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8 passos para apagar seus rastros na internet

A internet não tem memória curta Direito de imagemGETTY IMAGES A internet é como uma memória infinita, eterna e coletiva que guarda tudo: de suas buscas mais vergonhosas a comentários e fotos inapropriadas. Muitas vezes nem sequer nos lembramos de tais momentos – afinal, quem é que se recorda do perfil no MySpace ou de mensagens no Facebook enviadas há dez anos? Mas a verdade é que, a não ser que façamos alguma coisa, nossas recordações digitais ficarão no cyberespaço para sempre. Com alguns passos simples, porém, é possível evitar que nosso passado digital nos persiga. Mais precisamente, oito passos: Google é o ‘rei’ das buscas online, mas não se esqueça de buscar a si mesmo nos concorrentes – os resultados podem te surpreender…1. Busque-se nas ferramentas de busca  O primeiro passo antes de qualquer limpeza na internet é ter muito claro o que quer eliminar. Você pode começar com uma busca por seu nome e sobrenome no Google e analisar os resultados que aparecem. Inclua também outros buscadores, como Bing, Yahoo, Bipplex e Ask, por exemplo. Quanto mais, melhor. É possível que você não encontre todas as menções de primeira e que precise fazer uma busca mais profunda. Mas dedique tempo. Uma vez que encontre o que deseja apagar, acesse diretamente as plataformas e páginas da web onde está o conteúdo postado por você. E comece a limpeza. 2. Releia suas mensagens Direito de imagemGETTY IMAGESAlém do WhatsApp, que outras plataformas você já usou para mandar fotos e mensagens? É importante revisar mensagens, incluindo plataformas que já não utiliza, para assegurar-se de que não está deixando para trás algo que possa te deixar em apuros. Estamos falando, é claro, de aplicativos de mensagens, mas também de redes sociais e fóruns. Mesmo os locais em que você não usou seu nome real. 3. Apague suas contas em redes antigas Direito de imagemGETTY IMAGESO que será que aconteceu com aquela conta do MySpace que você não acessa há anos? Você se lembra do MySpace? Foi lançado em agosto de 2008. Antes de Instagram, Facebook, Twitter e Snapchat se alçarem como favoritos, o site era o espaço escolhido por muitos internautas para o compartilhamento de fotos. Portanto, fotos do seu passado ainda podem continuar na rede, como algumas da cantora Taylor Swift e do ator Tom Hardy, para a alegria dos fãs deles. O MySpace continua ativo – e tem 38 milhões de usuários. A exemplo dele, há dezenas de ferramentas “antigas” que ainda existem. As plataformas fotográficas Fotolog e Flickr, as redes sociais Hi5 e Faceparty e apps de relacionamento são alguns exemplos. Muitos sofreram grande êxodo com a chegada de novos sites e redes sociais, mas ainda podem servir de baú do “tesouro” de fotos embaraçosas. Revise estes perfis. 4. Troque de nome Direito de imagemGETTY IMAGESSe você não quer ter que apagar depois todas as mensagens que já escreveu em fóruns online e sites, use um pseudônimo que não seja de fácil identificação Muitas sessões de comentários em sites são geridos por gigantes da internet, como o Facebook e o Disqus – este último anunciou, em 2012, que sofreu um grande ataque de hackers. Se você usou seu nome real em alguns fóruns e sites, e não quer eliminar todos os comentários que já fez, pode optar por trocar seu nome e a foto associada ao seu perfil. Escolha um pseudônimo que ninguém possa identificar. 5. Ponha em prática o ‘direito ao esquecimento’ Direito de imagemGETTY IMAGESRevise as leis existentes e exija o direito de desaparecer de certos sites de busca Em alguns países, as empresas de internet têm que cumprir com uma série de normas que garantem ao usuário o “direito ao esquecimento”. O Tribunal de Justiça da União Europeia determinou em maio de 2014 que Google, Bing e outros buscadores devem permitir que os internautas escolham se querem que sejam apagados os resultados que aparecem em buscas relacionadas a eles. Postagens antigas nas redes sociais, por exemplo, podem ser ocultadas dos resultados de buscas. Isso pode ser especialmente útil se a pessoa está buscando emprego, já que cada vez mais as empresas fazem buscas online sobre os candidatos. Essa medida também é importante para vítimas de violência doméstica (os agressores muitas vezes continuam perseguindo a vítima) e para pessoas com condenações prescritas ou penas já cumpridas. Alguns lugares onde já houve decisões judiciais garantindo o “direito ao esquecimento” são México, Brasil e Colômbia. Portanto, pesquise as leis e exerça o seu direito. 6. Peça que eliminem sua conta Direito de imagemGETTY IMAGESFacebook é obrigado a oferecer a possibilidade de o usuário eliminar a conta por completo, se assim desejar Algumas redes sociais complicam o procedimento ao usuário que quer apagar a conta de forma permanente. Em troca, oferecem desativar “temporariamente”. Mas se você quer que o serviço de “limpeza” seja efetiva, o melhor é apagar a conta por completo. O Facebook tem uma página com essa finalidade. No caso do Twitter, a eliminação é concluída depois de 30 dias. Ao eliminar as contas do Facebook e Twitter, suas publicações desaparecerão. No entanto, algumas cópias podem continuar aparecendo nos resultados dos buscadores. 7. Proteja suas contas Direito de imagemGETTY IMAGESUma senha mais complexa pode ajudar a proteger a conta O material que compartilhamos por meio de mensagens privadas – como no WhatsApp e no Messenger – geralmente é mais sensível e confidencial do que o que publicamos em fóruns e redes sociais. É sempre uma boa ideia proteger essas contas com contrassenhas complexas e originais. Se a página na web te dá esta opção de senha adicional, faça a verificação e siga os passos. Assim, será muito mais difícil para outros entrarem na sua conta sem permissão, pois precisarão da contrassenha, além da senha inicial de acesso ao celular. 8. Um conselho final… Nada do que você compartilha na internet é completamente privado. Uma vez publicado, nem sempre poderá ser eliminado. Há, inclusive, sites como o Wayback Machine, que permitem “viajar no tempo” por meio de arquivos

