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Temer do Brasil catapulta Macri da Argentina

Declínio de imagem do Brasil no exterior ajuda Macri a projetar Argentina Foto: Washington Costa / Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Longa crise política interna tem afetado protagonismo do Brasil; nos últimos meses, Macri recebeu líderes internacionais importantes, como Angela Merkel, da Alemanha, Sergio Mattarella, da Itália, enquanto o Brasil ficou de fora da lista dos dois.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Com a crise política que atinge o Brasil e mina a credibilidade internacional do governo, uma oportunidade de ouro surgiu para a vizinha Argentina, que tem se tornado a protagonista da América do Sul. O presidente Mauricio Macri, no cargo desde dezembro de 2015, tem despertado a curiosidade e a empatia de chefes de Estado e de Governo, como a chanceler alemã, Angela Merkel, o chinês Xi Jinping e até o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama – que o chamou de “líder” da região. Nos últimos meses, Macri recebeu líderes internacionais importantes, como a própria Merkel e o presidente da Itália, Sergio Mattarella. Já o Brasil ficou de fora da lista dos dois. Macri fez viagens ao exterior, como Washington, para se reunir com o presidente norte-americano, Donald Trump, e Pequim, além de ter sido altamente requisitado em reuniões bilaterais durante a cúpula do G20. Até o ano que vem, a Argentina terá dois eventos mundiais de peso: sediará a conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em dezembro, e o próximo G20, em 2018. Os dois encontros são inéditos na América do Sul. Mas essa nova postura do governo argentino pode tirar a tradicional liderança do Brasil? Para o coordenador do MBA em Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Oliver Stuenkel, “a longo prazo, não”. “Não se pode comparar os dois países, porém em função da crise política, em curto prazo, o presidente Macri tem uma visibilidade e uma presença internacional maior porque a situação da Argentina é, digamos, menos pior do que no Brasil”, disse Stuenkel à ANSA. O especialista explicou que, apesar dos problemas econômicos e também políticos da nação vizinha, “Macri representa uma narrativa muito clara sobre como a Argentina pretende superar as dificuldades”, coisa que não existe no Brasil. “O presidente Michel Temer até tentou construir essa narrativa, mas não funcionou porque este governo dificilmente pode ser visto como um governo que pode fazer o país sair da situação em que se encontra. Alguns passos corretos podem ser dados, mas há a percepção de que o Brasil não tem um caminho para sair da crise”, ressalta. Já para Reinaldo Dias, especialista em Ciência Política da Universidade Presbiteriana Mackenzie em Campinas, o governo brasileiro atual tem um problema de “legitimidade”. “O grande problema do Brasil é a legitimidade. É uma diferença bastante grande, já que Macri venceu eleições e Temer não. Mas, não é só isso que dá a legitimidade a um governo, que pode ser conseguida através de boas ações. Mas, do ponto de vista global, Temer não tem isso”, afirmou Dias à ANSA. Segundo o especialista do Mackenzie, esse processo de perda de liderança do Brasil já vem desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que “não adotou uma postura de líder regional na América Latina”, e piorou com o atual mandatário. “Não existe vácuo na política porque sempre esse lugar será ocupado por algum ator”, destaca. Para Dias, os líderes ao redor mundo “aguardam” uma postura do Brasil como líder, já que é a nação que faz fronteira com praticamente todos os países sul-americanos. No entanto, a ausência já se fez presente em acordos recentes importantes para todo o continente, como ocorreu no pacto de paz firmado entre o governo de Juan Manuel Santos e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e que foi finalizado no ano passado. Outro ponto em que o Brasil não tem postura ativa, conforme Dias, é a crise na Venezuela, que já causa um fluxo migratório maior para o norte do país. “Isso pode custar muito caro no futuro porque já estamos com problemas nas fronteiras que podem se agravar se não tiver uma liderança ativa”, acrescenta. “O pragmatismo de Macri é bastante significativo. É um perfil de líder, que busca de fato a liderança. Por exemplo, ele participou da posse do novo presidente do Equador, Lenín Moreno, que tem ideologia oposta a ele; ele se ofereceu para intermediar o problema que envolve a construção do muro entre Estados Unidos e México. Ele é proativo”, destaca ainda Dias. Já Stuenkel lembrou outro ponto importante da governança do presidente argentino, que é o de que líderes de outros países o veem como uma liderança de longo prazo. “A Argentina é um pouco bola da vez. É um governo relativamente recente e tem uma expectativa de poder. Ou seja, Temer chegou no poder quando o Macri já estava lá e vai sair antes do Macri deixar o cargo”, destacou Stuenkel à ANSA. No entanto, na contramão dessa liderança, o governo brasileiro assumirá a Presidência rotativa do Mercosul nesta sexta-feira (21/07), justamente após Macri liderar o bloco. Tatiana Girardi/ANSA/OperaMundi

