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Brasil: uma Narco República

[ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]Essas ações pontuais, emergenciais e temporãs das Forças de Segurança Brasileira, contra a violência generalizada, são inócuas. A Narco Política continuará intocável. Uma casta que já controla, de há muito, e desde o topo, o Estado Brasileiro. A Narco Política no Brasil é cínica e opera às escâncaras. Dez Kg de produtos químicos, podem desdobrar 10Kg de Pasta Base em 12 Kg de cocaína pura e 48.000 pedras de crack. Considerando a quantidade de cocaína consumida e apreendida no Brasil, deduz-se que a quantidade de produtos químicos necessários para refinar toneladas de Pasta Base, não podem ser produzidos no quintal do Zé das Couves, nem transportados em garrafas Pet na cangalha de burros tropeiros. Aos que acreditam que um Mané nos becos de morros e favelas Brasil afora comando tudo isso, recomendo esse documentário – não é fácil de encontrar, mas procurando ele aparece. Depois, é só replicar a lógica para a Taba dos Tapuias.

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‘Tanque de guerra pessoal’, o novo objeto do desejo dos super-ricos?

 Você teria um tanque de guerra na garagem de casa?  O novo mimo está sendo vendido por uma empresa dos Estados Unidos a multimilionários. Ele se chama EV2, um blindado de alta velocidade que custa centenas de milhares de dólares. “Você aperta um botão e as portas se abrem como um Lamborghini. Os bancos são revestidos de couro e acomodam até oito pessoas. Ele também possui câmera de ré e suspensão de última tecnologia”, diz Mike Howe, um dos donos da empresa que fabrica o veículo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] A ideia de criar um “tanque de luxo” partiu dele e de seu irmão gêmeo, Geoff. Eles argumentam que, graças às esteiras que protegem as rodas, o veículo pode se movimentar em alta velocidade sobre qualquer tipo de terreno, assim como o original militar. Mas, diferentemente dos tanques de guerra comuns, o blindado de luxo não tem armamentos. Mike e Geoff afirmam que há demanda pelo produto. No entanto, essa é a primeira incursão deles no mercado de luxo. Segundo os irmãos, a origem da empresa, sediada no Estado americano do Maine, remete à infância deles. “Nós sempre estávamos pensando além”, lembra Geoff. “Construímos nossa própria cabana de madeira porque outras crianças na rua tinham uma casa na árvore que o pai delas ajudou a construir. Eu e Mike não tínhamos uma figura paterna. Então, tivemos de construi-la por conta própria. Queríamos fazê-la maior e melhor”, acrescenta. Com o passar do tempo, as cabanas de madeira evoluíram para veículos atípicos. Quando estavam na universidade, os irmãos Howe transformaram um ônibus em um palco móvel para a sua própria banda de rock. Em seguida, ficaram obcecados com a ideia de criar um veículo com rastreio de alta velocidade. Depois de anos de trabalho, eles terminaram construindo um pequeno tanque, que batizaram de Ripsaw. O veículo chamou atenção das Forças Armadas dos EUA, que acabaram encomendando versões tripuladas e não tripuladas para pesquisa e desenvolvimento. Como resultado do interesse dos militares americanos, os irmãos conseguiram transformar o que era um hobby em um negócio, mas enfrentaram desafios técnicos. Por exemplo, o fato de que quanto mais rápido um veículo de rastreio se movimenta, maior é a chance dele perder estabilidade. “É como se fosse um pneu saindo de um carro”, explica Mike. Problemas de engenharia como esses se provaram difíceis de serem solucionados. Os irmãos foram, então, buscar respostas para além do mundo automobilístico, e aprenderam lições de outros campos, como a tecnologia empregada em motosserras. Hollywood Na medida em que ganharam experiência, eles expandiram sua gama de produtos, incluindo sistemas robóticos capazes de desarmar bombas, e a Ripchair, uma cadeira de rodas ‘off-road’ com esteiras. Hollywood também começou a mostrar interesse pelos irmãos e os veículos começaram a aparecer em grandes produções, como os filmes GI Joe 2 e Mad Max: Estrada da Fúria. Foi a colaboração com a indústria cinematográfica que levou o negócio a uma nova direção. Um dia, os irmãos receberam um telefonema de alguém que dizia trabalhar para um multimilionário que havia visto um dos veículos deles no cinema. Ele queria uma versão sob medida do Ripsaw para uso recreativo. Inicialmente, os irmãos disseram ter ficado surpreendidos com o pedido, mas decidiram materializar a ideia. O resultado foi o EV2. Mike e Geoff afirmam que lidar com o mercado de luxo representa um novo desafio para eles. “Há uma curva de aprendizado”, explica Geoff. Uma das maiores dificuldades, segundo eles, é estabelecer linhas de comunicação “claras”. Geoff diz que raramente fala de forma direta com os compradores finais – por isso, é vital garantir que os desejos deles sejam atendidos, e não dos intermediários. O alto custo do EV2 representa outro obstáculo. Por causa da grande quantidade de dinheiro em jogo, os irmãos precisam verificar se os clientes potenciais podem bancar os custos do veículo.

