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FHC ataca Itamar Franco

Pessoas ligadas a Itamar se preocupam com a mudança de postura de FHC Divulgando livro, ex-presidente ataca seu antecessor, a quem já elogiou em diversas oportunidades. Em seu novo livro, FHC atacou Itamar Franco, chamando-o de “egocêntrico e vingativo” “Sem Itamar Franco o Plano Real não existiria”. Essas palavras foram ditas pelo ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), durante o sepultamento do também ex-presidente, Itamar Franco. A frase, dita em 2011 parece ter sido esquecida por FHC, já que o mesmo, prestes a lançar seu novo livro, “Diários da presidência (1999 – 2000)”, diz em trecho da obra que Itamar Franco “não chegou a ler a proposta do Plano Real”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] No livro, Fernando Henrique chama seu antecessor no Planalto de “egocêntrico e vingativo”. A questão é o que teria feito Fernando Henrique mudar de ideia? O tempo? O livro escrito por FHC narra os bastidores do governo do país na época em que o autor estava à frente da presidência da República. Quando vai falar sobre o Plano Real, FHC lembra de sua relação com Itamar Franco, e dispara contra o antecessor, se contradizendo do que havia falado na época em que Itamar faleceu. “Itamar é o irresponsável de sempre. Todo mundo sabe que para fazer o Real foi uma dificuldade imensa. Sei que nem o Plano Real ele leu, ele disse isso a mim na frente do José de Castro, quanto mais leu o orçamento alguma vez na vida. Eu sempre disfarço isso, mas fui a ama-seca dele quando ele era presidente da República. Impedi mil crises, inclusive com os militares”, discorre o ex-presidente em trecho do livro. No livro, Fernando Henrique também citou o ex-ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat, dizendo que este era o principal empecilho para a aprovação do Plano Real. O ex-ministro, hoje advogado no Rio de Janeiro rebateu a acusação de FHC, negando ter sido influência negativa para Itamar durante o Plano Real, e lembrou que o governo possuía outras prioridades quando o Itamar assumiu, chegando a classificar a situação das contas públicas herdadas por Franco como “calamitosa”. “Eu era ministro da Justiça. Se fosse contra, teria saído do governo. A situação do Estado era calamitosa quando Itamar assumiu, estávamos em risco de não poder bancar despesas essenciais, como segurança pública e hospitais”, disse o ex-ministro da Justiça. Dupeyrat também disse que Itamar era receoso em relação à postura de Fernando Henrique, pois, segundo o mesmo, FHC teria mudado após a oficialização de sua candidatura à presidência. “O que estranho é que, depois que a candidatura do Fernando se consolidou, ele mudou em relação ao Itamar. Nessa época eu frequentava o gabinete quase todo dia e sentia que o Itamar tinha certo amargor com essa mudança de postura”, encerrou o advogado. As acusações e o tom com o qual FHC trata seu antecessor, Itamar Franco, não condizem com a postura adotada pelo mesmo quando Itamar faleceu, em 2011. Durante o sepultamento do ex-presidente, Fernando Henrique não poupou elogios e disse que Itamar foi fundamental para a existência do Plano Real. “Tivemos uma relação cordial no Senado. Sem o apoio dele, não teria feito o Plano Real. O Brasil perdeu uma grande pessoa. Ele tinha um comportamento ético irretocável. Ele era ameno no trato, mas com suas peculiaridades. No conjunto, foi essencial. Assumiu a Presidência com dignidade. Ele me apoiou até o fim, devo muito a ele e o Brasil deve também. Ele era um homem digno, simples, e não aceitava corrupção”, comentou Fernando Henrique na época da morte de Itamar.