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Macri e Bachelet aproximam o Mercosul e a Aliança do Pacífico em resposta a Trump

Os dois presidentes promovem uma grande reunião para coordenar os dois principais grupos latino-americano. Bachelet e Macri em Colina, no Chile, durante a comemoração do 200º aniversário da batalha de Chacabuco. PRESIDÊNCIA A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos está provocando um grande movimento de fundo em toda a América Latina. E Mauricio Macri, presidente da Argentina, parece estar no centro desse impulso. Na semana passada, viajou para Brasília e afirmou, com Michel Temer a seu lado, que os dois gigantes sul-americanos dariam um “impulso histórico” ao Mercosul.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Na próxima semana irá à Espanha para, entre outras coisas, acelerar o acordo UE-Mercosul que está parado há 15 anos. Mariano Rajoy – presidente do Governo espanhol – está muito disposto a apoiá-lo nessa tarefa. E na noite de domingo, para finalizar a jogada, Macri foi a Colina, perto de Santiago do Chile, para se encontrar com Michelle Bachelet e lançar a aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, o outro grande bloco econômico da América Latina liderado por México, Colômbia, Peru e Chile. Enquanto os Kirchner estavam à frente da Argentina e o Partido dos Trabalhadores governava o Brasil, Mercosul e Aliança do Pacífico se olhavam com cautela. O segundo grupo era a estrela em ascensão da ortodoxia e do livre comércio contra o Mercosul mais protecionista. Mas a chegada de Macri, e mais recentemente de Temer, mudou as coisas. O argentino já assistiu como observador a última cúpula, precisamente no Chile, onde foi a grande estrela com o peruano Pedro Pablo Kuczynski, que ainda não tinha assumido, e anunciou sua intenção de fortalecer os laços. A chegada de Trump acelerou os tempos e todos os países da América Latina, que em boa medida vivem da exportação de matérias-primas, buscam alternativas caso Trump cumpra suas promessas e comece a fechar suas fronteiras aos produtos de outros territórios. Macri e Bachelet, que neste momento presidem as duas alianças centrais da América Latina, organizaram para abril uma reunião em Buenos Aires de chanceleres do Mercosul e da Aliança do Pacífico que será um marco e poderia abrir caminho para uma fusão no futuro. Ainda persistem muitas dificuldades pelas diferentes políticas econômicas – o Chile tem acordos de livre comércio com 180 países do mundo, algo semelhante acontece no Peru e na Colômbia, Argentina e Brasil são duas economias muito fechadas e os argentinos viajam a Santiago para comprar roupas mais baratas em redes internacionais, como H&M, que nunca se instalou em Buenos Aires – mas a vontade política de aproximação é muito evidente e a mudança ideológica na Argentina e no Brasil também. Ninguém quer enfrentar diretamente Trump e, na verdade, Macri busca formalmente um bom relacionamento. Esta semana manteve conversas com o vice-presidente Michael Pence. Mas a preocupação é evidente. A América Latina está em pleno giro para a abertura e Trump vai na direção oposta. A declaração conjunta deixa clara a rejeição às políticas dos EUA: “As tendências protecionistas observadas internacionalmente contradizem o esforço para alcançar um crescimento sustentável e o desenvolvimento inclusivo”. O Mercosul acaba de eliminar a única oposição real a essa aproximação com a mais liberal Aliança do Pacífico: a Venezuela de Nicolás Maduro foi suspensa do grupo com o apoio de Temer e Macri, embora o maior promotor de sua expulsão tenha sido o conservador paraguaio Horacio Cartes. Macri e Bachelet se encontraram no Chile por uma questão especialmente simbólica: a comemoração dos 200 anos da travessia dos Andes de General San Martín, que primeiro liderou a liberação de Argentina e depois do Chile com uma ousada operação militar através de uma das cordilheiras mais altas do planeta. Em Colina, onde aconteceu a batalha chave de Chacabuco, Bachelet lançou uma mensagem de unidade contra Trump: “Nos dias em que o planeta vive segregação, xenofobia e protecionismo, Chile e Argentina iniciam um caminho de colaboração”, concluiu. Argentina e Chile são dois vizinhos com relações às vezes complicadas – tiveram disputas no passado pelos territórios na Patagônia – e com dois modelos econômicos quase opostos: o chileno, herdeiro de Pinochet, é muito liberal, com educação universitária pública paga – Bachelet está tendo dificuldades para cumprir sua promessa de aumentar a gratuidade –, aposentadorias privadas e sindicatos fracos. A Argentina tem ensino superior gratuito e aposentadorias públicas e sindicatos onipresentes. O Chile teve uma inflação de 3% em 2016 e a Argentina, de 40%. Mas ambos estão se aproximando gradualmente – o Chile aumenta lentamente o peso do Estado enquanto a Argentina reduz e inicia uma lenta abertura – e deram início a uma nova fase de aproximação. A chegada de Trump está fazendo com que o resto do mundo se una para combater o protecionismo. ElPais

