Senador Taques e a fritura do Ministro Carlos Lupi
Ante declarações explícitas de amor à ética, sempre deixo uma porta aberta como rota de fuga. Nunca consigo associar capitalismo, ditaduras, ou qualquer tipo de poder do Estado associado a bons costumes. Como li certa vez, não lembro onde, “depois de Auschwitz, impossível haver poesia”. Ética e pureza não fazem parte do saco de bondades de nenhum poder. O Editor Taques e Lupi: ‘Fatos são graves e merecem resposta’ Plugado ao computador no fim de semana, o senador Pedro Taques (PDT-MT), foi abalroado no twitter pela indagação de um de seus seguidores: Pergunta seca: “E aí, nobre senador – arauto da ética — quais as providências contra esse escândalo do seu partido, o PDT? Punições?” O internauta referia-se à denúncia de cobrança de propinas de até 10% nos convênios da pasta do Trabalho, gerido por Carlos Lupi, o cacique da tribo dos pedetês. Taques respondeu, como se diz, na lata: “Os fatos são graves e a sociedade merece resposta. Não me interessa o partido, pode ser até o PDT, precisamos de respostas.” Senador de primeiro mandato, Taques foge do alinhamento automático ao governo. Costuma dizer que não é situação nem oposição, é “Constituição”. Ex-procurador da República, o senador não deu refresco a nenhum dos cinco ministros encalacrados de Dilma Rousseff. Vergastou de Antonio Palocci (PT) a Orlando Silva (PCdoB). Daí a irononia –“arauto da ética”— e a interrogação –“punições?”— do internauta que o cobrou sobre Lupi. Para manter a coerência, Taques deve se associar a outros pedetês – Reguffe (DF) e Miro Teixeira (RJ), por exemplo— numa representação à Procuradoria da República. Vai-se requerer ao procurador-geral da República a abertura de uma investigação sobre a pasta de Lupi, presidente licenciado do PDT. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Assim, além das previsíveis cobranças da oposição, Lupi terá de lidar com o pedaço de sua legenda que ainda preza a biografia. blog Josias de Souza