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Um luxo o país ter sido presidido por FHC e Lula

Certa vez Caetano Veloso disse que ter tido Fernando Henrique Cardoso e depois Lula como presidentes era “um luxo” para o Brasil. Ontem, na posse da Comissão da Verdade, que não por acaso também marcou a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação, tivemos, graças à presidente Dilma, uma demonstração de que estamos avançando, apesar das lutas políticas e dos eventuais desvios, na construção de uma democracia estável e madura. Para dar o caráter de ato de Estado, e não de um governo isolado, a presidente convidou os ex-presidentes dos últimos 28 anos, o mais longo período consecutivo de democracia que já experimentamos como nação, e se referiu aos dois falecidos, Tancredo Neves e Itamar Franco, reconhecendo o papel que cada um desempenhou nessa nossa caminhada de construção da democracia. Em seu discurso, a presidente disse que se orgulhava de estar à frente do governo quando essas duas ações entram em vigor, permitindo que o Estado brasileiro se abra, mais amplamente, ao exame, à fiscalização e ao escrutínio da sociedade. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Mesmo que se saiba que muitas repartições públicas não estão ainda preparadas para dar acesso às informações tão amplo quanto o previsto na lei, e que muitos serão os obstáculos para sua plena realização, a Lei de Acesso à Informação é considerada uma das mais avançadas do mundo e permite ao cidadão o acesso a informações públicas não sigilosas, sem nem mesmo a necessidade de justificar a solicitação. Essa “transparência obrigatória” funcionará, disse Dilma, como “o inibidor eficiente de todos os maus usos do dinheiro público, e também, de todas as violações dos direitos humanos”. É o país consolidando seu pertencimento à moderna democracia digital, que permite que a sociedade acompanhe passo a passo a atuação dos funcionários públicos e, por conseguinte, dos governos como um todo. Esta semana, por um desses acasos que o destino às vezes arma, Lula e Fernando Henrique Cardoso, dois desses ex-presidentes que mais incisivamente ajudaram a moldar a sociedade que está se organizando em torno de valores democráticos, estiveram em destaque no noticiário justamente pelo reconhecimento internacional de suas atuações à frente do governo brasileiro. Merval Pereira/O Globo

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Orlando Silva: “blindagem” do ministro é prato cheio pra imprensa internacional

Penso não se aplicar a presunção de inocência para afastar alguém de um cargo político enquanto se procede a apuração dos fatos. Itamar Franco, quando Presidente da República, o afastou o seu amigo Henrique Hargreaves, então Ministro da Casa Civil, que foi investigado, e quando isento de qualquer culpa voltou ao governo. Será tão difícil Dona Dilma agir assim no caso do Ministro Orlando Silva? Não se trata de linchamento, nem moral, nem político, mas uma simples tomada de posição em nome da ética e da moralidade da coisa pública. A propósito de falcatruas, provas e presunções lembro-me de duas frases emblemáticas; “Os políticos acreditam que uma tolice se torna fato se for espalhada aos berros”. Charles Pierce; “A ausência da evidência não significa evidência da ausência”. Carl Sagan O Editor Blindagem do ministro Orlando Silva representa mais uma desmoralização para o Brasil na imprensa internacional. A preservação do ministro do Esporte, Orlando Silva, no cargo, em meio a gravíssimas acusações de corrupção que envolvem também seu antecessor, Agnelo Queiroz, hoje governador do Distrito Federal, representam mais um vexame internacional para os brasileiros. Sem ter como responder, somos obrigados a aturar importantes jornais estrangeiros, como o espanhol “El Paíz” e o inglês “Financial Times”, a publicarem matérias que nos desmoralizam, dizendo que o governo do Brasil precisa combater a corrupção, o que significa afirmar que atualmente não o faz.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] O pior é que, como dizia o genial cineasta Orson Welles quando esteve no Brasil, “it’s all true”, ou seja, é tudo verdade. Não há dúvida de que Lula fez um bom governo, superando inclusive uma grave crise internacional, e a sucessora Dilma Rousseff também está indo bem, administrativamente, se não levarmos em conta o problema da corrupção sistemática. E é tudo verdade. A desmoralização do país se agrava em função da Copa do Mundo de 2014, que torna ainda mais escandalosas as notícias sobre gravíssimas irregularidades justamente no setor que cuida dos preparativos do campeonato esportivo mais importante do mundo. A imprensa britânica, ainda mordida porque a Fifa não aceitou fazer as próximas Copas na Inglaterra, vai deitar e rolar. Sexta-feira, o jornal “The Guardian” já repercutia as más notícias sobre o Brasil. Os britânicos, que deveriam se contentar em difamar o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, nos últimos tempos vivem a acusar também João Havelange, o dirigente esportivo internacional mais importante da História, como se ele fosse tão corrupto quanto seu ex-genro. Não sabem (ou não querem saber) que Havelange sempre foi um empresário de sucesso, um homem rico, dono da Viação Cometa, uma das maiores transportadoras do país, e de várias outras empresas. Jamais precisou se corromper para ganhar dinheiro, o maior erro de sua vida foi colocar o genro na CBF, e hoje paga caro por essa falha. Na sexta-feira, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, já considerava decidida a demissão do ministro Orlando Silva. Em coletiva para jornalistas de vários países, na sede da entidade em Zurique, Valcke disse que está pronto para conversar com um novo interlocutor da presidente Dilma, em novembro, quando virá ao Brasil para discutir a organização da Copa do Mundo de 2014. “Terei um encontro com a nova pessoa indicada pela presidente para conduzir a Copa no plano governamental. Tenho a confiança de que a presidente tomará a decisão correta, independentemente do que acontecer com o ministro Orlando Silva”, anunciou. O maior escândalo esportivo do Brasil, na verdade, não são as fraudes com as ONGs no Ministério do Esporte. O que mais nos desmoraliza são os inacreditáveis gastos com a construção e reforma dos estádios de futebol, que sairão quatro ou cinco vezes mais caros do que obras semelhantes que acabam de ser realizadas na Itália e na Alemanha. Quase todas as reformas estão sendo feitas sem projeto previamente detalhados. Consequentemente, sem licitações sérias e disputadas com lisura. Os aditivos aos contratos se multiplicam, impunemente, enquanto os órgãos responsáveis pela fiscalização (os Tribunais de Contas da União e dos Estados) fazem seguidas denúncias que não adiantarão nada. Em matéria de corrupção, ninguém tirará do Brasil o título de campeão mundial. Neste particular, a Copa de 2014 realmente está destinada a ficar na História. E repetindo Orson Welles, é tudo verdade. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa

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CPMF: o PT sempre votou contra. Agora é a favor

Algumas importantes lembranças sobre a trajetória do PT, que sempre votou contra a CPMF. A primeira força política a se opor à CPMF foi o PT, nos governos Itamar e FHC, sempre votando “contra”. Aliás, votaram “contra” até na aprovação da Constituição Federal em1988. A grande questão (que a Dilma inclusive já apontou, para minha surpresa…) é que a CPMF jamais foi usada pra custear a saúde – inclusive no governo Lula. Particularmente considero um imposto muito interessante – se aplicado exclusivamente na saúde, o que nunca foi feito – pois inclusive ajudou a Receita Federal a rastrear contas-fantasmas. Além do mais, caiu no esquecimento o reajuste – e que reajuste! – das alíquotas do IOF, feito pelo Lula logo após a derrubada da CPMF pelo Senado, para compensar a “perda” da receita com o fim daquela Contribuição. Em tempos de internet e de redes sociais, é anacrônica a discussão sobre “liberdade de imprensa”. A comunicação é uma atividade empresarial como outra e não vejo maiores diferenças entre o domínio desta atividade por poucos grupos econômicos, como o cartel das empreiteiras, por exemplo, que há décadas controla as obras públicas do país, verdadeiras sócias do Poder, seja por quem exercido. Sobre isso o PT se cala, porque con$ente.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] As “amplas possibilidades de expressão do pensamento” estão consolidadas na Constituição Federal de 1988, no capítulo “direitos e garantias individuais”, art. 5º, Constituição para cuja aprovação não foram computados os votos do PT, que na ocasião, inclusive, expulsou os então deputados Aírton Soares, Bete Mendes e José Eudes, porque votaram a favor de Tancredo Neves contra Paulo Maluf. Foi o “jornalismo marrom” que desvendou os mistérios de Collor; que deu voz ao caseiro Francenildo; que apurou os dólares na cueca do irmão do Genoíno; que questionou as privatizações da era FHC; que investigou o assassinato do Prefeito Celso Daniel; que obrigou os filhos e netos de Lula a devolverem seus “passaportes diplomáticos”; que investigou as falcatruas de Erenice Guerra e de seu filhotinho, e por aí vai… As instituições democráticas estão funcionando, temos Ministério Público, Polícia Federal, Judiciário ainda imperfeitos, é certo, mas menos imperfeitos do que a indevida ingerência política, ainda mais desses petistas furiosos. Se a “Veja” e outros veículos praticam jornalismo da pior espécie, que seus dirigentes sejam responsabilizados civil e criminalmente. Onde estão os maciços investimentos no Judiciário? Na Polícia? É uma questão de enfoque. O controle dos meios de comunicação é uma velha bandeira da “ex-esquerda” (do tempo que era esquerda…), mas aqui deve ser entendido como uma forma de se apropriarem dos “meios de produção” intelectuais para que as falcatruas sejam devidamente acobertadas. Isso é muito diferente do que Brizola – sozinho – fez, em termos de crítica, porque naquela época os meios de comunicação realmente estavam a serviço das forças reacionárias da ditadura, sem relembrar que a primeira experiência de resistência ao monopólio dos meios de comunicação se deu com a “Cadeia da Legalidade”, comandada pelo então governador do Rio Grande do Sul em 1961, para garantir a posse do vice-presidente Jango, que estava em visita oficial à China, dando tempo para que ele regressasse após a renúncia combinada de Jânio. Este fato deveria ser reverenciado pelos petistas, que sempre que podem se aliam ao que há de pior na política. Oportuno também lembrar que na campanha para o governo do Estado do Rio, em 1986, Brizola foi proibido de aparecer no horário gratuito do PDT, para apoiar o Darcy Ribeiro. Os advogados do Moreira Franco, à frente o desembargador Marcos Heusi, utilizaram de todos os meios, lícitos e ilícitos, obviamente com o conluio de uma Justiça Eleitoral comprometida, para impedir a presença do Brizola no vídeo. Em suma, a coisa vai de mal a pior. E dessa gente pode se esperar tudo. Mário Assis/Tribuna da Imprensa

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Petista se opõe a Lula e defende prévias

Líder do governo Dilma, Vaccarezza diz que estatuto do PT obriga a realização de primárias quando há dois ou mais pré-candidatos. Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prega internamente que o PT evite realizar prévias para as eleições municipais de 2012, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou ontem que o estatuto da sigla prevê a realização de consulta primária quando a legenda tiver mais de um nome para a disputa. À noite, em evento em São Paulo, Lula defendeu a tradição do PT de realizar prévias para definir candidatos. “Eu que propus a criação de prévias no PT”, disse o ex-presidente, ao chegar ao Clube Monte Líbano, na zona sul da capital, onde foi homenageado pelo setor imobiliário como personalidade do ano. No entanto, como o Estado mostrou ontem, Lula já está trabalhando para evitar as prévias na escolha dos candidatos petistas nas disputas de 2012. O ex-presidente avalia que o modelo com voto dos filiados deixa sequelas na disputa e mais atrapalha do que ajuda o partido na campanha eleitoral. Para Vaccarezza, Lula tem agido em busca de uma “melhor solução” ao pregar o acordo na escolha das candidaturas, mas lembrou que o próprio ex-presidente disputou prévias em 2002. “Se tiver dois candidatos, o estatuto define que vai haver prévias”, disse Vaccarezza. “O Lula está defendendo uma melhor solução para o partido, que seria chegarmos a um acordo. Mas ele mesmo já disputou prévias.” Para Vaccarezza, ainda é cedo para definir o nome do PT para a sucessão da Prefeitura. Lula, por sua vez, já defendeu publicamente a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad. O ex-presidente acredita que um nome novo na disputa terá mais chance de reconduzir o PT ao governo municipal – o partido venceu as eleições em 1988 e 2000.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A hoje senadora Marta Suplicy já pôs seu nome à disposição do partido, assim como os deputados Carlos Zarattini e Jilmar Tatto e o senador Eduardo Suplicy, que na semana passada também saiu em defesa das prévias no PT. Além desses pré-candidatos, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, é defendido por setores do PT como melhor opção para a Prefeitura. A avaliação é de que, em eventuais prévias, Mercadante seria o favorito. Mas o ministro não se colocou publicamente na disputa e, antes de tomar uma decisão, pretende consultar a presidente Dilma Rousseff e Lula. Conciliação. Enquanto busca consenso dentro do PT para as eleições, o ex-presidente ouviu de empresários do setor imobiliário, como Romeu Chap Chap, uma proposta de “conciliação nacional” e reconhecimento dos “feitos heroicos” dos governos passados – do regime militar às gestões de Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula. No evento de ontem à noite, o petista discursou por 20 minutos, agradeceu a homenagem e afirmou que, ao assumir o governo, o País tinha um crescimento econômico limitado. “Há mais de 25 anos, o Brasil estava preparado para não crescer.” E destacou o bom momento da construção civil: “As chances foram criadas para quem quer construir e quiser vender”. Daiene Cardoso, Gustavo Uribe e Roldão Arruda/O Estado de S.Paulo