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Os negócios de Trump na América Latina

Candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos tem empreendimentos com seu nome no Brasil, no Panamá, no Uruguai e planeja entrar na Argentina; “a coisa que faço melhor é construir”, diz Trump. Agência Efe A Torre Trump do Panamá tem formato de vela. Rodeada por edifícios na radiante Punta Pacífica, na capital do país, simula o efeito de navegar sobre o oceano. Taxistas, vizinhos e homens de negócio a conhecem como El Trom, a Torre Trom, o Hotel Trom. Essa vela de 70 andares, 284 metros de altura e 250 mil metros quadrados se encontra em disputa.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Em julho de 2015, os proprietários dos apartamentos demitiram a empresa de Donald Trump, presidenciável republicano para a eleição deste ano nos Estados Unidos, da administração do consórcio da torre em que funcionam, além de residências, o Hotel Trump – ainda controlado pelas organizações Trump – , o cassino Sun International e outros empreendimentos menores. Trump tem empreendimentos com seu nome no Brasil, no Panamá, no Uruguai e planeja entrar na Argentina Os proprietários do edifício, representados por um grupo de diretores, justificaram sua decisão pelos supostos erros da administração Trump: pagar bônus sem permissão, colocar gastos do hotel como despesas do edifício, se exceder em gastos do orçamento e ocultar informações do consórcio. Em novembro de 2015, Donald Trump apresentou à Organização Mundial do Comércio (OMC), uma ação de US$ 75 milhões contra os proprietários do edifício panamenho, já que considera injustas a demissão do administrador e a perda de controle da gestão. As duas partes agora precisam conviver e compartilhar os espaços comuns: as cinco piscinas com vista para o mar, o ginásio, os restaurantes, os 37 elevadores, o hall central, as lojas. A crise no Panamá chegou ao noticiário e teve impacto na campanha presidencial dos Estados Unidos. Um dos argumentos do candidato republicano tem sido que sua condição de “criador de negócios em nível global” – segundo ele, 85% dos seus empreendimentos estão fora dos EUA – ajudaria no desenho da política exterior americana. Em um artigo sobre os empreendimentos conflitantes de Trump, a Bloomberg assinalou que, no Canadá e na Turquia, seus sócios comerciais querem tirá-lo do comando e, na Escócia e na Irlanda, seus negócios dão prejuízo, ainda que ele diga o contrário. Na semana passada, às vésperas da Olimpíada, foi inaugurado um Hotel Trump no Rio de Janeiro, onde ele planeja ainda construir cinco torres para escritórios que valerão US$ 1,8 bilhão (leia a reportagem completa). Em Punta del Este, o edifício residencial está em plena construção, e esses mesmos investidores pretendem erguer a partir de 2017 uma torre de escritórios em Buenos Aires que marcará o ingresso oficial da marca Trump na Argentina. Em todos os casos, os desenvolvedores locais pagam para usar a marca de Trump. A corporação recebe um pagamento inicial e comissões de vendas (que vão de 5% a 13%), administra os hotéis e fiscaliza para que se cumpram todos os procedimentos de construção. Trump procura o respaldo dos governos locais mediante declarações