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Simão Jatene e sua corte

Brasil: da série “o tamanho do buraco”! Por causa de uns brioches Maria Antonieta perdeu literalmente a cabeça. O que dizer de um político (sic) que usa o Estado dessa maneira. O que sua ex-celência pretende deixar como legado? Firma-se cada vez mais, a convicção de que no Brasil o fundo do poço é somente um estágio. O Editor O governador e seus 450 assessores No Pará, Simão Jatene distribui cargos comissionados a parentes de políticos, desembargadores e empresários. Jatene contratou familiares de desembargadores para seu gabinete. Quando assumiu o governo do Pará, o governador Simão Jatene (PSDB) enviou mensagem à Assembleia Legislativa alertando para o rombo nas contas do Estado, anunciou o enxugamento da máquina e demitiu mais de mil assessores da gestão anterior. O que era para virar um exemplo de boa gestão, no entanto, ameaça tornar-se um escândalo. Em dois meses, a fim de acomodar interesses de diferentes setores, Jatene já deu posse a 450 novos assessores especiais, entre familiares de deputados aliados, de membros do Judiciário e de empresários amigos. O cúmulo do fisiologismo foi a entrega a Jatene de uma lista com a indicação de parentes de 12 desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, que tem o poder de decidir sobre intervenção federal e pagamento de precatórios. A farra foi tanta que a OAB do Pará vai pedir ao Conselho Nacional de Justiça abertura de investigação sobre as nomeações do TJ. “Trata-se de um fato gravíssimo. Uma prática generalizada de nepotismo cruzado, uma troca de favores espúria”, afirma o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos.   Até agora, a OAB já confirmou as nomeações de parentes de quatro juízes. É o caso, por exemplo, de Rosa de Fátima Queiroz das Neves, que vem a ser a mulher do desembargador Cláudio Augusto Montalvão Neves. Nomeada para o cargo de assessora do gabinete do governador, Rosa receberá salário de R$ 4 mil. Montalvão, por sua vez, já empregava no próprio gabinete a nora do governador, Luciana Lopes Labad Jatene. Na mesma linha, foram nomeadas as irmãs Karla Karime e Kamille Kelly Vasconcelos Guerreiro, filhas do desembargador Constantino Augusto Guerreiro, além de Lindalva Gonçalves de Araújo Nunes, ex-mulher do desembargador Rômulo José Ferreira Nunes, que foi presidente do TJ-PA. Por nota, o governo do Pará deu uma explicação quase enigmática para justificar a nomeação de tantos parentes: “As relações de parentesco não são critério para a inclusão de profissionais na estrutura de governo, e a exceção dos casos de nepotismo, tampouco, para exclusão.” A bancada do PT na Assembleia Legislativa tem um projeto de lei para limitar a prática de nomeações, que começou em 1994 com o governo tucano de Almir Gabriel e seguiu anos a fio. Acontece que a própria Ana Júlia chegou a ter 1.500 assessores especiais, inclusive parentes de alguns desembargadores. Com telhado de vidro, será que a oposição terá interesse real em acabar com essa farra? Claudio Dantas Sequeira/Istoé

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Congresso Nacional: após o ócio, mais ócio?

Brasil: da série “me engana que eu gosto”! O Editor Enxugando gelo e ensacando fumaça Por Carlos Chagas Depois de duas semanas de ócio, prepara-se o Congresso para começar a debater a reforma política. Reúnem-se terça-feira as comissões especiais da Câmara e do Senado, claro que em separado. Uma não sabe nem se interessa em saber o que fará a outra. Semanas, talvez meses, vão decorrer antes que deputados, de um lado, e senadores, de outro, cheguem a qualquer conclusão, tendo em vista divergências partidárias internas profundas, lá e cá. Ainda que por milagre venha a haver maioria para a aprovação de determinadas propostas no plenário da Câmara, o mesmo acontecendo no Senado, a etapa seguinte se afiguraria intransponível, tendo em vista que o projeto aprovado numa casa irá para a outra, e vice-versa. Estes modificariam a proposta daqueles, e aqueles, a destes. Resultado: preparam-se os deputados para enxugar gelo e os senadores para ensacar fumaça, numa prática corporativa típica. E pode esperar sentado quem imaginar o Executivo intrometendo-se para alcançar um texto comum. No fim, salvo engano, a grande decisão dos políticos sobre a reforma política será não tomarem decisão alguma. Ou no máximo paliativos, para burlar a opinião pública. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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