Arquivo

Brecht – Poesia – Literatura

Elogio da dialética Bertolt Brecht A injustiça avança hoje a passo firme; Os tiranos fazem planos para dez mil anos. O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são Nenhuma voz além da dos que mandam E em todos os mercados proclama a exploração; isto é apenas o meu começo. Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos. Quem ainda está vivo não diga: nunca O que é seguro não é seguro As coisas não continuarão a ser como são Depois de falarem os dominantes Falarão os dominados Quem pois ousa dizer: nunca De quem depende que a opressão prossiga? De nós De quem depende que ela acabe? Também de nós O que é esmagado que se levante! O que está perdido, lute! O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha E nunca será: ainda hoje Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.

Leia mais »

Willian Butler Yeats – Poesia – Literatura

A Canção do Delirante Aengus Willian Butler Yeats Eu fui para uma floresta de nogueiras, Porque minha mente estava inquieta, Eu colhi e limpei algumas nozes, E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo; E, quando as claras mariposas estavam voando, Parecendo pequenas estrelas, flutuando erráticas, Eu lancei framboesas, como gotas, em um riacho E capturei uma pequena truta prateada. Quando eu a coloquei no chão E fui soprar para reativar as chamas, Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir, E, alguém me chamou pelo meu nome: Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente Com flores de maçãs nos cabelos Ela me chamou pelo meu nome e correu E desapareceu no ar, como um brilho mais forte. Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos Por tantas terras cheias de cavernas e colinas, Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi, E beijar seus lábios e segurar suas mãos; Caminharemos entre coloridas folhagens, E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo As prateadas maçãs da lua, As douradas maçãs do sol.

Leia mais »

Marguerite Yourcenar – Reflexões na tarde – 06/01/2016

Marguerite Yourcenar¹ In Memórias de Adriano “(…) Quando tivermos reduzido o máximo possível as servidões inúteis, evitando as desgraças desnecessárias, restará sempre, para manter vivas as virtudes heróicas do homem, a longa série de males verdadeiros: a morte, a velhice, as doenças incuráveis, o amor não partilhado, a amizade rejeitada, a mediocridade de uma vida menos vasta do que nossos projetos e mais enevoada do que nossos sonhos. Enfim, todas as desventuras causadas pela divina natureza das coisas”. ¹Marguerite Cleenewerck de Crayencour * Bruxelas, Bélgica – 8 de Junho de 1902 d.C + Maine, USA – 17 de Dezembro de 1987 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »