos mais elementares direitos de cidadania. Dos nove chefes de Estado norte-americanos que visitaram oficialmente o Brasil, o senhor é aquele que encontra o nosso país em um momento mais vibrante. A combinação de uma política econômica séria com fundamentos sólidos e uma estratégia consistente de inclusão fez do nosso país um dos mais dinâmicos mercados do mundo. Fortalecemos o conteúdo renovável da nossa matriz energética e avançamos em políticas ambientais protetoras de nossas importantes reservas florestais e de nossa rica biodiversidade. Todo esse esforço, presidente Obama, criou milhões de empregos e dinamizou regiões inteiras antes marginalizadas do processo econômico. Permitiu ao Brasil superar, com êxito, a mais profunda crise econômica da história recente, mantendo, até os dias atuais, níveis recordes de geração de postos de trabalho. Mas são ainda enormes os nossos desafios. Meu governo, neste momento, se concentra nas tarefas necessárias para aperfeiçoar nosso processo de crescimento e garantir um longo período de prosperidade para o nosso povo. Meu compromisso essencial é com a construção de uma sociedade de renda média, assegurando oportunidades educacionais e profissionais para os trabalhadores e para a nossa imensa juventude, garantindo também um ambiente institucional que impulsione o empreendedorismo e favoreça o investimento produtivo. O meu governo trabalhará com dedicação para superar as deficiências de infraestrutura, e não pouparemos esforços para consolidar nossa energia limpa, ativo fundamental do Brasil. Enfim, daremos os passos necessários para alcançar nosso lugar entre as nações com desenvolvimento pleno, forte democracia e ampla justiça social. É aqui, senhor presidente Obama, que enxergo as melhores oportunidades para o avanço das relações entre nossos países. Acompanho com atenção e a melhor expectativa seus enormes esforços para recuperar a vitalidade da economia americana. Temos assim, como o mundo todo, uma única certeza: a de que o povo americano, sob a sua liderança, saberá encontrar os melhores caminhos para o futuro dessa grande nação. A gentileza da sua visita, logo no início do meu governo, e o longo histórico de amizade entre nossos povos me permitem avançar sobre dois temas que considero centrais nas futuras parcerias que fizermos: a educação e a inovação. Aproximar e avançar em nossas experiências educacionais, ampliando nosso intercâmbio e construindo progresso em todas as áreas do conhecimento é uma questão chave para o futuro dos nossos países. Na pesquisa e inovação, os Estados Unidos alcançaram as mais extraordinárias conquistas nas últimas décadas, favorecendo a produtividade em diferentes setores econômicos. O Brasil, senhor presidente Obama, está na fronteira tecnológica em algumas importantes áreas, como a genética, a biotecnologia, as fontes renováveis de energia e a exploração do petróleo em águas profundas. Combinar as nossas mais avançadas capacidades no campo da pesquisa e da inovação certamente trará os melhores frutos para as nossas sociedades. Tomo como exemplo o pré-sal, a mais recente fronteira alcançada pela tecnologia brasileira. Acreditamos que os enormes desafios de cada etapa da exploração dessas riquezas poderão reunir uma inédita conjunção do conhecimento acumulado pelos nossos melhores centros de pesquisa. Mas, senhor Presidente, se queremos construir uma relação de maior profundidade é preciso também, com a mesma franqueza, tratar de nossas contradições. Preocupam-me em especial os efeitos agudos decorrentes dos desequilíbrios econômicos gerados pela crise recente. Compreendemos o contexto do esforço empreendido por seu governo para a retomada da economia americana, algo tão importante para o mundo. Porém, todos sabem que medidas de grande vulto provocam mudanças importantes nas relações entre as moedas de todo o mundo. Este processo desgasta as boas práticas econômicas e empurra países para ações protecionistas e defensivas de toda natureza. Somos um país que se esforça por sair de anos de baixo desenvolvimento, por isso buscamos relações comerciais mais justas e equilibradas. Para nós é fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos –etanol, carne bovina, algodão, suco de laranja, aço, por exemplo. Para nós é fundamental que se alarguem as parcerias tecnológicas e educacionais, portadoras de futuro. Preocupa-me igualmente a lentidão das reformas nas instituições multilaterais que ainda refletem um mundo antigo. Trabalhamos incansavelmente pela reforma na governança do Banco Mundial e do FMI. Isso foi feito pelos Estados Unidos e pelo Brasil, em conjunto com outros países. E saudamos o início das mudanças empreendidas nestas instituições, embora ainda que limitadas e tardias, quando olhada a crise econômica. Temos propugnado por uma reforma fundamental no desenho da governança global: a ampliação do Conselho de Segurança da ONU. Aqui, senhor Presidente, não nos move o interesse menor da ocupação burocrática de espaços de representação. O que nos mobiliza é a certeza que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e a harmonia entre os povos. Mais ainda, senhor Presidente, nos interessa aprender com os nossos próprios erros. Foi preciso uma gravíssima crise econômica para mover o conservadorismo que bloqueava a reforma das instituições financeiras. No caso da reforma da ONU, temos a oportunidade de nos antecipar. Este país, o Brasil, tem compromisso com a paz, com a democracia, com o consenso. Esse compromisso não é algo conjuntural, mas é integrante dos nossos valores:

