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A guerra dos robôs se trava na Wikipédia

Até 4,7 milhões das mudanças da enciclopédia digital são feitas por programas de computador Captura de tela da página inicial da Wikipédia em seu 15º aniversário. Cada vez são mais os sites da web que incorporam bots, robôs que são programas de computador que se comportam como humanos, para executar tarefas como responder perguntas dos usuários, fazer publicidade ou abrir contas de e-mail. Mas, apesar dos esforços e de seu uso generalizado, ainda estão muito longe de atuar na rede como se fossem uma pessoa. Essa é a conclusão à qual chegou um grupo de engenheiros do Instituto Alan Turing do Reino Unido, que estudou o comportamento desses robôs na Wikipédia e descobriu que até 4,7 milhões das edições dos artigos são correções que os robôs estão fazendo constantemente entre si, caindo em um tipo de edição interminável nada produtiva. Captura de tela de uma das edições realizada por um bot. WIKIPEDIA Os robôs que trabalham na Wikipédia são responsáveis por tarefas que podem ser tediosas para as pessoas, como identificar e desfazer casos de vandalismo, adicionar links, verificar a ortografia e cuidar da concordância sintática das orações. O problema surge quando as edições que eles fazem estão condicionadas pelo país e idioma em que foram programados e são influenciadas por alguns aspectos culturais. Por exemplo, algumas dessas reversões são feitas para mudar Palestina por território palestino ou Golfo Pérsico para Golfo Árabe e assim com vários milhões de conceitos que não coincidem nas diferentes regiões do mundo. Também estão programados para revisar as mudanças feitas cada certo tempo, o que ajuda a aparição de confrontos com outros robôs que fazem exatamente o mesmo e se corrigem entre si quando veem que sua última edição voltou a ser modificada. Nas mudanças que fazem as pessoas não acontecem esse tipo de conflito porque os usuários da Wikipédia raramente voltam a verificar se os dados que corrigiram estão atualizados. Uma das curiosidades que mostra o estudo é que o número de edições depende do idioma do texto. Os escritos em alemão são os menos modificados, com uma média de 24 por entrada. No lado oposto estão os artigos em português, que acumulam até 185 reversões por artigo. De acordo com especialistas, uma das possíveis soluções para essas intermináveis batalhas é que a Wikipédia permita o uso de robôs cooperativos que podem gerir os desentendimentos e permitir que as tarefas possam ser cumpridas de forma eficiente. O estudo mostra que os robôs podem trabalhar de forma completamente imprevisível. “O mundo on-line se tornou um ecossistema de robôs e, no entanto, nosso conhecimento sobre como interagem esses agentes automatizados é muito pobre”, reconhece Taha Yasseri, uma das responsáveis pela pesquisa. Yasseri fala de todo um ecossistema e não exagera: um estudo de 2009 estimou que naquele ano os robôs geraram 24% de todos os tuites publicados; uma empresa de análise de audiências descobriu que 54% dos anúncios exibidos entre 2012 e 2013 foram vistos por robôs em vez de seres humanos; e, segundo uma empresa de segurança da web, os robôs realizaram 48,5% das visitas aos sites de 2015. O número de incidências causadas por esses programas de computador aumentou de maneira constante nos últimos anos, indicando, de acordo com os pesquisadores, que seus criadores não estão fazendo o suficiente para melhorá-los ou que não conseguiram identificar os problemas que geram. Alguns conflitos, como os da Wikipédia, podem ser considerados inócuos. Outros são mais problemáticos e virais, como o que aconteceu no Twitter em março deste ano, quando a Microsoft precisou retirar um dos seus robôs por tuitar mensagens com conteúdo racista, sexista e xenófobo. Tinha sido programado para responder perguntas e estabelecer conversas com os mais jovens da web e aprendeu com eles esse comportamento.se tornou um ecossistema de robôs e, no entanto, nosso conhecimento sobre como interagem é muito pobre” Apesar das falhas e da falta de eficiência demonstrada em muitas ocasiões, os robôs são ainda uma opção muito útil em tarefas de conversação. O exemplo mais claro é Siri, a assistente da Apple que resolve as dúvidas do usuário através de mensagens de voz. Mas também há outros casos, como o criado por um estudante da Universidade de Stanford, que está programado para ajudar as pessoas a recorrer das multas de estacionamento. Em um ano conseguiu cancelar 160.000 multas e já funciona em Londres e Nova York. Victoria Nadal/ElPais

