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Com bloqueio do WhatsApp, usuários buscaram alternativa para o vício no aplicativo

Proibição do aplicativo bagunçou rotina dos brasileiros, acostumados a usar mensagens para atividades diárias. Existiu algo de positivo no bloqueio do WhatsApp por pouco mais de 24 horas, mesmo para quem não desgruda do aplicativo? Para as estudantes Gabriela e Mayara Florêncio, de 13 e 15 anos, a resposta é sim. Como a maioria dos adolescentes, as duas usam o zap-zap (apelido do app) o dia inteiro, e, como milhões de brasileiros, ficaram chateadas com a suspensão do serviço. Mas na manhã deste terça-feira as jovens tiveram uma agradável surpresa, cortesia do juiz Marcel Maia Montalvão, de Lagarto, no Sergipe, responsável pela decisão judicial que tirou do ar o WhatsApp.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ao contrário do que acontece todos os dias, elas não foram acordadas às 6h com uma mensagem no zap enviada pela mãe, Williana Florência, 33, que trabalha como faxineira. Alegria de uns, tristeza para outros: “Acho que elas perderam a aula hoje”, afirma, enquanto varre a calçada de um prédio de escritórios na zona oeste de São Paulo. “Eu saio muito cedo de casa, e elas não usam despertador. Acordam com a minha mensagem todo dia”, diz a mãe. MAIS INFORMAÇÕES “Não se pode penalizar milhões que usam o WhatsApp que não cometeram crime algum” Guia para usar o Telegram e entender o que o diferencia do WhatsApp Moradora do Jardim Santa Lucreia, no extremo norte de São Paulo, a família sentiu na pele a dificuldade provocada pela suspensão de um serviço gratuito que garante a comunicação e, entre outras facilidades, uma economia na conta de telefone ao final do mês. Em um país no qual as franquias de celular pós-pago são inacessíveis para grande parte da população e a modalidade pré-paga tem limites restritivos para envio de torpedos, o WhatsApp acaba desempenhando uma função social. “Mesmo se eu tivesse crédito no celular, elas não atendem”, afirma Williana. “Agora se toca o zap elas acordam e pegam na hora pra ver quem é. Colocaram até aquela figurinha [emoticon] do diabinho do lado do meu nome”, se diverte. Além de não conseguir mais acordar as filhas logo cedo (Williana, antes do serviço ser reestabelecido, estudava conversar com a vizinha para que vá bater na porta de sua casa nessa quarta e garantir que Gabriela e Mayara não percam mais aula), a faxineira aponta outro problema doméstico decorrente do bloqueio ao aplicativo. “Não posso mais brigar com meu marido, não consigo mais ficar de marcação com ele, não sei onde está, que horas chega…”, diz a faxineira com um sorriso nos lábios. Indagada se está falando sério, ela para de varrer, de sorrir, e responde: “Oxi! Claro que sim!”. O vigilante Anderson Ramoni, 35, viu um lado positivo no bloqueio do WhastApp. “Vai ter menos gente olhando para baixo, batendo em poste enquanto caminha na rua e mexe no celular, e menos batidinha no carro da frente enquanto dirige e manda mensagem”, afirma. Ele acredita que o bloqueio é uma possibilidade para que as pessoas “se aproximem” e deixem o celular de lado. Mas admite que também tem seus vícios de aplicativo: “Gosto mais do Facebook do que do Whats”. Mas para os que, ao contrário de Ramoni, não conseguem viver sem um aplicativo de mensagem instantânea, existem algumas alternativas. Uma é o Telegram, que na segunda-feira, após o anúncio do bloqueio, teve tanta procura que chegou a divulgar nota dizendo que estava tendo dificuldades para fazer a verificação de todos os números de celular que tentavam fazer o cadastro. O motoboy Alessandro Gomes, 31, usa o Telegram desde dezembro do ano passado. A empresa na qual trabalha trocou o zap pelo aplicativo após o bloqueio que também aconteceu por força de um juiz de primeira instância no final do ano. “Agora lá em casa todo mundo baixo o Tele, fizeram até grupo já”, afirma. Mas ele tem uma crítica ao rival do WhatsApp: “Não dá pra tirar foto de dentro do aplicativo. Tem que sair, tirar a foto, e depois abrir a galeria”. Fica a dica. A falta do aplicativo alterou não apenas a rotina dos brasileiros, que precisaram encontrar novas maneiras de se comunicar sem precisar gastar os valiosos minutos das franquias de telefone celular. Sem o zap, muitos perderam tempo. “Eu organizo minha vida, meu tempo, com base nas mensagens de WhatsApp que recebo da minha família”, afirma o porteiro Daniel Gomes da Silva, 49. Morador do Taboão da Serra, zona sul de São Paulo, Silva depende do aplicativo para saber a que horas deve buscar a mulher e a filha. “Minha mulher manda mensagem dizendo que está saindo da Igreja de noite, eu vou buscá-la. Minha filha diz que está chegando da faculdade, vou encontrá-la no meio do caminho”, explica. “Agora ficou tudo bagunçado. Ontem de noite fiquei lá no portão de casa com cara de tonto esperando, esperando…”. Gil Alessi/ElPais