públicas e benefícios fiscais ou isenções. No caso de Punta del Este, conseguiu alguns metros a mais de altura para a construção do heliporto do edifício. No hotel do Rio, conseguiu benefícios associados aos Jogos Olímpicos 2016 O Império Trump nos Panama Papers Para esta investigação foram consultados os Panamá Papers, documentos municipais de Punta del Este e registros de tribunais no Rio de Janeiro e Panamá. Foram visitados os três empreendimentos Trump e entrevistadas mais de 30 pessoas entre corretores, arquitetos, desenvolvedores, funcionários públicos e judiciais, além de empregados de Trump. A investigação descobriu que a corporação Trump aparece ligada a 32 empresas offshore, entre elas o Trump Ocean Club do Panamá (como se chama também a torre que inclui o edifício, o hotel e o cassino). A revelação está nos Panamá Papers, uma base de dados administrada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) com milhões de e-mails, imagens e documentos em formatos diversos que estavam em posse do escritório jurídico Mossack Fonseca, entre 1977 e 2015. A lista traz milhares de empresas de fachada, fundações e fundos criados em 21 paraísos fiscais ao redor do mundo. Quando o escândalo veio à tona, cerca de 11 milhões de documentos confidenciais foram vazados, revelando a forma como algumas das pessoas mais ricas e poderosas do mundo – incluindo diversos chefes de Estado – usam paraísos fiscais. A posse de contas offshore em si não é ilegal, desde que declarada ao Fisco. Mas o sistema muitas vezes serve para ocultar fortunas, evadir impostos ou lavar dinheiro obtido por meio de corrupção. As informações exclusivas deste texto revelam que o império Trump tem ligação com 32 empresas offshore, entre elas o Trump Ocean Club do Panamá, empreendimento que incluí edifício, hotel e cassino. No caso brasileiro, um dos cogestores e investidores das Trump Towers Rio, o grupo Salamanca, aparece em várias sociedades nas Ilhas Virgens. Além disso, o próprio Donald Trump aparece nos Panamá Papers: mencionado 3.540 vezes, somente uma pequena parte corresponde a suas 32 empresas offshore, já que vendeu a marca a um número considerável de investidores. Trom, você está demitido A Torre Trump do Panamá foi o primeiro investimento de Trump na América Latina. A ideia surgiu em 2003 durante o concurso Miss Universo (uma das franquias do chamado “império Trump”). Segundo a revista Forbes, a empresa responsável, Newland International Properties, fez um pagamento inicial de US$ 1,2 milhão e logo depois cobriu diferentes porcentagens pela venda de apartamentos, royalties e aluguéis de espaços comerciais. Em 2013, a Newland International Properties, majoritariamente composta por acionistas colombianos, declarou falência para negociar sua dívida. Ainda que a falência tenha afetado os montantes de Trump, de acordo com documentos judiciais aos quais o Chequeado teve acesso, o pagamento para Trump se manteve entre US$ 32 milhões e US$ 55 milhões. Os passivos da Newland, em março de 2016, eram de US$ 147 milhões, uma pequena melhora frente aos US$ 150,5 milhões em dezembro de 2015, segundo o último relatório

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FrankTremer é prisioneiro da Banca