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Procura-se: homem, solteiro

Cada vez mais empresas usam anúncios direcionados para encontrar profissionais Direito de imagemGETTY IMAGES Como headhunters podem estar perseguindo você no Facebook [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]Há quatro meses, a neozelandesa Lisa Dorahy navegava pelo Facebook quando viu um anúncio de emprego surgir em seu feed de notícias. Ela não estava à procura de um novo trabalho e aquela era uma das poucas vezes em que Dorahy, uma ocupada mãe de três crianças, teve tempo de dar uma passeada pelas redes sociais. Mas o post que procurava por uma assistente em meio-período em uma empresa de recrutamento parecia perfeito para ela. Ela clicou no link e se candidatou. Três dias depois, foi chamada para uma entrevista, e na semana seguinte já começava no novo emprego. Hoje, Dorahy entende que o anúncio tinha como alvo alguém exatamente com seu perfil. Recrutamento seletivo Certas redes sociais contam com um movimento diário de 1 bilhão de usuários, o que atrai os headhunters – Direito de imagemALAMY Anúncios de emprego no Facebook não são um fenômeno recente – você certamente já viu algum em sua página. Mas é possível que você também tenha notado anúncios para funções ou setores normalmente fora da sua área de atuação. Isso provavelmente resulta da busca de headhunters por pessoas com habilidades e experiência como as suas, com base em informações que o Facebook “aprendeu” sobre você a partir do seu comportamento no site. À medida que mais headhunters começam a usar esse recurso, alguns especialistas também alertam sobre o outro lado da moeda: a possibilidade de que o Facebook também seja usado para que os headhunters obtenham informações que podem servir para discriminar e eliminar possíveis candidatos, como idade, etnia, religião e gênero. Tudo funciona da seguinte maneira: o Facebook Ads é um serviço que permite que empresas paguem para postar anúncios no feed de notícias ou nas laterais do feed dos usuários da rede social. Quando publica um anúncio, a empresa pode escolher o tipo específico de pessoa que ela quer atingir, com base em dados como idade, gênero, interesses, etnia, religião e muito mais. A BBC Capital entrou em contato com o Facebook, mas a empresa se recusou a comentar sobre a prática de recrutamento seletivo na plataforma. Mas o Facebook não é a única rede social que permite publicidade direcionada. Qualquer plataforma que colete dados sobre seus usuários pode oferecer esse serviço. O Google+ ou o Instagram (que pertence ao Facebook) são dois exemplos, enquanto o LinkedIn permite a headhunters criar anúncios com base na idade e no sexo, mas não na etnia nem na orientação sexual do usuário. Um bilhão de possibilidades Segundo Jorgen Sundberg, especialista em marketing digital, 10% dos headhunters britânicos fazem anúncios direcionados – Direito de imagemLINK HUMANS Jorgen Sundberg, fundados da agência de marketing digital Link Humans, em Londres, acredita que 10% das 20 mil empresas de recrutamento da Grã-Bretanha estejam usando os anúncios direcionados do Facebook para encontrar profissionais. “Dentre todas