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Deus,Pátria, Família e violência contra mulheres

Deus, Pátria Família e violência contra mulheres preferencialmente. Porque não me surpreendo? A noiva do Deputado Federal Zé Trovão (PL-SC) foi à polícia e disse ter sido enforcada e violentada por ele. Que a Câmara dos Deputados fique de olho nesse “cidadão de bem”!

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Ejacular em pescoço não é crime. É somente contravenção?

A perversa lógica que libertou o homem que ejaculou em uma passageira Cartaz da campanha do tumblr #MeuCorpoNãoÉPúblico PAULA FERNANDES Juiz em São Paulo diz que não houve violência ou crime de estupro contra mulher em ônibus Libertação de agressor, com 17 passagens por conduta semelhante, acende debate sobre lei [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Cíntia Souza viajava de ônibus na Avenida Paulista, no coração de São Paulo, quando recebeu um jato de esperma no pescoço. Aconteceu no dia 29 e o agressor, Diego Ferreira de Novais, foi detido em flagrante pelo motorista e pelo cobrador do ônibus que ouviram os gritos da vítima e o impediram de fugir e também de ser linchado pelos outros passageiros do ônibus. Menos de 24 horas depois, Novais, que tem 17 passagens na polícia por condutas semelhantes, foi libertado pela Justiça, provocando indignação com a decisão e um debate sobre as dificuldades do sistema brasileiro em punir os crimes sexuais e proteger efetivamente as mulheres de novos abusos. A discussão passa, de acordo com especialistas, tanto por ajustar a tipificação de estupro como por combater o machismo no Judiciário e defender monitoramentos e atenção especializada para criminosos sexuais. Na terça-feira, o suspeito foi levado para a delegacia, onde foi feito o Boletim de Ocorrência. No dia seguinte, em uma audiência custódia, ele foi liberado. O juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto, que assinou a decisão, entendeu que não houve “constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus surpreendida pela ejaculação do indiciado”. O magistrado também descaracterizou o ato como crime de estupro. Segundo seu entendimento, que seguiu a linha do promotor do caso, o que houve foi importunação ofensiva ao pudor, que não é considerado um crime e sim uma contravenção penal, cuja pena é o pagamento de uma multa. Em entrevista à rádio Jovem Pan, a vítima se indigna. “Como é possível uma lei de 1941 proteger mulheres do nosso século?”, questiona Cíntia. A professora associada de direito penal e criminologia da UFRJ, Luciana Boiteux explica que existe uma lacuna legal na lei de estupro que respalda a decisão tomada pelo juiz. “Não há como acusá-lo de estupro de acordo com a lei penal em vigor. Contudo, houve, sim, constrangimento e essa atitude dele [o suspeito] é inaceitável”, afirma a advogada ao EL PAÍS. O termo constrangimento é utilizado judicialmente para indicar que a relação foi forçada, não consentida. Em 2009, a lei de estupro brasileira passou por uma alteração. Tornou-se um crime hediondo e foi unificada com a lei de atentado violento ao pudor, aumentando sua abrangência. Mas por prever uma pena mais dura, juízes geralmente optam por enquadrar alguns altos como contravenção penal, que foi o que aconteceu com Novais. Para Boiteux, o problema é que não existe um delito intermediário: ou o acusado é julgado por estupro, com uma pena muito alta, ou apenas paga uma multa e é posto em liberdade. Silvia Chakian, promotora de Justiça do Estado de São Paulo ouvida pela Agência Pública, concorda: “Essa decisão demonstra uma dificuldade que nós temos, justamente porque não há uma graduação entre um crime muito grave, o de estupro, e outro que tem uma pena ínfima, que é a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor”, diz. Junto com a discussão legal sobre a tipificação do crime, está o debate sobre a reincidência do suspeito e possibilidade de aplicação da prisão preventiva, já que ele tinha várias passagens pela polícia por condutas similares. Se não poderia ter determinado que a detenção continuasse, o juiz Souza Neto tampouco encaminhou o acusado a algum tipo de monitoramento ou atenção especializada, apesar de afirmar na decisão que ele necessitava de tratamento psiquiátrico. Depois que foi solto, Novais não retornou para a casa e, segundo familiares, ele teria viajado para a Bahia. O pai do suspeito disso ao canal SBT que o filho tinha ainda histórico de violência. Os especialistas consultados pelo EL PAÍS também veem no episódio reflexo de características machistas no sistema de Justiça brasileiro e defendem programas de educação e não apenas a solução da prisão como uma resposta efetiva. “É muito difícil tentar convencer a vítima de um crime sexual que o direito penal não resolve. Ela tem todos os motivos para querer uma punição rigorosa e rápida”, ressalta André Augusto Bezerra, que é juiz e presidente da Associação Juízes para a Democracia. “A resposta do Estado para essa pessoa, muito mais do que a punição rápida, é dar a segurança para essa vítima de que ela será ouvida pelo Estado, será ouvida pelo sistema de Justiça e se for provado o fato, a pessoa será condenada”, segue ele, lembrando que as mulheres não sentem confiança no Estado a ponto de fazer denúncias de crimes sexuais, temendo reações adversas e condutas inadequadas a começar pela própria polícia. “É imprescindível o debate de gênero nas escolas como mecanismo de prevenção contra a violência machista”, argumenta Boiteux. Os dois elogiam o curso anunciado também nesta semana pelo Ministério Público de São Paulo cujo objetivo é fazer com que homens que pratiquem atos como os sofridos por Cíntia ou encoxadas no transporte público sejam direcionados para uma espécie de curso de reciclagem, onde discutam o machismo na sociedade. A iniciativa já é aplicada em casos de violência doméstica. ElPais