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As discretas filhas de Itamar Franco

Com a morte de Itamar Franco, os brasileiros, enfim, puderam conhecer as filhas do ex-presidente. Exemplos raros de discrição, Juliana e Georgiana mantiveram-se longe dos flashes durante todo o período em que Itamar exerceu a Presidência. Elas só mostrariam seus rostos no velório do pai. Vale lembrar: os anos que antecederam à posse de Itamar foram marcados pelo exibicionismo do então presidente Fernando Collor, de seus parentes e amigos. Especialista na criação de fatos que gerassem notícias fúteis, Collor transformou em ritual suas corridas dominicais, adorava se mostrar pilotando jet-skis, chegou a pegar carona num caça da FAB.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A ânsia pela exibição marcava aquele grupo de deslumbrados com o poder e com suas aparências e oportunidades. Na chamada República de Alagoas, referência à origem política do presidente, mesmo a separação de Collor precisava ser alardeada. Numa solenidade pública, ele fez questão de mostrar a ausência da aliança em sua mão. Expulso da Presidência após o impeachment, Collor soube transformar em espetáculo até sua saída do Palácio do Planalto. Em meio à tamanha exposição, jornais, revistas e TVs se assanharam com a ascensão de um novo presidente. Divorciado, era pai de duas jovens — tinham em torno de 20 anos. Nós, jornalistas, queríamos entrevistá-las, fotografá-las, transformá-las em celebridades. Publicações especializadas se excitavam diante de futuras capas, de reportagens que revelariam namoros, separações e escândalos. Uma das filhas do presidente haveria de ser vista com algum ator, que logo seria trocado pelo herdeiro de um empresário. A outra, quem sabe?, se envolveria com um jogador de futebol e acabaria flagrada em poses comprometedoras num baile funk ou numa boite depois de algumas doses a mais. Seria inevitável que uma das duas demonstrasse arrogância, um sabe-com-quem-você-está-falando, diante de um policial. As expectativas foram frustradas. Até hoje ignoramos quem elas namoraram, com quem se casaram, se é que são casadas. Juliana e Georgiana não protagonizaram escândalos, não usaram o nome do pai. Pelo que se sabe, não levaram amigos para passear em avião da FAB, não receberam passaporte diplomático, não ganharam empregos públicos, não montaram consultorias nem frequentaram festas de empresários. Um comportamento que, pela correção, se destaca em nosso universo político. Solidário, o País agradece. Fernando Molica é jornalista e escritor E-mail: fernando.molica@odianet.com.br

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Itamar Franco: um presidente que não tolerava corrupção