as empresas de tecnologia, o Facebook é, indiscutivelmente, o que possui mais informações sobre qualquer pessoa”, explica Sundberg. Um porta-voz do Facebook afirmou que a empresa não divulga dados sobre o número de headhunters que utilizam a ferramenta, e se recusou a comentar mais sobre o assunto. “Com 1,13 bilhão de usuários ativos por dia, o Facebook é um lugar onde você pode encontrar candidatos para todo tipo de emprego”, afirma Tony Restell, sócio da agência de mídias sociais Social-Hire, com sede na Grã-Bretanha. “Analistas do mercado financeiro têm as mesmas chances de querer se conectar com amigos do que motoristas de caminhão. Por isso, o Facebook tem uma penetração enorme em vários setores da economia.” Essa grande variedade de usuários faz com que os anunciantes sejam específicos e precisos ao buscar seus alvos. Quando não o fazem, acabamos recebendo aqueles anúncios que não fazem o menor sentido para nós. Mas, segundo Restell, o Facebook não quer dar margens a erros. A empresa compensa os anunciantes oferecendo preços mais baixos se a audiência estiver interessada no post, enquanto cobra mais daqueles cujos anúncios não são populares. Procura-se: homem, solteiro A headhunter Emily Richards usa o Facebook para 30% das vagas que tem para preencher – Direito de imagemGRAHAM WARMAN PHOTOGRAPHY A neozelandesa Emily Richards, chefe de Dorahy na firma de recrutamento Human Connections Group, usa o Facebook para preencher um terço das vagas disponíveis na empresa. Por cerca de US$ 14 (ou R$ 46), um anúncio pode atingir até 10 mil pessoas, dependendo do perfil desejado – algo que, para Richards, é uma opção com uma ótima relação custo/benefício. Mas a empresária também se diz “totalmente ciente” da capacidade das companhias de usar o direcionamento para acabar eliminando certos perfis “indesejados”. “Se colocada nas mãos erradas, a ferramenta pode ser extremamente prejudicial para a igualdade de gêneros, a igualdade racial e tudo aquilo para o qual trabalhamos tanto para evitar.” Com o objetivo de testar a precisão de um anúncio direcionado, a BBC Capital fez uma simulação no Facebook. A primeira opção foi apenas por homens com idades entre 18 e 25 anos, morando em Nova York. Em seguida, excluímos todos os que têm filhos ou que são casados ou comprometidos. É possível até fazer escolhas por apenas algumas etnias. Excluímos ainda todos os vegetarianos, veganos e pessoas que “curtem” chocolate. O anúncio final para uma “Superestrela das Redes Sociais” foi logo aprovado pelo Facebook e publicado para cerca de 430 mil homens jovens, solteiros, sem filhos e carnívoros. O que diz a lei Davida Perry, sócia do escritório de advocacia Schwartz & Perry, de Nova York, acredita que a prática de direcionar anúncios de emprego através do Facebook Ads pode levar à violação de várias leis. Nos Estados Unidos, uma lei federal proíbe que o recrutamento seja feito de maneira a discriminar pessoas por sua idade, raça, religião, sexo, estado civil, saúde e orientação sexual. Portanto, mesmo que os anúncios não sejam necessariamente discriminatórios, o processo de direcionamento – através de selecionar certos perfis e excluir outros –