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10 mulheres brasileiras que deveriam ser mais estudadas nas escolas

A história de Emmy Noether inspirou os leitores da BBC Brasil Direito de imagemSPL A história de Emmy Noether – matemática alemã que desafiou as universidades em 1903 para cursar o ensino superior e que foi citada por Albert Einstein como “genial” por sua contribuição à Física.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Após a reportagem ser citada no boletim de notícias ao vivo que a BBC Brasil transmite pelo Facebook todos os dias às 12h45, leitores começaram a sugerir nomes de mulheres que deveriam ser estudadas com mais ênfase nas escolas. Entre as diversas sugestões, que incluíram personalidades como a mexicana Frida Kahlo, selecionamos dez brasileiras para destacar e relembrar a contribuição delas para a nossa história. As trajetórias são muito diferentes entre si, assim como as áreas de atuação: da música à política, das artes plásticas à dedicação religiosa. O que quase todas têm em comum foi a luta por reconhecimento e pelos direitos da mulher. 1. Cora Coralina Direito de imagem AGÊNCIA BRASILCora Coralina era doceira e poetisa Apesar de ser considerada uma das poetisas mais importantes da literatura brasileira, Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, só publicou o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, aos 76 anos. Antes disso, criou quatro filhos trabalhando como doceira após a morte do marido e não chegou a terminar o ensino fundamental. Cora ficou conhecida por escrever sobre a cidade de Goiás e, embora não falasse sobre a questão de gênero na sua obra, é considerada por especialistas como uma escritora pioneira e libertária que enfrentou os preconceitos da sociedade para mostrar a contribuição das mulheres. 2. Irmã Dulce Direito de imagem AGÊNCIA BRASILIrmã Dulce pode ser a primeira santa do Brasil Maria Rita de Sousa Brito Lopes dedicou a vida a ajudar as pessoas carentes e é uma das ativistas humanitárias mais importantes do século 20. Ela mostrou aptidão e desejo para essas atividades ainda pequena – aos 13 anos transformou a casa dos pais em Salvador em um centro de atendimento aos necessitados, pobres e doentes. Conhecida como “o anjo bom da Bahia”, ajudou a fundar diversas instituições filantrópicas, como o Hospital Santo Antônio. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 1988 e beatificada em 2011. 3. Lina Bo Bardi Direito de imagem GABRIEL GRESPANA convite de Assis Chateubriand, Lina Bo Bardi projetou o Masp Nascida na Itália e naturalizada no Brasil, Lina nasceu Achillina Bo e veio para o Brasil em 1942 para se afastar da instabilidade política da Europa, que a deixava inconformada. Aqui, abriu caminho para as mulheres na arquitetura e foi responsável pelos projetos do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) e do Sesc Pompeia, entre outros prédios emblemáticos. Estudiosa da cultura brasileira, Lina tinha um forte engajamento político e acreditava que a arquitetura deveria simples e uma ferramenta para melhorar a vida da sociedade e dos mais pobres – e criticava a ostentação. Apesar da contribuição para a arquitetura, ela não teve tanto reconhecimento em vida e enfrentou muitos preconceitos por ser mulher e estrangeira. PINTURA DE DOMENICO FAILUTTIMaria Quitéria se passou por homem 4. Maria Quitéria Primeira mulher a entrar nas Forças Armadas e a defender o Brasil em combate, Maria Quitéria de Jesus Medeiros é frequentemente comparada a Joana d’Arc. Foi uma das heroínas da Guerra da Independência. O pai dela não permitiu que se alistasse, mas em 1822 ela fugiu de casa, cortou os cabelos, se vestiu como homem e se juntou ao Regimento de Artilharia. Foi descoberta pelo pai logo depois, mas teve a permanência na tropa defendida por um major por causa de sua disciplina e destreza com as armas. Depois do serviço militar, foi perdoada pelo pai, se casou e teve uma filha. 5. Clementina de Jesus Clementina foi uma das sambistas mais importantes do país Uma das principais sambistas de todos os tempos, Clementina foi empregada doméstica até ser descoberta e reconhecida já com mais de 60 anos. Famosa pelo repertório de músicas de raízes afro-brasileiras tradicionais, ela foi importante por registrar e divulgar cantos ancestrais dos escravos na história da música. Sua biografia, intitulada Quelé – A Voz da Cor, foi lançada no ano passado. RETRATO POR PEDRO CELSO CRUZNise foi ativista da luta antimanicomial 6. Nise da Silveira Psiquatra brasileira e aluna de Carl Jung, Nise ficou conhecida pela contribuição pela luta antimanicomial e por ter implementado a terapia ocupacional e as artes no tratamento das doenças psiquiátricas no processo terapêutico. Ela se formou em 1926 – era a única mulher em uma turma com 157 alunos. Chegou a ser presa durante o Estado Novo, acusada de envolvimento com o comunismo, e dividiu a cela com Olga Benário, militante do movimento no Brasil. Nise criticou, discutiu e revolucionou o tratamento psiquiátrico e as condições dos manicômios no Brasil. 7. Zilda Arns Direito de imagem WILSON DIAS/AG. BRASILZilda foi uma das vítimas do terremoto que atingiu o Haiti em 2010 Zilda foi uma médica pediatra e sanitarista brasileira, responsável pela fundação da Pastoral da Criança. Ela dedicou a vida à saúde pública com enfoque no combate à mortalidade infantil, desnutrição e violência contra as crianças e desenvolveu uma metodologia própria para realizar os tratamentos preventivos. Irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, Zilda morreu no Haiti. Ela trabalhava em uma missão da Pastoral quando o país foi atingido por um terremoto, em 2010. PINTURA DE GAETANO GALLINOImage captionAnita foi combatente 8. Anita Garibaldi Uma das mulheres mais reconhecidas da história do Brasil, Anita Garibaldi é chamada de “Heroína dos Dois Mundos” pela participação em diversas batalhas tanto no Brasil como na Itália ao lado do marido, Giuseppe Garibaldi. Anita foi muito influenciada pelos ideiais do marido. Eles foram parceiros de vida e de combate: ela aprendeu a usar armas e espadas e foi combatente na Revolução Farroupilha e Revolta dos Curitibanos, entre outras. Tarsila é expoente do modernismo 9. Tarsila do Amaral Um dos principais nomes do modernismo brasileiro, Tarsila criou algumas das obras emblemáticas do movimento, como

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Ciências: Como as astronautas lidam com a menstruação no espaço?

O corpo humano passa por muitas mudanças no espaço: Os músculos se debilitam, o coração muda de forma e tamanho, há perda de densidade óssea… Mas há algo que permanece igual: a menstruação. Menstruação já foi considerada impedimento para mulheres serem astronautas Image copyright NASA Independente da existência ou não de gravidade, o ciclo menstrual da mulher funciona da mesma forma – seja na Terra ou no espaço. “Como o fluxo de sangue menstrual não é afetado pela ausência da gravidade, ele não flui de volta para o corpo”, escreveu recentemente a ginecologista espacial Varsha Jain no site acadêmico The Conservation, do King’s College, de Londres. Mas, a que se deve isso? Ela responde à BBC: “O hormônio folículo estimulante, responsável por ativar o ciclo menstrual, não é afetado em viagens espaciais.” A pesquisadora, membro do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Instituto Nacional para Pesquisa de Saúde do Reino Unido, conta que já foram feitos diversos estudos sobre o tema na Terra, baseados na simulação do ambiente espacial. Jain afirma que pesquisas realizadas com animais enviados ao espaço obtiveram resultados similares. Mas os cientistas ainda não conseguiram determinar o motivo pelo qual esse hormônio permanece inalterado enquanto o resto do corpo precisa se adaptar ao fato de estar flutuando. As mulheres que já foram ao espaço nunca relataram problemas com a menstruação – Image copyright Getty O que se sabe é que o fato de não haver nenhuma mudança no ciclo menstrual nesse caso prova que ele não depende da gravidade. Talvez porque, como sugere Jain, “o corpo sabe que precisa se livrar daquilo”. Mas, para a especialista, essas são boas notícias. “Quanto menos o corpo mudar no espaço, melhor.” Empoderamento No passado, a menstruação era vista como um impedimento para que mulheres fossem astronautas. “Alguns argumentavam que a menstruação poderia afetar a habilidade da mulher”, escreveu recentemente Adam Cole, jornalista científico da rede americana National Public Radio. Nos anos 1940, foi provado que isso não estava certo. “Mas a ideia não morreu ali”, acrescentou. Outras teorias a respeito da menstruação no espaço falavam sobre os efeitos da microgravidade e como o sangue poderia subir pelas trompas de Falópio e chegar ao abdômen, causando dor e outros problemas de saúde. “Mas, na realidade, ninguém fez experimentos para comprovar se isso era um problema, então não havia dados que sustentassem ou negassem esses temores”, afirmou o jornalista. “Até onde sabemos, e pelo que nos contam as astronautas, as mulheres que menstruaram no espaço garantem que nunca tiveram problemas por isso”, esclareceu Jain.A primeira mulher a ir ao espaço foi Valentina Tereshkova, em 1963 Image copyright Getty Para a ginecologista, uma vez comprovado que o período menstrual não é um impedimento para ir ao espaço, o fato de ter de lidar com o fluxo de sangue em um ambiente sem gravidade pode ser uma situação que muitas mulheres astronautas preferem evitar. “Para a sorte delas, hoje já existem formas de segurar a menstruação.” Não há um consenso sobre recomendar a suspensão completa da menstruação no período em que a astronauta estiver no espaço, mas Jain afirma que a maioria dos especialistas sugere que não há efeitos a longo prazo para a saúde da mulher caso ela opte por isso. “Isso é importante, pois se trata de empoderar as mulheres”, afirma a especialista. “Se as astronautas podem escolher não menstruar durante períodos longos de tempo (enquanto estão no espaço), outras mulheres, com trabalhos específicos na Terra, poderiam fazer o mesmo.” Porém, o fato de que a menstruação não é afetada no espaço é uma questão que deve ser levada em conta para missões de longa duração, como uma viagem a Marte. Independente de a mulher escolher menstruar ou não, a nave precisa ter um espaço adequado tanto para pílulas e produtos higiênicos caso elas optem por continuar menstruando. BBC

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Arte – Exposição de Frida Kahlo chega a Brasília

