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Olimpíadas Rio 2016

Olimpíadas, poluição tortura e misogenia Além de problemas nacionais, como a crise política, o jornal britânico da BBC cita o “cheiro de excremento” da Baía da Guanabara, a morte de trabalhadores nas construções olímpicas, a queda de parte da ciclovia Tim Maia e “declarações a favor da tortura, da misoginia e da ditadura militar feitas pelo político mais votado da cidade, Jair Bolsonaro”. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Um panfleto chamado Bolsonaro

Discurso de ódio – Os fantasmas da ditadura. Por Lucio Carvalho * Além de frequentemente causar um misto de estranheza, profundo desgosto e repulsa generalizada, os políticos brasileiros parecem estar credenciando-se agora também à ingrata tarefa de reabilitar fantasmas. Foi o que mais conseguiu na semana que passou – além de atrair para si momentos de um brilho obnubilado – o deputado Jair Bolsonaro, ao homenagear em plenário, na sessão que aprovou a admissão do impeachment da presidente Dilma, pessoas diretamente envolvidas no período de maior endurecimento do regime militar e suas práticas mais execráveis, como prisões arbitrárias e a tortura de adversários políticos. Ou que outros objetivos teria o deputado para revolver períodos tenebrosos da história recente a não ser o de procurar ser uma espécie de seu representante ou possível arauto? Seja como for, se forem outros, parecem ser tão obnubilados quanto a glória de invocá-los.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Porém, ao que tudo indica, seu objetivo estava mais centrado em fazer-se notar e também fazer notar o que talvez ele procurasse ali significar: uma lembrança ou um aceno de que o aspecto mais mórbido do período ditatorial pudesse estar, nem que pelo menos em sua mente e de seus simpatizantes, vivo e latente, além de fazer da sua memória um tipo muito específico de baluarte de oposição ao governo atual. Ainda que verificar o espírito altamente regressivo do momento político presente seja tarefa relativamente simples, é de pensar também em que tipo de efeito contrário o gesto poderia acarretar. Ou poderia haver algo mais apropriado e favorável para o recrudescimento ideológico dos simpatizantes do governo e daqueles que se situam à esquerda? Também é difícil categorizar, mas é bem sabido que as ideologias se fortalecem diante da presença de um opositor tão emblemático, ainda que politicamente um tanto quanto isolado. Nesse sentido, é bastante possível dizer que o reforço da mensagem do parlamentar veio atender tanto aos seus interesses particulares de visibilidade quanto, por outro lado, ao da situação e dos defensores do governo, por identificar ou pelo menos tentar colar nele um protótipo de todos os seus contendores. Talvez inadvertidamente, Bolsonaro tornou-se um panfleto perfeito, mas justamente para servir aos seus detratores, numa espécie de efeito adverso imediato. Além disso, a aridez do cenário e o acinzentamento das declarações de voto de certo modo também contribuíram espontaneamente para fornecer de bandeja ao governo federal e seus defensores um argumento encruado na memória e na cultura política brasileira: o temor do endurecimento à direita e o fantasma da ditadura militar. Um expurgo dos aspectos mais violentos do regime Com exceção dos cientistas políticos e estudiosos correlatos, o comum das pessoas não costuma sentir-se dentro do que aqueles primeiros