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Arte – Van Gogh e abelhas

Girassóis Vincent Van Gogh * Holanda, ? – 30 Março 1853 + Arles, França – 30 Julho 1890 Esperiência feita em Londres, demonstra que abelhas que nunca tenham vista uma flor anteriormente, são atraidas naturalmente por pinturas com flores. Fonte – Optics and Laser Technology Magazine – London Pesquisadores da Faculdade Queen Mary da Universidade de Londres colocaram quatro quadros (dois de flores) na trajetória de vôo das abelhas e acompanharam o local de sua aterrissagem. Elas pousaram sobre os dois quadros que possuíam mais flores. O favorito foi “Girassóis” do pintor holandês Van Gogh, um dos mais renomados artistas impressionistas. Além de “Girassóis”, os cientistas mostraram às abelhas os quadros “Um vaso de flores”, de Gauguin, “Cerâmica”, de Patrick Caulfield, e “Natureza morta com uma caneca de cerveja”, de Fernand Léger. “Os resultados mostram que as pinturas com flores capturaram a essência das características florais de um ponto de vista das abelhas, e que estes aspectos são reconhecidos por abelhas que nunca tinham sido expostas a uma flor anteriormente”, disse o professor Lars Chittka, um dos envolvidos na pesquisa. Segundo Chittka, “as flores contêm todos os ingredientes que uma abelha precisa para desenvolver – pólen e néctar – e as abelhas têm ‘preferências estéticas’ por aquelas flores que oferecem a melhor fonte de riqueza”.

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Opinião do outros – O vôo 1907

Prezado jornalista Joe Sharkey:Tenho lido o que você fala e escreve desde que se envolveu no triste desastre aéreo amplamente noticiado. Tenho lido e não tenho gostado. Resumo dos fatos: o avião em que você viajava colidiu com um Boeing 737, que caiu na selva, interrompendo a vida de 154 seres humanos produtivos e inocentes ? em sua maioria, gente de alta qualificação técnica e humana, o que agrava a perda e a estende a toda a sociedade brasileira. O seu avião, produzido no Brasil, resistiu ao impacto e aterrizou numa base da Força Aérea Brasileira, na qual ? até onde se sabe ? você e os demais sobreviventes foram acolhidos, assistidos, bem tratados e respeitados. Tiveram que depor perante a polícia e a aeronáutica, talvez mais de uma vez. Nada mais natural. Não há notícias de que você tenha sido ofendido, pressionado ou desrespeitado. Sua primeira preocupação após ser liberado foi voltar aos Estados Unidos. Você sabia que, em casa, poderia desempenhar o seu papel: contar aos conterrâneos sua aventura na selva. Dar a sua versão dos fatos ? precipitada, supérflua e desprovida de fundamento técnico. Compartilhar o cinismo simplista do cidadão ignaro, sugerindo que os pobres pilotos do primeiro mundo estariam nas mãos sujas da polícia cucaracha. Construiu uma imagem dos pilotos como se eles fossem presos políticos numa republiqueta da América do Sul, sujeitos a prisões fétidas e dependentes de um expresso da meia-noite que os salvasse da selvageria. Gostaria de imaginar que você não está faturando com o episódio. Gostaria de saber que você não está cobrando para dar entrevistas, não pôs a venda a sua história e não pretende publicar um livro. Como você mesmo disse, você está tendo seus quinze minutos de fama. Vende uma história facilmente digerível ao americano comum, cheia de insinuações de tortura, atos de bravura à lá Indiana Jones e suspense policial. Tratou rapidamente de inocentar os pilotos e acusar a ineficiência dos radares brasileiros. Temos nossos graves defeitos, Joe. Nossas cadeias são fétidas, nossa polícia é ineficiente e nossa distribuição de renda é inumana. Nossa sociedade é quase tão injusta quanto a sua. Nosso presidente, quase tão ruim quanto o seu. Mas entre nossos defeitos, não está o de maltratar os estrangeiros. Seria mais útil e honrado de sua parte contar um pouco das vidas que se perderam na tragédia. Contar que, no vôo 1907, estavam cientistas e voluntários brasileiros que defendiam a preservação da Amazônia. Gente que lutava contra a prostituição infantil, professores, estudantes de medicina, crianças. Contar sobre o antropólogo estrangeiro, casado com uma brasileira, que trabalhava com comunidades indígenas. Poderia até contar a história do cidadão norte-americano que viajava sobre a selva. Poderia ter ficado aqui e narrado ao seu público o tratamento que a empresa Gol está dando à tragédia, um exemplo de postura que eu nunca tinha visto em situações semelhantes, aqui ou no “primeiro mundo”. Poderia ter descrito o trabalho sobre-humano dos valentes “marines” brasileiros, que até hoje estão enfrentando corajosamente a violenta mata amazônica na busca de sobreviventes e, na sua inexistência, na remoção dos corpos, enfrentando um inferno que nunca será suficientemente descrito. Poderia ter se contido no julgamento dos culpados. Nem você, Joe, sabe quem são eles. E não estou condenando os pilotos. Não incorrerei no seu erro. Pelo contrário: eles têm a minha solidariedade pois, ainda que tenham tido a maior fatia de culpa, certamente não tiveram a intenção. Eles também são vítimas desse desastre, como o cidadão honesto e trabalhador que, distraído, cruza um sinal vermelho e causa a morte de inocentes. Os fatos têm que ser apurados. Pilotos, fabricantes das aeronaves, companhias aéreas, fabricante do transponder, controle de tráfego aéreo. Temos que aprender com a tragédia e evitar que outras semelhantes ocorram. Em respeito às vítimas do 1907. Os culpados têm que ser punidos, independentemente de sua intenção. Deus queira que não sejam os pilotos, porque nenhum cidadão da Terra merece carregar esse peso para o resto da vida. Quanto a você, Joe, perdeu uma grande oportunidade de ser útil à humanidade. De fazer valer a vontade divina de salvar a sua vida. De escrever seu nome na história do jornalismo. De ter um pouco mais do que seus quinze minutos de fama. Gustavo Lessa NetoAdvogado brasileiro

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Pro dia nascer melhor – 21/10/2006

SENTENÇA JUDICIAL DATADA DE 1833PROVÍNCIA DE SERGIPE O adjunto de promotor público, representa contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant’Ana quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava em uma moita de mato, sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio em amparo della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova. CONSIDERO: QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ella e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana; QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas; QUE Manoel Duda é um sujetio perigoso e que se não tiver uma cousa que aenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens. CONDENO: O cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa. Nomeio carrasco o carcereiro.Cumpra-se e apreguem-se editais nos lugares públicos. Manoel Fernandes dos Santos.Juiz de Direito da Vila de Porto.da Folha Sergipe, 15 de Outubro de 1833. Fonte: Instituto Histórico de Alagoas. Enviado por Sérgio Franco – Salvador,BA.

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