O estilo inconfundível da pintora mexicana Frida Kahlo pode ver visto de perto na exposição “Frida Kahlo – conexões entre mulheres surrealistas no México”, já aberta na Caixa Cultural, em Brasília, até o dia 5 de junho. Frida Kahlo dizia que não pintava sonhos, mas sua própria realidade. A pintora, nascida em 1907 e famosa por seus quadros impactantes e de cores fortes, apesar de ser considerada surrealista por especialistas, sempre negou fazer parte do movimento. Ela dizia que não pintava sonhos, mas sua própria realidade. O surrealismo, movimento artístico nascido em Paris na década de 1920, logo após o final da Primeira Guerra Mundial, enfatizava o papel do inconsciente e do onírico na criação de obras. Em 1924, foi lançado o Manifesto Surrealista, que rompia com a lógica e com a razão, e contava com representantes como o escritor francês André Breton e o pintor espanhol Salvador Dalí, entre outros.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “O surrealismo, mais do que um movimento, era uma forma de ver a vida. Os artistas estavam em um mundo caótico, onde nada fazia sentido, nenhuma instituição os protegia mais, era um mundo de destruição. Nesse momento, os artistas queriam voltar a recuperar coisas que haviam perdido, queriam recuperar a inocência perdida das crianças. Em um mundo guiado pela razão e pelos interesses econômicos, os surrealistas, muito influenciados por Freud e suas teorias do mundo dos sonhos e do inconsciente, criaram o manifesto. A ideia era deixar sair o fluxo do pensamento tal como vinham as ideias, sem passar pela estrutura da linguagem, pela lógica de raciocínio. O surrealismo tem a ver com a liberdade”, afirmou Teresa Arcq, curadora da exposição. Frida, apesar de não se autointitular surrealista, foi uma figura que conseguiu aglutinar ao seu redor diversas artistas mexicanas e estrangeiras vinculadas ao surrealismo e que compartilhavam com ela afinidades estéticas e ideológicas. A exposição mostra como, por intermédio de Kahlo, 14 artistas mulheres compartilharam o fascínio da cultura mexicana e exploraram temas como maternidade, família, magia e identidade. As artistas que compõem a mostra são: María Izquierdo, Remedios Varo, Leonora Carrington, Rosa Rolanda, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, Alice Rahon, Kati Horna, Bridget Tichenor, Jacqueline Lamba, Bona de Mandiargues, Cordelia Urueta, Olga Costa e Sylvia Fein. “Frida foi uma influência importante, não só com sua vida e seu conhecimento da cultura mexicana, mas também com as suas inovações na pintura. Ela e Diego [Rivera, com quem foi casada], com suas alianças e amizades políticas, buscaram maneiras de ajudar exilados. Convidavam eles a ir para o México e os levavam para conhecer os lugares pré-hispânicos, sítios arqueológicos e arte popular”, afirmou Teresa Arcq. Teresa conta que, durante a pesquisa sobre a vida e a obra de Frida, foram encontradas cartas da surrealista espanhola Remedios Varo, que vivia em Paris, pedindo ajuda da pintora para exilar-se no México. Era início dos anos 1940 e artistas fugiam da ocupação nazista na França. O mundo vivia os horrores da Segunda Guerra Mundial. “Quando Frida voltou ao México [após sua exposição em Paris, em 1939], Alice Rahon lhe escreveu dizendo que já tinha comprado as passagens de barco para sair do país. Frida também esteve colaborando com diplomatas em Paris, tratando de formar um comitê para ajudar os espanhóis que estavam fugindo da guerra civil [espanhola]”, disse. A exposição está estruturada em temas que Frida e as outras artistas tinham em comum, como o autorretrato, a representação do corpo feminino, a natureza morta como uma forma de contar histórias pessoais, de amor, eróticas, mas também de sofrimento. Um dos temas da exposição é o mundo da magia, que para Frida era parte de sua vida cotidiana. Mas, para alguns artistas estrangeiros, era incrível chegar ao México e presenciar a estreita relação das pessoas com o oculto. Segundo Teresa, muitos foram influenciados ao verem as curandeiras nos mercados ou nos povoados, utilizando ervas e plantas para a cura ou para feitiços mágicos. “Tem também uma sessão que está focada em obras feitas com técnicas surrealistas ou com temas surrealistas, como a exploração do inconsciente e do mundo dos sonhos. Além disso, há obras de incursões dessas artistas fora da pintura. Leonora Carrington, que era também escritora, e Remedios Varo, escreveram obras de teatro, desenharam vestuários, máscaras, cenografias. Lola Alvarez Bravo, fotógrafa amiga de Frida, iniciou um filme sobre ela, que mostrava sua dualidade ou sua dupla identidade. Bridget [Tichenor] incursou primeiro na moda, foi editora da Vogue antes de ser pintora”, disse a curadora. “Temos os rascunhos e marionetes de um balé cósmico que Alice Rahon criou a partir da explosão da guerra nuclear, onde todos os artistas começaram a questionar o que aconteceria se se destruísse a raça humana. E, por fim, tem uma sessão esplêndida que nos fala da influência do México, que descobriram através dos olhos de Frida e através da arte popular, das tradições, dos lugares”, ressaltou. A exposição conta com fotografias, arte-objetos, desenhos, peças de vestimentas e pinturas. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 9h às 21h. Para aceder à exposição, é necessário retirar senha na bilheteria do centro cultural. Caso queiram agendar a visita, o público pode fazer agendamento no site para garantir a entrada, uma vez que os ingressos são limitados. Cada pessoa pode retirar até quatro ingressos no seguinte site para agendamento: frida.ingresse.com JB