costumam chamar de “cultura política”. Apesar disso, é bastante claro e observável que todos estejamos inseridos em uma. Às vezes, em mais de uma e, em muitos casos, muitos gostariam que em nenhuma. Esse talvez seja o caso das pessoas que, principalmente entre a parcela mais jovem da população , costumam declarar praticamente nenhum interesse no assunto, embora mesmo esse comportamento possa também fazer parte de uma cultura política em que o desinteresse encerre por si só um significante. Grosso modo, por cultura política costuma entender-se tudo que se refere ao aspecto moral e normativo de uma sociedade, incluindo-se aí seus valores e crenças predominantes. Porém, num sentido mais amplo, ela pode muito bem abarcar a simbologia e, para além das representações culturais, os modos de expressão afetiva das pessoas. Em se tratando do Brasil recente, há pelo menos três gerações de brasileiros que cresceram e viveram no período do regime militar ou sob sua influência. Ignorar o trauma político e cultural persistente é um luxo a que nenhum político pode se dar e mesmo entre aqueles que creem em algum ganho político com o espezinhamento pelo terror, é preciso considerar os efeitos adversos da ação, como parece não ter pesado ou previsto o deputado Jair Bolsonaro. Nem sempre é a memória efetivamente vivida que conta com exclusividade na formação do imaginário de uma população, mas seus artistas, suas referências e também o aspecto sentimental da cultura, pela qual ganham adesão ícones e personalidades, tanto no campo intelectual quanto cultural, do mais acadêmico e erudito ao mais popular. Trata-se de um passado ainda muito próximo e enterrado muito rente à terra. Ou mesmo mal enterrado e explicado, como as dificuldades de enquadramento e punição por crimes cometidos e investigados no período ditatorial atestam muito bem. É por isso que, ao se mencionarem tão claramente personalidades comprometidas com o período histórico da ditadura, seja muito pouco possível conter a partir daí a desaprovação pública decorrente de uma declaração tão obtusa e sinistra quanto a proferida por Bolsonaro. Não é porque toda a população tenha alguém a lamentar por efeito direto de qualquer ação policial do regime militar, mas o eco cultural daquele momento, embebido em medo e insegurança, dificilmente não voltaria a reverberar com muita força. Isso tanto porque muitas das pessoas que viveram aqueles tempos continuam vivas, quanto pela razão de que o processo de abertura e redemocratização foi penoso e demorado, levando cerca de uma década para concretizar-se a pleno, desde os fins do governo do general Ernesto Geisel, em 1979, até a década de 90, com a eleição do ex-presidente Fernando Collor. Pessoas que direta ou indiretamente viveram a política deste período e agora, com a dilatação das redes de contatos, via internet, passaram a última semana realizando uma espécie de expurgo dirigido principalmente aos aspectos mais violentos do regime. Poderia ser diferente? Dificilmente. Não se trata aqui de explorar um determinado capital político, mas um trunfo por si só altamente significativo e ainda mais num momento em que se mostra um afunilamento, ao que tudo indica irreversível, do apoio político ao governo. Sanguinolência e virulência É bem possível que o parlamentar do PSC tenha menosprezado o revés político que sua manifestação poderia causar. Seria uma aposta em sua ingenuidade, mas é igualmente improvável que