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Facebook quer ser o motor da Internet

“Hoje vamos fazer algo diferente. Vamos pensar no mundo nos próximos 10 anos”, começou Mark Zuckerberg. Vídeo em 360 graus, educação, conectividade e comunicação: essas são as chaves do Facebook para o futuro. Mark Zuckerberg, durante o Facebook F8 em São Francisco. Foto Reuters  O gênio das redes sociais olhou para trás na apresentação, que acaba de realizar, de sua conferência anual. “À medida que viajo pelo mundo vejo as pessoas com medo, pensando em erguer muros, barreiras, parando a emigração e cortando o acesso à rede ou à liberdade de expressão. Temos que ser corajosos para escolher a esperança acima do medo. Temos de ser otimistas para mudar o mundo. O otimismo está por trás de cada passo que damos”, enfatizou. “Nosso trabalho é mais importante que nunca.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Com seu uniforme habitual e grande entusiasmo, Mark Zuckerberg apareceu em Fort Mason, uma antiga base militar, com mais de 2.000 desenvolvedores que pagam 1.500 dólares (5.260 reais) para assistir à conferência F8. A apresentação se concentrou em seu serviço, que quer ser plataforma. A obsessão de Zuckerberg é que seja usado para tudo. Para isso necessita da ajuda da mídia, para que publique em sua plataforma, e também de vídeos ao vivo. Precisa, ainda, do auxílio dos desenvolvedores, para que façam programas. E dos criativos, para que produzam conteúdo em realidade virtual. Também das empresas, para que usem seu Messenger como fórmula de atendimento ao cliente. Começou com a realidade virtual e o vídeo em 360 graus. “Todos temos o desejo de nos conectar com os demais, de que nos entendam. Quando era bebê meus pais escreveram a data em que dei meus primeiros passos. Quando foi a vez do meu sobrinho, minha irmã gravou em vídeo pelo celular e compartilhou. Este ano, quando minha filha Max der seus primeiros passos, espero poder gravar em 360 para compartilhar da maneira mais realista possível”, disse, para dar ênfase à sua aposta nesse formato. Surround 360 será sua câmera para gravar em alta definição com esse formato. Deixou claro que não vão ser fabricantes, mas, sim, aceleradores da adoção. O passo seguinte foi o Messenger, mais bem-sucedido nos Estados Unidos do que no mundo de língua espanhola, onde o WhatsApp é o rei. “A mensageria é o que mais me dá esperança. Nos EUA no ano passado o Messenger foi o app mais usado, só atrás, bem, hã, do Facebook”, disse, em tom de brincadeira e segurando o riso. Somando WhatsApp e Messenger são enviadas diariamente mais de 60 bilhões de mensagens em todo o mundo. Somando WhatsApp e Messenger são enviadas diariamente mais de 60 bilhões de mensagens em todo o mundo “Não conheço ninguém que goste de falar de um negócio por telefone. Tampouco instalar um aplicativo toda vez que tem de usar algo. Por isso convertemos o Messenger em uma plataforma para que os negócios se comuniquem com os usuários”, explicou. Deu a CNN como exemplo. A rede de notícias vai mandar um resumo diário por esse meio. O Live, seu vídeo ao vivo, teve seu momento de gloria ao revelar que alguns famosos vão usá-lo para contar sua vida, notícias e detalhes mais chegados ao público. Será lançado com a Mevo, uma câmera do tamanho de uma noz que transmitirá em tempo real. O Free Basics, seu plano de acesso gratuito a uma série de sites, já alcança 25 milhões de pessoas em 37 países. Há quase 1,6 bilhão de pessoas no Facebook. Mais de 1 bilhão se conectam através do celular. No entanto, ainda faltam 4,1 bilhões de pessoas que não estão na Internet. Com o 1Doc3, da Colômbia, criou uma plataforma para que aqueles que nunca tinham ido ao médico possam falar com um desses profissionais por esse portal. O ponto de atenção às minorias esteve na acessibilidade. Na semana passada contaram como os cegos poderão receber descrições de imagens em texto. Por fim, chegou a vez da Inteligência Artificial. Sua visão foi peculiar: “Há grandes avanços, mas quase todos os serviços usam os mesmos padrões. É preciso pensar de modo diferente”. A realidade virtual, com o Oculus à frente, foi um dos anúncios que iluminaram o seu olhar. “Mais de dois milhões de horas de vídeo já foram vistos nessa plataforma”, revelou. “Pela primeira vez na sala de casa se pode ter uma experiência de alta qualidade.” No momento mostrou o que acredita ser o futuro com óculos como os que se usam agora para ver. Durante dois dias o Facebook irá dar detalhes sobre como tornar realidade esses planos para os próximos 10 anos. El País

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