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Vereadora bolsonarista presa por tráfego de drogas

Não falha um! O nome da pilantra é Aline dos Santos Macedo, e seu partido é o PSC (bancada da Bíblia). A vereadora Aline dos Santos Macedo (PSC), de Cambira (PR), foi presa pela Polícia Civil do Paraná, nesta terça-feira (23), apontada como chefe de uma organização criminosa que lavava dinheiro do tráfico de drogas. O que aconteceu A facção era chefiada por ela e pelo marido, segundo a Polícia Civil. Ele também foi preso preventivamente. Outros quatro suspeitos foram presos na operação. Entre eles está uma advogada e supostos laranjas.

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Brasil: uma Narco República

[ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]Essas ações pontuais, emergenciais e temporãs das Forças de Segurança Brasileira, contra a violência generalizada, são inócuas. A Narco Política continuará intocável. Uma casta que já controla, de há muito, e desde o topo, o Estado Brasileiro. A Narco Política no Brasil é cínica e opera às escâncaras. Dez Kg de produtos químicos, podem desdobrar 10Kg de Pasta Base em 12 Kg de cocaína pura e 48.000 pedras de crack. Considerando a quantidade de cocaína consumida e apreendida no Brasil, deduz-se que a quantidade de produtos químicos necessários para refinar toneladas de Pasta Base, não podem ser produzidos no quintal do Zé das Couves, nem transportados em garrafas Pet na cangalha de burros tropeiros. Aos que acreditam que um Mané nos becos de morros e favelas Brasil afora comando tudo isso, recomendo esse documentário – não é fácil de encontrar, mas procurando ele aparece. Depois, é só replicar a lógica para a Taba dos Tapuias.

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Crianças, tráfico de drogas e pena de morte