Itamar Franco: nacionalista e corajoso, o país chora sua perda. Saudades do presidente Itamar Franco, o único que afastava qualquer ministro suspeito de irregularidade, até que provasse ser inocente. Itamar Franco, presidente da República de 1992 a 1994, morreu aos 81 anos neste sábado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 21 de maio, quando foi diagnosticado com leucemia. Segundo o hospital, Itamar morreu às 10h15 após acidente vascular cerebral. O corpo será transferido para Juiz de Fora (MG), para ser velado e depois para Belo Horizonte, cidade na qual, por desejo do presidente, o corpo será cremado, após receber homenagens no Palácio da Liberdade. Eleito senador pelo PPS de Minas Gerais no ano passado, Itamar estava licenciado do cargo desde que foi internado, em maio deste ano. Realmente não se faz mais político como Itamar Franco. Nacionalista e corajoso, foi o criador do Plano Real, que salvou a economia do país e é responsável por seu crescimento atual, fez um governo brilhante. Ficou apenas dois anos no governo.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Imaginem se tivesse ficado oito, como FHC e Lula. Depois, como governador de Minas, lembrem-se de sua atitude de convocar a PM de Minas para impedir que Furnas fosse privatizada, quem faria igual? Em matéria de probidade administrativa, nunca se viu nada parecido na política brasileira. Ele jamais admitiu que qualquer membro do governo, especialmente do primeiro escalão, fosse colocado sob suspeita de irregularidade. Afastava o ministro imediatamente, até que o caso foi totalmente investigado. Itamar Franco não teve dúvidas de demitir um de seus amigos mais próximos, Henrique Hargreaves, mineiro de Juiz de Fora, que era Chefe da Casa Civil. Hargreaves foi acusado na CPI dos Anões, e Itamar o afastou em 5 de outubro de 1992. Só o readmitiu mais de um ano depois, em 1º de novembro de 1993, quando ficou comprovado que Hargreaves havia sido acusado injustamente. O mais importante e interessante nisso tudo é que a amizade entre Itamar e Hargeaves resistiu a tudo. Quando ele foi novamente nomeado para a Chefia da Casa Civil, o presidente mandou estender um tapete vermelho na entrada do Palácio do Planalto, para recebê-lo de volta. E ainda agora trabalhavam juntos. Hargreaves, que depois foi secretário de Estado quando Itamar governou Minas Gerais, atualmente era seu assessor no Senado. A acusação contra Hargreaves era uma bobagem, não pode nem ser comparada à situação de Antonio Palocci, por exemplo, que verdadeiramente enriqueceu no desempenho de funções públicas, seja como “consultor” (sinônimo de lobista e traficante de influência) ou “corretor imobiliário”. Palocci, que já tinha um passado nebuloso na prefeitura de Ribeirão Preto, onde ficaram famosas suas relações com a empresa de lixo Leão & Leão, confirmou o currículo ao atuar como ministro da Fazenda, quando se dedicava a frequentar a mansão que seus amigos de Ribeirão Preto alugaram para fazer lobby, traficar influência em Brasília e praticar sexo com profissionais. Demitido por Lula, Palocci ficou no ostracismo até a campanha de Dilma, à qual foi discretamente integrado, mas dela emergindo como todo-poderoso chefe da Casa Civil, cargo não muito recomendável nos últimos tempos, desde que foi entregue a José Dirceu e depois a Erenice Guerra, outros excepcionais especialistas em consultorias e tráfico de influência. E só foi demitido porque não havia mais como sustentá-lo. Que diferença para Itamar Franco, minha gente. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa ->>aqui biografia de Itamar Franco

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Um escândalo monumental – ONGS

