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Os sapatos do William Bonner

William Bonner, do Jornal Nacional, costuma dizer que todas as noites sua equipe tenta colocar um elefante dentro de uma caixa de sapatos. Sempre conseguem. Trata-se da configuração do jornal de maior audiência na TV brasileira. Significa que grande quantidade das notícias produzidas é jogada na lata do lixo e outras tantas somente são divulgadas após lapidar edição que envolve a escolha de enquadramentos, incidências e aparas. Por ficarem de fora, não serão discutidas pelo público: o “lixo”, outros enquadramentos, outras incidências, outras maneiras de ver e de apresentar os temas. É o que se denomina agendamento (agenda setting), teoria bastante conhecida em todo o mundo por qualquer estudante de comunicação, desde os anos 70, que revela como os meios de comunicação determinam a pauta (agenda) para a opinião pública. Ou seja, resolvem o que e de que forma – de que ângulo, de que ponto de vista, sob que aspecto ou profundidade – nós, indefesos leitores/ouvintes, devemos discutir a história de cada dia. Pois, para muitos, o que não deu no Jornal Nacional, a caixa de sapatos de Bonner, não aconteceu. Tem-se no agendamento o instrumento de impor ao leitor/ouvinte uma carga de opiniões político-ideológicas ou culturais que interessam às instâncias de poder vinculadas aos donos do veículo de comunicação. Dito de outra forma, a linha ideológica nasce de modo “espontâneo”, das necessidades dos profissionais da comunicação de manter uma relação de boa convivência e conforto em seus postos de trabalho. Ou seja, a linha ideológica da notícia nasce não só do perfil intelectual e cultural do jornalista, de suas relações e afinidades ou do seu compromisso social, mas também e sobretudo do tipo de (in)dependência profissional com seu veículo empregador.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] De qualquer forma, para a unanimidade dos estudiosos não há isenção na produção de qualquer matéria jornalística, mesmo a que não é rotulada como opinativa. E assim, o ouvinte/leitor recebe o “benefício” do agenda setting para não precisar pensar. Já na década de 20, dizia o Estadão: “Um verdadeiro jornal constitui para o público uma verdadeira bênção. Dispensa-o de formar opiniões e formular ideias. Dá-lhes já feitas e polidas, todos os dias, sem disfarces e sem enfeites, lisas, claras e puras” (Editorial do O Estado de São Paulo, de 14/01/1928). Pode-se inferir então que um mergulho no “lixo” e nas aparas, e um exame por ângulos e critérios ideológicos diversos no noticiário jornalístico, certamente produziriam caixas de sapatos diferentes da de Bonner. Um mergulho e um exame que serão facultados a qualquer ouvinte/leitor quando o veículo de comunicação lhe oferecer os diversos ângulos e a totalidade dos fatos, para que exerça criticamente sua análise e sua escolha. Será, enfim, a oportunidade de poder formar sua opinião, sua versão dos fatos. Para que isso aconteça, a sociedade precisa se dar conta de que existe um direito que a Constituição lhe garante: o Direito à Informação. Informação em sua integralidade, que permita acesso a uma leitura crítica, personalizada, liberta das amarras opinativas unidirecionais viciadas. Democraticamente aberta a múltiplas interpretações e juízos. Múltiplas caixas de sapatos…

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Globo e preconceito

Jornalismo da Globo continua destilando preconceito. Trata a união civil de pessoas do mesmo sexo como “casamento gay”.

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Jornalistas e juízes podem ser amigos?

Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, diz que faltou pudor ao colunista Merval Pereira como também aos ministros do STF, Gilmar Mendes e Ayres Britto, que prestigiaram o lançamento do seu livro em Brasília; segundo ele, há uma relação incestuosa entre o Judiciário e a mídia. Já falei de Mensalão, o livro de Merval. Volto ao assunto, depois de ver fotos do lançamento em Brasília. Figuras eméritas da Justiça Nacional correram, sorridentes, a prestigiar a cerimônia… [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]O pudor, se não a lei,  deveria impedir este tipo de cena. Veja as expressões de contentamento e cumplicidade. Que isenção se pode esperar da Justiça brasileira em casos relevantes que porventura envolvam Merval e, mais ainda, a Globo?Mas o pudor se perdeu há muito tempo. Em outra passagem imoral desse  interesseiro caso de amor entre mídia e justiça, o ministro Gilmar Mendes compareceu sorridente, em pleno julgamento do Mensalão, ao lançamento de um livro de Reinaldo Azevedo em que os réus eram massacrados. Ali estava já a sentença de Gilmar. O grande editor Joseph Pulitzer escreveu, numa frase célebre, que “jornalista não tem amigo”. Ele próprio viveu em reclusão para evitar que amizades influenciassem os rumos do jornal que comandou. Para que você tenha uma ideia da estatura de Pulitzer, foi ele quem rompeu com a tradição de publicar as notícias na ordem cronológica. Ele estabeleceu a hierarquia no noticiário. Estava inventada a manchete,  bem como a primeira página. Era um idealista. “Acima do conhecimento, acima das notícias, acima da inteligência, o coração e a alma do jornal reside em sua coragem, em sua integridade, sua humanidade, sua simpatia pelos oprimidos, sua independência, sua devoção ao bem estar público, sua ansiedade em servir à sociedade”, escreveu. Tinha uma frase que me tem sido particularmente cara na carreira: “Jornalista não tem amigo.” Como a “Deusa Cega da Justiça”, afirmava Pulitzer, ele ficava ao largo das inevitáveis influências que amizades com poderosos trazem. “O World [seu jornal], por isso, é absolutamente imparcial e independente.” Merval tem muitos amigos, como se vê na foto deste artigo. Não é bom para o jornalismo que ele faz. E pior ainda é que ele é correspondido no topo da Justiça brasileira. Juízes, como os jornalistas, não deveriam ter amigos, como pregou Pulitzer. Pelas mesmas razões. Os nossos têm, e parecem se orgulhar disso, como se vê na foto acima. Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo

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Jornal Nacional é feito para o QI do Homer Simpson