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NYT’ destaca ameaça de terrorismo na Rio 2016

Reportagem também fala da criminalidade em ascensão na cidade  O jornal norte-americano The New York Times traz na edição desta quinta-feira (4) uma matéria sobre a Olimpíada Rio 2016, que começa nesta sexta (5). O editorial analisa que os líderes locais e a sociedade brasileira estão mal preparados para uma ameaça de ataque terrorista como aqueles em Munique, em 1972, e Atlanta, em 1996. Eles não têm experiência com o problema e não têm recursos humanos e financeiros suficientes. Além disso, a estrutura da segurança pública no país é fraca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A cooperação internacional está ajudando, mas o Brasil deve enfrentar o desafio e melhorar as suas instituições no futuro. O texto do New York Times lembra que no dia 21 de julho a Polícia Federal prendeu 12 suspeitos sob a acusação de tentativa de estabelecer conexões com o Estado islâmico. As prisões foram realizadas sob uma nova lei antiterrorismo que entrou em vigor este ano. Os suspeitos, que se chamavam “Defensores da Shariah”, têm sido ridicularizados na mídia social por falta de armas militares ou de formação, e por nem sequer saber um do outro, além da utilização de serviços de mensagens móveis como WhatsApp e Telegram. Mas homens com perfis semelhantes cometeram massacres em Nice e Munique. > > The New York Times No Game: The Olympics, Rio and Terror The New York Times afirma que homens presos no Brasil por suposta combinação de ameça terrorista tem perfis semelhantes aos que cometeram massacres em Nice e Munique Há uma razão histórica que torna difícil até mesmo discutir a questão do terrorismo no Brasil. Entre os anos 1964 e 1985 a ditadura usou a palavra “terroristas” para classificar grupos pacíficos que se opunham a ele. Desde então, sob o regime democrático, a liderança política tem evitado usar esta palavra. Os grupos fundamentalistas, como a Al Qaeda ou o Estado islâmico, estão longe de ser a realidade dos brasileiros, que há mais de um século convivem com uma grande comunidade árabe – de sete a dez milhões, incluindo o presidente interino, Michel Temer, um filho de imigrantes libaneses – próspera e bem integrada, comenta o The New York Times. Os brasileiros estão lidando não só com a inexperiência das autoridades com o terrorismo, mas também com a falta de recursos de segurança. O Rio de Janeiro está passando por um colapso financeiro; bombeiros, médicos, policiais e professores ficam sem receber seus salários. Às vezes, não há dinheiro para suprimentos básicos, como a gasolina para carros da polícia. O New York Times acrescenta que a atual crise política, incluindo o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, e a pior recessão econômica em 25 anos fez com que um maioria da população se colocasse contra ou indiferente aos Jogos Olímpicos – apenas 40 por cento dos brasileiros acreditam que tal evento seja bom para o país. O governo está focado no risco de lobos solitários, inspirado por grupos fundamentalistas, que pode se direcionar a delegações estrangeiras. Apesar da forte cooperação internacional, a polícia brasileira e os serviços de inteligência não têm agentes e especialistas com experiência sobre o modus operandi do Estado Islâmico, diz o The New York Times. Há também uma preocupação com a taxa de homicídios em ascensão no Rio de Janeiro. O governo informou 2.100 assassinatos de janeiro a maio deste ano, um aumento de 13 por cento sobre o mesmo período em 2015. A cidade é dominada pelo crime, com a circulação descontrolada de armas automáticas e policiais despreparados. A Força Nacional, que é encarregado de proteger instalações desportivas durante os Jogos Olímpicos, está sendo coagida pelos grupos paramilitares em áreas pobres, restringindo os movimentos dos oficiais e estabelecendo regras para o seu comportamento – por exemplo, proibindo-os de ir a bares nestes comunidades. Para a maioria dos brasileiros, crime todos os dias é uma ameaça muito mais iminente do que o terrorismo. Mas isso não faz a ameaça do terrorismo menos perigoso ou real, finaliza o The New York Times. JB

