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Banda Larga: governo usará rede de fibras de distribuidoras

O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, confirmou nesta quarta-feira o intuito do governo de usar redes de fibras ópticas de distribuidoras estaduais para levar internet para todo país com o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga). O governo vai pagar para usar esse ativo das empresas estaduais, afirmou Santanna, que esteve reunido com o ministro Paulo Bernardo para apresentar detalhes do plano. Além dessas fibras de domínio dos Estados, o governo vai usar as redes da Eletrobras e Petrobras. Segundo Santanna, será firmado ainda este mês acordo com as distribuidoras. Ainda não há definição de preços, mas o presidente afirmou que esse custo não vai extrapolar as contas do plano, que receberá investimento de R$ 589 milhões até 2011. Sofia Fernandes/Folha.com [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Dilma Rousseff: silêncio de ouro

Nunca o adágio popular que diz que “o silêncio é de ouro” foi tão apropriado. Nunca antes neste país um silêncio foi tão comemorado, tão elogiado. Treze dias depois de assumir o governo, a presidente Dilma se mantém na mesma postura de silêncio obsequioso que adotou desde que foi eleita. Seu discurso de posse, praticamente repetindo o da vitória na eleição de 30 de outubro, foi das poucas manifestações de viva voz que produziu desde então, fora uma ou outra rápida declaração a jornalistas brasileiros, cada vez mais raras por sinal. Houve também uma importante entrevista ao “Washington Post”, na qual ela marcou pela primeira vez sua divergência com o Irã sobre a questão dos direitos humanos. O silêncio obsequioso é imposto como punição pelo Vaticano a religiosos que defendem doutrinas divergentes da ortodoxia da Igreja Católica. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Foi imposto, por exemplo, a Leonardo Boff, que defendia a Teologia da Libertação. O de Dilma, embora o PT se assemelhe a uma seita religiosa, não lhe foi imposto, mas adotado por ela como maneira de não entrar em choque com o hiperativo Lula quando ele ainda estava em pleno gozo de suas prerrogativas presidenciais e dava mostras diárias de que lhe custaria muito abandonar o poder. Depois da posse, Dilma continua em silêncio, o que parece ser uma estratégia para impor um ritmo diferente ao governo sob nova administração. Parece ser uma sina petista a mudança de comportamento quando um deles assume a Presidência da República. O ex-presidente Lula venceu a eleição como “Lulinha paz e amor”, retirando de sua figura política a agressividade que assustava eleitores não ideológicos, e transformou-se durante os oito anos de mandato em um presidente populista, mas obediente à ortodoxia econômica do capitalismo, esquecendo que no programa do PT ainda há a decisão de lutar pelo socialismo. Guardou seu esquerdismo anacrônico para as relações externas, e uma ou outra investida de acordo com seus interesses políticos do momento, inclusive contra os meios de comunicação. Já a presidente Dilma, que quando ministra parecia estar ligada à ala mais radical do petismo, mostra-se nesses primeiros dias de governo de uma sensatez à prova de má vontades políticas, e começa mesmo a corrigir distorções do governo anterior, algumas aliás que a beneficiaram, como o aumento dos gastos públicos. Merval Pereira/O Globo

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