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Grafiteiras árabes que derrubam muros

Artistas de rua do Egito e da Síria refletem o olhar feminino em espaços públicos A grafiteira palestina Laila Ayawi durante participação na Jordânia, em 2014. Mia Gröndahl Os muros nem sempre escondem realidades. Nas ruas de Alexandria, Sanaa ou Amã, as mesmas paredes capazes de engessar papéis de gênero também podem, graças ao grafite, dar visibilidade às mulheres. Com essa intenção, nasceu em 2013, no Egito, o Sit al-hita (as mulheres das paredes, em dialeto árabe egípcio) um grupo de cerca de 60 grafiteiros — principalmente mulheres, mas também há homens — de várias partes do mundo árabe que se reúnem a cada ano para levar o universo feminino ao espaço público através da arte de rua.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Até agora, pintaram muros no Cairo, Copenhague e Amã, a última vez em novembro de 2015, graças ao financiamento dos Governos sueco e dinamarquês. Os grafites políticos ganharam força na paisagem urbana do Egito com a eclosão da Primavera Árabe, em 2011. Com a revolta contra Hosni Mubarak, os muros começaram a refletir mensagens contrárias ao regime ou em homenagem aos mortos na repressão. Faltava, no entanto, metade da população. A jornalista e fotógrafa sueca Mia Gröndahl documentou os grafites no país para seu livroRevolution Graffiti: Street Art of the New Egypt (Revolução Grafite: Arte de Rua do Novo Egito) e descobriu que, de 17.000, somente cerca de 250 ilustrações eram representadas por mulheres. Foi então quando decidiu fundar o Sit al-hita com o egípcio-canadense Angie Balata. Os grafites que surgem dos encontros nem sempre trazem reivindicações ou mensagens feministas. Os exemplos vão desde uma mulher amordaçada e amarrada até uma simples borboleta colorida. Às vezes, tem a ver apenas em permitir que o olhar feminino ocupe espaços que normalmente são negados. Dina Saadi, por exemplo, ilustrou um coração alado com uma fechadura, o símbolo da mulher e o slogan “Liberte sua paixão”. “Como feminista convicta, sempre tento encorajar as mulheres a superar limites com minha arte”, explica Saadi, que nasceu na Rússia, cresceu na Síria e, logo após o início da guerra civil, se mudou para Dubai, onde agora trabalha como diretora artística. “Não se trata apenas de representar as mulheres. O simples fato de que os homens vejam uma mulher pintando na rua em cima de um guindaste de 50 metros acima do solo envia uma mensagem”, diz Gröndahl. Muitas das grafiteiras do grupo também criam em formatos tradicionais, mas a força da arte de rua é precisamente não necessitar do papel ativo do espectador (ir ao museu ou à galeria), podendo ser visualizada por todos os pedestres, incomodando-os ou não. É o caso dos slogans com spray contra o assédio sexual no Egito, abuso sofrido por 99,3% das mulheres no país. A palestina Laila Ayawi não pretende perturbar com seus traços os homens do campo de refugiados de Irbid, na Jordânia. Pelo contrário. “Sei que vivo em uma sociedade conservadora e não vejo minha comunidade como inimiga”, diz. Ayawi sempre pede permissão antes de usar o spray e evita representar o corpo feminino em espaços públicos. Sua revolução particular tem a ver com “pintar mulheres fortes”. “Gosto de focar no positivo. Não nos representar como vítimas ou frágeis, e sim dizer às outras mulheres: ‘Você tem uma voz no mundo e deve ser ouvida’”, afirma. Nur Qussini prefere os símbolos. As cadeiras que desenha representam, diz, a tradição das sociedades da Jordânia e do Catar, nas quais passou seus 27 anos de vida. “Falo por meio de conceitos, mas sobre histórias reais. Falo, por exemplo, de duas de minhas amigas agredidas por seus maridos que não podem se divorciar, porque seria uma vergonha para suas famílias. Por isso gosto tanto de pintar na rua, porque não tem a ver apenas em acrescentar beleza, mas também enviar uma mensagem.” Fonte:El País

