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Fernando Pessoa – Versos na tarde

O Pastor Amoroso Fernando Pessoa/Alberto Caeiro ¹ VIII O pastor amoroso perdeu o cajado, E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta, E, de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe para tocar. Ninguém lhe apareceu ou desapareceu… Nunca mais encontrou o cajado. Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas. Ninguém o tinha amado, afinal. Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo: Os grandes vales cheios dos mesmos vários verdes de sempre, As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento, A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem, E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor, uma liberdade no peito. ¹ Fernando Antonio Nogueira Pessoa * Lisboa, Portugal – 13 de Junho de 1888 d.C + Lisboa, Portugal – 30 de Novembro de 1935 d.C ->>biografia ->>mais Fernando Pessoa no blog [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Financiamento Público de campanhas políticas

Financiamento público de campanha: enfiando a mão no seu bolso No dia 20 de dezembro, escrevi um post intitulado Partidos custarão R$ 418 milhões para os cofres públicos em 2011. Ou: a cascata vigarista do financiamento público de campanha. Argumentava, então, que já existe financiamento púbico de campanha no país. Só o horário político gratuito (não o eleitoral) custará R$ 217 milhões aos cofres públicos. Leiam o que informa o Estadão de hoje. (…) Durante a tramitação do Orçamento, o subsídio governamental para o funcionamento dos partidos aumentou em 62%, dos R$ 165 milhões previstos na proposta inicial do governo para o valor recorde de R$ 265 milhões. O incremento de R$ 100 milhões (…) foi aprovado por todos os partidos, segundo a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), relatora do Orçamento.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A unanimidade tem uma explicação: todas as legendas foram beneficiadas. O PT, por exemplo, ganhou uma receita extra de R$ 16 milhões – o equivalente a 60% da dívida deixada pela campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT). A fatia adicional do PSDB é de R$ 11 milhões, valor suficiente para cobrir todas as pendências da campanha do ex-presidenciável José Serra, estimadas em cerca de R$ 9,6 milhões. (…) “Isso é legislar em causa própria, sem se submeter ao desgaste de debater claramente a tese do financiamento público”, disse Carlos Melo, professor no Insper. “É uma esperteza que garante recursos públicos (aos partidos) e preserva o financiamento privado e toda a controvérsia das doações e suas contrapartidas. Enfim, uma zona de sombra, na qual financiamento público e privado de campanha coexistem de fato, mas não de direito.” Para José Álvaro Moisés, professor de Ciência Política na Universidade de São Paulo, a adoção de um modelo de financiamento público faria sentido se fosse feita de forma clara. “Um sistema que camufla seus objetivos não ajuda a democracia.” (…) Comento Acho curioso que algumas pessoas defendam o financiamento público de campanha quanto mais fica claro que ele seria apenas mais uma forma de enfiar a mão no bolso do contribuinte. Se hoje, no total, a grana para as legendas ronda os R$ 500 milhões, a quanto chegaria com o tal financiamento público? O mais curioso desse debate é que ninguém conseguiu ainda demonstrar por que tal expediente inibiria o caixa dois e o financiamento ilegal. Estamos diante de uma questão de lógica elementar. Como o financiamento privado é permitido, há regras, que podem ser melhoradas, para que partidos, empresas e indivíduos declarem a contribuição – e, sabemos, mesmo assim, entram muitos “recursos não-contabilizados”, como diria Delúbio. Ora, se o financiamento privado for proibido – jogando a conta oficial nas costas do estado -, então os lobbies participarão das eleições (e eles participarão) apenas nas sombras. O financiamento público convida a duas coisas: a- a um aumento brutal do custo-eleição para os cofres públicos; b – a um aumento brutal de dinheiro ilegal nas campanhas. E ainda se abre uma terceira janela. Como os partidos ficariam proibidos de receber doações, elas poderiam ser feitas diretamente aos candidatos, ao arrepio das legendas: aumentaria a chance de termos parlamentares verdadeiramente comprados por empresas, corporações etc. Tão logo volte a falar – e sobretudo a pensar – pelos cotovelos, Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou que pretende sair em defesa da reforma política. Uma de suas teses de ouro é o financiamento público de campanha. A tese adjacente é a de que, com ele, não aconteceriam distorções como o “mensalão” – como se este nascesse da falta de recursos, não de caráter. Por Reinaldo Azevedo

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Dilma comparece ao local da tragédia no Rio de Janeiro