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No Rio, a violência se retroalimenta

Policiais são caçados da mesma forma que caçam criminosos em operações nas favelas, num ciclo vicioso de violência. Situação da segurança pública na cidade olímpica é de falência, e quem paga o preço é a sociedade. ONG faz protesto em memória de policiais mortos em ação no Rio: somente neste ano, 62 foram assassinados. A praticamente duas semanas do início dos Jogos Olímpicos, a situação da segurança pública no Rio de Janeiro é de total falência, segundo ONGs, especialistas e os próprios policiais, com uma verdadeira guerra instaurada entre PMs e traficantes.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A violência, na verdade, se retroalimenta: somente neste ano, 62 policiais foram assassinados e 260 foram feridos por armas de fogo – pelo menos um por dia – de acordo com números do deputado estadual Paulo Ramos (PSOL), que preside a CPI da Morte de Policiais na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). Policiais passaram a ser caçados da mesma forma que caçam criminosos em operações nas favelas. E ambos os lados atiram para matar. No início do mês, um relatório sobre violência policial publicado pela ONG Human Rights Watch mostrou que, no ano passado, pelo menos 645 pessoas foram mortas pela polícia em situações questionáveis. “A política de segurança pública se baseia na eliminação do inimigo, sempre foi assim”, resume Paulo Ramos. “Agora, os policiais, especialmente os militares, estão pagando um preço muito alto por essa política porque, neste momento, a política é de extermínio de ambos os lados, e eles estão sendo caçados. É uma falência total da segurança pública que precisa ser assumida pelo estado.” Protesto de policiais e bombeiros no aeroporto internacional do Rio: situação da segurança pública na cidade é de falência O historiador Marcos Bretas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em história da polícia, concorda com o deputado. “Na relação da polícia com a criminalidade, um lado faz a violência do outro escalar. Se enfrento um inimigo terrível, tenho que ser terrível também, essa é a lógica. O lado perverso é que, a partir dos anos 80, os criminosos passaram a ter acesso a armas que não são de crime urbano, a armamento de combate, fuzil, granada”, afirma Bretas. “E quando tem que enfrentar um criminoso assim, a polícia também quer armas iguais – que obviamente não são armas de controle urbano. Se você entra numa favela com um fuzil, o tiro vai atravessar a parede, vai ter bala perdida. Isso não aumenta a eficácia da polícia, mas sim o seu poder destrutivo.” “É um trunfo matar policial” De acordo com a Human Rights Watch, muitas das mortes atribuídas a policiais em confronto são, na verdade, assassinatos extrajudiciais. “A polícia atira em pessoas desarmadas, atira pelas costas em fugitivos e executa indivíduos que já estão imobilizados com tiros na cabeça”, indica o relatório. Ainda de acordo com o documento, a polícia paga um preço alto por essas execuções. Os assassinatos alimentam um ciclo de violência que coloca em risco a vida dos policiais que trabalham em áreas com altos índices de violência, compromete sua capacidade de trabalho, pondo em risco a sociedade como um todo. Se o suspeito sabe que a forma de atuação da polícia é matar, ele nunca vai se render, sua primeira reação será atirar. As maiores vítimas são os policiais que não estão em serviço, que são mais vulneráveis. Um em cada seis mortos no crime de latrocínio (roubo seguido de morte) é policial. Num universo de 48 mil PMs, 9 mil policiais civis e 16 milhões de habitantes no estado, dá para afirmar sem medo de errar que eles são alvos. “Hoje, os bandidos caçam policiais, é um trunfo matar um policial; é uma sentença de morte para um policial se a sua identidade for revelada”, afirma o presidente da Coligação da Polícia Civil, Fábio Neira. “Há 30 anos, quando entrei na polícia, era muito diferente: eles poupavam a vida do policial”. Neira não concorda, no entanto, que a violência seja uma resposta às ações violentas da própria polícia. Para ele, o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), ao ser bem sucedido num primeiro momento, fez com que muitos criminosos deixassem de traficar drogas e fossem cometer outros crimes longe das favelas, onde acabaram tendo que enfrentar policiais. Para especialistas, armas utilizadas pela polícia são erradas: não aumentam a eficácia, mas sim o seu poder destrutivo Fracasso das UPPs O fracasso das UPPs, por sua vez, acabou conflagrando a situação nas comunidades e expondo ainda mais os policiais. Na análise do policial, as UPPs não atingiram sua meta original, em primeiro lugar, porque não deram segmento ao projeto, com a ocupação social das comunidades. Por outro lado, diz, o efetivo de policiais civis foi muito reduzido e decidiu-se pelo investimento prioritário no policiamento ostensivo, em vez de na investigação. “De acordo com uma lei de reestruturação dos quadros da polícia civil em vigor desde 2001, era para termos hoje 22 mil homens”, diz. “Não temos nem dez mil. E são quase 50 mil PMs. É desproporcional isso. É muita ocupação, prevenção e nada de investigação. E não é só o efetivo, estamos sucateados. Não temos verba para combustível, papel higiênico, para nada”, acrescenta o policial. Os especialistas concordam que as áreas mais centrais dos Jogos Olímpicos estarão seguras por conta do policiamento extra de militares e da segurança nacional. Mas eles temem pelo que pode acontecer em outras regiões. “Hoje, na situação em que nos encontramos, não conseguimos atender às demandas da sociedade. Como vamos dar conta de qualquer demanda extraordinária?” DW

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Brasil: Falência do sistema prisional – A guerra entre a Constituição e a população

Colunista volta a apontar a “kleptocracia” com raiz de muitos males, no Brasil e fora dele. “Pelo nível de fúria das populações, cabe prognosticar ventos prósperos ao populismo radical no mundo todo.O sonho de uma selva civilizada, lamentavelmente, foi adiado novamente” Por Luiz Flávio Gomes País de criminalidade explosiva. Descumprimento generalizado das leis. Tradição de desordem (Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil, p. 188). A população quer o encarceramento do maior número possível de “bandidos” (não importa a classe social deles, ricos ou pobres). O Estado reage e gera uma explosão carcerária (mais de 600 mil presos). Quarto país do mundo que mais prende. Mas não constrói os estabelecimentos adequados. O que fazer com o preso que tem direito a regime prisional menos severo e não há vaga?[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Esse é o conflito que a Súmula Vinculante (SV) 56 do Supremo Tribunal Federal (STF) enfrentou. Ela foi editada em 29 de junho de 2016 e é de cumprimento obrigatório por todos, incluindo os juízes. Decidiu o STF: “Não havendo vaga [por culpa, evidentemente, do Estado], o preso não pode ficar no regime prisional mais severo, devendo ir para situação menos gravosa”. Detalhe: não se faz a progressão per saltum (Súmula 491, do Superior Tribunal de Justiça). O preso vai, na prática, para uma situação melhor, mas juridicamente continua no regime fixado na sentença. Quando surgir vaga, volta a cumprir pena no estabelecimento correspondente. Se cumprir todo tempo, julga-se extinta a pena. Por que o STF fez isso? Porque a falência dos serviços públicos é nítida e indiscutível (veja o caso do Rio de Janeiro, por exemplo). O sistema prisional entrou em colapso. Por culpa do Estado (cujas receitas são roubadas diariamente, sobretudo pelas elites políticas e empresarias), quem deveria permanecer encarcerado, agora será favorecido (vai para situação mais branda, podendo ser a rua). O Estado não cumpre seu papel porque o dinheiro se tornou escasso. A kleptocracia (governos e empresários ladrões – com “k”, é neologismo) desvia o que pode (veja a Lava Jato) e está pouco se lixando para a população, que está enfurecida. A indignação aumenta a cada dia, porque incrementa a sensação de abandono. Tudo era para funcionar equilibradamente na selva (no “estado de natureza” de Hobbes). A cada habitante da área caberia direitos, deveres e responsabilidades. Mas as raposas kleptocratas abocanham quase tudo de todos. Definhou o Estado, prejudicando seriamente o povo (de cuja soberania emanaria todo poder). Soberanos, na verdade, na selva, são as elites e as oligarquias políticas e empresariais (os leões e as raposas). Mandam em tudo e em todos. É o poder do dinheiro. Ciência, tecnologia e dinheiro é a santíssima trindade secular (Eduardo Giannetti). O dinheiro “compra” inclusive a democracia (financiando as campanhas eleitorais), que deixou de servir o povo para satisfazer a ganância dos leões e das raposas. A instrumentalização da democracia é uma das manifestações do “estado de natureza” de Hobbes (situação de guerra de todos contra todos, que conduz ao salve-se quem puder, porque a lei imanente da selva é a do mais forte). O mais forte “compra” as leis que lhe interessa e ainda faz com que o Estado não cumpra suas obrigações (daí o colapso nos serviços públicos). As leis encomendadas pelos donos do poder são “democráticas” porque aprovadas pelos “representantes do povo” (que, na verdade, não representam o povo coisa nenhuma). O sistema jurídico projetado em 1988 para pôr ordem na selva está se desmoronando. A lei fala em regimes prisionais (fechado, semiaberto e aberto). O que está programado na norma, no entanto, não bate com a realidade. Descompasso. O Estado projetado (criatura espiritual) opõe-se ou não tem aderência à “essência íntima do empírico” (Holanda). Discracia. O regime jurídico elaborado para trazer paz e tranquilidade para a selva (civilizando-a) não corresponde à realidade complexa e dinâmica. Daí o conflito (entre o que está na Constituição, na lei e a vontade popular). Para complicar mais ainda: a vontade popular, no campo punitivo, vem revestida de uma forte ideologia punitivista (populismo penal e midiático), que busca ignorar por completo o liberalismo político (desenhado nos séculos XVII e XVIII). O populismo é contra tudo que ameaça a harmonia e a integridade da comunidade do povo. Sua cultura é coletiva, não individualista. É pós-iluminista. Os direitos individuais devem sucumbir diante do valor maior da paz coletiva, da saúde do organismo nacional. A Constituição (que foi feita para reger todas as relações da selva, leia-se, do “estado de natureza”, elevando-o para a civilização) contempla precisamente os direitos liberais esgrimidos por Stuart Mill e tantos outros e conquistados pela burguesia francesa (em 1789), quando derrubou a monarquia absolutista que nada respeitava. Esses leões e raposas tiram agora, da população (veja a Lava Jato), o que os reis lhe tiravam até o século XVIII (a oportunidade de prosperar). A relação entre o populismo midiático oclocrata e a Constituição é, por conseguinte, de muita tensão. Que se agrava nos momentos de crise, quando o povo está mais irado (porque se sente desprotegido e enganado diante das promessas de que teria uma selva ordenada e cheia de oportunidades). Às vezes o STF, mesmo contrariando a Constituição, atende aos reclamos populistas (por exemplo, no caso do cumprimento da pena imediatamente após o julgamento de segundo grau). Outra vezes ele se atém à literalidade da Carta Magna ou das leis (como no caso da SV 56). Aí as faíscas pululam. As crispações se agudizam. As aporias eclodem. O povo se sente impotente e desprezado. Se conforma, mas com o grito na garganta. Nem o leão e a raposa da selva (as elites políticas e econômicas que comandam o país) conseguem domar as decisões finais vinculantes da Corte Máxima. Eles tentam interferir no julgamento (quando podem – vejam o áudio do Sérgio Machado). Mas respeitam ou toleram o resultado. O jogo prossegue. Para eles, não está nada desfavorável. Onde deságuam as frustrações do povo com a Constituição, com o STF e demais juízes, com a política, com os políticos, com os empresários

