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Economia: protestos nos EUA entram no 28º dia e se alastra pelo país do liberalismo

A mídia comprometida, como sempre, com o interesse do grande capital, continua escondendo, ou minimizando, os protestos espontâneos que estão acontecendo no coração do capitalismo. Para o presidente Obama, que não mais pode dizer “Yes We Can“, “os manifestantes de Wall Street “estão dando voz a uma frustração de base mais ampla sobre como funciona o nosso sistema financeiro”. “Estamos aqui para o longo curso”, disse Patrick Bruner, um manifestante e estudante de Skidmore College, em Nova York, que está entre os acampados num parque privado perto de One World Trade Center. A polícia do prefeito Bloomberg, tem feito cerca de 100 prisões e usou spray de pimenta, que eles alegam ser uma alternativa melhor do que cassetetes para subjugar os manifestantes. Wall Street, o grande cassino mundial, torna mais que atual a citação de Einstein: “A anarquia econômica da sociedade capitalista como existe atualmente é, em minha opinião, a verdadeira origem do mal.” O Editor Os protestos contra Wall Street entraram no 18º dia nesta terça-feira, com manifestantes ao redor dos Estados Unidos mostrando a raiva contra a crise econômica e contra o que eles dizem ser a cobiça das corporações. Os protestos se alastraram de Nova York para Chicago, St. Louis, Boston e várias cidades. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, um bilionário que fez fortuna no mundo corporativo, disse que os manifestantes estão equivocados. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]”Os manifestantes protestam contra pessoas que ganham entre US$ 40 mil e US$ 50 mil por ano e lutam para pagar as contas. Isso é o fundo do poço. Essas pessoas trabalham em Wall Street ou no setor bancário”, disse Bloomberg em entrevista a uma rádio. Em Chicago, os manifestantes bateram tambores perto do setor financeiro da cidade. Outros manifestantes montaram tendas e gritaram palavras de ordem contra os motoristas dos carros em Boston, St. Louis, Kansas City e Los Angeles. Alguns manifestantes chegam a se identificar com o movimento ultraconservador Tea Party do Partido Republicano – embora com um viés de esquerda – enquanto outros se dizem inspirados nas revoltas populares que acontecem nos países árabes. A maioria dos manifestantes são estudantes temerosos com o futuro ingresso em um estagnado mercado de trabalho, ou profissionais da meia idade que perderam os empregos. “Nós sentimos que o poder em Washington na realidade foi comprometido por Wall Street”, disse Jason Counts, um analista de sistemas de informática e um entre as dezenas de manifestantes que protestaram hoje em Saint Louis, no Missouri. Em Boston, manifestantes montaram tendas coloridas e centenas fizeram uma passeata até a Statehouse, pedindo o fim da influência corporativa sobre o governo. “Lutem contra os ricos, não lutem as guerras deles”, gritavam. “Neste momento, nós não prevemos protestos mais amplos”, disse Tim Flannelly, porta-voz do FBI, polícia federal americana, em Nova York. “Mas se eles ocorrerem na cidade (NY), tanto nós quanto a Polícia de Nova York enviaremos todas as reservas necessárias para contê-los”, afirmou. As informações são da Associated Press.

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Barack Obama assumirá com popularidade recorde

Obama assume com aprovação de 83%, diz Gallup Emmnuel Dunand/AFP Nesta terça (20), Barak Obama toma posse como o 44º presidente dos EUA. Chega à Casa Branca com uma taxa de aprovação notável. Segundo o Gallup, 83% dos americanos aprovam a maneira como Obama conduziu a transição nos dois meses que separaram a eleição de sua posse. O feito prestígio de Obama agiganta-se quando comparado aos índices que ostentavam no início do mandato os dois presidentes que o antecederam. Em janeiro de 2001, o Gallup atribuíra a Bill Clinton o percentual de 61%. Antes, em 1993, Bill Clinton amealhara 68%. Durante a campanha, Obama cavalgou a impopularidade de Bush. Serviu-se, por assim dizer, da crise. Seu slogam -“Yes, we can“- revelou-se premonitório. Na presidência, Obama terá de evitar que a crise o devore. Precisa demonstrar que pode vencer, além de eleições, a adversidade. Assedia-o um bordão no singular: “Yes, I Can”. O eleitor fez a parte dele. E espera que Obama faça a sua. Também nesse aspecto é flagrante o otimismo da platéia. O Gallup perguntou aos americanos se confiam na capacidade de Obama de tornar-se um bom presidente. A maioria expressiva -64% – respondeu que sim. Ou seja, neste início de jornada, torcida não é problema para Obama. Deposita-se mais confiança no presidente do que na equipe dele. Instados a qualificar o time montado por Obama os americanos mostraram-se divididos. Para 45% dos entrevistados o gabinete é excelente (13%) ou acima da média (38%). Para 48% o time é apenas mediano (38%), abaixo da média (5%) ou fraco (5%). Desde que foi eleito, em novembro, o jovem Obama, 47 anos, assistiu à deterioração da crise. Acossado por uma recessão que rói o poder aquisitivo e a paciência de seu povo, os EUA ainda não superaram nem o primeiro estágio da crise, a encrenca bancária. Nesta sexta (16), a quatro dias da posse festiva, o governo teve de borrifar US$ 349 bilhões nas arcas de dois gigantes ajoelhados: o Citigroup e o Bank of América. Dias atrás, ao discorrer sobre o conteúdo de seu discurso de posse, Obama prometeu um pronunciamento “honesto”. Deve pintar a crise com as cores da tormenta. Antes, dissera que a hora é de “medidas dramáticas”. Coisa para “já”. Seu primeiro desafio será arrancar do Congresso a aprovação de mais um plano bilionário. Um pacote de US$ 825 bilhões. A despeito da robustez, sem precedentes históricos, talvez não baste para debelar uma crise que o próprio Obama já antevê como longeva, com a qual os EUA terão de conviver “talvez por muitos anos”. Barak Obama vai à cadeira de George Bush obcecado por Franklin Delano Roosevelt (1933-1945). O novo presidente esquadrinha com vivo interesse textos sobre os primeiros 100 dias do presidente que livrou os EUA da depressão provocada pelo crash de 29. Só um milagre permitiria a Obama reter os 83% de aprovação que ostenta agora. Se conseguir evitar um tombo, já terá obtido um feito. Neste sábado (17), como que pressentindo o que está por vir, Obama disse que cometerá alguns erros. Pediu paciência aos americanos. Um pedido que os desempregados terão certa dificuldade em atender. blog do Josias de Souza

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