Acredito que a tentativa Stalinista promovida pelos notórios Sarney e Collor, para manter pela eternidade o segredo sobredocumentos do governo, é fruto da pressão das famigeradas ONGS. Durante o mandato no senado, o Sen. Heráclito Fortes não conseguiu implantar uma CPI, apovada em plenário, sobre a atuação dessas organizações no Brasil. Somente na Amazônia atuam 250 MIL ONGS. Isso mesmo: 250 MIL. O Editor É preciso denunciar uma das maiores bandalheiras dos últimos tempos, iniciadas durante o governo José Sarney, continuadas no governo Fernando Collor, não interrompidas no governo Itamar Franco, ampliadas no governo Fernando Henrique, super-dimensionadas no governo Lula e continuadas no governo Dilma Rousseff. Trata-se das famigeradas ONGs, rotuladas como Organizações Não Governamentais, mas que, com raras exceções, vivem grudadas nas tetas do poder público, sugando recursos do Estado como quadrilhas dignas dos tempos de Al Capone. De início, é bom esclarecer: existem ONGs maravilhosas, daquelas que só contribuem para o aprimoramento social, político, ambiental, cultural, esportivo e quantas outras atividades existam. O problema é que essas e outras legiões muito maiores de quadrilhas formadas à sombra da sociedade organizada, intitulam-se “não governamentais”. Por que, então, para subsistir enriquecer seus dirigentes, dependem de recursos públicos? Que vão buscar sua sobrevivência fora do governo, nas entidades privadas. O diabo é que, de acordo com os grupos que dominam os governos, assaltam os cofres públicos e comportam-se como Ali Babá abrindo a caverna. Apareceram agora as tais OSCIPS, organizações de interesse público. Podres, na maioria dos casos, daquelas que nem sede dispõem, ficticiamente funcionando em restaurantes, garagens e estrebarias, se essas anda existissem.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Dizem que carecem de fins lucrativos, que existem para servir à sociedade. Mentira. Como estamos no ciclo dos companheiros, seria bom o ministério da Justiça verificar quantas delas vivem de recursos sugados do tesouro nacional. Quantas pertencem a companheiros do PT, já que nenhuma delas tem obrigação de prestar contas de suas atividades? São contratadas pelo governo para prestar serviços públicos… Existem 5.840 OSCIPS em todo o país. Caso o secretário-executivo do ministério da Justiça, Luís Paulo Barreto, decidisse investigar todas, verificaria que o governo gasta com elas duas vezes mais do que gasta com o bolsa-família. Trata-se de um escândalo monumental, mas acobertado pelo poder público, tanto faz quem o detenha no momento. Carlos Chagas/Tribuna da Imprensa

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Itamar Franco não perdoava suspeita contra ministro