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Como as notícias de atualidade são editadas na Wikipédia

Há quase quinze anos que a abrangência de temas cobertos pela Wikipedia vem crescendo continuamente. Atualmente, a enciclopédia gratuita online cobre tudo, desde música, filmes e vídeo games até geografia, história e ciências. Também contém artigos sobre tendências no noticiário, atualizadas por dezenas de milhares de editores voluntários assim que as notícias são divulgadas.   Para investigar alguns aspectos desse fenômeno, como, por exemplo, a velocidade com que notícias de última hora são cobertas pela Wikipedia, a comprovação da informação acrescentada depois de algum tempo e a distribuição de correções entre os editores da Wikipedia, selecionei um artigo para análise posterior na forma de dissertação.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O artigo selecionado foi Shooting of Michael Brown[Assassinato de Michael Brown], que cobria a morte de Michael Brown, de 18 anos de idade, em Ferguson, Missouri, pelo policial Darren Wilson. O incidente atraiu muita atenção da imprensa, estimulada por protestos locais, no subúrbio de St. Louis. Observei o histórico do artigo até 12 de janeiro de 2015. Os dados obtidos foram divididos em dois “picos” no desenvolvimento da matéria: o atropelo inicial da mídia depois do começo dos protestos, em meados de agosto, e a decisão do grande júri de Ferguson de não indiciar Darren Wilson pela morte do adolescente, no final de novembro [https://blog.wikimedia.org/2015/08/17/wikipedia-breaking-news/#2]. Cada “pico” representou 500 “revisões” individuais do artigo em questão. Neste caso, o uso de picos permitiu uma análise cruzada – ou seja, uma comparação direta entre os dois casos estudados. Velocidade de edição É interessante ressaltar que as visitas à página e os índices de edição não coincidiram como era de esperar. Em vez disso, houve uma grande enxurrada de correções poucos dias depois do artigo ser publicado, provavelmente à medida que a comunidade de editores voluntários da Wikipédia  tomou conhecimento da existência do artigo ou ouviu falar do evento. A velocidade de edição foi incrivelmente rápida durante este período inicial de tumultos e atenção da imprensa, embora essa rapidez fosse muito inconsistente.  A média do índice de edição durante esse período foi de 18,75 correções por hora, mais de onze vezes mais do que a média para o artigo inteiro. A cobertura da mídia, no entanto, parece ter um impacto muito mais penetrante nas visitas às páginas: por ocasião da decisão de não indiciar Darren Wilson, em novembro, quase meio milhão de pessoas visitaram o artigo num único dia. Uma observação um tanto surpreendente foi a de que este segundo pico resultou em índices de edição muito mais lentos. A média, para esse período, foi de 7,21 correções por hora, o que representa um ritmo duas vezes e meia mais lento do que no primeiro pico. É também muito inconsistente, tomando por base o primeiro pico – as velocidades de edição variaram amplamente durante os dois picos e foram, em grande parte, inesperadas. Em termos do texto acrescentado ao artigo, o primeiro pico – que foi observado durante um período de tempo muito mais curto – viu uma média de 501,02 bytes de texto acrescentado por hora, cerca de 3,6 vezes mais rápido que o índice do segundo pico. Neste momento, no entanto, o artigo era muito mais longo e é provável que não sobrasse muito a ser acrescentado. O uso de fontes Opinar sobre a exatidão do artigo é uma tarefa muito difícil que, por sua natureza, seria subjetiva e exigiria um conhecimento profundo do que ocorreu em Ferguson naquela tarde. Com esse objetivo, optei por avaliar a comprovação do artigo – especificamente, o volume de fontes por kilobyte de texto, o que neste estudo é considerado a “densidade de referência” do artigo. Foram tomadas para este estudo dez amostras de cada pico e suas referências correspondentes. Isso foi utilizado conjuntamente ao tamanho da página em kilobytes para achar a densidade de referência. Em ambos os picos, a densidade de referência aumentou continuamente com o tempo. Foi significativamente mais alta no pico anterior como um todo, quando o artigo era mais curto e informações rapidamente alteráveis exigiam mais comprovação. Esse aumento na densidade de referência com o passar do tempo provavelmente indica o desejo dos editores da Wikipedia de impedir que as informações acrescentadas não fossem removidas,  dada a inviabilidade de uma verificação. A maioria das fontes utilizadas no artigo foi de publicações focadas  na mídia impressa. Isto é mais óbvio no segundo pico do que no primeiro, onde o jornal local The St. Louis Post-Dispatch tornou-se a fonte mais comum para o artigo estudado. Em relação a isso, foi descoberto que um grande volume das fontes era de mídias sediadas no estado de Missouri. A proporção de fontes que se enquadravam nessa categoria na verdade aumentou no segundo pico, de pouco mais de 18% para pouco mais de 25% da totalidade das fontes. Outras fontes locais que foram continuamente utilizadas no artigo foram o jornal St. Louis American e as emissoras KTVI e KMOV. No entanto, foi o estado de Nova York que forneceu a maioria das fontes; isso parece indicar que os editores têm uma tendência a fontes conhecidas e respeitáveis, como o New York Times e oUSA Today, que ficaram entre os primeiros lugares nas listas de classificação. Excepcionalmente, o estado da Geórgia, que teve como representante quase exclusiva a emissora nacional CNN, ainda somou 10% do total das fontes utilizadas. O alcance dos colaboradores Por fim, foram examinados os padrões de edição dos usuários para avaliar a distribuição de correções feita entre vários grupos. Para fazê-lo, os usuários foram colocados em categorias baseadas em seus índices de edição – que, para os objetivos deste estudo, foram definidos como a média diária de suas correções. Foram selecionadas categorias para dividir os editores da maneira mais uniforme possível para a análise e foram excluídos seis bots ( N.R. robôs eletrônicos na internet) para evitar a distorção dos resultados. Analisando os dados acrescentados por categoria, os usuários extremamente ativos foram responsáveis pela grande maioria do total de conteúdo acrescentado ao artigo – quase a metade do total. No entanto, ao desmembrar