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Robôs e Internet: uma dor de cabeça

O problema dos robôs na internet Desde a eleição americana, manipulação da informação virou tema no ambiente político atual. Mas, com tantos “bots” nas redes sociais, como é possível encontrar a verdade na web? Com o aumento da importância das redes sociais na formação da nossa visão de mundo, o modo pelo qual websites como Facebook e Twitter levam a informação aos usuários nunca foi tão significante.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Onde antes cidadãos comuns estavam acostumados a julgar a importância, a popularidade ou a credibilidade de políticos, modelos econômicos ou movimentos ideológicos baseados em reportagens profissionais, em pesquisas de opinião pública ou simplesmente através da propaganda de boca, eles estão agora à mercê daquilo que é tendência ou considerado aceito em seus feeds da rede social. Perigosos falsos seguidores É aqui que os bots (da palavra inglesa robots), os robôs das redes sociais, entram em ação. Usando bots pré-programados de uma variedade de empresas, da BMW a Spotify, é possível criar um software próprio para salvar todas as canções que se recomendou num aplicativo de música, para postar automaticamente fotos no Instagram ou numa conta do Twitter ou mesmo abrir o portão da garagem. No entanto, alguns criam seus bots com softwares maliciosos, os malwares. A manifestação mais óbvia de tais projetos pode ser vista no Facebook e no Twitter, onde contas falsas estão configuradas com milhares de seguidores inexistentes para dar uma ilusão de veracidade. Aliada a um software de certo tipo de bot, tais contas podem alcançar pessoas por meio de tuítes e postagens com mensagens específicas ou até mesmo retuitar ou curtir os tuítes de alguém, aumentando assim a popularidade desse usuário. Notícias falsas A manipulação de dados é um tema quente no ambiente político atual. O ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, afirmou, em fins do ano passado, temer que notícias falsas possam espalhar desinformação antes das eleições parlamentares no final deste ano. E ele tem bons motivos para se preocupar. Ainda que as notícias falsas sejam escritas e publicadas por seres humanos, muitas vezes, elas são distribuídas e apoiadas por milhões de contas-fantasma em sites populares como Twitter, Facebook, Reddit e através de email. Um estudo realizado pelo portal Buzzfeed News logo após a vitória eleitoral de Donald Trump mostrou que mentiras sobre a votação conseguiram movimentar mais as plataformas de mídia social que as histórias verídicas de 19 grandes meios de comunicação juntos. Uma reportagem realizada pelo Political Bots, uma equipe de pesquisadores das principais universidades do mundo, constatou que mais de 30 milhões de contas do Twitter pertenceriam a perfis falsos. Descobriu-se também que, antes das eleições presidenciais americanas, o número de bots pró-Trump, que promoviam notícias falsas, foi cinco vezes maior que os pró-Hillary Clinton. “Bots – programas de computador comandados através de algoritmos para fazer tarefas online específicas – invadiram as conversas políticas em todo o mundo”, advertiu a reportagem. “O uso generalizado de tais híbridos de softwares e humanos, como também a natureza obscura e muitas vezes discriminatória dos algoritmos por trás deles, ameaçam minar o potencial político – organizacional, comunicativo, entre outros – de sistemas de mídia social.” Na internet, os bots são usados para realizar ataques DDos, que podem derrubar sistemas inteiros. Combatendo o problema Companhias como a Hoaxmap combatem as notícias falsas desde fevereiro de 2016, mas empresas de mídia social, autoridades e governos ainda tentam recuperar o tempo perdido. Recentemente, o Facebook anunciou uma iniciativa para combater as notícias falsas em sua plataforma, por meio de novas ferramentas que tornarão mais fácil para os usuários marcar tais histórias em sua linha do tempo. Em parceria com a empresa berlinense Correctiv, um coletivo de jornalismo investigativo independente, apartidário e sem fins lucrativos, o Facebook espera usar um terceiro rosto avaliando o material marcado. O governo alemão quer enfrentar o problema de frente, com um novo órgão ligado ao Ministério do Interior em Berlim, o chamado “Centro de Defesa contra a Desinformação.” Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no entanto, dizem que uma “vacina psicológica” protege as pessoas contra notícias falsas – mas, como acontece com outras vacinas, pode levar décadas até ser elaborada. Com dados da DW

