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Obama em Cuba: quando um “fake” se torna realidade

A frase premonitória que Fidel nunca disse sobre Obama, o Papa e CubaA frase, atribuída ao líder cubano em 1973, é boa, mas era só uma piada Com a visita de Barack Obama a Cuba, voltou a circular na Internet um comentário sarcástico supostamente feito por Fidel Castro em 1973 e que teria de transformado em uma assombrosa premonição involuntária: “Os Estados Unidos só irão dialogar conosco quando tiverem um presidente negro e houver no mundo um Papa latino-americano”. O problema é que Castro nunca disse isso. Este é um dos memes que estão sendo compartilhados no Twitter, em espanhol. Segundo o site Snopes, que se dedica a investigar e desmentir lendas urbanas, essa frase começou a ser espalhada como verídica por causa de um artigo do escritor argentino Pedro Jorge Solans publicado no jornal El Diario, também da Argentina, há pouco mais de um ano.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Nesse texto, Solans diz que a história lhe foi contada por Eduardo de la Torre, então estudante universitário e hoje taxista em Cuba. Fidel Castro teria dito a frase numa entrevista coletiva, em resposta a uma pergunta do jornalista britânico Bryan Davis. – Quando o senhor acha que poderão ser restabelecidas as relações entre Cuba e Estados Unidos, dois países tão distantes apesar da proximidade geográfica? Fidel Castro, segundo essa versão, o olhou fixamente e respondeu para todos os que estavam na sala: – Os Estados Unidos só irão dialogar conosco quando tiverem um presidente negro e houver no mundo um Papa latino-americano. Em meados de 2015, a frase foi publicada como verídica na imprensa da Espanha e América Latina, como recorda o site argentino Periodismo.com. O problema é que não há nenhuma outra fonte nem qualquer registro oficial da frase, segundo o Snopes. Tampouco se sabe qualquer coisa a respeito de Bryan Davis, o jornalista que teria feito a pergunta a Castro, segundo o site Skeptics. E tampouco há rastro dessa frase antes de dezembro de 2014, como recordam oThe Guardian e o Periodismo.com. Ou seja, ela surgiu na mesma época em que Estados Unidos e Cuba anunciaram o restabelecimento das suas relações diplomáticas. Na verdade, todas as referências anteriores ao artigo do El Diario apresentam a frase como uma piada que era contada naqueles dias na ilha, como no caso da coluna publicada em 22 de dezembro pelo jornalista Ortiz Tejeda, no jornal mexicano La Jornada. Nessa versão, Castro não responde a nenhum jornalista, e sim ao próprio Che Guevara, e a conversa ocorre em 1961: – Fidel, alguma vez voltaremos a ter relações diplomáticas com os ianques? Fidel responde: – Isso só será possível no dia em que o presidente dos Estados Unidos for negro e o Papa argentino, como você… O jornal Havana Times também menciona o ocorrido alguns dias mais tarde, em 27 de dezembro de 2014, afirmando se tratar de uma piada que aproveita a coincidência de três fatos que todos antes consideravam impensáveis. “Washington e Havana só retomarão as relações ‘no dia em que o presidente dos Estados Unidos for negro e o Papa argentino”, diz uma piada comum nos últimos dias na ilha, colocada na boca de um fictício Fidel Castro dos anos sessenta, e que resume muito bem as mudanças que ocorreram no mundo desde então e a imensa agitação política presenciada agora. El País/Jaime Hancock

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Setor privado cubano tem acesso a serviços bancários na internet pela primeira vez