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Obama: discurso no Itamaraty

“Obrigado, senhora Presidente, pelas gentis palavras. Muito obrigado a vocês e ao povo brasileiro pela calorosa recepção e pela famosa hospitalidade brasileira com que vocês receberam Michelle, a mim e nossas filhas. ‘Muito obrigado’. Em nossa reunião hoje, mencionei que esta é minha primeira visita à América do Sul e o Brasil é minha primeira parada, e não por acaso. A amizade entre os povos americano e brasileiro já soma mais de dois séculos. Nossos empreendedores e empresários inovam juntos, nossos cientistas e pesquisadores estão criando novas vacinas, juntos nossos alunos e professores exploram novos horizontes. Todos os dias trabalhamos para tornar nossas sociedades mais inclusivas e mais justas. O crescimento extraordinário do Brasil, senhora Presidente, atrai a atenção do mundo todo. Graças ao sacrifício de pessoas como a presidente Dilma Roussef, o Brasil saiu da ditadura para a democracia, é uma das economias que mais crescem no mundo, tirando milhões da pobreza e levando-os à classe média. Hoje os EUA e o Brasil são as duas maiores democracias do hemisfério e as duas maiores economias. O Brasil, líder regional que promove uma cooperação maior entre todas as Américas e o Brasil é, cada vez mais, um líder mundial, passando de receptor de ajuda externa para doador, reivindicando um mundo sem armas nucleares e estando sempre adiante dos esforços globais para lutar contra a mudança climática. Como presidente, eu sempre promovo o compromisso baseado em respeito mútuo e interesses mútuos e uma parte fundamental desse compromisso é promover uma cooperação maior com centros de influência do século XXI, incluindo o Brasil. Em suma, os EUA não apenas reconhecem o crescimento do Brasil, mas apóiam esse crescimento com entusiasmo. Por isso criamos o G20, o principal fórum de cooperação econômica mundial, para ter certeza de que países como o Brasil terão mais voz ativa. Por isso aumentamos a cota de votação do Brasil e o seu papel nas instituições financeiras internacionais. Por isso que eu vim ao Brasil hoje. A presidente Roussef e eu acreditamos que esta visita seja uma oportunidade histórica para colocar os EUA e o Brasil na rota de uma cooperação ainda maior nas décadas vindouras. Hoje estamos começando a aproveitar esta oportunidade. Senhora Presidente, gostaria de agradecê-la pelo seu compromisso pessoal em fortalecer as alianças entre as nossas duas nações. Estamos ampliando o comércio e os investimentos, criando empregos nos nossos dois países. O Brasil é um dos nossos principais parceiros comercias, mas ainda há muito que podemos fazer. Mais tarde hoje, a presidente e eu vamos nos reunir com líderes de negócios dos nossos dois países, vamos ouvir e decidir quais serão as etapas concretas que vão expandir nossas relações econômicas. Vamos anunciar uma série de novos acordos, inclusive um diálogo financeiro e econômico que venha promover relações comerciais, expandir a colaboração na área de ciência e tecnologia e à medida que o Brasil se prepara para receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas e, ainda me magoa tocar neste assunto, estamos assegurando que as empresas americanas terão um papel entre os projetos de infraestrutura necessários para essas competições. Estamos criando um novo diálogo estratégico sobre energia para garantir que as cúpulas dos nossos governos estão trabalhando conjuntamente para aproveitar novas oportunidades, em particular, como