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Thiago de Mello – Versos na tarde – 16/06/2016

Água de remanso Thiago de Mello¹ Cismo o sereno silêncio: sou: estou humanamente em paz comigo: ternura. Paz que dói, de tanta. Mas orvalho. Em seu bojo estou e vou, como sou. Ternura: maneira funda, cristalina do meu ser. Água de remanso, mansa brisa, luz de amanhecer Nunca é a mágoa mordendo. Jamais a turva esquivança, o apego ao cinzento, ao úmido, a concha que aquece na alma uma brasa de malogro. É ter o gosto da vida, amar o festivo, e o claro, é achar doçura nos lances mais triviais de cada dia. Pode também ser tristeza: tranqüilo na solidão macia. Apaziguado comigo, meu ser me sabe: e me finca no fulcro vivo da vida. Sou: estou e canto. ¹Amadeu Thiago de Mello * Barreirinha, AM – 30 Maio 1926 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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