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Menino de 10 anos ganha US$ 10 mil após identificar falha de segurança no Instagram

Um menino finlandês de dez anos de idade, identificado apenas como Jani, recebeu US$ 10 mil (mais de R$ 35 mil) depois de descobrir uma falha de segurança no Instagram. O Facebook, dono do Instagram, já pagou mais de US$ 4 milhões para os ‘caçadores de bugs’ O menino, que tecnicamente não deveria poder sequer abrir uma conta no Instagram (a rede aceita usuários apenas a partir dos 13 anos), descobriu uma falha no site que permitia que ele apagasse comentários feitos por outros usuários. O Facebook, dono do Instagram, informou que o problema foi consertado “rapidamente” depois da descoberta de Jani.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Logo em seguida, o menino recebeu o dinheiro e se transformou no ganhador mais jovem do prêmio de “caçador de bugs” criado pelo Facebook. Alerta por email Depois de descobrir a falha em fevereiro, Jani enviou um email com um alerta ao Facebook. Engenheiros do setor de segurança da empresa abriram uma conta para Jani testar sua teoria e o menino comprovou a falha. Jani, que mora em Helsinque, disse ao jornal finlandês Iltalehti que planeja usar o dinheiro para comprar uma bicicleta nova, equipamento de futebol e computadores para os irmãos. O Facebook disse à BBC que já pagou US$ 4,3 milhões (mais de R$ 15 milhões) para os “caçadores de bugs” desde 2011. Em 2014 um brasileiro, o engenheiro de computação Reginaldo Silva, recebeu US$ 33,5 mil do Facebook pela descoberta de um bug em seu sistema. Muitas outras companhias oferecem incentivos financeiros como este para profissionais do setor de segurança – e para crianças também – descobrirem falhas como estas. É uma forma de tentar evitar que eles vendam estas informações para fins ilegais. DavidLee/BBC

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Como o Facebook conseguiu triplicar seus lucros em um ano?

