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Terremoto na Itália mata mais de 150, resgate continua em busca de sobreviventes

Equipes de resgate buscam sobreviventes na cidade italiana de Áquila, que foi atingida por um terremoto de 6,3 graus na Escala Richter na madrugada desta segunda-feira. Segundo a imprensa italiana, pelo menos 150 pessoas morreram e mais de 1,5 mil ficaram feridas no abalo, que também causou destruição em cidades vizinhas e foi sentido até na capital, Roma, a 95 quilômetros de distância. Cerca de 5 mil pessoas estão trabalhando no resgate das vítimas. Bombeiros ajudados por cães farejadores tentam retirar pessoas presas sob os escombros. Alguns moradores e equipes de resgate tentam remover os escombros com as próprias mãos. “Não estamos usando máquinas porque a experiência mostra que é importante cavar com as mãos (para evitar maiores danos)”, disse o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, ao chegar a Áquila. Berlusconi declarou estado de emergência na região atingida e prometeu “um número recorde” de esquipes de resgate. “Eu garanto que não há um prédio sequer atingido em que não haja uma equipe de resgate procurando por sobreviventes”, disse Berlusconi. O primeiro-ministro italiano também disse que um hospital de campanha estava sendo montado para ajudar no tratamento dos feridos. As autoridades estão providenciando barracas em campos de futebol e quadras de tênis para abrigar as cerca de 40 mil pessoas que perderam suas casas. Destruição O terremoto ocorreu por volta das 3h30 no horário local (22h30 de domingo pelo horário de Brasília), teve duração de cerca de 30 segundos e atingiu pelo menos 26 cidades e vilarejos, segundo autoridades locais. Muitos vilarejos foram completamente destruídos pelo terremoto, que teve seu epicentro em Áquila, uma cidade medieval localizada em uma região montanhosa a nordeste de Roma. Somente em Áquila, calcula-se que entre 3 mil e 10 mil prédios foram destruídos ou danificados. Segundo o correspondente da BBC na Itália David Willey, o estrago em Áquila foi tão grande que ela deverá ficar inabitável por algum tempo. Muitos prédios renascentistas e barrocos foram destruídos, inclusive o domo de uma das igrejas de Áquila. Pedras caíram das montanhas e bloquearam estradas, e muitas casas foram reduzidas a pilhas de escombros. Linhas telefônicas e de energia foram cortadas. Algumas estradas e pontes foram bloqueadas como precaução contra possíveis novos abalos. Choque Em entrevista à BBC, um morador da cidade, Antonio di Marco, descreveu o cenário de destruição. “Nós corremos para a rua como loucos, sem entender o que estava acontecendo. O prédio inteiro estava se movendo sob nossos pés. É algo impossível de descrever”, disse Di Marco. O correspondente da BBC Duncan Kennedy, que está em Áquila, disse que é possível ver vários moradores vagando pelas ruas com ar confuso, enrolados em cobertores e levando seus pertences em malas. Segundo o médico Agostino Miozzo, da Agência de Proteção Civil, muitos sobreviventes terão uma noite difícil. “Hoje à noite, muitas pessoas terão de dormir em seus carros, terão de ir para casas de parentes em cidades próximas que estão em melhores condições”, afirmou Miozzo. “Todos estão muito chocados, principalmente as pessoas mais velhas e, obviamente, as crianças”, disse. Líderes mundiais enviaram mensagens de condolências à Itália. O papa Bento 16 rezou pelas vítimas, “especialmente as crianças”. União Europeia, Áustria, França, Alemanha, Grécia, Israel e Rússia já ofereceram ajuda ao governo italiano. A Itália já foi atingida por vários terremotos ao longo de sua história, especialmente no sul do país. da BBCBrasil

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Anatel aprova uso de banda larga pela rede elétrica