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Escolas devem treinar crianças para usar Wikipédia, diz fundador do site

Considerado um dos ‘gurus’ da internet, Jimmy Wales, cofundador da enciclopédia virtual Wikipédia, esteve no Brasil na semana passada para participar de uma série de palestras em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Não foi a primeira, mas foi a mais longa visita de Wales ao país. Americano do Alabama, Wales fundou a Wikipédia em 2001, junto com o amigo Larry Sanger. A ideia era fazer uma enciclopédia ‘livre’, que pudesse ser escrita e editada por qualquer pessoa. Desde então, já teriam sido escritos, segundo a própria Wikipédia, mais de 35 milhões de artigos em 288 línguas. Há quem critique a qualidade de muitos desses artigos. Wales nega que isso seja um problema significativo, mas diz que estão sendo tomadas medidas para que o conteúdo do site seja “melhor que o de uma enciclopédia tradicional”. Entre um compromisso e outro no Brasil, o americano falou com a BBC sobre esses esforços e defendeu que os estudantes sejam “treinados” para usar a Wikipédia. Confira:[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] BBC Brasil – No ano passado, uma figura ligada ao governo foi acusada de alterar o perfil de jornalistas na Wikipédia. O que é feito para impedir que a plataforma seja usada por grupos políticos organizados ou grandes empresas como instrumento de propaganda? Jimmy Wales – Esses comportamentos são proibidos pelas regras da Wikipédia. E nós bloqueamos e banimos da nossa comunidade de editores pessoas que são pegas fazendo isso. Também é preciso considerar o custo de quebrar as regras: é bastante vergonhoso para qualquer político ou empresa se seus assessores de comunicação ou funcionários são flagrados fazendo esse tipo de coisa. Sabemos que acontece, mas (isso acontece) com menos frequência do que a maioria das pessoas pensa.   BBC Brasil – Mas imagino que seja complicado identificar essas pessoas se qualquer um pode editar os artigos. Empresas ou partidos não podem pagar qualquer um para mudar as entradas da Wikipédia que são de seu interesse? Wales – Existe uma comunidade monitorando as informações que são colocadas em cada artigo. Se alguém não está seguindo as regras da Wikipédia é logo identificado. As pessoas não podem simplesmente deletar informações que não querem ver expostas ou escrever coisas sem atribuí-las a fontes confiáveis. Na realidade, no caso das empresas, vemos que o caminho mais efetivo (se elas querem colocar algo no site) é que nos abordem de forma transparente. Elas podem dizer: “Temos essa proposta para tal artigo”. Então a comunidade pode analisar essa proposta e decidir. O que acontece se o processo não é esse é que eles começam a escrever coisas consideradas inapropriadas e acabam banidos. BBC Brasil – A Wikipédia teve um crescimento impressionante nos seus 15 anos de existência, mas muitos dizem que a qualidade de muitos artigos é discutível. O que vocês têm feito para melhorar? Wales – Há estudos acadêmicos feitos sobre a Wikipédia que mostram que, no