O incipiente setor privado cubano, que floresceu com as reformas econômicas de Raúl Castro, poderá ter acesso aos serviços bancários via internet, uma prática que estava reservada, na ilha comunista, a pessoas jurídicas, informou nesta terça-feira a imprensa local. “Os trabalhadores por conta própria (privados) em Cuba podem ter acesso atualmente aos serviços bancários sem a necessidade de ir aos escritórios comerciais, nova facilidade promovida pelo ‘Banco Popular de Ahorro‘ (BPA) com o objetivo de se aproximar mais do setor não estatal”, afirmou o jornal oficial Granma. O jornal destacou que o serviço de “banco remoto”, uma prática comum em outros países, começou a funcionar há quase dois meses para este setor, já que “anteriormente só era ofertado a pessoas jurídicas”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A diretora do Banco de Negócios do BPA, Greicher La Nuez, explicou que “os emergentes atores econômicos podem realizar transferências de fundos, receber informação sobre o estado das contas correntes e verificar seus 10 últimos movimentos bancários”. Os créditos bancários foram reintroduzidos em 2011 na ilha depois de quatro décadas, no âmbito das reformas destinadas a tornar eficiente o esgotado modelo econômico, mas não se converteram em fonte importante de financiamento do setor privado, como em países com economia de mercado. AFB/Info

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Quem diria hein? Obama de amizade com comunistas!

EUA anunciam restabelecimento de balsa entre Flórida e Cuba Durante décadas, cubanos buscaram refúgio nos EUA usando barcos improvisados O governo americano aprovou o restabelecimento de serviços de transporte naval de cargas e passageiros entre os Estados Unidos e Cuba, interrompidos há mais de 50 anos em função do embargo econômico à ilha caribenha. A decisão foi anunciada na noite de terça-feira, quatro meses depois de os dois países terem anunciado que reatariam relações diplomáticas. A decisão sobre os serviços marítimos está sendo vista por analistas como mais um passo rumo ao fim da política de isolamento de Cuba.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Diversas companhias de navegação afirmaram já ter recebido licenças para operar rotas entre o estado americano da Flórida e Cuba. A cidade americana de Miami e a capital cubana, Havana, ficam a cerca de 150 km de distância. Leia mais: Cúpula das Américas começa com cumprimento entre Obama e Castro Tal proximidade fez com que, durante décadas, milhares de cubanos tenham fugido ou tentado fugir do regime comunista cubano em embarcações improvisadas. Ficaram conhecidos como balseros. Recentemente, os presidentes de Cuba e EUA anunciaram uma reaproximação A expectativa é de que os serviços marítimos comecem a operar em setembro, embora o cronograma ainda dependa de negociações entre autoridades em Washington e Havana. “É um grande passo à frente”, afirmou Joseph Hinson, presidente da companhia de navegação United Americas Shipping. Nas últimas semanas, também foi anunciado um serviço de voo tipo charter entre Nova York e Havana, a ser operado pela companhia aérea JetBlue. No entanto, a legislação americana ainda proíbe que cidadãos do país viajem para Cuba, salvo em casos excepcionais que dependem de aprovação em 12 diferentes categorias. Estima-se que mais de 1 milhão de cubanos tenha se refugiado nos EUA desde a revolução de 1959, em que os rebeldes sob comando de Fidel Castro derrubaram o então ditador cubano Fulgêncio Batista. BBC

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Papa Francisco deve visitar Cuba em Setembro

Autoridades do Vaticano informaram na última sexta-feira que o pontífice estuda visitar Cuba no fim de setembro, antes de sua viagem aos Estados Unidos. O papa Francisco está considerando a possibilidade de visitar Cuba durante sua próxima viagem aos Estados Unidos prevista para o fim de setembro, informou nesta sexta-feira (17) a assessoria de imprensa do Vaticano. Em nota, o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, explicou que os contatos com as autoridades cubanas para a possível visita do pontífice à ilha “ainda estão em um momento muito inicial para se falar de uma decisão já tomada ou de um projeto operacional”. O Vaticano divulgou a nota depois de o jornal americano “The Wall Street Journal” ter revelado que o Papa Francisco estava avaliando a possibilidade de visitar Cuba. O trabalho da diplomacia vaticana foi decisivo no histórico processo de reaproximação entre as autoridades de Cuba e dos EUA. A visita a Cuba poderia ser a primeira etapa do périplo pelos EUA, onde Francisco se tornará o primeiro papa da história a discursar no Congresso americano. A possível viagem à ilha seria um dos temas abordados no encontro previsto com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca, no dia 23 de setembro, assim como no discurso que o pontífice fará na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A viagem será encerrada na Filadélfia, onde o papa participará do Encontro Mundial das Famílias, organizado pela Igreja Católica. Apesar de os contatos com as autoridades cubanas estarem na fase inicial, o Vaticano está se movimentando há muito tempo para viabilizar a visita de Francisco à ilha. O secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, uma espécie de primeiro-ministro do Vaticano, participou da VII Cúpula das Américas, no Panamá, reunião que contou com a presença de Obama e do presidente cubano, Raúl Castro. Além disso, a imprensa italiana informou que entre 22 e 28 de abril outro colaborador próximo ao papa, o prefeito da Congregação para o Clero, o cardeal Beniamino Stella, viajará a Cuba. Ele foi núncio da ilha entre 1993 e 1999. Cuba e a Santa Sé também celebram em 2015 os 80 anos do início de suas relações diplomáticas. O papa Bento VXI viajou a Cuba em março de 2012. Quatorze anos antes, João Paulo II tinha visitado à ilha. Fonte:MPortal