As crianças e os adolescentes jurados de morte pela polícia e pelo tráfico de drogas Ilustração de Julio Falas Em São Paulo, burocracia e atrasos em repasses de verbas de programa especial deixam sem proteção jovens ameaçados de morte. Em 2017, 48% das ameaças vieram de policiais. Diante dos Defensores Públicos da Vara da Infância e Juventude de São Paulo, Gorete afirma se sentir mal com a possibilidade de “perder” o filho, ameaçado por policiais militares em fevereiro. Ela pede que D., que deixou a Fundação Casa recentemente, seja atendido pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), instituído em 2007 pelo governo federal. “Eles entraram na minha casa com o intuito de matar o meu filho. Não tinham nem a identificação na farda”, conta emocionada, ao relembrar o episódio. Apesar de a Defensoria avaliar como concreto o risco de o adolescente morrer, mãe e filho saíram da conversa sem a garantia de ingresso no PPCAAM. O problema, explicou depois a defensora Claudia Abramo, é que o programa paulista não tem aceitado novos casos desde janeiro. “A gente manda para inclusão e recebe de volta”. “O que a gente faz é conversar com o adolescente e família para entender a extensão desta ameaça. Isso é frágil, mas é o que a gente tem hoje”, reclama. Gorete relatou que a ameaça ocorreu por volta da meia-noite, quando quatro policiais teriam revirado sua casa em busca de um revólver. “Disseram que meu filho foi denunciado. Como não acharam nada, colocaram uma arma na cabeça da minha filha de 12 anos. ‘Onde o seu irmão guarda uma [arma] dessa aqui, ó?’” Em seguida, disseram que dariam “um descanso” no adolescente. “Perguntei ‘que tipo de descanso?’. Um olhou para a cara do outro: ‘Vamos fazer assim: quando seu filho chegar, você liga pra gente’. Eu comecei a chorar e falei: ‘Não, eu não vou ligar. Não vou dar meu filho de bandeja pra vocês’. ‘A senhora é mãe, né? Mas a gente vai voltar e, quando a gente voltar, a gente dá cabo do seu filho aqui’.” Após o episódio, o menino não dormiu mais em casa. Na mesma noite, a mãe saiu à sua procura pelas ruas do bairro e o encontrou antes dos policiais. Para protegê-lo, contou com a “rede de proteção” dos amigos e abrigou-o na casa de um conhecido. “Eu sinto medo. Quando vejo uma viatura, fico olhando para ver se são eles. Fico na casa dos meus amigos, jogando videogame, durmo lá. Só vou pra casa às vezes para falar com a minha mãe e a avó, para dizer que estou bem”, disse D. aos defensores. Além da Defensoria Pública, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Conselho Tutelar são as outras portas de entrada para o PPCAAM, que é realizado por meio de dois convênios: um da União com os estados e outro de cada estado com as ONGs executoras. Na ausência do programa, é implementado um Núcleo Técnico Federal ligado diretamente à coordenação nacional do PPCAAM. Atualmente, além de São Paulo, o programa abrange 13 estados. Em São Paulo, o Conselho Tutelar é a principal porta de entrada. Em 2015, por exemplo, representou 45% das demandas, segundo a ONG que o executa, a Samaritano Francisco de Assis. Fernando Prata, conselheiro tutelar na zona sul da cidade, afirma que o programa está desarticulado. “Ele não está funcionando, está suspenso por falta de verba. Nós estamos sem esse serviço.” “Eles enquadram, rasgam o RG…”  Além do caso de D., outros relatos dramáticos constam de um documento interno da Defensoria. “A gente tem recebido casos de ameaça de morte quase todos os dias”, afirma a defensora Claudia. “Há casos urgentes, e o PPCAAM é o nosso único meio efetivo de lidar com essas ameaças.” É caso do pai de R., adolescente ameaçado por policiais. “Eu não quero, Deus o livre, enterrar o meu filho; quero que meu filho me enterre.” Segundo o documento, R. já foi “enquadrado” e espancado duas vezes. Dorme e acorda com medo. Passou dias fora de casa para fugir da situação. Só retornou para a região onde foi ameaçado para o enterro do amigo de infância, um ano mais novo, morto pela polícia. Quando questionado sobre as ameaças sofridas, o jovem de 16 anos responde: “É uma tortura”. Uma técnica do serviço de medida socioeducativa desabafou para a Defensoria: “A coisa tá feia por lá; tá difícil até para os meninos cumprirem as medidas, porque são abordados no caminho; eles [a polícia] enquadram, rasgam o RG…”. Em outro caso, L., com poucos dias de liberdade da Fundação Casa, está ameaçado de morte por traficantes da região onde mora. Sua mãe não sabe o que fazer, e o adolescente, segundo a defensoria, “clama que alguém o ajude a sair dali”. O documento conclui que “a proteção, que deveria estar garantida, também está sob ameaça. São vidas duas vezes desprotegidas, negligenciadas e silenciadas”. A reportagem da Pública apurou a situação dos repasses para todos os estados onde o programa está ativo: São Paulo é o único onde não estão ocorrendo novas inclusões. Documento obtido pela Pública, assinado pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania (SJDC), que coordena o programa no estado, confirma a situação e aponta como causa para o freio às novas adesões a insuficiência de recursos e a redução de equipe técnica. “Parte do problema é a falta de previsão, por parte do Governo Federal, do valor a ser encaminhado ao programa”, o que teria gerado uma “insegurança na equipe atual ante as novas demandas”, diz o texto. Em resposta à reportagem, a Secretaria de Justiça esclarece que desde janeiro 34 novos casos não puderam ser atendidos. No entanto, a SJDC garantiu “a continuidade do programa sem o comprometimento” dos atuais 80 casos em vigência. Em resposta, o governo federal confirma os “atrasos em alguns repasses”, mas afirma que “não constam” mais “restos a pagar” em nenhum convênio, o que inclui “São Paulo e os demais Estados que executam o programa”. Ressalta ainda

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NYT’ destaca ameaça de terrorismo na Rio 2016