geral, a qualidade dos artigos não é muito diferente dos de uma enciclopédia tradicional. Isso ainda não nos satisfaz – a proposta é ser melhor que uma enciclopédia tradicional. E estamos levando a cabo uma série de iniciativas para avançar nessa questão. Uma das mais importantes é o que chamamos de Wikiprojects: as pessoas se reúnem para discutir tópicos específicos. Só para dar um exemplo, temos um Wikiproject sobre a Segunda Guerra Mundial, na qual as pessoas analisam todas as entradas relativas a esse tópico. Os artigos recebem nota e são categorizados por sua qualidade. Também é elaborada uma lista sobre o que é preciso fazer para melhorar cada um deles. BBC Brasil – Como o senhor vê a Wikipédia em 10 anos? Wales – A principal mudança em curso que deve ter um impacto no futuro do projeto tem sido o crescimento em línguas do mundo em desenvolvimento, na África, na Índia, mesmo em idiomas usados por pequenas comunidades. Também devemos continuar crescendo em acessos por celular e outras plataformas móveis. BBC Brasil – A ideia é que, com esse esforço para aprimorar a qualidade, a plataforma possa ser usada, por exemplo, em trabalhos escolares – como, no passado, as enciclopédias tradicionais? Wales – Acho que ela já é usada de forma substancial por estudantes. Sempre que falo com alunos universitários eles brincam: “Nunca teríamos nosso diploma sem vocês”. Por isso, o que deveríamos estar discutindo nas escolas não é se, e sim como usar o site. Quais são os pontos fortes e os pontos fracos dessa ferramenta, o que procurar em cada artigo. Essa deve ser uma parte importante da educação, já que tanta gente hoje se informa pela internet. Precisamos nos assegurar que os jovens e crianças estão recebendo instruções para fazer isso da maneira correta. As pessoas vão usar a Wikipédia quando saírem da escola de qualquer maneira, então é importante que sejam treinadas para isso. BBC Brasil – A internet e mídias sociais têm servido de palco para algumas pessoas com visões radicais ou extremistas. Se todos podem editar as entradas da Wikipédia, isso não se torna um problema? O que vocês fazem para garantir artigos equilibrados? Wales – Não percebemos isso como um problema. Na realidade, nossa percepção é oposta: achamos que a internet está levando à destruição do extremismo já que, com ela, as pessoas começam a ser expostas a uma grande variedade de ideias diferentes das suas e têm um maior entendimento (dos fatos). É muito difícil ser extremista em um mundo em que as informações sobre tantos temas estão tão amplamente disponíveis. Na Wikipédia, nosso estilo já é muito neutro, muito calmo, procuramos fontes confiáveis. Mas acredito que, de maneira mais ampla, na internet também estamos vendo a morte do extremismo. BBC Brasil – Veículos da imprensa dos EUA e Grã-Bretanha já o retrataram como o único ‘guru’ da internet que não ficou bilionário. Foi uma opção? Wales – Na realidade, eu também sou fundador do site Wikia.com, que é website número 17 no mundo, um projeto comercial que está dando muito certo. A (operadora móvel com rede virtual)