A vantagem da rede elétrica é a cobertura, já que ela alcança 97% da população brasileira O conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou as regras de uso da rede elétrica para acesso à internet em alta velocidade (banda larga). A relatora do assunto, conselheira Emília Ribeiro, disse que a medida vai estimular a competição no mercado e incentivar a expansão dos serviços para todo o País. “Estamos fazendo a universalização de uma outra forma. Vamos alcançar a inclusão digital e social nas pontas”, disse Emília. Segundo a conselheira, o regulamento entra em vigor até a próxima quarta-feira (dia 8). A partir daí, a Anatel já poderá conceder licenças para prestar os serviços às empresas interessadas. Para iniciar a operação, na opinião da Emília, as empresas deverão aguardar a definição de regras pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cuja proposta ainda está em consulta pública e só será concluída no dia 31 de maio. Tecnicamente, as redes das distribuidoras de energia elétrica estão prontas para prestar esse serviço. Seria necessário fazer algumas adaptações de baixo custo, como instalar roteadores nos postes para direcionar a transmissão de dados. O cliente, por sua vez, precisaria ter um modem, na casa ou no escritório, parecido com os aparelhos que as empresas de telefonia ou de TV a cabo usam para fornecer acesso à internet. A velocidade de conexão desse tipo de tecnologia já começa com 20 megabits por segundo (Mbps), bem acima da capacidade dos serviços oferecidos hoje, que em geral vão até 10 Mbps. A vantagem da rede elétrica sobre outras redes é a cobertura, já que ela alcança 97% da população brasileira. Hoje, apenas 5 milhões de pessoas ainda não têm acesso à energia elétrica no Brasil. Pelo programa do governo “Luz para Todos”, esse déficit deverá ser zerado até o fim do próximo ano. Como as distribuidoras de energia estão proibidas por lei de prestar outros serviços além do fornecimento de eletricidade, elas terão de criar empresas específicas de telecomunicações para oferecer internet banda larga. A Aneel pretende exigir que a receita adicional das distribuidoras com o aluguel dos fios seja usada para baixar tarifas de energia.

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A China, presa numa armadilha de dólares

Paul Krugman – Prêmio Nobel de Economia O Estado de São Paulo Ainda no início da crise financeira, os mais espirituosos brincavam dizendo que nosso comércio com a China tinha finalmente se tornado justo e equilibrado: eles nos vendiam brinquedos tóxicos e frutos do mar contaminados; nós vendíamos a eles valores mobiliários fraudulentos. Mas, hoje em dia, os dois extremos deste negócio parecem estar entrando em colapso. De um lado, o apetite mundial por produtos chineses diminuiu muito. As exportações chinesas caíram bastante nos últimos meses e estão 26% abaixo do nível registrado há um ano. Do outro lado, os chineses estão obviamente ficando inseguros em relação àqueles valores mobiliários. Mas a China ainda parece manter as suas expectativas irreais. E isso representa um problema para todos nós. Na semana passada a grande notícia foi um discurso feito pelo presidente do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, pedindo por uma nova “moeda supranacional para as reservas internacionais”. A ala paranoica do Partido Republicano prontamente alertou para um complô traiçoeiro que teria o objetivo de obrigar a América a desistir do dólar. Mas o discurso de Zhou foi na verdade uma admissão de fraqueza. Ele estava de fato dizendo que a China se meteu numa armadilha de dólares, da qual ela não é capaz de escapar, e nem é capaz de mudar as medidas que conduziram o país originalmente a esta situação. Um pouco de contextualização: no início da década, a China começou a registrar grandes lucros no comércio exterior, e também começou a atrair significativas quantidades de capital estrangeiro. Se a China tivesse uma taxa de câmbio flutuante – como o Canadá, por exemplo – isto teria levado a uma valorização da sua moeda, o que por sua vez teria reduzido a velocidade do crescimento das exportações chinesas. Mas a China decidiu em vez disso manter o valor do yuan mais ou menos constante em relação ao dólar. Para tanto, o governo foi obrigado a comprar dólares conforme eles inundavam o seu mercado. Com o passar dos anos, estes superávits comerciais continuaram a crescer – e o mesmo ocorreu com o açambarcamento chinês de ativos estrangeiros. A piada sobre os valores mobiliários fraudulentos é, na verdade, injusta. Exceto por um mergulho tardio e pouco estudado nas empresas de capital livre (escolhendo as melhores do mercado), os chineses acumularam principalmente ativos seguros, como os letras do Tesouro americano – os chamados T-bonds – compondo grande parte do montante total dos mesmos. Mas, apesar de serem os títulos mais seguros do planeta, os T-bonds pagam uma taxa de juros muito baixa. Será que houve uma estratégia profunda por trás deste acúmulo de T-bonds? Provavelmente não. A China adquiriu US$ 2 trilhões em reservas de moeda estrangeira – transformando a República Popular da China na República das Letras do Tesouro Americano – da mesma maneira que a Grã-Bretanha conquistou seu império: distraidamente. E parece que um belo dia os líderes chineses acordaram e perceberam que tinham diante de si um problema.

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