Reportagem também fala da criminalidade em ascensão na cidade  O jornal norte-americano The New York Times traz na edição desta quinta-feira (4) uma matéria sobre a Olimpíada Rio 2016, que começa nesta sexta (5). O editorial analisa que os líderes locais e a sociedade brasileira estão mal preparados para uma ameaça de ataque terrorista como aqueles em Munique, em 1972, e Atlanta, em 1996. Eles não têm experiência com o problema e não têm recursos humanos e financeiros suficientes. Além disso, a estrutura da segurança pública no país é fraca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A cooperação internacional está ajudando, mas o Brasil deve enfrentar o desafio e melhorar as suas instituições no futuro. O texto do New York Times lembra que no dia 21 de julho a Polícia Federal prendeu 12 suspeitos sob a acusação de tentativa de estabelecer conexões com o Estado islâmico. As prisões foram realizadas sob uma nova lei antiterrorismo que entrou em vigor este ano. Os suspeitos, que se chamavam “Defensores da Shariah”, têm sido ridicularizados na mídia social por falta de armas militares ou de formação, e por nem sequer saber um do outro, além da utilização de serviços de mensagens móveis como WhatsApp e Telegram. Mas homens com perfis semelhantes cometeram massacres em Nice e Munique. > > The New York Times No Game: The Olympics, Rio and Terror The New York Times afirma que homens presos no Brasil por suposta combinação de ameça terrorista tem perfis semelhantes aos que cometeram massacres em Nice e Munique Há uma razão histórica que torna difícil até mesmo discutir a questão do terrorismo no Brasil. Entre os anos 1964 e 1985 a ditadura usou a palavra “terroristas” para classificar grupos pacíficos que se opunham a ele. Desde então, sob o regime democrático, a liderança política tem evitado usar esta palavra. Os grupos fundamentalistas, como a Al Qaeda ou o Estado islâmico, estão longe de ser a realidade dos brasileiros, que há mais de um século convivem com uma grande comunidade árabe – de sete a dez milhões, incluindo o presidente interino, Michel Temer, um filho de imigrantes libaneses – próspera e bem integrada, comenta o The New York Times. Os brasileiros estão lidando não só com a inexperiência das autoridades com o terrorismo, mas também com a falta de recursos de segurança. O Rio de Janeiro está passando por um colapso financeiro; bombeiros, médicos, policiais e professores ficam sem receber seus salários. Às vezes, não há dinheiro para suprimentos básicos, como a gasolina para carros da polícia. O New York Times acrescenta que a atual crise política, incluindo o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, e a pior recessão econômica em 25 anos fez com que um maioria da população se colocasse contra ou indiferente aos Jogos Olímpicos – apenas 40 por cento dos brasileiros acreditam que tal evento seja bom para o país. O governo está focado no risco de lobos solitários, inspirado por grupos fundamentalistas, que pode se direcionar a delegações estrangeiras. Apesar da forte cooperação internacional, a polícia brasileira e os serviços de inteligência não têm agentes e especialistas com experiência sobre o modus operandi do Estado Islâmico, diz o The New York Times. Há também uma preocupação com a taxa de homicídios em ascensão no Rio de Janeiro. O governo informou 2.100 assassinatos de janeiro a maio deste ano, um aumento de 13 por cento sobre o mesmo período em 2015. A cidade é dominada pelo crime, com a circulação descontrolada de armas automáticas e policiais despreparados. A Força Nacional, que é encarregado de proteger instalações desportivas durante os Jogos Olímpicos, está sendo coagida pelos grupos paramilitares em áreas pobres, restringindo os movimentos dos oficiais e estabelecendo regras para o seu comportamento – por exemplo, proibindo-os de ir a bares nestes comunidades. Para a maioria dos brasileiros, crime todos os dias é uma ameaça muito mais iminente do que o terrorismo. Mas isso não faz a ameaça do terrorismo menos perigoso ou real, finaliza o The New York Times. JB

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Traficante é morto na Indonésia. Mas as drogas estão vivíssimas por lá