“Perplexidade no ar. Um grupo de professores da USP está reunido em torno da mesa onde o apresentador de tevê William Bonner realiza a reunião de pauta matutina do Jornal Nacional, na quarta-feira, 23 de novembro. Alguns custam a acreditar no que vêem e ouvem. A escolha dos principais assuntos a serem transmitidos para milhões de pessoas em todo o Brasil, dali a algumas horas, é feita superficialmente, quase sem discussão. Os professores estão lá a convite da Rede Globo para conhecer um pouco do funcionamento do Jornal Nacional e algumas das instalações da empresa no Rio de Janeiro. São nove, de diferentes faculdades e foram convidados por terem dado palestras num curso de telejornalismo promovido pela emissora juntamente com a Escola de Comunicações e Artes da USP. Chegaram ao Rio no meio da manhã e do Santos Dumont uma van os levou ao Jardim Botânico. A conversa com o apresentador, que é também editor-chefe do jornal, começa um pouco antes da reunião de pauta, ainda de pé numa ante-sala bem suprida de doces, salgados, sucos e café. E sua primeira informação viria a se tornar referência para todas as conversas seguintes. Depois de um simpático ‘bom-dia’, Bonner informa sobre uma pesquisa realizada pela Globo que identificou o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se que ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo. Na redação, foi apelidado de Homer Simpson. Trata-se do simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão em todo o mundo. Pai da família Simpson, Homer adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. É preguiçoso e tem o raciocínio lento.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A explicação inicial seria mais do que necessária. Daí para a frente o nome mais citado pelo editor-chefe do Jornal Nacional é o do senhor Simpson. ‘Essa o Homer não vai entender’, diz Bonner, com convicção, antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, o telespectador brasileiro médio não compreenderia. Mal-estar entre alguns professores. Dada a linha condutora dos trabalhos – atender ao Homer -, passa-se à reunião para discutir a pauta do dia. Na cabeceira, o editor-chefe; nas laterais, alguns jornalistas responsáveis por determinadas editorias e pela produção do jornal; e na tela instalada numa das paredes, imagens das redações de Nova York, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, com os seus representantes. Outras cidades também suprem o JN de notícias (Pequim, Porto Alegre, Roma), mas elas não entram nessa conversa eletrônica. E, num círculo maior, ainda ao redor da mesa, os professores convidados. É a teleconferência diária, acompanhada de perto pelos visitantes. Todos recebem, por escrito, uma breve descrição dos temas oferecidos pelas ‘praças’ (cidades onde se produzem reportagens para o jornal) que são analisados pelo editor-chefe. Esse resumo é transmitido logo cedo para o Rio e depois, na reunião, cada editor tenta explicar e defender as ofertas, mas eles não vão muito além do que está no papel. Ninguém contraria o chefe. A primeira reportagem oferecida pela ‘praça’ de Nova York trata da venda de óleo para calefação a baixo custo feita por uma empresa de petróleo da Venezuela para famílias pobres do estado de Massachusetts. O resumo da ‘oferta’ jornalística informa que a empresa venezuelana, ‘que tem 14 mil postos de gasolina nos Estados Unidos, separou 45 milhões de litros de combustível’ para serem ‘vendidos em parcerias com ONGs locais a preços 40% mais baixos do que os praticados no mercado americano’. Uma notícia de impacto social e político. O editor-chefe do Jornal Nacional apenas pergunta se os jornalistas têm a posição do governo dos Estados Unidos antes de, rapidamente, dizer que considera a notícia imprópria para o jornal. E segue em frente. Na seqüência, entre uma imitação do presidente Lula e da fala de um argentino, passa a defender com grande empolgação uma matéria oferecida pela ‘praça’ de Belo Horizonte. Em Contagem, um juiz estava determinando a soltura de presos por falta de condições carcerárias. A argumentação do editor-chefe é sobre o perigo de criminosos voltarem às ruas. ‘Esse juiz é um louco’, chega a dizer, indignado. Nenhuma palavra sobre os motivos que levaram o magistrado a tomar essa medida e, muito menos, sobre a situação dos presídios no Brasil. A defesa da matéria é em cima do medo, sentimento que se espalha pelo País e rende preciosos pontos de audiência. Sobre a greve dos peritos do INSS, que completava um mês – matéria oferecida por São Paulo -, o comentário gira em torno dos prejuízos causados ao órgão. ‘Quantos segurados já poderiam ter voltado ao trabalho e, sem perícia, continuam onerando o INSS’, ouve-se. E sobre os grevistas? Nada. De Brasília é oferecida uma reportagem sobre ‘a importância do superávit fiscal para reduzir a dívida pública’. Um dos visitantes, o professor Gilson Schwartz, observou como a argumentação da proponente obedecia aos cânones econômicos ortodoxos e ressaltou a falta de visões alternativas no noticiário global. Encerrada a reunião segue-se um tour pelas áreas técnica e jornalística, com a inevitável parada em torno da bancada onde o editor-chefe senta-se diariamente ao lado da esposa para falar ao Brasil. A visita inclui a passagem diante da tela do computador em que os índices de audiência chegam em tempo real. Líder eterna, a Globo pela manhã é assediada pelo Chaves mexicano, transmitido pelo SBT. Pelo menos é o que dizem os números do Ibope. E no almoço, antes da sobremesa, chega o espelho do Jornal Nacional daquela noite (no jargão, espelho é a previsão das reportagens a serem transmitidas, relacionadas pela ordem de entrada e com a respectiva duração). Nenhuma grande novidade. A matéria dos presos libertados pelo juiz de Contagem abriria o jornal. E o óleo barato do Chávez venezuelano foi para o limbo. Diante de saborosas tortas e antes de seguirem para o Projac – o centro de produções de novelas, seriados e programas de auditório da Globo em Jacarepaguá – os professores continuam ouvindo inúmeras referências ao Homer.