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Zuckerberg lança app para internet de graça

Criador do Facebook apresentou a novidade na Colômbia O criador do Facebook, Mark Zuckerberg, visitou a Colômbia para presenciar o lançamento no país do “Internet.org”, um aplicativo que permite acessar gratuitamente vários sites e serviços sem pagar pela conexão de uma rede wi-fi ou de pacotes de dados. Com o app, que poderá ser utilizado por qualquer dispositivo com sistema Android, será possível acessar, sem custos, 15 serviços que utilizam internet, como Facebook, Messenger, Wikipedia, 24 Symbols, UN Woman, Mama e Girl Effect. Divulgada por Zuckerberg e pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, a iniciativa vai “unir os nossos esforços e desenvolver aplicações e conteúdos que contribuirão para consolidar um país pacífico, mais igualitário e educado”, disse Santos. O projeto “Internet.org” nasceu há dois anos graças a uma aliança entre grandes sites e serviços da web com o criador do Facebook. O primeiro país a receber o aplicativo foi a Zâmbia, em julho do ano passado. (ANSA) Fonte: Agência Ansa

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Tópicos do dia – 27/10/2011

08:51:08 O Bardo da Stratford continua atual! Confiram: “Ah, se as propriedades, títulos e cargos Não fossem frutos da corrupção! E se as altas honrarias se adquirissem só pelo mérito de quem as detém! Quantos, então, não estariam hoje melhor dos que estão? Quantos, que comandam, não estariam entre os comandados?” William Shakespeare * Stratford-Avon, Inglaterra – 23 Abril 1564 d.C. + Londres, Inglaterra – 23 Abril 1616 d.C. 09:57:20 China: viva o capital e não se fala em ditadura. A China vai intensificar o controle sobre mídias sociais e microblogs, afirmou o Partido Comunista em um documento que marca a maior reação do governo até agora ao explosivo crescimento dos microblogs no país. Pequim decidiu reforçar o controle sobre a internet e promover conteúdo aceitável para o padrão do Partido Comunista conforme um comunicado publicado no Diário do Povo nesta quarta-feira. 10:18:42 Velozes e gozadores! Biografia não autorizada de Bernie Ecclestone, o “capo” da Fórmula 1, terá o angelical título de “Não sou um anjo”. A autoria é do britânico Tom Bower. 10:24:19 Ainda há juízes em Berlim * O juiz Gustavo Menezes, do Rio, condenou a americana Continental Airlines a indenizar em R$ 25 mil a passageira Fabíola Fantinato. Em 2010, Fabíola foi algemada por agentes gringos em pleno voo 128 (Houston-Rio) após se desentender com comissárias. * Procurem na Wikipedia, os que não sabem, a origem da expressão. 11:07:42 Dicas da “rede”. No site “Dicas de Brasília” é fácil localizar telefones de políticos e autoridades governamentais. Tem telefones e até nomes de secretárias. http://www.dicasdebrasilia.com.br/ [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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A culpa é do telefone