O episódio lamentável da execução do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte na Indonésia deveria servir para uma reflexão sobre o crescente furor, aqui nas terras tupis, pela pena de morte. A pena de morte por tráfico de drogas, lá, é uma regra. E o tráfico de drogas em Bali, principal destino dos estrangeiros na Indonésia (três milhões por ano) também é. O relato da Karla Monteiro, da Folha, que esteve lá há dois meses, é cruel: ” a lei que mata não diminui o tráfico nem o consumo. Aumenta a propina.” A pena de morte, por lá, não é nova: vem sendo aplicada desde 1973. Mais de 40 anos, portanto, duas gerações. A discussão não é, infelizmente, se um traficante de drogas deva ou não pagar com a vida por seu crime. É sobre se isso serve para alguma coisa. Não serve na Indonésia, onde duas dúzias de estrangeiros já foram levados ao pelotão de fuzilamento. Não serve aqui, onde já está instituída informalmente para os traficantes da periferia e da favela, que dificilmente vivem os 42 anos que viveu Rodrigo, fuzilado terça feira.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Não é preciso a pena de morte oficial, já há a de extermínio, por bandidos ou policiais, que se misturam em áreas cinzentas. Como não serve para evitar a criminalidade monstruosa a pena de morte remanescente nos EUA, aplicada em 35 pessoas ano passado. Talvez sirvam para uma única coisa: responder aos sentimentos de bestialidade que existem dentro de todos nós. E que a classe dominante, ao longo da história, sempre manipulou em seu exercício de poder. Drogas, traição ao rei, assassinato, rebeldia ou, muitas vezes, ódio racial ou religioso, punidos exemplarmente para louvar o status-quo. Não haverá um comprimido de ecstasy ou uma grama a menos em Bali agora que o traficante está morto. Mas não é a morte dele aquilo que, essencialmente, me entristece. O que me deixa sombrio é o júbilo quase indisfarçado com a morte de um ser humano. Se queremos regressar ao passado, à barbárie, por favor, arranjem outra desculpa. Ou paremos de chamar de selvagens os degoladores do Estado Islâmico. Por Fernando Brito/Tijolaço

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Recursos e exame ignorados: Indonésia atropelou o processo legal?