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Perguntas e respostas sobre o “Viagra feminino”

Recém-liberado nos Estados Unidos, o flibanserin funciona de maneira diferente da pílula azul. Por atuar no sistema nervoso central das mulheres, medicamento só deve ser prescrito após diagnóstico abrangente. Nesta semana, a droga flibanserin teve sua comercialização autorizada nos Estados Unidos. Apelidado de “Viagra feminino”, o medicamento promete aumentar a satisfação sexual de mulheres que sofrem com a falta de libido. Ainda sem previsão para a comercialização no Brasil, o medicamento levanta muitas dúvidas. Fomos atrás de algumas respostas: Qual é a diferença entre o flibanserin e o Viagra? Viagra é para homens que têm desejo sexual, mas não conseguem fazer sexo. Já o flibanserin é indicado para mulheres que conseguem ter relações sexuais, mas simplesmente não têm vontade. O princípio ativo do Viagra, o sildenafil, dilata os vasos sanguíneos. A droga foi desenvolvida originalmente para o tratamento de hipertensão e angina, um distúrbio de circulação de sangue no coração. Assim, o Viagra ajuda na ereção ao facilitar a irrigação dos vasos sanguíneos no pênis. O flibanserin, por sua vez, atua no sistema nervoso central. O “Viagra feminino” age sobre diferentes receptores nos neurônios e altera o funcionamento dos neurotransmissores responsáveis por controlar as funções sexuais. Por um lado, a nova droga inibe a produção de serotonina, hormônio responsável por reduzir a libido. Por outro lado, estimula a produção de dois outros hormônios: a dopamina (chamado de “hormônio da felicidade”) e a noradrenalina, que estimula a circulação. Já posso comprar o medicamento? Não. A agência responsável por regulamentar alimentos e remédios nos Estados Unidos (FDA)liberou as vendas do flibanserin nos Estados Unidos na última terça-feira (18/08), mas médicos só têm autorização de receitar o medicamento a pacientes que estejam sofrendo de transtorno do desejo sexual hipoativo, conhecido como frigidez. Além disso, o remédio só pode ser prescrito para pessoas que não estejam passando por outros problemas físicos ou psicológicos, como depressão. Por fim, o flibanserin só pode ser prescrito para mulheres que ainda não tenham chegado à menopausa. A droga ainda não foi aprovada na maioria dos países. Existem riscos? A possibilidade de haver efeitos colaterais é a razão pela qual o remédio só pode ser vendido com receita médica. O flibanserin reduz a pressão arterial e pode até causar desmaios. O risco é ainda maior se a paciente consumir álcool durante o tratamento. Além disso, o princípio ativo interage com outros remédios do grupo de inibidores da enzima CYP3A4, incluindo medicamentos para infecções causadas por fungos na pele, alguns anticoncepcionais e antirretrovirais utilizados no tratamento do HIV. Qual é a demanda para o “Viagra feminino”? É difícil dizer, pois existem vários fatores externos em jogo. Quando uma mulher passa por um período de baixo interesse sexual, isso é uma condição médica ou uma fase normal da vida dela? A resposta depende, em parte, do meio social em que a pessoa vive, das expectativas do parceiro sexual e da influência de amigos, parentes e da mídia. O problema sexual das pacientes também está relacionado às seguintes questões: a libido é afetada por sentimentos de culpa, inferioridade ou agressão? E, seja num nível subconsciente ou mesmo consciente, ela quer se separar ou se divorciar do parceiro e isso está afetando a vontade de se relacionar sexualmente com ele? Em outros casos, é fácil encontrar as razões para a falta de libido. Os motivos podem incluir mudanças hormonais causadas por medicamentos, estresse pós-traumático, como no caso de estupro, ou depressão – condição que exclui o uso de flibanserin. Também costuma haver falta de libido após a gestação e o parto, devido a alterações naturais nos hormônios. Nessas circunstâncias, o tratamento médico costuma não ser recomendável, pois é normal que esses sintomas eventualmente desapareçam. Logo, é provável que o medicamento só seja prescrito após um diagnóstico abrangente. E em muitas situações, psicoterapia ou terapia de casal pode ser a melhor solução. Fonte DW

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