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Tópicos do dia – 31/10/2011

10:18:33 Da série: “Ilações de um abestado”. Ou como diz o Millor “livre pensar é só pensar”. Como será que a ONU define precisamente a que hora e local nasceu o habitante heptabilionésimo da humanidade? Eles têm certeza que não nasceu um tapuia, nesse mesmo momento em Xorroxó do Norte? Ou em Krtazschekinskoroviski no Longiquisdistão? Quem está fiscalizando todas as parideiras, em todo o mundo, ao mesmo tempo? 12:54:22 Brasil: da série “só doi quando eu rio”. Ouço blá-blá-blá de neo-ministro sobre a importância do militância partidária no cenário político brasileiro. Conversa pra boi dormir. A esquerda “de araque”, a direita “fazemos qualquer negócio” e muito menos nenhum partido político, possuem qualquer projeto que coloque o país como objetivo. Toda essa corja conspira, em maior ou menor grau, para usufruir ao máximo os recursos do Estado Brasileiro em proveito próprio. Contam com o funesto e irresponsável alienamento do eleitor, esse patriota de copa do mundo! 13:28:33 Impostos. Veja, abaixo, quanto você paga de imposto em alguns produtos e serviços. Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário Home Almoço restaurante – 33,51% Aparelho de Som / TV – 38,00% Batedeira / Liquidificador – 43,64% Bolsa de couro – 42,72% CD – 47,25% Copos – 45,60% DVD – 51,59% Ferro de passar – 44,35% Flores – 18,91% Fogão 4 bocas – 39,50% Geladeira – 47,06% Livro – 13,18% Louça – 45,72% Microcomputador – 25,50% Microondas – 56,99% Moto 125 CC – 49,15% Panelas – 44,47% Quadro de parede – 37,17% Roupas – 37,84% Sapatos – 37,37% Torradeira elétrica – 45,89% Veículo 1.0 – 38,75% 15:32:43 Censura e violência Nada, absolutamente nada, justifica agressão contra a repórter da Globo. Não gosta? Não assista! Contra a censura. Sempre! [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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A idiotização do futebol brasileiro

A panaceia me fez lembrar uma música Aparências, interpretada pelo cantor Marcio Greick, e que começa a segunda estrofe assim: “Quantas vezes nós fingimos alegria sem o coração sorrir ? ” O Editor Ps. Quem deve ostentar um sorrisão deve ser o fabricante do boneco. Foi iniciada nos últimos dias mais uma nova etapa do “Plano Nacional de Idiotização do Futebol Brasileiro”. O João Sorrisão surgiu como personificação do torcedor de futebol brasileiro, pelo menos para quem controla o futebol nesse país. Idealizado pela TV Globo, através dos ministros da pornochanchada esportiva Tadeu Schmidt e Tiago Leifert, a maneira de se cobrir o futebol no Brasil vem se transformando em comédia barata, que abandona os princípios básicos do bom Jornalismo e passa a tratar o torcedor (e o público em geral) como o próprio “João Sorrisão”, que ri estupidamente de tudo. A manipulação do maior veículo de comunicação do país é tão grande, que a cultura nacional que envolve o futebol já começa a ser modificada por essa maneira de tratar o esporte como um circo, onde o palhaço está sentado na arquibancada e no sofá. E antes que alguém diga “troque de canal”, uso essa tuitada do mestre Xico Sá para defender o direito de dar meu pitaco. E claro que não posso generalizar e dizer que todos os veículos de comunicação tratam o torcedor como babaca. A ESPN Brasil (canal fechado de TV) faz um trabalho primoroso, com jornalismo esportivo de altíssima qualidade que trata seu público com respeito. Mas a “massa” vê futebol na telinha do plim plim, por isso o efeito é devastador.[ad#Retangulo – Anuncios – Duplo] Vivemos atualmente, talvez o período mais sujo da história do futebol. Estamos diante de uma série de escândalos gigantescos na FIFA, que envolvem até o pescoço o dono do futebol brasileiro Ricardo Teixeira, presidente da CBF (parceira comercial da TV Globo). A maior emissora do país esquece do seu compromisso com o jornalismo e não divulga absolutamente nada sobre os sérios problemas da FIFA, de Ricardo Teixeira e o caos generalizado que é a organização da Copa do Mundo de 2014, financiada quase inteiramente com dinheiro do povo. No lugar do Jornalismo, que deveria cobrir o esporte como cobre a política e a economia, (até por ser um dos assuntos de maior interesse da população brasileira), temos a desmoralização desse tipo de cobertura dando lugar ao humor idiota feito para idiotas. O novo modelo é amplamente promovido pela emissora, que detém os direitos de transmissão (entenda “o poder supremo”), de quase tudo relacionado ao futebol nesse país. Tratar o futebol como comédia pastelão, de deixar constrangido Carlos Alberto de Nóbrega, é regra e padrão editorial na emissora que controlar tudo que o público vê. Há o empobrecimento da cobertura simples do futebol no seu dia-a-dia. Quer um exemplo? Dias atrás, na edição mineira do Globo Esporte, foi feita uma entrevista com o zagueiro uruguaio Victorino, do Cruzeiro. Qual foi o assunto em pauta com o defensor? Pasmem! Foi a maneira peculiar com que ele corre até a bola em uma cobrança de pênalti. Isso mesmo, o único jogador do futebol mineiro convocado para a Copa América é convidado a falar sobre sua “corridinha” e não sobre a maior competição de seleções do continente. Era exatamente sobre isso que o João Sorrisão, queria saber, não é mesmo? É aí que o tal João Sorrisão entra. Ele é a exata personificação do que a turma do novo jornalismo esportivo acha ser o torcedor brasileiro. Um babaca sem pés e mãos, que balança de um lado para o outro de acordo com a pancada que recebe na cara, que tem a boca não para falar, mas apenas para sorrir e babar. Jogadores, na maioria das vezes sem formação educacional nem estrutura familiar para emitir opinião sobre o próprio ofício, também possuem personalidade de João Sorrisão. Caem como patinhos na nova onda de promover personagem tão simbólico. Mas a minha revolta é inútil. A idiotização do futebol brasileiro não vai acabar. Sabe por que? Porque há quem goste disso. De João Sorrisão esse país tá cheio. Volta Léo Batista!!! Fonte: http://www.futeboldeminas.com.br/coluna/a-idiotizacao-do-futebol-brasileiro.html