A suspensão de última hora da execução de um dos condenados e a recusa de autoridades da Indonésia de aguardar recursos ainda pendentes levantaram dúvidas sobre a legalidade do processo que levou à execução de oito condenados à morte por tráfico de drogas. Corpo de Gularte é amparado por Angelita Muxfeldt, prima que foi à Indonésia tentar reverter sua execução Entre os executados está o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos. Ele havia sido preso em Jacarta em 2004 com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe e condenado à morte no ano seguinte. “A execução é simplesmente ultrajante”, disse à BBC Brasil Ricky Gunawan, advogado que assumiu o caso do brasileiro em março. “Podemos dizer que a Procuradoria fechou seus olhos e ouvidos e quis executá-lo independentemente de evidências plausíveis que tínhamos para evitar a execução”.[ad name=”Retangulos – Direita”] A família alegava que ele sofria de bipolaridade e esquizofrenia e que fora aliciado por traficantes internacionais devido a problemas mentais. Leia mais: Por que mercado das drogas prospera na Indonésia? Autoridades disseram que os condenados haviam esgotado todas as possibilidade de recorrer das sentenças, mas especialistas dizem que muitos deles ainda tinham recursos a serem analisados. O adiamento surpresa da execução da filipina Mary Jane Fiesta Veloso, após supostas novas evidências de que ela não sabia que levava drogas quando foi presa, reforçaram a ideia de que houve falhas na investigação. “Se a investigação tivesse sido correta e adequada, isto não teria ocorrido”, disse Gunawan. Gularte foi executado apesar de dois recursos ainda estarem pendentes na Justiça. Um refere-se à transferência da guarda de Gularte para sua prima, devido seu estado de saúde. A audiência do caso estava marcada para 6 de maio, depois da execução. Outro pedia a revisão da negativa à clemência – e que, segundo o advogado, foi ignorado pela Justiça. Recurso semelhante havia adiado a execução de um cidadão francês. Gularte havia sido diagnosticado com esquizofrenia por dois relatórios distintos, e a família dizia que ele tinha distúrbios desde jovem. Um terceiro exame médico, feito à pedido da Procuradoria Geral indonésia em março, jamais foi divulgado, apesar de pedidos repetidos da defesa e do governo brasileiro, e de pressão de grupos de direitos humanos. Segundo advogado, Gularte ainda tinha dois recursos a serem analisados “A Procuradoria havia dito repetidamente que respeitaria o processo legal antes da execução… Meu senso comum não consegue entender essa decisão infeliz”, disse o advogado. Gunawan disse que ainda não há decisão sobre uma eventual ação judicial contestando a execução do brasileiro, e que a questão será discutida com a família. Testemunhas que estiveram com Gularte em seus últimos dias dizem que ele alterou momentos de lucidez com discursos delirantes e que ainda acreditava que sua execução seria revertida. Teria também, segundo estes relatos à BBC Brasil, considerado injusta sua condenação, pelo que dizia ser o “único erro” que tinha cometido. Seria, inicialmente, cremado. Mas pediu para ser enterrado já que, “se ressuscitasse, estaria perto da família”, disse um diplomata brasileiro que acompanhou seus últimos encontros. No momento em que foi levado à área onde as sentenças seriam cumpridas, teria perguntado, ainda incrédulo: “Eu serei executado?” Leia mais: A vida na ‘ilha de execuções’ na Indonésia Por que executá-los? Joko Widodo, o presidente indonésio, manteve firmemente a decisão de ir adiante com as execuções e pediu respeito à soberania do país. Ele diz que a Indonésia está em situação de emergência devido às drogas e que 18 mil pessoas morrem por ano no país por problemas relacionados a entorpecentes. Além disso, a pena de morte para traficantes tem apoio popular. Gularte foi executado apesar de ter sido diagnosticado com esquizofrenia Há, também, um elemento doméstico: a popularidade de Widodo está em queda, e seus primeiros meses no cargo foram marcados por inação e indecisão. Especialistas dizem que a firmeza de sua posição neste tema, rejeitando a pressão internacional, poderá render-lhe pontos internamente. Autoridades disseram que os condenados haviam esgotado todas as possibilidade de recorrer das sentenças, mas especialistas dizem que muitos deles ainda tinham recursos a serem analisados. As execuções foram realizadas com uma surpresa de último momento: a filipina Mary Jane Fiesta Veloso foi poupada, depois que a pessoa que a teria recrutado como ‘mula’ ter se entregue. O que gera a pergunta: ela poderia ter sido morta injustamente? Leia mais: Cilacap, a cidade indonésia onde a morte é o principal assunto ‘Incompreensível e deplorável’ Não foi a primeira vez que o país executou presos: fuzilou seis em janeiro, entre eles o carioca Marco Archer Cardoso Moreira. A diferença, agora, foi a grande atenção da mídia, atraída pelo caso dos australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran, presos em 2005 e condenados por serem líderes do grupo “Os Nove de Bali”. Vigília foi feita por clemência pela filipina Mary Jane Veloso, que acabou sendo poupada de execução Familiares diziam que ambos tinham se recuperado enquanto detidos – diziam que Chan dava aulas sobre a Bíblia e de culinária e que Sukumaran tornou-se um artista. E, por fim, houve uma forte pressão internacional. A Austrália chegou a usar como argumento a ajuda dada à Indonésia após o tsunami de 2004 para tentar reverter as penas. A França, cujo cidadão foi excluído das execuções devido a um recurso pendente, alertou para consequências nas relações da Indonésia com toda a União Europeia. As relações com o Brasil já estavam afetadas após a morte de Marco – o país retirou seu embaixador em Jacarta e negou as credenciais do novo representante indonésio em Brasília. Diversos grupos de direitos humanos protestaram e pediram o fim da pena de morte, dizendo que as execuções não impedem a ação de traficantes. O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos disse ser “incompreensível” o fato de a Indonésia ter rejeitado clemência. “A Indonésia pede por clemência por seus cidadãos enfrentando execuções em outros países… mas se recusa a concedê-la por crimes menores em seu próprio território”. “É extremamente deplorável, extremamente triste que estas pessoas foram