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Petróleo e Cuba ajudam EUA a retomar protagonismo na América Latina

Três meses após assumir a Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama afirmou, em sua primeira Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, que inauguraria um novo capítulo nas relações entre seu país e a América Latina. Presidentes posam para foto na Cúpula das Américas (EPA) Seis anos depois e encerrada no sábado a primeira edição da cúpula com a presença de Cuba, no Panamá, ele parece mais próximo de cumprir o objetivo, segundo analistas e diplomatas. Eles afirmam que a reaproximação entre Washington e Havana, que culminou no sábado na primeira reunião entre os presidentes americano e cubano em mais de meio século, esfriou uma das principais contendas entre os Estados Unidos e nações latino-americanas. Na mesma semana, a Casa Branca ainda consolidou acordos que fortalecem sua posição na América Central e no Caribe e, ao anunciar a visita de Dilma Rousseff a Washington em 30 de junho, afastou a crise com a segunda maior economia das Américas, o Brasil. Embora avaliem que Obama mereça créditos pelos feitos, especialistas afirmam que seus gestos foram facilitados por mudanças no cenário econômico das Américas: enquanto o Brasil e a Venezuela enfrentam problemas na economia e reduzem suas operações na vizinhança, os Estados Unidos voltam a crescer e ganham mais tração para atuar na região. Leia mais: Em reunião histórica, Obama e Raúl Castro trocam afagos Efeitos em cadeia Presidente do Inter-American Dialogue, um centro de pesquisas e debates em Washington, Michael Shifter diz que a retomada do diálogo entre Cuba e os Estados Unidos ajudará a melhorar as relações do governo americano com a maior parte da América Latina. “Por décadas, a questão cubana foi bastante problemática, causando muito desgaste nos assuntos interamericanos”, diz Shifter, que acompanhou o evento no Panamá. Especulava-se que Obama pudesse anunciar na cúpula a retirada de Cuba da lista americana de Estados patrocinadores do terrorismo, o que não ocorreu. Mesmo assim, os afagos trocados entre o americano e o líder cubano, Raúl Castro, ao longo do encontro sinalizam que os dois estão empenhados em aproximar seus países. Shifter afirma, porém, que a mudança na política americana para Cuba “não significa que a relação de Washington com a região será livre de tensões e desconfiança”. “Suspeitas e ressentimentos antigos não desaparecem da noite para o dia”. Leia mais: O que Che Guevara diria sobre a reaproximação EUA-Cuba Na cúpula, muitos líderes esquerdistas – entre os quais Nicolás Maduro (Venezuela), Rafael Correa (Equador) e Daniel Ortega (Nicarágua) – celebraram a presença de Cuba no evento, mas fizeram duros discursos contra os Estados Unidos, destacando seu histórico de intervenções na região. O maior alvo das críticas – endossadas inclusive por líderes mais moderados, como Dilma e Juan Manuel Santos (Colômbia) – foram as sanções que Washington aplicou no mês passado a sete autoridades venezuelanas. Segundo o governo americano, os funcionários sancionados violaram direitos humanos. Shifter diz que criticar os Estados Unidos em eventos como esse ainda rende dividendos políticos a líderes