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Literatura desaparecida: 40 anos do Golpe Militar na Argentina

“Escribe mientras sea posible. Escribe cuando sea imposible. Ama el silencio.” — Miguel Ángel Bustos, desaparecido em 1976. Cronica de Ricardo Domeneck ¹ Há 40 anos, ocorria o Golpe Militar na Argentina, que deixaria ainda mais mortos e desaparecidos pelo continente latino-americano. No Brasil, estávamos no décimo-segundo ano da ditadura militar – aquela que alguns no país hoje ainda insistem em tratar com nostalgia. Aquelas imagens das Mães da Praça de Maio permanecem como alguns dos atos de coragem e desobediência civil exemplares em nosso continente. Há alguns dias, descobri o trabalho do fotógrafo argentino Gustavo Germano. Em sua série “Ausencias”, com uma estratégia ético-estética simples e eficiente em seu soco na boca de nosso estômago, o fotógrafo refaz fotos de amigos e famílias dos anos 1960 e 70, deixando vago o local onde seus entes queridos desaparecidos deveriam estar, não tivessem sido sequestrados por um regime assassino. Sendo este um blog dedicado à literatura, gostaria de tomar o dia de hoje, no entanto, para chamar a atenção dos leitores a um outo projeto bastante comovente em nosso país vizinho, capitaneado pelo poeta e jurista Julián Axat, nascido em Buenos Aires naquele fatídico ano de 1976. Ele próprio filho de desaparecidos, tem se dedicado com afinco em manter viva a memória das milhares de vítimas da Junta Militar argentina. Em sua coleção “Detectives Salvajes”, que toma o título do romance de Roberto Bolaño (1953-2003), Axat vem publicando a literatura deixada por escritores que desapareceram pelas valas comuns, desertos e o oceano que banha nossa parte do mundo-cão. A ditadura tocou vários escritores do país, como o grande Juan Gelman, que passou anos em busca da neta. Em 1995, quase uma década antes de poder finalmente abraçá-la, escreveu uma carta que começava assim: “Dentro de seis meses cumplirás 19 años. Habrás nacido algún día de octubre de 1976 en un campo de concentración.” É a história de tantas famílias latino-americanas. Graças aos esforços de Julián Axat, pude descobrir dois jovens escritores que desapareceram na noite escura do continente: Miguel Ángel Bustos, desaparecido em 1976, e Carlos Aiub, desaparecido em 1977, o ano em que nasci. Abro este pequeno texto em homenagem a todos os desaparecidos e sobreviventes do país vizinho com uma citação de Bustos. Permitam-me encerrá-lo com alguns versos de Aiub, sussurrando que sim, alguns de nós nos lembramos e, ao mesmo tempo, NUNCA MAIS. “temer el dolor como cuando siempre la forma del dolor y de la muerte empezás también a imaginarla y temés temés también tu olvido o algo así el qué pensarán de vos si te recordarán si tu nombre bautizará algo o servirá para algo temer el final que no te deje ver el final la victoria viste las cosas nuevas que buscás el nuevo sueño chiquitín continuado temer todo eso y entonces si temer la muerte que se puede venir y no la deseás y te aferrás a la vida con todo porque querés vivir simplemente para ver cuando al final la vida viva el nuevo dolor lo pensás más tarde.” (Carlos Aiub, desaparecido em 1977) ¹ Ricardo Domeneck nasceu em Bebedouro, em São Paulo, mas vive em Berlim desde 2002. Lançou os livros “Carta aos anfíbios” (Bem-Te-Vi, 2005), “a cadela sem Logos” (Cosac Naify/7Letras, 2007), “Sons: Arranjo: Garganta” (Cosac Naify/7Letras, 2009), “Cigarros na cama” (Berinjela, 2011) e “Ciclo do amante substituível” (7Letras, 2012). É coeditor das revistas Modo de Usar & Co. e Hilda. A editora Verlagshaus J. Frank, de Berlim, publicou em 2013 uma coletânea de seus poemas.

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Pela primeira vez, Justiça argentina condena empresário por crimes na ditadura militar