A par da tragédia e da presença solidária e obrigatória de governantes aos locais de tragédias como essa acontecida na região serrana do Rio de Janeiro, fica claro que sem a responsabilização civil, administrativa e penal dos Prefeitos, Governadores e Presidente da República, pela não implementação de políticas definitivas para planos diretores, nada ira mudar. Por outro lado, ano após ano a mídia credita somente ao governo federal a culpa de todas essas tragédias. É preciso esclarecer ao povo que por trás das críticas feitas a Dilma, Cabral, Alckmin, etc., existem estados e municípios, com burocracias mastodônticas. Dona Dilma fez o que se espera de um governante nessas horas difíceis: a manifestação “in locum” de solidariedade às vítimas. Ao contrário de Lula, que evitava ter a imagem associada a qualquer ocorrência trágica, a presidente Dilma em 15 dias já deu mostra de que não é um poste lulista. Lamentavelmente, no texto abaixo, o articulista vê na presença da Presidente nos locais da tragédia, somente um motivo para desfiar picuinhas críticas. No geral, a mídia brasileira, conservadora e comprometida, politiza qualquer tragédia, exercitando um tipo de jornalismo que nada acrescenta, e que passa ao largo da solidariedade. Assim, a chuva em São Paulo é obra de Deus, no Rio é culpa do Lula! Entre outras inúmeras demandas, um pacto ético é urgente para colocar o Brasil no rumo da civilização. O Editor A reação dos governantes às tragédias pode arruinar uma biografia. Assediada por um flagelo no alvorecer de sua gestão, Dilma Rousseff não deu chance ao azar. Menos de 24 horas depois do início da contagem dos corpos da região serrana do Rio, Dilma sobrevoou a área. Sujou os sapatos na lama de uma das cidades castigadas pelas águas. Depois, deu uma entrevista improvisada. Soou inespecífica quanto às providências práticas. Enfiou na tragédia elogios inadequados a Lula. Porém… Porém, teve a delicadeza de encerrar a conversa com uma manifestação de solidariedade às famílias dos mortos. Ao levar o rosto ao cenário do drama, Dilma diferenciou-se de Lula, que não teve a mesma agilidade em crises análogas.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Portou-se, de resto, como uma espécie de anti-Bush. No dia 29 de agosto de 2005, uma segunda-feira útil, o furacão Katrina devastou a cidade de Nova Orleans. No instante em que feneciam dezenas de vítimas, George Bush, então presidente dos EUA, encontrava-se no Arizona, num compromisso inútil. Posava para fotógrafos segurando um bolo de aniversário. Os mortos avolumavam-se nas manchetes. E Bush festejava os 69 anos de vida de um senador republicano. Nas semanas seguintes, Bush lidou com a tragédia com a agilidade de uma tartaruga manca. Com isso, plantou em sua biogragia uma nódoa definitiva. Um pedaço da opinião pública americana atribuiu a lerdeza de Bush a um não-declarado preconceito racial. Líderes religiosos, políticos e artistas levaram ao noticiário a tese de que Bush demorou a prover socorro aos desabrigados porque a maioria era negra. No mês passado, em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, Bush foi instado revolver o passado omisso. Refutou a acusação de racismo. Mais de cinco anos depois do ocorrido, Bush revelou-se refém de sua própria omissão. Ao voar de Brasília para o Rio, Dilma fugiu desse figurino. Sua visita não devolveu as vidas ceifadas. Tampouco atenuou a aflição dos desabrigados. Mas salvou a biografia da presidente da pecha da omissão. Pouco? Talvez. Mas já é alguma coisa. Uma presidência também é feita de gestos. Eles são preferíveis à inação. blog Josias de Souza

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BMW: chinês cria réplica feita de tijolos

O chinês Dai Geng criou uma réplica de Uma réplica da BMW Z4, feita com tijolos, é o resultado de um ano de trabalho de Dai Geng. Exposta na cidade de Jiangyin, na província de Jiangsu, o “carro” pesa 6,5 toneladas. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Cid Gomes, Governador do Ceará poderá ser cassado por doações ilegais

Cid Gomes pode ser cassado por haver recebido doações ilegais na campanha CID: ABUSO DE PODER, CORRUPÇÃO, FRAUDE, DOAÇÕES ILEGAIS… O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), pode ter o mandato cassado por haver recebido doação de duas empresas que têm autorização da Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviários) para funcionar. A lei proíbe empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público de doarem recursos para campanhas eleitorais. Cid Gomes agora é réu em ação de cassação de mandato, no Tribunal Regional Eleitoral. Curiosamente, a ação corre em “segredo de Justiça”, sabe-se lá porquê. Só a empresa CNA (Companhia de Navegação da Amazônia) doou ilegal e oficialmente R$ 500 mil, enquanto a Aliança Navegação e Logística contribuiu com R$ 200 mil. As doações foram questionadas pela coligação PR/PPS, que ingressou com pedido de impugnação de mandato, apontando ainda outros fatos que indicariam abuso de poder econômico, corrupção e fraude na campanha do governador, como o uso de um jatinho da mesma empresa que tem contrato com o governo do Estado para transportá-lo. A campanha informou à Justiça Eleitoral haver arrecadado R$ 28,9 milhões. Coluna Claudio Humberto

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