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Uma atleta baleada na cabeça e outras histórias do ‘inferno’ da insegurança no Rio às vésperas dos Jogos

Aos 27 anos, Anna Paula Cotta sonha em ser uma atleta olímpica, mas, para os Jogos do Rio, na sua cidade natal, ela tem um desafio maior: recuperar-se do tiro que levou na cabela durante um assalto. Atleta de tiro esportivo, Anna Paula Cotta levou um tiro na cabeça durante um assalto “É uma coisa meio pesada pela qual muita gente passa. Você vê na televisão todos os dias… Todos os dias, alguém morre”, diz Cotta, que pratica tiro esportivo, em voz baixa. “Mas, graças a Deus, estou aqui”, acrescenta ela durante uma entrevista concedida à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, na intimidade de sua casa, a primeira depois de se tornar mais uma vítima da violência carioca, há menos de um mês. O crime ocorreu em 9 de junho em plena avenida Martin Luther King, uma importante artéria viária da Zona Norte do Rio, a menos de 500 metros da delegacia de polícia do bairro de Inhaúma. Por volta das 5h00 da manhã, Cotta estava dirigindo sozinha em um pequeno carro amarelo para ajudar na empresa de transportes de seu pai, que, aos 63 anos, luta contra um câncer. Ressonância magnética mostra o dano causado pela bala no crânio de Cotta Logo, ela se deparou com um grupo de assaltantes armados que haviam parado o trânsito para roubar dinheiro e celulares de motoristas, uma prática frequente na cidade. Ela tentou passar. Os ladrões abriram fogo. Seu automóvel foi alvejado seis vezes. Um dos tiros atingiu o osso frontal de seu crânio. O carro seguiu em frente por vários metros até bater contra um muro. Cotta ficou ali, imóvel, sangrando e indefesa. ‘Bem-vindos ao inferno’ Falta praticamente um mês para o começo dos Jogos Olímpicos Rio 2016, e os índices de criminalidade sobem de forma alarmante no Estado anfitrião do evento. Só em maio, foram denunciados 9.968 roubos nas ruas, 42,9% acima do mesmo mês do ano anterior, indica o Instituto de Segurança Pública (ISP), vinculado ao governo fluminense. Houve 2.083 homicídios dolosos no Estado do Rio entre janeiro e maio, um aumento de 13,6% em relação ao mesmo período de 2015. ‘Bem-vindos ao inferno’, dizia a faixa em protesto contra o atraso de salários de policiais e bombeiros do Rio – Image copyright AP Quebrado financeiramente, o governo do Rio decretou em junho “estado de calamidade pública”, para receber R$ 2,9 bilhões do governo federal, destinados à area de segurança, o que inclui o pagamento de salários atrasados de policiais. “Bem-vindos ao inferno”, dizia em inglês uma faixa que, nesta segunda-feira, voltou a ser exibida por um grupo de policiais no aeroporto internacional do Rio para protestar contra o atraso dos salários. “Policiais e bombeiros não estão sendo pagos, quem vier ao Rio de Janeiro não estará seguro.” O ato foi idêntico ao realizado uma semana antes, e, apesar de bastante criticado por empresários de turismo, está evidente a deterioração da segurança para quem vive na cidade ou acompanha as notícias locais. Só na última semana de junho, morreu baleado em um assalto um policial que integrava a equipe de segurança do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e um cadáver mutilado apareceu nas areias de Copacabana, onde serão realizadas as disputas de vôlei de praia. Além disso, uma médica que dirigia pela Linha Vermelha, na Zona Norte da cidade foi assassinada com um tiro na cabeça. A polícia investiga se foi uma execução ou um assalto com um desfecho mais triste que o de Cotta. Boa pontaria Além de atleta, Cotta é psicóloga da Marinha e cursa um mestrado em