Marcos Levín foi condenado a 12 anos de prisão por ter participado, em 1977, do sequestro e tortura de um sindicalista que trabalhava em sua empresa. A Justiça da Argentina condenou, nesta segunda-feira (28/03), o empresário Marcos Levín, ex-dono da empresa de transportes La Veloz del Norte, a 12 anos de prisão por ter participado do sequestro de Víctor Cobos, em 1977, então funcionário e sindicalista de sua empresa. Foi a primeira condenação de um empresário como coautor ou cúmplice de crimes de lesa-humanidade referentes à ditadura militar do país (1976-1983).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Formalmente, Levín foi condenado por privação ilegal da liberdade e tortura. O Tribunal Federal de Salta, cidade no noroeste do país, também considerou culpados no mesmo caso os ex-policiais Víctor Hugo Almirón, Víctor Hugo Bocos e Víctor Cardozo. Os dois primeiros receberam a mesma pena, e o último foi condenado a 8 anos de prisão. Cobos, sequestrado em 22 de janeiro de 1977, integrava a direção local da UTA (Unión Tranviarios Automotor), sindicato argentino do setor de transportes. Ele havia sido acusado de cometer supostas fraudes na empresa de Levín. Sob tortura, Cobos foi forçado a assinar um termo em que acusava ter roubado a La Veloz del Norte com a participação de colegas. Com o documento, ele foi formalmente levado a uma prisão, de onde foi liberado três meses depois. Outros funcionários da empresa foram vítimas dos mesmos crimes. Atualmente, outros nove empresários enfrentam processos na Justiça sob a acusação de terem sido cúmplices de crimes da ditadura militar da Argentina. O dono da empresa agroindustrial Ledesma, Carlos Pedro Blaquier, e o diretor do jornal La Nueva Provincia, Vincente Massot, são acusados por crimes de lesa-humanidade no período do regime militar. Blaquier é investigado por sua suposta participação nas chamadas “noites dos apagões”, em julho de 1976, em que ocorreram cerca de 400 sequestros no país. Já Massot é acusado de ter participado do sequestro, tortura e assassinato de dois funcionários do jornal. De acordo com o Ministério Público, um dos trabalhadores havia protagonizado um forte conflito sindical com o jornal em 1975. Os demais acusados são ex-diretores ou acionistas das seguintes empresas: Acindar (siderúrgica), Ford e Mercedes-Benz (automóveis), Las Marías (ervas e chás), Loma Negra (cimento), Molinos Río de la Plata (alimentos, na época pertencente à multinacional Bunge & Born) e a Comissão Nacional de Valores (órgão do governo). Na última quinta-feira (23/03), o golpe militar na Argentina completou 40 anos. Milhares de manifestantes foram às ruas nas marchas anuais que pedem memória, verdade e memória. O protesto na Praça de Maio, no centro da capital Buenos Aires e em frente à Casa Rosada, reuniu cerca de 300 mil pessoas. Outro lado O advogado de defesa de Levín, Marcelo Arancibia, disse que não há elementos que comprove que seu cliente tenha instigado as torturas ou que tenha tramado um plano sistemático para prender seu empregado. Já Federico Petrina, advogado de Bocos e Almirón, concordou com a defesa do colega e pediu absolvição dos defendidos por falta de provas. Fonte:ÓperaMundi

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BBC testa caixa de ‘tortura’ usada pela CIA na ‘Guerra ao Terror’