as novas descobertas de petróleo no Brasil, como disse a presidente Roussef, o Brasil quer ser um grande fornecedor de novas fontes estáveis de energia e eu falei para ela que os EUA também querem ser um grande cliente dessas fontes, o que traria benefícios para ambos os países. Ao mesmo tempo, estamos expandindo nossa parceria em energia limpa, fundamental para nossa segurança em energia em longo prazo. Como líder na área de energia renovável, como biodiesel, e como parte da parceria de energia e clima entre as Américas que proponho, o Brasil está compartilhando seu conhecimento na região e no mundo. Esse novo diálogo de economia verde que estamos criando hoje aumenta ainda mais nossa cooperação construindo prédios “verdes” e desenvolvimento sustentável. Na área de segurança, nossos exércitos trabalham com proximidade ainda maior para lidar com crises humanitárias, como fizemos no Haiti. Nossas polícias trabalham em conjunto contra os narcotraficantes que ameaçam a todos nós, o Brasil se aliou ao esforço internacional para evitar o contrabando de armas nucleares por seus portos. Agradeço à presidente Roussef pela liderança do Brasil em criar um centro regional de promoção de excelência na área de segurança nuclear. Como membro do conselho de direitos humanos, o Brasil se juntou a nós na condenação aos abusos aos direitos humanos realizados pela Líbia. Gostaria de rapidamente mencionar a situação na Líbia porque conversei sobre isso com a presidente. Ontem a comunidade internacional exigiu um cessar fogo imediato na Líbia, inclusive um fim a todos os ataques contra civis, e hoje a secretária Clinton se reuniu com uma coalizão internacional com nossos parceiros árabes e europeus em Paris para discutir como aplicar a resolução do conselho de segurança criada pela ONU em 1973. Houve um consenso coeso e a conclusão foi clara: o povo da Líbia deve ser protegido e se não for colocado um fim imediato à violência contra civis, nossa coalizão está preparada para entrar em ação, e agirá com urgência. Conversei com a presidente Roussef sobre os passos que estão sendo tomados nesse sentido. Finalmente, estou especialmente satisfeito pelo Brasil e os EUA estarem juntos em criar uma governança democrática para além de nossos hemisférios. O Brasil está ajudando a liderar a iniciativa global que anunciei nas Nações Unidas de promover governos abertos e novas tecnologias que capacitem os cidadãos no mundo todo. Hoje estamos lançando novos esforços para ajudar outros países a combater a corrupção e o trabalho infantil. Estamos expandindo nossos esforços para aumentar a segurança alimentar nesse movimento de desenvolvimento da agricultura na África. Acredito que este seja apenas o começo do que os dois países podem fazer juntos em todo o mundo. Por isso, os EUA continuarão se esforçando para ter certeza de que as novas realidades do

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Stela Fonseca – Versos na tarde

Leve Poesia Stela Fonseca Existe um poema preso na palavra que não tem medo de se fazer piegas. Desculpe Fernando: ridículas são as palavras de não amor. E o verso inquieto não sossega….. “eu sei que vou te amar” “There’s a place for us.. there’s a time for us..” Vou ouvir Renato Russo E Leonardo Bernstein. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Arte – Fotografias

Central elétrica de Ratcliffe, étude 31. Nottinghamshire, Inglaterra, 1987. Foto de Michael Kenna.   [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Cadê o liberal que estava aqui?