A discussão avança. Blogs, Twitter, internet, mensagens de textos, estão contribuindo e/ou acelerando a capacidade de mobilização das massas para se operem aos regimes? A Tecnologia da Informação tem papel político relevante no que vem acontecendo no oriente médio? Redes sociais derrubam ditadores? Aos que se interessarem pelo assunto há uma interessante matéria publicada na revista Foreign Affairs, entre Malcolm Gladwell e Clay Shirky. Clay Shirky é professor de novas mídias na Universidade de Nova York e entusiasta do livro ‘Here Comes Everybody’, publicado em 2008. Shirky entende que “ferramentas da web, como o WordPress, o Twitter ou a Wikipedia, alteram a forma como grupos podem se organizar e se comunicar.” O Editor Nada como buscar no passado episódios grotescos para justificar situações análogas no presente. Dividia-se radicalmente a população, na Espanha anterior ao golpe fascista do general Francisco Franco. As elites, os donos da terra, os militares e a própria Igreja organizavam-se para enfrentar a onda de reivindicações sociais que comunistas, socialistas, anarquistas e sindicalistas desencadeavam, muitas vezes com extrema violência. Foi quando surgiu, nos andares de cima, o diagnóstico fulminante para explicar a ebulição no porão: a culpa era do telefone, recém-implantado no país! A moderna tecnologia gerava a rebelião das massas, queixavam-se os privilegiados em seus convescotes, sermões e até órgãos de comunicação. Pois não é que entre nós a farsa se repete? Com o advento do telefone celular e sua utilização maciça pelas camadas menos favorecidas, aumentou o grau de consciência social do cidadão brasileiro. [ad#Retangulo – Anuncios – Direita]Ficou mais difícil enganar o povão com ilusões, mentiras, editoriais e falsa propaganda. O cidadão comum, em maioria pobre, carrega sua maquininha não apenas para buscar trabalho, biscates e oportunidades. Também aprendeu, com rara competência, a acionar sites e blogs que espalham notícias on-line, além de poder trocar opiniões variadas com o vizinho, o parente, o amigo e o companheiro de infortúnios. Recebe montanhas de informações e sente-se capaz de processá-las, acima e além dos pratos-feitos distribuídos pela mídia ortodoxa, pelos governantes e pela voz das elites. Assim, está o trabalhador brasileiro consciente de que a realidade é bem diferente da ficção. Um salário-mínimo de 540 reais atropela qualquer propaganda de sermos o país-maravilha, sem desemprego, alçado ao patamar das grandes potências. “Não é nada disso”, ouvirão cruzar os ares, aos montes, os tecnocratas hoje empenhados em estabelecer a censura nos celulares. Se conseguirem, é claro. Quanto aos artífices da ilusão, depois que ela for desfeita só lhes restará repetir os espanhóis daqueles tempos: a culpa foi do telefone (celular)… Carlos Chagas/Tribuna da Impensa