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos colocaram em prática o que chamaram de “técnicas aprimoradas de interrogatório”. Durante muito tempo, a CIA, a agência de inteligência americana, alegou, no entanto, que tais métodos, usados durante o governo de George W. Bush, não incluíam tortura, porque eram legalmente aprovadas pela Casa Branca. Mas a realidade era bem diferente. Em uma entrevista ao programa Panorama, da BBC, que foi ao ar nesta semana, Buzzy Krongard, ex-diretor-executivo da CIA, admitiu a prática de tortura. “Os métodos tinham como objetivo deixar os suspeitos ‘desconfortáveis’. Sem me ater à semântica, sim, era tortura (o que a CIA fazia). Havíamos sido informados por autoridades legais que podíamos torturar as pessoas e você diz que isso é errado”, afirmou ele à repórter da BBC Hillary Anderson.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Hillary decidiu se submeter a uma das técnicas mais usadas contra prisioneiros da guerra contra o terror: a caixa-preta. Com a ajuda de Malcomn Nance, um ex-instrutor da Marinha americana, essa polêmica técnica de interrogatório foi recriada pela primeira vez para uma emissora de TV. Nance era responsável por treinar militares sobre como resistir à tortura. Foi no seu programa de treinamento militar que a CIA se inspirou para extrair confissões à força de suspeitos de terrorismo. A caixa foi construída segundo especificações originais. Um dos prisioneiros chegou a ficar 29 horas dentro do objeto ao longo de três semanas. Presa dentro da caixa, a repórter confessa que permanecer dentro dela será um teste físico e mental. Os torturadores chegam a colocar, inclusive, uma gravação de bebês chorando compulsivamente para tentar desestabilizá-la. Ao fim de 12 minutos, Hillary chega ao limite e pede para sair. Leia mais: Chefe da CIA defende estratégia adotada após 11 de Setembro ‘Waterboarding’ Waterboarding – ou afogamento simulado – era uma das técnicas usadas pela CIA para extrair informações confidenciais de prisioneiros Depois da caixa preta, é a vez de recriar a técnica conhecida comowaterboarding (ou afogamento simulado). Chris Sampson, integrante da equipe de Nance, aceitou participar da simulação, sob condições estritamente controladas e com acompanhamento médico. Ele nunca havia sido submetido a tal técnica. Completamente imobilizado em cima de uma prancha de madeira, a sessão de afogamento simulado começa. Sampson mal consegue respirar e controlar seus movimentos. A sessão é interrompida 17 segundos depois, quando os torturadores tentam extrair informações privilegiadas dele. Se fosse real, o processo continuaria por horas a fio. Leia mais: Se tortura não funciona, qual é o melhor método de interrogatório? ‘Estado Islâmico’ Ao longo do tempo, no entanto, os métodos de tortura da CIA ganharam força em todos os níveis das Forças Armadas americanas e a autoridade moral do Ocidente começou a declinar. Nos campos de detenção do Iraque, o grupo autodenominado “Estado Islâmico” nasceu. Agora, o grupo recorre a táticas muito semelhantes às empregadas pelas forças americanas. Para especialistas de segurança, o programa de tortura dos Estados Unidos talvez tenha permitido vencer batalhas de inteligência, mas também alimentou o ódio em algumas partes do mundo. “Esse é um capítulo negro com o qual nós devemos aprender. E acho que o mundo também deve aprender. Esses não são os Estados Unidos que tanto defendemos. Nossos valores foram violados, nosso sistema de Justiça também, e não devemos deixar que isso aconteça de novo”, afirmou à BBC a senadora Dianne Feinstein.