No Banco Central: 1.Presidente: Ilan Goldfajn Sócio e Diretor do Banco Itau. 2.Diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil: Reinaldo Le Grazie – Diretor Superintendente do Bradesco Asset Management.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Serra veio para entregar o pré sal, desmontar os BRICS e retirar a influência do Brasil nos negócios com países africanos. No dia seguinte à posse, embarcou para Washington; A seguir participação de 100%de capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras; Venda de terras na Amazônia para estrangeiros – essa é como vender a própria mãe; Fim do motor do submarino nuclear brasileiro – quase concluído no Centro Experimental ARAMAR, localiza-se em Iperó, Região de Sorocaba, SP. E mais: Privatização da água – não se admirem se as torneiras passarem a ter hidrômetros individuais (abriu, pingou, pagou); Desmonte do Mercosul com o auxílio luxuoso do Macri, o Dulce dos Pampas. Não busco concordâncias. Só anotem!

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Economia: A inflação não dá folga no neoliberalismo de Macri

Ah, a inflação. Os populistas não se preocupam com a inflação. Gastam mais, muito mais do que arrecadam. Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil  Como decorrência, uma das sequelas é a inflação que pune exatamente os que vivem de salário. Já os neoliberais cuidam muito desse aspecto. Têm responsabilidade fiscal e não admitem explosões inflacionárias. Isto posto vamos à realidade argentina do governo conservador de direita de Maurício Macri. Apesar da recessão e da queda de vendas, os aumentos se mantêm firmes.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Dentro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o novo cálculo da “inflação núcleo”, que exclui os serviços públicos e outros itens, se acelerou no mês passado. Escalou 3 por cento, contra 2,7 de maio. O Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) informou que os preços aumentaram 0,3 pontos percentuais em junho em relação ao mês anterior. Os dados difundidos continuam sem dar conta do incremento acumulado no primeiro semestre, tampouco a variação interanual. Os índices de preços ao consumidor publicados por órgãos provinciais, sindicatos e consultorias privadas exibem aumentos da ordem de 25 por cento entre janeiro e junho, alcançando só no primeiro semestre a meta autoimposta pelo ministro da Fazenda e Finanças, Alfonso Prat-Gay, para o ano todo. Os distintos porta-vozes do governo e os economistas das consultorias privadas preveem uma desaceleração inflacionária no segundo semestre, que, no entanto, terá entre seus principais fatores a queda do poder aquisitivo e a contração das vendas. Os sinais de diminuição da alta dos preços ainda não aparecem. Pelo contrário, o “IPC-Núcleo” registrou em junho 3 por cento, mais que os 2,7 por cento registrado em maio. Esse novo indicador do Indec exclui os preços da energia e os alimentos por sua elevada volatilidade de curto prazo para tentar mostrar uma tendência sobre como evolui a inflação. É um truque elaborado pelo Indec que recriou o conceito de “inflación núcleo” para tentar mostrar uma tendência descendente no custo de vida. Para sua “core inflation”, como se denomina em inglês, o Indec deixa de fora a eletricidade, a água, o gás, os serviços de saúde, a educação, o transporte, os cigarros, as frutas, as verduras e as viagens, entre outros itens em que se observou uma marcante aceleração de preços ao longo deste ano. O informe do Indec mostrou aumentos significativos em itens centrais do orçamento familiar durante junho: 11,1 por cento em verduras, que já haviam galgado 20,1 por cento no mês anterior, e 10,9 por cento em azeites, ao lado de fortes aumentos também nos itens Vivenda e Serviços Básicos e Atenção médica, de 7,1 e 7,0 por cento, respectivamente. Também tiveram altas acima da média os preços dos medicamentos (5,1) e dos produtos panificados (3,8), o mesmo ocorrendo com o item Alimentos e Bebidas, com uma alta de 3,2 por cento, dentro do qual a carne registrou altas entre 0,4 e 4,8 por cento, segundo os cortes. Em Frutas e Verduras, a batata subiu 17,2 por cento; o tomate, 13,0; a cebola, 11,5 e a abóbora, 9,9, enquanto a banana subiu 9,5. O item Educação aumentou 2,2 por cento. Todos os valores resultam da medição na área metropolitana de Buenos Aires, já que outra das novidades do novo IPC é que o Indec abandonou a tomada de preços no restante do território nacional, o que sinaliza que está tentando esconder que o ritmo da inflação nessas áreas é ainda mais rápido. Os bens que representam 61,5 por cento da cesta, mostraram uma variação de de 2,2 por cento em junho, enquanto os serviços, que explicam os restantes 38,5 por cento, tiveram uma variação de 4,5 por cento com relação a maio. Diante dos fatos, Alfonso Prat Gay, reavaliou a meta inflacionária que ele mesmo previu para 2016 de até 25 por cento: “Se não der entre dezembro e dezembro, a alcançaremos entre março e março”. E eles acham que o povo argentino não está sentindo na própria pele, acompanhando a situação e cotejando as promessas eleitorais. Por Max Altman

