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Paul Verlaine – Versos na tarde – 07/01/2016

Em surdina Paul Verlaine¹ Calmo, na paz que difunde a sombra dos altos ramos, que o nosso amor se aprofunde neste silêncios em que estamos. Coração, alma e sentidos se confundam com estes ais que exalam, enlanguescidos, medronheiros e pinhais. Fecha os olhos mansamente e cruza as mãos sobre o seio. Do teu coração dolente afasta qualquer anseio. Deixemo-nos enlevar ao embalo desta brisa que a teus pés, doce, a arrulhar, a relva crestada frisa. E quando a noite sombria dos carvalhos for baixando, o rouxinol a agonia da nossa alma irá cantando. ¹Paul Verlaine Um dos maiores representantes do simbolismo francês * Metz, França – 30 de Março de 1844 d.C + Paris, França – 8 de Janeiro de 1896 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Paul Verlaine – Versos na tarde – 24/04/2014

Poema Paul Verlaine¹ Antes de qualquer coisa, música e, para isso, prefere o Ímpar mais vago e mais solúvel no ar, sem nada que pese ou que pouse. E preciso também que não vás nunca escolher tuas palavras em ambigüidade: nada mais caro que a canção cinzenta onde o Indeciso se junta ao Preciso. São belos olhos atrás dos véus, é o grande dia trêmulo de meio-dia, é, através do céu morno de outono, o azul desordenado das claras estrelas! Porque nós ainda queremos o Matiz, nada de Cor, nada a não ser o matiz! Oh! O matiz único que liga o sonho ao sonho e a flauta à trompa. Foge para longe da Piada assassina, do Espírito cruel e do Riso impuro que fazem chorar os olhos do Azul e todo esse alho de baixa cozinha! Toma a eloqüência e torce-lhe o pescoço! Tu farás bem, já que começaste, em tornar a rima um pouco razoável. Se não a vigiarmos, até onde ela irá? Oh! Quem dirá os malefícios da Rima? Que criança surda ou que negro louco nos forjou esta jóia barata que soa oca e falsa sob a lima? Ainda e sempre, música! Que teu verso seja um bom acontecimento esparso no vento crispado da manhã que vai florindo a hortelã e o timo… E tudo o mais é só literatura. ¹Paul Verlaine * Metz, França – 30 de Março de 1844 d.C + Paris, França – 8 de Janeiro de 1896 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Paul Verlaine – Versos na tarde – 16/01/2013

Seguidilla Paul Verlaine ¹ Morena aún no teñida, yo te quiero casi desnuda sobre um sofá negro en um salón amarillo como em mil ochocientos treinta. Casi desnuda y no tan desnuda, um desnudo a través de encajes que muestren tu carne por donde va corriendo mi boca que delira. Yo te quiero muy sonriente y mui dominante, maliciosa y perversa y peor si eso te gusta pero tan lujuriosa! Ah, tu cuerpo, que repose sobre mim alma taciturna y la ahogue, si puede, si tu capricho lo desea, más, y más, y más! Espléndidas, gloriosas, bellamente furiosas en sus jóvenes retozos, abates mi orgullo bajo tus jubilosas nalgas! ¹ Paul Verlaine * Metz, França – 30 de Março de 1844 d.C + Paris, França – 8 de Janeiro de 1896 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Paul Verlaine – Versos na tarde

A batalhas de amor campo de pluma Paul Verlaine ¹ Languidez, languidez! tem paciência, formosa! Acalma esse febril e indômito desejo; A amante deve ter, no embate mais sobejo. o abandono da irmã, tímida e carinhosa. Em teus afagos, pois, sê branda e langorosa, como do teu olhar o dormente lampejo, que embora fementido, um prolongado beijo vale mais que a expressão da carne luxuriosa. Tu me dizes, porém, que no teu seio ardente, ruge a fulva paixão, famulenta e bravia; pois deixá-la rugir desenfreadamente! A fronte em minha fronte e a mão na minha presa, choremos, doce amor, até que venha o dia, jurando o que amanhã negarás com certeza! Tradução de Baptista Capellos ¹ Paul Verlaine * Metz, França – 30 de Março de 1844 d.C + Paris, França – 8 de Janeiro de 1896 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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