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Lobão: de roqueiro drogado execrado pela TFP a ídolo da direita conservadora

Tom Jobim tinha razão: “o Brasil não é para amadores”. A máxima encerra nas entrelinhas essa terra que é capaz de humilhar Gregor Sansa em matéria de delírios e nonsense. O personagem mais estigmatizados da MPB, Lobão lança um conjunto de insanidades em um livro cujo título já resume tudo bem no título: “Manifesto do Nada na Terra do Nunca”. Manifesto do nada. Mais confessional de nulidade impossível. Esse é o vício do uso de antolhos ideológicos, atinge os iracundos em todo o espectro ideológico já classificado, mas são mais praticados nas duas pontas da estupidez política: direita e esquerda respectivamente  Você não presta, mas, logo que você manifeste concordância com minhas idéias, ou critique os que me são contrários, você imediatamente é alçado à deificação reservada aos puros. O neoconservador ex-roqueiro escreve além de outras opiniões (sic) reacionárias essa pérola em relação à repressão aplicada pela ditadura implantada no Brasil em 64:…“crucificam os torturadores que arrancaram umas unhazinhas”. Só os deuses podem desvendar o mistério de como um cidadão (sic) possa migrar de feroz crítico da indústria da música e do regime militar, para um direitista delirantemente conservador. Eu que não tenho acesso ao olimpo, concluo que o ostracismo é capaz de transtornar os parcos neurônios que ainda funcionam na mente do Lobão. Pode ser também que sua visão esteja embotada por excesso de fumaça.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Pela “unhazinha” é possível imagino as demais sandices. Revela ser uma pessoa com visão distorcida da história, o que a meu sentir, compromete o todo. Ele pode entender de outras coisas, mas de socialismo ele não vê nem a fumaça. Se é que me faço entender metaforicamente. O roqueiro agora envereda pela Ciência Política e ‘sapeca’ que “a América do Sul está se tornando uma cortina de ferro tropical”. Pelas ‘piercingns’ de ‘Ozzy Osbourne’! Nunca houve socialismo nem muito menos comunismo em parte alguma do mundo, em época alguma, muito menos na AL. Somente houve troca de guarda de regimes ditatoriais diversos. A mente obstruída pela fumaça de alguém que ao longo da vida sempre fez apologia às drogas – tanto fez tal apologia que findou escrevendo uma – ainda diz mais outra asneira: “Existe uma censura poderosíssima perpetrada por uma militância de toupeiras”. Como existe censura se qualquer pessoa, independente do grau de alfabetização, escreve livros e dá entrevistas? O cidadão precisa tomar conhecimento que, principalmente nas mídias sociais, não há nenhum tipo de impedimento para se publicar o que bem se entenda. Aqui e alhures. “Nada mais conservador que um liberal no poder.” ou no desespero do ostracismo, digo eu. Assisti agora ontem à tarde ao programa “Estúdio i”, Globo News, onde o Lobão em pele de cordeiro, e que anos passados descia o malho na ditadura midiática da Rede Globo, hoje se serve desse satã para divulgar seu (dele) livro. Abaixo um exemplo de “uma unhazinha arrancada relatada pele mãe de uma prisioneira da repressão praticada pelos ídolos do roqueiro: “Sônia Maria Lopes de Moraes, minha filha, teve seu nome mudado após o seu casamento com Stuart Edgar Angel Jones, para Sônia Maria de Moraes Angel Jones. Ambos foram torturados e assassinados por agentes da repressão política, ele em 1971 e ela em 1973. Minha filha foi morta nas dependências do Exército Brasileiro, enquanto seu marido Stuart Edgar Angel Jones foi morto nas dependências da Aeronáutica do Brasil. Tenho conhecimento de que, nas dependências do DOI-CODI do I Exército, minha filha foi torturada durante 48 horas, culminando estas torturas com a introdução de um cassetete da Polícia do Exército em seus órgãos genitais, que provocou hemorragia interna do DOI-CODI. “ Ps1. Tivesse eu paciência para tratar com os desprovidos de neurônios recomendaria ao felino predador da inteligência, a leitura do livro do Professor Paulo Bonavides, ‘Ciência Política’, para só então fazer análises sobre socialismo. Ps2. Evidente que o terrorismo é crime hediondo e deve ser combatido, e punido dentro do rigor estrito da lei. Ps3. Pra não dizer que não pincei nada de positivo na “literatice verborrágica” do autor, concordo quanto a sua opinião em relação ao carniceiro Che Guevara, também outro tresloucado transformado em ídolo.    