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Espionagem Digital

Cavalo de troia ‘Olyx’ foi encontrado junto com vírus de Windows. Praga teria sido criada na China para capturar dados de ativistas. O Editor Vírus para Mac pode ser o primeiro ligado à operação de espionagem. Um vírus para Mac OS X encontrado no final de junho pela Dr. Web está atraindo a atenção de especialistas depois uma análise da Microsoft na semana passada, indicando que o vírus pode ter uma “missão”, ou seja, estar ligado aos ataques de espionagem. A praga foi batizada de Olyx. O pacote em que ela foi encontrada promete ser uma página da Wikipedia sobre as manifestações ocorridas na cidade chinesa de Ürümqi, capital da província de Xinjiang, em 2009. O conteúdo chegou a ser proibido na China, o que indica que maiores alvos do ataque seriam pessoas tentando burlar a censura da internet no país.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A coluna responde perguntas deixadas por leitores todas as quartas-feiras. Localização de Ürümqi, na China (Foto: CC/BY-SA) As manifestações em Ürümqi envolveram atritos entre dois grupos étnicos na China. Quando a violência teve início, o governo cortou comunicações com o local e a maior parte das informações veio de fontes oficiais. O incidente teria deixado quase 200 mortos e mais de 1,5 mil feridos. Os números exatos variam dependendo da fonte. As motivações do ataque não seriam diferentes da Operação Aurora – um ataque também ligado à China – que nega as acusações – e que teria roubado dados do Google. Os principais alvos da Aurora seriam ativistas políticos usuários do Gmail. A existência da operação Aurora foi divulgada no início de 2010, mas, em junho de 2011, o Google voltou a comentar sobre ataques a usuários do Gmail, mais uma vez ligando a China ao ocorrido e com ativistas políticos entre os alvos. Brasil estava entre os países atacados pela rede de espionagem GhostNet (Foto: Reprodução/IWM) GhostNet O pacote malicioso encontrado em junho, que prometia fotos e informações sobre Ürümqi, tinha duas pragas digitais – uma para Windows e outra para Mac. A praga para Windows tem duas características curiosas. A primeira é que ela está assinada digitalmente – fato que aponta para uma sofisticação no ataque. A segunda é seu comportamento: o código é muito semelhante ao que foi usado em outra operação de espionagem, a GhostNet. A GhostNet é a mais extensa operação de espionagem digital já documentada. Ela teria infectado mais de 1,2 mil computadores em 103 países. O serviço de controle dessa rede era baseado na China, segundo os especialistas que desvendaram seu funcionamento. Segundo eles, os alvos eram ministros das Relações Exteriores, de embaixadas e de pessoas ligadas ao Dalai Lama, líder espiritual do Tibete. Não existe nenhuma evidência de que o governo chinês estaria envolvido com qualquer um desses ataques e ainda não há maneira de explicar por que uma praga semelhante à da GhostNet estaria sendo distribuída junto com um pacote que promete conteúdo sensível na China. Ataques ao Google teriam como alvo dissidentes políticos na China (Foto: Jason Lee/Reuters) Outras operações chinesas A operação de espionagem Dragão Noturno teve como alvo companhias de energia, principalmente as de petróleo. Segundo a fabricante de antivírus McAfee, os horários de maior atividade da rede eram os mesmos do horário comercial chinês – uma indicativa de que essa operação também seria de origem chinesa. O cavalo de troia do Windows disseminado junto com o do Mac também tinha semelhanças com o código do Dragão Noturno. Outra operação supostamente chinesa foi a Titan Rain, que teria começado em 2003 e atacado o governo dos EUA e várias empresas que prestam serviços e fabricam armas para o exército, além da NASA. Ameaças avançadas Independentemente da origem dos ataques, os códigos e métodos envolvidos constituem as ameaças avançadas persistentes (APTs). Ao contrário da maioria das pragas, o objetivo de uma APT não é se disseminar para toda a internet e sim atingir alvos específicos. Normalmente isso é feito com e-mails enviados diretamente – e somente – para os alvos. É por isso que o pacote com o vírus para Mac e Windoss aponta para uma possível ligação para esse tipo de ataque: uma isca incomum, mas que chegará às mãos de pessoas com um interesse específico. Como os vírus são feitos especificamente para seus alvos, a detecção da praga por antivírus costuma ser baixa. Segundo Costin Raiu, especialista em vírus da Kaspersky, Macs não são mais seguros do que Windows quando o assunto são ataques direcionados. O aparecimento do primeiro ataque direcionado para Mac serviria como uma prova do que disse o especialista, mas ainda há muitas informações pouco claras sobre o vírus Olyx e, caso ele seja mesmo uma ameaça desse tipo, o maior erro seria ignorá-lo. Altieres Rohr/ G1* *Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais, entre outras atividades. Na coluna “Segurança digital”, o especialista também vai tirar dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários.