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Panama Papers: Protesto em Londres pede renúncia de David Cameron por envolvimento nos ‘Panama Papers’

Cerca de 5.000 pessoas se dirigiram a hotel onde primeiro-ministro britânico estava reunido com membros do Partido Conservador neste sábado (09/04) Milhares de pessoas protestaram em Londres, neste sábado (09/04), pedindo a renúncia do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que admitiu nesta semana ter se beneficiado das empresas offshore de seu pai, como revelaram os “Panama Papers”. Manifestantes gritavam palavras de ordem contra o primeiro-ministro durante protesto neste sábado (09/04) nas ruas de Londres[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Sob o lema “termine as evasões fiscais ou renuncie”, a manifestação teve a participação de 5.000 pessoas, segundo a imprensa local, que se concentraram em frente ao número 10 de Downing Street, a residência oficial do premiê. Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o primeiro-ministro, e alguns usavam chapéus panamá e camisas havaianas em referência aos “Panama Papers”. O protesto foi convocado por diferentes organizações, dentre elas a chamada Assembleia do Povo, formada por partidos de esquerda e sindicatos para combater as medidas de austeridade. Macri diz que se apresentará à Justiça argentina para esclarecer participação em offshores Para incentivar turismo, Suécia cria número de telefone para estrangeiros conversarem com sueco aleatório Após ‘Panama Papers’, aprovação de Cameron já é menor do que a de Corbyn, líder da oposição Em entrevista à Agência Efe, o secretário da Assembleia do Povo, Sam Fairbairn, disse que Cameron e os conservadores formam um “governo de ricos”. Além disso, afirmou que as autoridades são as responsáveis por problemas como no setor do aço do Reino Unido e pelas greves dos médicos residentes. Recentemente a empresa siderúrgica Tata Steel comunicou que deverá fechar seu negócio britânico, o que causará a perda de postos de trabalho, enquanto os profissionais da saúde convocaram greves para protestar contra mudanças contratuais que o governo pretende impor. Da residência oficial, os manifestantes se dirigiram ao hotel onde Cameron estava reunido em um fórum com membros do Partido Conservador em Londres. “Culpem a mim” No encontro com delegados do seu partido, Cameron disse que não lidou de maneira adequada com a informação revelada pelos “Panama Papers” sobre sua participação em empresas offshores de propriedade de seu pai, Ian Cameron. “Não foi uma grande semana”, disse. Cameron assumiu a responsabilidade pelo caso e afirmou que há lições para aprender a partir do episódio. “Sei que há lições a aprender e aprenderei. Não culpem o número 10 de Downing Street [sua residência oficial] ou assessores sem nome, culpem a mim”, disse. Na quinta-feira (07/04), Cameron admitiu ter lucrado em cima da empresa offshore de seu pai, Ian Cameron. O premiê declarou ter possuído ações da companhia, chamada de Blairmore Holdings Inc, que administrava bens de famílias da elite britânica. Estas ações foram vendidas por mais de 30 mil libras (mais de R$ 150 mil) apenas quatro meses antes de Cameron ser eleito para o cargo de primeiro-ministro. Cameron disse que publicará “em breve” as declarações de imposto de renda dos últimos anos porque quer ser “transparente”. A atitude será inédita por parte de um premiê britânico. Via OperaMundi  

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