Administração de Empresas “Sempre quis competir nos Jogos. Tentei em várias modalidades, e nunca fui boa em nada”, diz a atleta, que tem olhos negros e um sorriso generoso. Mas, um dia, ela descobriu o tiro esportivo. Assistia às transmissões de Olimpíadas pela TV junto com sua mãe quando “apareceu um senhor de idade gordinho atirando”. “Isso! Encontrei”, lembra-se de ter dito na ocasião. Até aquele momento, as armas nunca haviam despertado seu interesse. Quando passou a praticar o esporte, em 2010, começou com uma pistola de ar comprimido, porque achava que seria menos perigosa do que uma de fogo. Quase imediatamente, notou que tinha boa pontaria. Subiu no ranking, entrou para a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo e, em maio, participou da Copa do Mundo, na Alemanha. Queria se classificar para os Jogos, mas não conseguiu. Acredita que faltou tempo: com algumas competições e pontos a mais somados no ranking, talvez tivesse obtido a classificação. Tempo sempre foi algo que faltou no dia a dia de Cotta: além de ser atleta e ajudar o pai, é psicóloga da Marinha e cursa um mestrado em Administração de Empresas. Sua mãe, Jussara, uma aposentada de 64 anos, lembra que, na noite de 8 de junho, Cotta disse estar cansada e a surpreendeu com perguntas de teor filosófico: “Para que nascemos? Para que estudamos tanto? Para que trabalhamos?” “Você nasceu para fazer coisas boas”, respondeu sua mãe. Seis horas despois, a jovem levou um tiro. Resgate de cinema e ‘pacificação’ em xeque Alguns acontecimentos recentes no Rio ligados à violência tiveram aspectos cinematográficos. Em 19 de junho, um domingo, cerca de 20 homens armados resgataram um narcotraficante internado em um hospital sob custódia policial, matando uma pessoa e deixando outras duas feridas. O hospital, localizado no Centro do Rio, é uma das unidades de referência para os 700 mil turistas esperados na cidade durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. As mortes pelas mãos de policiais também têm aumentado neste ano: apenas em maio, foram 84 em todo o Estado, 90,9% acima do mesmo mês do ano passado, segundo dados do ISP, que inquietam defensores de direitos humanos. Por sua vez, seis policiais morreram em serviço naquele mês, um a mais tendo como base a mesma comparação. Nos últimos dias, a polícia realizou uma série de operações para capturar criminosos em favelas da cidade, gerando cenas de pânico. A polícia tem realizado operações em favelas do Rio para combater a

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Brasil: a violência e a corrupção são xifópagos

Bom dia otimistas! Lava-Jato 170 políticos investigados; 70 políticos indiciados; 1 réu. Eduardo Cunha! Obrigado STF! Os corruptos te saúdam! Rio de Janeiro 14 assaltos por hora; 1.700 homicídios em 4 meses! O inferno os espera políticos cariocas! Ps. 1. No Brasil tragédia e esquemas malignos se repetem continuamente. PS. 2. Plebiscito para decidir quem ficará para apagar a luz. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Rio de Janeiro – Violência – Homicídios

Os ‘desgovernantes’ do Rio de Janeiro, ratos de esgotos da peste negra, calhordas, safados, sacanas, incompetentes, irresponsáveis, pústula, escrotos, alegam que a área onde a médica foi assassinada não é área de competência do Zé, o Zé diz que era do Mané, o Mané diz que era do Chico… Entendi: a responsabilidade foi da vítima que saiu de casa em um país desgovernado por uma “canaia” que mereciam sessões ‘Torquemadianas’, antes da prisão perpétua com trabalho forçados. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Olimpíadas: Austrália exige reforço de segurança para Rio 2016