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Noruega: manifesto do terrorista é colagem de textos

Manifesto de terrorista é colagem da internet; Brasil tem 12 citações. O manifesto de 1.516 páginas de Word deixado pelo terrorista anglo-norueguês Anders Breivik impressiona pelo tamanho, mas não pelo conteúdo. Grande parte foi produzida seguindo os preceitos da escola tecno-filosófica do CTRL+C e CTRL+V. Plágio puro e simples. Do manifesto do Unabomber a blogs de extrema-direita, de páginas de malucos em geral à Wikipedia, trechos inteiros foram copiados e colados. Há pouco de sua própria autoria. É uma colagem a que ele chama de compêndio. Quanto ao conteúdo, trata-se de um caso radical do que o crítico Roberto Schwarz certa vez chamou de “ideias fora do lugar”. Citações desconexas de autores marxistas misturadas a trechos da revista The Economist, estatísticas inventadas e passagens do Alcorão. Tudo para “provar” que a Europa está sob ataque do Islam (uma nova onda de ataque, na sua versão) e que precisa defender-se militarmente -usando todas as armas que tiver à mão, o terrorismo inclusive. Porém, antes de atacar os muçulmanos, o auto-confesso terrorista defende ser preciso combater os adversários internos que facilitam a penetração do “inimigo” no território europeu. A saber: políticos liberais, marxistas, feministas, defensores do politicamente correto, a academia e, basicamente, todo mundo que discordar de suas convicções racistas. Daí os alvos de Breivik terem sido o governo liberal norueguês e os filhos de seus líderes. Impossível não notar, todavia, que é covardemente conveniente matar adolescentes desarmados, encurralados em uma ilha sem ponte nem proteção policial, em vez de enfrentar um bando de jihadistas com experiência em combate. A nuvem de 778 mil palavras do texto mostra-se bastante repetitiva. Os termos mais citados (em inglês) são “europeu”, “Europa”, “muçulmano(s)”, “Islam/ilslâmico”, “cristão(s)”, e “ocidental”. A tentativa de fazer uma oposição “política” e “cultural” entre os dois mundos fica evidente no texto, no qual ainda têm destaque as palavras “guerra”, “militar”, “país”, “cavaleiros” e “multiculturalismo”. O Brasil recebe 12 menções no manifesto, especialmente em dois blocos. Num, o país aparece como anti-exemplo de multiculturalismo e “mistura de raças”, que seriam responsáveis pela suposta falta de coesão interna e transformariam o Brasil em um país de segunda classe. A outra menção é sobre o episódio com césio 137 em Goiânia, no final da década de 80, quando várias pessoas foram contaminadas e algumas morreram ao entrar em contato com o material radiativo. O caso é citado como lembrete de que os fanáticos devem tomar cuidado ao manipularem esse tipo de material ao prepararem “bombas” ou outros artefatos. Breivik, que se assina Andrew Berwick no texto, tenta valorizar seu trabalho intelectual escrevendo logo no começo que a elaboração do documento lhe tomou nove anos de trabalho e custou 317 mil euros. Difícil imaginar como um trabalho de copiar-colar pode ter demorado tanto tempo e custado tanto dinheiro. Parece ser mais um auto-elogio e uma tentativa de alcançar reconhecimento entre sues colegas racistas internet afora. As citações a uma nova ordem de cavaleiros templários, unidade paramilitar cristã, parecem mais um desejo do que uma realidade. O estilo de ação e de seu manifesto lembram muito mais psicopatas solitários como o Unabomber e o atirador de Realengo do que terroristas organizados como a Al-qaeda. Jose Roberto de Toledo/O Estado de S.Paulo

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