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STF nega liberdade a jovem detido com 12g de maconha

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou pedido de liberdade feito por um jovem de 20 anos, preso desde o fim de novembro do ano passado após ser apreendido em flagrante com 12 gramas de maconha e R$ 5 em dinheiro – uma nota de R$ 2 e três moedas de R$ 1. Foto:Fellipe Sampaio/SCO/STF Acusado de tráfico de drogas, ele tenta responder ao processo em liberdade, mas já teve pedidos de liberdade negados na primeira e na segunda instância, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e agora no Supremo. O habeas corpus chegou ao STF no dia 31 de dezembro de 2014, em meio ao recesso do Judiciário. Em janeiro, o presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, decidiu que não havia urgência para decisão em meio às férias. Na semana passada, Celso de Mello negou seguimento ao pedido por entender que ainda está pendente uma decisão colegiada no STJ. O ministro, que não chegou a analisar se havia ou não gravidade nos fatos para que o jovem permaneça preso, destacou ser contrário à diretriz de que a análise do pedido pode acarretar supressão de instância. Mesmo assim, disse que aplicaria o entendimento “em respeito ao princípio da colegialidade”. “Embora respeitosamente dissentindo dessa diretriz jurisprudencial, por entender possível a impetração de ‘habeas corpus’ contra decisão monocrática de Ministro de Tribunal Superior da União, devo aplicar, em respeito ao princípio da colegialidade, essa orientação restritiva que se consolidou em torno da utilização do remédio constitucional em questão”, diz a decisão.[ad name=”Retangulos – Direita”] O prazo para que a defesa recorra para uma decisão colegiada no Supremo vence no fim desta semana. O caso Lucas Bryan Kador Tavares foi preso em Epitaciolândia, no Acre, no dia 25 de novembro de 2014. Segundo o processo, ele foi preso em “suposta atitude suspeita” porque agentes policiais o viram “entregando algo” a um terceiro. Ao ser revistado, o suspeito foi flagrado com uma “trouxinha de substância entorpecente tipo maconha, pesando 12 gramas” e R$ 5 no bolso. Ele acabou preso sob acusação de tráfico. Em recursos apresentados a várias instâncias da Justiça, a defesa alega que ele é réu primário e foi preso com quantidade de droga “ínfima”. Além disso, sustenta ser o suspeito dependente químico e pede para ele responder ao processo em liberdade. “O paciente é réu primário, contendo nos autos fortes indícios de sua dependência química, e ademais, uma trouxinha de maconha não pode levar a crer com dose nenhuma de certeza que o paciente é traficante ou volte a cometer delitos, a fim de justificar a garantia da ordem pública. Demais disso, nunca se envolveu em ilícitos, embora, em tese, tenha praticado crime grave, tráfico de entorpecentes, tudo indica tratar-se de um fato isolado”, afirma o pedido. Diz a defesa ainda que “não consta nos autos sequer um elemento concreto que ligue o paciente a mercancia de maconha”. “E a quantia em dinheiro apreendida (cinco reais) não é suficiente a levar a conclusão de que o paciente é traficante”, afirma o documento. Conforme os advogados, manter o suspeito preso extrapola o princípio da proporcionalidade. A polícia alega, porém, que o jovem estava sendo investigado por tráfico “há bastante tempo” e que ele já responde por receptação. O Tribunal de Justiça do Acre entendeu não haver ilegalidade na prisão. “Considero temerário, sem passar pelo crivo da instrução, conceder a liberdade ao flagranteado, pois segundo a notícia trazida aos autos ele estava movimentando o tráfico de drogas, nesta comarca, vendendo droga do tipo maconha. A quantidade aprendida desta droga é significativa, principalmente pelo fato de viciados necessitarem de poucas gramas (muitas vezes menos de cinco) para drogar-se.” O STJ também considerou que há indícios de que o jovem foi preso quando comercializava droga. Já o ministro Celso de Mello não analisou o mérito. Por Felipe Recondo/JotaInfo

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