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Globo aposta na TV Digital nos celulares

TV digital no celular vai explodir, aposta Globo A Globo aposta na explosão do uso do telefone celular para sintonizar TV digital aberta gratuita nos próximos meses, informa a coluna Outro Canal, de Daniel Castro, publicada pela Folha nesta quarta-feira – íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal. Segundo adiantou a Folha Online no ano passado, TV digital para celulares é uma tábua de salvação do próprio governo federal quando o assunto é fazer o novo sinal deslanchar no país. De acordo com um alto executivo da emissora, em maio chegarão ao mercado celulares receptores de TV digital a cerca de R$ 300. No início deste ano, aparelhos com esse dispositivo custavam de R$ 700 a R$ 1.200. Caso tenham êxito na popularização do celular com TV, as emissoras podem criar um novo horário nobre, atingindo telespectadores em deslocamento. Essa experiência já é vivida em algumas cidades do Japão, com um pico de audiência também pela manhã. A TV digital brasileira estreou oficialmente em 2 de dezembro de 2007, com uma festa para políticos e radiodifusores na Sala São Paulo (centro). Cerca de um ano depois, 0,3% da população tinham acesso ao sinal. Folha de São Paulo

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Globo fará novas pressões para impedir que Anatel facilite entrada das telefônicas no mercado de televisão

A Agência Nacional de Telecomunicações trabalha na criação de um serviço de TV por assinatura destinado a dispositivos móveis. O sistema seria a entrada oficial das empresas de telecomunicações no sistema de Radiodifusão. As Organizações Globo lideram, nos bastidores, um movimento para barrar tal iniciativa. A Globo teme a concorrência das telefônicas em seu negócio de televisão – seja fechada ou aberta. A superintendência de serviços de comunicação de massa a Anatel trabalha em uma reforma do Regulamento do Serviço Especial de Televisão por Assinatura (TVA), editado em 1988. O regulamento já foi revisto duas vezes antes da privatização do setor de telecomunicações. O objetivo da reforma é permitir a criação de novos modelos de negócios. A TV paga pode ser reinventada. A polêmica vai render porque o TVA é um híbrido entre TV paga e aberta. Pelas regras em vigor, o TVA pode transmitir até 45% de sua programação de forma aberta no UHF, sendo o restante obrigatoriamente veiculado com conteúdo fechado e pago. No modelo atual, a transmissão de programação via celular tem consumido a banda das operadoras móveis – a não ser nos casos dos canais abertos de TV digital, que usam as frequências já destinadas às radiodifusoras. As mudanças mexem com poderosos interesses. Afinal, a maior parte das 25 outorgas atuais de TVA está na mão de grandes grupos de mídia. A intenção da Anatel é que as novas freqüências licenciadas possam transmitir 13 a 20 canais portáteis, dependendo da tecnologia adotada. No padrão brasileiro de TV digital terrestre aberta, o ISDB-T é possível transmitir até 13 canais móveis na mesma frequência de 6MHz. bolg Alerta Total – por Jorge Serrão