Saudades do presidente Itamar Franco, o único que afastava qualquer ministro suspeito de irregularidade, até que provasse ser inocente. Palocci tinha que ser demitido, sem maiores explicações. Realmente não se faz mais presidente como Itamar Franco. Em matéria de probidade administrativa, nunca se viu nada igual na política brasileira. Ele jamais admitiu que qualquer membro do governo, especialmente do primeiro escalão, fosse colocado sob suspeita de irregularidade. Afastava o ministro imediatamente, até que o caso foi totalmente investigado. Itamar Franco não teve dúvidas de afastar um de seus amigos mais próximos, Henrique Hargreaves, mineiro de Juiz de Fora, que era Chefe da Casa Civil. Hargreaves foi acusado na CPI dos Anões, e Itamar o afastou em 5 de outubro de 1992. Só o readmitiu mais de um ano depois, em 1º de novembro de 1993, quando ficou inteiramente comprovado que Hargreaves havia sido acusado injustamente. O mais importante e interessante nisso tudo é que a amizade entre Itamar e Hargeaves resistiu a tudo. Quando ele foi novamente nomeado para a Chefia da Casa Civil, o presidente mandou estender um tapete vermelho na entrada do Palácio do Planalto, para recebê-lo de volta. E ainda hoje trabalham juntos. Hargreaves, que depois foi secretário de Estado quando Itamar governou Minas Gerais, atualmente é seu assessor no Senado.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A acusação contra Hargreaves era uma bobagem, não pode nem ser comparada à situação de atual Chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que verdadeiramente enriqueceu no desempenho de funções públicas, seja como consultor (sinônimo de lobista e traficante de influência) ou corretor imobiliário. Palocci, que já tinha um passado nebuloso na prefeitura de Ribeirão Preto, onde ficaram famosas suas relações com a empresa de lixo Leão & Leão, confirmou o currículo ao atuar como ministro da Fazenda, quando se dedicava a frequentar a mansão que seus amigos de Ribeirão Preto alugaram para fazer lobby, traficar influência em Brasília e praticar sexo com profissionais. Demitido por Lula, Palocci ficou no ostracismo até a campanha de Dilma, à qual foi discretamente integrado, mas dela emergindo como todo-poderoso chefe da Casa Civil, cargo não muito recomendável nos últimos tempos, desde que foi entregue a José Dirceu e depois a Erenice Guerra, outros excepcionais especialistas em consultorias e tráfico de influência. A atitude de presidente Dilma Rousseff, que se comporta como se nada estivesse acontecendo, mostra a distância moral e ética que a separa de um político como Itamar Franco. Onde está aquela Executiva durona que não admitia erros de ninguém? Onde está aquela Dama de Ferro que todos temiam? Na verdade, essa Dama de Ferro não existe, sua armadura já enferrujou faz tempo, desde quando esqueceu seu “braço-direito” Erenice Guerra tomando conta do boteco. Com aquela boca enorme, de 48 dentes, Erenice engoliu tudo que encontrou pela frente, como se fosse uma draga/cremalheira, e no dia 1º de janeiro ainda foi convidada para a posse da companheira, numa afronta à cidadania e às pessoas de bem. No Planalto enlameado, ontem mesmo a Comissão de Ética Pública da Presidência se apressou em anunciar que não vai analisar a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci, que entre 2006 e 2010 foi multiplicada por 20 vezes, saltando de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões. Segundo o presidente da comissão e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Sepulveda Pertence, não cabe ao colegiado avaliar como um ministro chegou ao patrimônio que declarou ter ao tomar posse. Ele disse que só caberia uma investigação “caso a declaração de bens entregue tivesse sido falsificada”. Como é que um ex-ministro do Supremo, tido com o jurista, consegue se abaixar tanto, até se misturar com a lama em que Brasília está mergulhada? E ainda havia quem julgava que se tratasse de um jurista. É um triste papel para o encerramento de sua carreira, que já vinha mal, muito mal, nos últimos anos, quando passou a faltar seguidamente às sessões do STF, todos sabiam por quê, mas ninguém comentava. Seja em que governo for (Itamar é apenas o exemplo), só há uma atitude decente a tomar. O ministro denunciado tem obrigação de se explicar, de abrir suas contas, de mostrar quem lhe pagava milhões para receber consultoria. Foi a Odebrecht? Ou a Camargo Corrêa? Quem sabe a Queiroz Galvão? Talvez a Gerdau, tão ligada ao governo? A CSN? Ou a EBX, de Eike Batista? E se foi alguma grande multinacional, algum conglomerado chinês? Nada contra. Mas mostre quem o enriqueceu, tão subitamente e em sua fase de maior ostracismo. Palocci declara que seu patrimônio é hoje de R$ 7,5 milhões. Isso é uma deslavada mentira. Quem tem apenas R$ 7,5 milhões não gasta R$ 6,6 milhões para comprar um apartamento, cujo condomínio é caríssimo, e a manutenção, idem. Seria muita burrice. Palocci agora tem de fazer como o assessor do irmão de José Genoino e mostrar o dinheiro que enfiou na cueca. Voltando ao ex-presidente Itamar Franco, repita-se que ele é apenas o exemplo. Mas convém deixar bem claro que ele somente cumpriu sua obrigação, nem merece maiores elogios por isso. E seu procedimento correto só é lembrado porque o Brasil mudou muito, de seu governo para cá. Ser honesto hoje é uma triste exceção. Saudades de Itamar Franco. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa

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Itamar Franco é só mais um

Sempre desconfio das vestais e dos arautos gasguitos e furibundos da própria pureza. O mais trágico é se aceitar candidamente que político tenha direito a aposentadoria, inclusive tendo exercido algum cargo por poucas horas. Há uma cruel distorção nesse fato, considerando-se o quanto é pago de aposentadoria ao cidadão comum. O Editor Itamar recebia aposentadoria até a posse. Ato publicado na página 50 do Diário Oficial da União de 24 de fevereiro confirma notícia da coluna de Claudio Humberto, deste domingo (27), sobre o valor da aposentadoria abiscoitada pelo ex-presidente Itamar Franco, até assumir o atual mandato de senador. O valor citado no ato oficial é de R$ 13.027,53, correspondentes a 48,75% do subsídio parlamentar. Hoje, o senador usou seu twitter para “desafiar” a comprovação da notícia, numa aparente demonstração de ignorância sobre seus próprios vencimentos. Veja a reprodução do ato oficial clicando aqui. A assessoria do ex-presidente informou que o valor de R$ 13.027,53 seria o valor que ele passaria a receber a partir de fevereiro, caso não tivesse assumido o mandato, e que até janeiro esse valor era de R$ 8.049,64, correspondentes aos mesmo 48,75% dos subsídios vigentes de senador. coluna Claudio Humberto [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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