latino-americanos, e que o tema venezuelano mostra que ainda há muitas diferenças entre Washington e a América Latina. Ele diz acreditar, no entanto, que o acerto com Cuba deve ajudar a diminuir essas diferenças. Queda no petróleo Analistas avaliam que os ganhos americanos na vizinhança também refletem a queda nos preços do petróleo e seus impactos na Venezuela, um dos seus maiores desafetos na região. Dona das maiores reservas petrolíferas do mundo e valendo-se dos altos preços da matéria-prima na última década, Caracas forjou uma aliança com vizinhos caribenhos, entre os quais Cuba, baseada na venda subsidiada do bem. Em 2013, essa aliança – batizada de Petrocaribe – se associou à Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), bloco fundado uma década antes pelo então presidente venezuelano Hugo Chávez e que se tornara o principal bastião antiamericano da região. A drástica queda no preço do petróleo nos últimos dez meses, porém, afetou a assistência venezuelana aos vizinhos e fragilizou a lealdade deles ao projeto político de Caracas, diz Ted Piccone, analista da Brookings Institution, em Washington. Em artigo publicado em fevereiro, ele diz que a crise na Venezuela facilitou a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos ao forçar Havana a buscar alternativas à sua aliança econômica com Caracas. A Venezuela vende a Cuba cerca de 100 mil barris de petróleo ao dia por preços preferenciais. Segundo um relatório do Banco Barclays, o colapso econômico na Venezuela também tem afetado o envio de petróleo subsidiado a outras nações caribenhas. Atentos ao cenário, os Estados Unidos mexem suas peças. Em janeiro, o vice-presidente americano recebeu líderes caribenhos em Washington para discutir segurança energética. E na véspera da cúpula no Panamá, Obama anunciou na Jamaica programas para financiar e transferir tecnologias em energia limpa e reduzir a dependência por combustíveis fósseis entre países da região. Além de minar a “diplomacia petroleira” de Caracas, a iniciativa se alinha com uma das principais bandeiras do presidente americano: a necessidade de combater as mudanças climáticas e privilegiar fontes de energia limpa. Leia mais: Favorita entre democratas, Hillary anuncia pré-candidatura à Presidência dos EUA Acredita-se ainda que o fraco desempenho da economia brasileira nos últimos anos e a desaceleração na China tenha facilitado a superação das diferenças entre Brasília e Washington, causadas pelas denúncias de que Dilma fora espionada pela agência de segurança americana. O episódio fez com que ela cancelasse uma visita que faria aos Estados Unidos em 2013, agora reagendada para o fim de junho. Entre empresários brasileiros, vinham crescendo as cobranças para que o país se voltasse aos Estados Unidos para voltar a crescer. O governo brasileiro chegou a condicionar a remarcação da visita a um pedido de desculpas da Casa Branca, mas acabou cedendo na posição. Mudanças demográficas Segundo um diplomata brasileiro nos Estados Unidos, a mudança da política americana para a região reflete ainda mudanças demográficas no país. Há 50 anos, havia poucos milhões de hispânicos ou latinos nos Estados Unidos. Por causa da imigração e de taxas de natalidade acima da média, o grupo hoje soma 57