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Morre o comediante Ankito

Ankito O Brasil perde um dos seus mais geniais humoristas de todos os tempos. O paulista Ankito, era filho e neto de palhaço e começou a carreira no circo. Graças às suas habilidades acrobáticas foi trabalhar no Cassino da Urca no Rio de Janeiro. Lá, conheceu os maiores artistas nacionais da época, que o levaram para o cinema. Foi um dos grandes nomes da chanchada, um tipo de comédia pastelão então muito popular no cinema. Estreou no cinema em 1952 no filme “É Fogo Na Roupa“, ao lado da cantora Emilinha Borba e a vedete Virginia Lane. Foi parceiro constante de Grande Otelo e estrelou cerca de 60 filmes. Era considerado um digno sucessor de Oscarito. Atualmente interpretava o personagem Usinhor no programa Zorra Total. >> biografia de Ankito

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As mudanças na mídia

Um estudo amplo sobre os dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) – que audita a tiragem de jornais e revistas – e do IBOPE – para TV e rádio – comprova que a última década foi de mudanças estruturais. Essas modificações reduziram sensivelmente o papel e a influência da chamada grande mídia – categoria onde entram a Rede Globo, os jornais Folha, Estado, O Globo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense. E um sensível aumento de competidores, da imprensa do interior e dos jornais populares. *** Entre as TVs abertas, a Globo tinha um share de audiência de 50,7% em 2001. Chegou a bater em 56,7% em 2004 – coincidindo com a queda de audiência do SBT. Hoje está em 40,6% – coincidindo com a subida da TV Record – que saiu de 9,2% em 2001 para 16,2%. Nas três últimas semanas, o Jornal Nacional deu 26% de audiência em São Paulo. Seis anos atrás, era de 42%. Nessa época, quando o JN caiu para 35% houve um reboliço na Globo. A ponto de edições do JN terem blocos de 22 minutos com várias matérias de apelo. Aparentemente, perdeu esse pique. *** Com os jornais da chamada grande mídia, repete-se o mesmo fenômeno. O estudo dividiu os jornais entre Tradicionais (Folha, Estado, Globo, JB e Correio Braziliense), jornais das capitais, jornais do interior e jornais populares. De 2001 a 2009, os tradicionais perderam 300 mil exemplares diários – de 1,2 milhão para 942 mil, queda de 25%. Os jornais de capitais (excetuando os do primeiro grupo) cresceram de 1,2 milhão para 1, 37 milhão – crescimento de 10,5%. Os jornais populares passaram de 663 mil para 1,2 milhão – alta de 85%. E os jornais do interior saltaram de 300 mil para 552 mil – alta de 83,5%. *** Não apenas isso. Nos últimos anos, gradativamente os jornais estão se desvencilhando da pauta da chamada grande mídia. Antes, havia um processo de criação de ondas concêntricas em torno dos temas levantados pelo núcleo central, com os demais jornais acompanhando as manchetes e as análises. De alguns anos para cá, essa dependência cessou. Um estudo de caso analisou bem essa diferença de enfoque. Lula esteve em São Paulo. Anunciou que as informações do INSS seriam fornecidas em 3 horas. Os grandes jornais e o JN deram destaque para a visita a uma Sinagoga (para repercutir a questão do Holocausto) e para intrigas políticas. Todos os jornais populares, do interior e das capitais deram destaque àquilo que interessava diretamente ao seu leitor: a diminuição dos prazos de informações do INSS. *** Esse exemplo sintetiza a armadilha na qual se meteu nos últimos anos a chamada grande mídia. Perdeu-se a noção dos temas relevantes ao leitor. Em vez de buscar a informação útil, enrolaram-se no chamado jornalismo de intriga – sempre procurando frases ou enfoques que privilegiassem conflitos. Enquanto isto, os jornais populares – com exceção dos paulistanos (Agora, Diário de São Paulo e Jornal da Tarde), que não decolaram – passaram a tratar dos temas de interesse de seu público, assim com os jornais de interior e da capital. Vai ser um longo trajeto para recuperar os princípios do jornalismo. blog Luiz Nassif

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