Liberais em falta por:Sandro Vaia ¹ blog do Noblat Houve um tempo, mais precisamente durante o vintênio militar, que ser de direita no Brasil não era apenas de bom tom, como era praticamente obrigatório, sob pena de ser mal visto, na mais benigna das hipóteses, ou de ser preso e torturado, na mais policialesca e brutal das hipóteses. O partido do governo, a Arena, que juntava direitistas natos e convictos, oligarcas do atraso, coronéis dos grotões e oportunistas de toda espécie (partidos que apóiam o governo no Brasil costumam atrair mais arrivistas do que os postes de luz atraem mariposas) chegou a ser proclamado “o maior partido do Ocidente” pelo seu então presidente,o inesquecível Francelino Pereira. As inacreditáveis alquimias políticas do Brasil foram transformando a face da Arena. Depois do final da ditadura tentou se tornar mais palatável com o nome de PDS-Partido Democrático Social. Uma costela dele,cansada do desgaste de ter que administrar os detritos políticos da ditadura, separou-se do corpo e mudou para PFL – Partido da Frente Liberal – que nasceu para apoiar o candidato da oposição Tancredo Neves no Colégio Eleitoral.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Mais tarde, entrou no condomínio de poder com o PSDB no governo Fernando Henrique, até vir a se transformar em Democratas, apelido DEM, uma espécie de partido liberal ma non troppo, que perdeu seu passado e em compensação também não achou seu futuro e está à beira de um ataque de nervos em busca de sua própria identidade. Num dia desta semana ,o DEM ,depois de uma desastrada performance sob a presidência do jovem Rodrigo Maia, amanheceu sob nova direção. Seu novo-velho presidente, José Agripino, fez questão de dizer, como é de praxe nos momentos atuais, que o DEM “não é um partido de direita”. Mas o que é, então, o DEM nessa geléia partidária brasileira ? Desde o final da ditadura e depois do tumultuado período de Collor,o Breve, a narrativa política brasileira tornou hegemônico o discurso esquerdista,e mais precisamente os ideais de uma certa e vaga social democracia, defendida em variados matizes por PT,PSDB e vários outros partidos-satélites.na contramão dos ventos históricos que varreram o mundo depois da derrocada do Muro de Berlim. Ok, ser de direita é de mau gosto, deselegante até, quase uma ofensa nos círculos contemporâneos do bem pensar. Disgusting. Mas então quem é que vai representar as pessoas que continuam achando que a melhor forma de liberdade e de avanço social é representada por uma economia de mercado, aberta, livre e competitiva? Quem é que vai se opor ao avanço do Estado não só sobre o bolso do contribuinte, mas também na demarcação dos territórios onde o indivíduo exerce seu livre arbítrio? No mercado de idéias políticas do país há alguns milhões de desamparados à espera de alguém que tenha a coragem de assumir a representação de um pensamento político liberal e democrático. O DEM não parece muito disposto a vestir a camisa liberal e assumir a defesa desses sem-partido. Na verdade, como em suas origens arenistas, parece ter mais apetite por projetos de poder do que por um projeto de País. ¹ Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez.. E.mail: svaia@uol.com.br

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Google atualiza aplicativo para buscas no iPhone

Google renova aplicativo de buscas para o iPhone. Programa traz visual próximo do site para o celular da Apple. Barra filtra as buscas dos usuários. O Google atualizou o seu aplicativo de buscas para o iPhone, trazendo um novo visual e novas funções, além de apresentar um desempenho melhor nos celulares da Apple. O programa também mudou de nome e passa a se chamar Google Search. A principal mudança está na parte visual, mais próxima da vista no site da empresa, que permite realizar buscas por meio de texto, de voz ou de fotos (serviço chamado de Google Goggles). Outra novidade é uma barra à esquerda, acionada quando o usuário faz um movimento com o dedo para a direita, que mostra filtros de busca como imagens, blogs, discussões, livros entre outros, o que, de acordo com a empresa, aprimora o serviço apresentado pelo aplicativo. Ao sair do aplicativo por conta de uma chamada telefônica, por exemplo, o programa Google Search consegue salvar a última página acessada, que fica atrás da imagem inicial da página de buscas no iPhone. Aplicativos como Orkut, Gmail e Google Earth, por exemplo, foram mantidos dentro do Google Search, mas agora são acessados por meio de um botão chamado “Apps”. Para os usuários do iPhone, o aplicativo Google Search é gratuito e o download pode ser feito na App Store. Quem já tinha o programa, pode realizar a atualização gratuitamente. G1 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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