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Raul Castro e eleições

Assisti agora trecho, na íntegra nem Zé, o Dirceu agüenta, do discurso de posse – posse? há,há,há – de um dos provectos carniceiros cubanos. O tal do Raul em meio à peroração sapeca essa pérola de humor cínico: “… fui eleito”… Eleito? É um gozador. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Yoani Sánchez no Brasil

As e os “castrestes” montam acampamento em todos o lugares por onde passa no Brasil, a blogueira cubana Yoani Sánches, famosa por opor resistência à ditadura dos irmãos Castro em Cuba. Após longo batalha a blogueira conseguiu finalmente que a ditadura comandada por Raul Castro lhe concedesse o passaporte para que ela pudesse viajar para fora do “paraíso” caribenho. Melhor divulgação ela não poderia ter. Sem os “protestos” dos ‘esquerdoides’ – adoram Cuba, mas não querem ir viver lá – 80% dos brasileiros não tomariam conhecimento da existência da blogueira que resiste aos “Castros”.

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Cuba é readmitida, por aclamação, na Organização dos Estados Americanos

Assembleia da OEA abre caminho para readmitir Cuba Resolução que barrava a ilha foi suspensa por aclamação. País estava fora da organização desde 1962 por pressão dos EUA. A OEA (Organização dos Estados Americanos) deixou sem efeito nesta quarta-feira (3) a resolução que excluiu Cuba da organização em 1962. A nova resolução da assembléia, aprovada por unanimidade, abre as portas para que a ilha seja reintegrada à entidade. Leia a íntegra do texto Ela foi tomada por representantes dos 34 países na cidade hondurenha de San Pedro Sulá. Agora, cabe a Cuba a iniciativa de aceitar ou não a volta à entidade. Antes da decisão, o governo cubano vinha dizendo não ter interesse em retornar. Leia também: Cuba não está mais marginalizada, diz Lula A OEA estava envolvida em um debate sobre a readmissão de Cuba. Os países latino-americanos argumentam que a decisão é uma maneira de estimular a reaproximação entre o regime comunista cubano e os EUA, agora sob a administração democrata de Barack Obama. Os cubanos haviam sido expulsos da organização por terem aderido ao bloco comunista, por conta da pressão norte-americana, ainda no contexto da Guerra Fria. Uma corrente liderada pelos EUA defendia a volta da ilha, mas condicionava-a ao cumprimento das resoluções da organização. Após a aprovação da resolução, o Departamento de Estado norte-americano disse que o retorno de Cuba está condicionado a “respeito de princípios, objetivos democráticos e dos direitos humanos”. A Carta da OEA estabelece que seus integrantes sejam países com regimes democráticos, representativos e pluralistas. Já Venezuela, Nicarágua, Bolívia e Honduras não aceitavam a imposição de condições para o retorno. “A Guerra Fria acabou neste dia em San Pedro Sula”, clamou o presidente hondurenho, Manuel Zelaya, depois da aprovação. O embaixador do Brasil na Organização de Estados Americanos (OEA), Ruy Casaes, congratulou-se com a anulação de “uma relíquia que remontava àquela época” – uma decisão adotada quase 20 anos depois do fim da Guerra Fria. “Não estamos interessados em velhas batalhas ou viver no passado”, afirmou o encarregado para a América Latina do Departamento de Estado, Thommas Shannon, que chefia a delegação americana, depois da partida da secretária de Estado, Hillary Clinton. Shannon afirmou que a decisão e os passos concretos já dados pelo governo de Barack Obama para aproximar-se de Havana em meses passados “representam a maior mudança de nosso enfoque sobre Cuba nos últimos 40 anos”. “Não existem mais tabus dentro da OEA, todos os assuntos podem ser debatidos” depois desta quarta-feira, destacou o chanceler do Uruguai, Gonzalo Fernández. O chanceler Nicolás Maduro da Venezuela afirmou que este dia marcará o início de “um novo tipo de relação entre as elites dos Estados Unidos e de nossos povos”, citando conflitos de Washington com povos da América Latina. Fidel critica Mais cedo, antes da aprovação, o ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou em texto que a OEA é “cúmplice” de crimes contra o seu país. “A OEA foi cúmplice de todos os crimes cometidos contra Cuba,” disse Fidel no artigo publicado pela imprensa oficial da ilha, sob o título “O Cavalo de Tróia.” “Em um momento ou outro, a totalidade dos países da América Latina foram vítimas das intervenções e agressões políticas e econômicas. Não há um só que possa negá-lo.” No artigo, Fidel, que se afastou do poder desde 2006 por motivos de saúde, acusa a OEA de ter apoiado “o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econômicas.” “A ignorância, o subdesenvolvimento, a dependência econômica, a pobreza, a devolução forçosa dos que emigram (…), o roubo de cérebros e até as armas sofisticadas do crime organizado foram as consequências das intervenções e do saque procedentes (da América) do Norte,” disse Fidel. “Cuba, um pequeno país, demonstrou que se pode resistir ao bloqueio e avançar em muitos campos e inclusive cooperar com outros países,” acrescentou Fidel, para quem a OEA é uma organização “repugnante e infame.” G1

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