Após atleta australiana ser assaltada na cidade, país envia carta com exigências ao prefeito Eduardo Paes e diz que estuda levar segurança privada para os Jogos e impôr toque de recolher a seus esportistas. Kitty Chiller anuncia envio de carta a Paes e comitê organizador pedindo mais segurança Após uma atleta paralímpica da Austrália ter sido assaltada no Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico Australiano exigiu nesta terça-feira (21/06) que a cidade reforce imediatamente a segurança antes que algo mais grave aconteça. “Exigimos que o número das forças de segurança seja revisto e que elas sejam destacadas antecipadamente, especialmente perto das instalações de treinos e competições”, disse a chefe de missão da equipe olímpica australiana, Kitty Chiller. Os pedidos foram enviados em uma carta para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e para o comitê organizador da Rio 2016.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A velejadora paralímpica australiana Liesl Tesch e a fisioterapeuta Sarah Ross foram assaltadas no domingo no Aterro do Flamengo, uma zona turística do Rio e local de treinamento de vários atletas. As duas foram abordadas por dois homens armados, que levaram suas bicicletas. Em entrevista a uma emissora de televisão australiana, Tesch disse que o assaltante apontou a arma em sua direção e a empurrou. A atleta chegou a cair no chão. “Foi absolutamente horrível. Nós estamos abaladas, mas fisicamente bem”, relatou. “Não foi um incidente isolado. Chegou o momento de tomar medidas para garantir a segurança a todos os membros de nossas equipes que forem ao Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos”, ressaltou Chiller. Além de Tesch, o velejador espanhol Fernando Echavarri foi assaltado na cidade por homens armados no mês passado e, no início de junho, a atleta de tiro brasileira Anna Paula Desborusses foi baleada na cabeça ao tentar fugir de um assalto. Medidas extras Após o incidente, o Comitê Olímpico Australiano decidiu ainda contratar empresas de segurança privadas e está cogitando ampliar a proibição imposta a atletas de visitar favelas para outras áreas da cidade e impor um toque de recolher. Chiller disse que os atletas foram orientados sobre como agir em casos de assalto. Entre as recomendações, está entregar os pertences e não reagir. “Se estamos levando 750 pessoas no nosso time, queremos que as 750 pessoas voltem a salvo e em segurança”, reforçou Chiller. Os organizadores dos Jogos Olímpico no Rio de Janeiro planejaram 85 mil policiais para patrulhar a cidade, o dobro do número usado em Londres no evento de 2012.

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Massacre na Flórida, mídia e homofobia

A mídia homofóbica brasileira continua realçando que […]”o massacre na ‘boate gay’ na Florida”[…] Pergunto eu aos doutos: Caso o atentado houvesse ocorrido em uma boate hétero, a mídia nojenta realçaria nos noticiários que […]”o massacre na ‘boate hétero’ na Florida”[…]? Orlando possui a mais frouxa legislação para compra de armas nos USA, uma nação de quatro pés em reverência ao deus das armas. Não é exigido nenhum tipo de licença, registro, antecedentes criminais, identidade… Por lá é mais fácil comprar um fuzil AK45 do que uma aspirina em uma farmácia. Aí vêm as “otoridades”, todas de todos os matizes ideológicos, com o velho “trololó” cínico de que estão “horrorizados com essa barbárie”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] PS. Aliás – lá vou eu com minhas reflexões conspiratórias. No momento em que Mr. Obomba e Mrs. Hilária esgrimem o “blá-blá-blá” de controle de armas – acham que ninguém sabe o poder da NRA – um “atentado” desses, e cometido por homofóbico islâmico, cai bem no colo do Trump que defende o armamentismo e a expulsão de todos os islâmicos das terras do Tio Sam.  

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