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Claudio Hummes: A igreja ‘não funciona mais’

Apontado como o cardeal brasileiro mais próximo do novo papa, dom Claudio Hummes, 78, diz que a igreja “não funciona” do jeito que está e pede mudanças em toda sua estrutura. Na sua apresentação ao mundo, Francisco convidou dom Cláudio, arcebispo emérito de São Paulo, a ficar do seu lado no balcão da basílica de São Pedro. Emocionado com o convite e com a homenagem ao fundador de sua ordem, o franciscano d. Cláudio disse à Folha que a escolha do nome é por si só uma encíclica. O ex-bispo de Santo André disse ainda que as acusações de que o novo papa colaborou com a ditadura militar argentina são “grande equívoco, senão uma falsificação”. FABIANO MAISONNAVE/Folha de S.Paulo * Folha – O sr. foi convidado pelo papa Francisco a estar ao seu lado na primeira aparição. Como é a relação entre vocês? D.Claudio Hummes – Nós nos conhecemos de tantas oportunidades, porque fui arcebispo de São Paulo, e ele, arcebispo de Buenos Aires. Mas sobretudo foi em Aparecida (SP) onde estivemos mais tempo trabalhando juntos, na 5ª Conferência Latino-americana, em 2007. Existia ali a comissão da redação, a mais importante porque ali que se formulava o documento para depois ser votado. Ele era o presidente, e eu, um dos membros. Admirei muito a sua sabedoria, serenidade, santidade divina, espiritualidade. Muito lúcido e muito pastoral, grande zelo missionário, de querer que a igreja seja mais evangelizadora, mais aberta.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Como foi o convite para o balcão? Quando se começou a organizar a procissão da Capela Sistina para o balcão na praça, ele chamou o cardeal Vallini, que faz as vezes do bispo de Roma, o vigário da cidade, e me chamou também. Disse: “D.Cláudio, vem você também, fica comigo neste momento”. Disse até: “Busca o teu barrete [chapéu eclesiástico]”, bem informalmente. Fui lá buscar o meu barrete e estava todo feliz…. Porque não é o costume, quem vai junto são os cerimonários, nunca tem cardeais com o papa, eles estão nos outros balcões. E o fato de que ele nos convidou acabou rompendo um monte de rituais. Mas foi realmente, para mim, muito gratificante. E também pelo fato de ele ter recém-escolhido o nome de Francisco. Eu sou franciscano, então isso me envolvia muito pessoalmente. Como o sr. interpreta esse gesto? Como um gesto pessoal dele, muito espontâneo, muito simples. Não sei quais os significados que ele queria dar. Eu digo que fiquei muito feliz, estava ali com o primeiro papa chamado Francisco. O papa recusou a limusine, foi pagar a conta do hotel…. São gestos simples, mas que mostram quem ele é e como ele vê as coisas. A minha maravilha foi que esses gestos foram compreendidos pelo povo simples e pela mídia. A mídia também interpretou esplendidamente, entendeu as mensagens que o papa queria dizer. Qual é o significado de ter um papa de fora da Europa depois de mais mil anos e além disso latino-americano? Os outros papas que não foram exatamente europeus vinham da região do Mediterrâneo. Nesse sentido, era a Europa da época, era uma grande realidade geopolítica. Mas o fato de que hoje venha um papa de fora da Europa tem um significado muito grande porque mostra o que a igreja sempre tem dito: a igreja é universal, para a humanidade. Não é para a Europa. Ter um papa é o sinal maior. É o gesto de dizer: o papa pode vir de qualquer parte do mundo. Também acho importante que tenha vindo da periferia ainda pobre, emergente. Isso é uma confirmação para todos os católicos de lá: “Nós temos um papa que vem daqui”. E não só para os católicos, até os países se sentem muito mais em pé de igualdade com os outros. São Francisco também é lembrado pela missão de reformar a igreja como um todo. A escolha do nome também tem essa abrangência? Certamente, para o papa, o nome é todo esse programa. Hoje, a igreja precisa, de fato, de uma reforma em todas as suas estruturas. Organizar a vida da igreja, a Cúria Romana, que tanto se falou e que precisa urgente e estruturalmente ser reformada, isso é pacífico entre nós. Porém uma coisa é entender que precisa ser feito e outra coisa é fazê-lo. Será uma obra gigantesca. Não porque seja uma estrutura gigantesca, mas por um mundo de dificuldades que há dentro de uma estrutura como essa, que foi crescendo nos últimos séculos. Alguém disse já que a escolha do nome Francisco já é uma encíclica [mensagens do papa à igreja], não precisa nem escrever. Isso é muito bonito, é muito promissor. Em que sentido a reforma é necessária? Não é só da Cúria, são muitas outras coisas: o nosso jeito de fazer missa, de fazer evangelização, essa nova evangelização precisa de novos métodos. O papa falou no encontro com os cardeais sobre novos métodos, nós precisamos encontrar novos métodos. Mas se falou sobretudo da Cúria Romana, que precisa ser reformada estruturalmente. É muito grande, mas tudo isso precisa de um estudo, a gente não tem muitas coordenadas. Muitos dizem que é grande demais, que foi feito um puxadinho aqui, um puxadinho lá, mais uma sala aqui, mais uma comissão lá, mas essa aqui não tem suficiente prestígio…. Essas coisas todas que acontecem numa estrutura dessas. A igreja não funciona mais. Toda essa questão que aconteceu ultimamente mostra como ela não funciona. E depois, uma vez feito esse novo desenho, você tem de procurar as pessoas adaptadas para ocuparem esses cargos, esses serviços. Reza a lenda de que o papa Francisco não gosta de vir a Roma, que sua formação foi longe daqui. Isso contribuiu para a sua escolha? Não sei se contribui para a sua escolha, mas contribui agora, que ele é papa, a ser mais independente, a ser uma visão mais objetiva. É muito diferente ver um jogo da arquibancada e ver um jogo jogando futebol. Ele não jogou futebol. Vai ajudar, certamente. Mas ele também vai ouvir pessoas que jogaram, porque

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