No cenário atual de cautela e apreensão entre as empresas de tecnologia, com a  registrando a primeira queda na sua receita em 13 anos e o Twitter decepcionando acionistas com seu desempenho aquém do esperado, o Facebook segue surpreendendo com resultados impressionantes. O valor das ações do Facebook aumentou em 9% – Image copyright Getty Segundo o balanço oficial do primeiro trimestre de 2016, a rede social aumentou seus lucros em 195% na comparação como mesmo período de 2015. Entre janeiro e março deste ano, a empresa lucrou US$ 1,51 bilhões; nos primeiros três meses do ano passado, foram US$ 512 milhões. Mas como a companhia conseguiu esse notável resultado?[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Uma das razões é que o Facebook está gerando mais receita com publicidade. Além de atrair novos anunciantes com novos produtos como o vídeo ao vivo, o Facebook incrementou a comercialização de serviços já existentes. As vendas totais do Facebook em publicidade no primeiro trimestre de 2016 alcançaram US$ 5,2 bilhões – no mesmo período do ano passado foram US$ 3,5 bilhões. Mais de 80% da receita com publicidade em 2016 veio de anúncios em celulares. Em 2015, esse tipo de anúncio foi responsável por 73% da receita. O número de usuários ativos por mês cresceu em cerca de 15% Image copyright Getty “Lembram quando os investidores estavam preocupados com a transição para os celulares? Bom, o Facebook registrou vendas de US$ 5,2 bilhões em publicidade no primeiro trimestre de 2016, das quais 82% foram relativos a usuários de celulares. Que ‘calcanhar de Aquiles’…”, afirmou, em tom irônico, Dave Lee, correspondente de Tecnologia da BBC. O total de usuários ativos – que acessam o Facebook pelo menos uma vez por mês – aumentou 15% em comparação com o ano anterior, chegando a 1,65 bilhão e superando as expectativas dos analistas. Cada usuário rendeu, em média, US$ 3,32 em 2016 – contra US$ 2,50 em 2015. Diante destes números, o valor das ações do Facebook subiu 9%. Sem informações O Facebook não revela o quanto lucrou com o Instagram Image copyright Getty Os analistas do setor de tecnologia esperavam que o relatório também trouxesse informações sobre as vendas do Oculus Rift, um dispositivo de realidade virtual lançado no fim do trimestre. “Infelizmente o Facebook decidiu não compartilhar os números específicos sobre isto”, disse Dave Lee. Em uma conversa com investidores, o Facebook disse que tinha a intenção de continuar comprando outros negócios sempre e quando eles forem “onipresentes”. O Facebook investiu em companhias como o Instagram, que comprou por US$ 1 bilhão em 2012. Mas é difícil para os investidores julgar o sucesso destas negociações, já que o Facebook não deu os detalhes dos lucros das empresas que comprou. Novas ações? O Facebook também fez a proposta de criar um novo tipo de ações que permitirá que o fundador empresa, Mark Zuckerberg, venda as suas sem perder o controle da companhia. Mark Zuckerberg e Priscilla Chan anunciaram que vão doar 99% de sua fortuna Image copyright Getty A empresa disse que esta medida “incentivará Zuckerberg a manter um papel ativo na liderança do Facebook”. Este anúncio da companhia foi feito quatro meses depois de Zuckerberg e sua esposa, Priscilla Chan, terem dito que doariam 99% de suas ações do Facebook. Em uma carta dirigida a Max, a filha dos dois que nasceu em dezembro, o casal afirmou que doaria quase toda sua fortuna para a fundação Chan Zuckerberg Initiative para “desenvolver o potencial humano e promover a igualdade entre todos as crianças da próxima geração”. Zuckerberg e Chan planejam fazer as doações à fundação durante toda a vida. Mas, segundo a estrutura atual das ações do Facebook, Zuckerberg não poderia fazer isso sem ceder o controle da companhia que construiu. Por isso veio a proposta de um novo tipo de ações.

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Redes Sociais: Os efeitos da saturação informativa na atual crise brasileira

Como qualquer um entre os quase cem milhões de brasileiros usuários de redes sociais, oscilo diariamente entre o desejo abandonar de vez o hábito de consultar o púlpito alheio virtual e o de reconectar-me a ele compulsivamente. Recentemente fui informado de que há rumores dando conta de que, entre a magnitude de adeptos das redes, poderia existir um remotíssimo e obscuro percentual de usuários que conseguiriam, nestes dias de turbulência política, passar infensos à esta bipolaridade. Eu digo com tranquilidade que nunca vi essas pessoas nem na minha timeline nem no meu feed de notícias e isso, pelo menos no meu universo de observação, reforça a ideia de que, diante da atual crise política, todos sucumbiram ao delírio voluntário – ao próprio e ao alheio – ainda que por motivos e em graus diferentes.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Não obstante a possibilidade acima estar mesmo correta, o número de pessoas que não resiste à opção de abandonar o uso das redes sociais ou pelo menos suspendê-lo é cada vez maior, principalmente entre os mais jovens. E isto é tão mais real quanto se pense no Facebook, entre todas a mais usada das redes em todo o mundo. Isso é o que aponta, por exemplo, recente reportagem da Folha de São Paulo, segundo a qual, para além do acirramento político, outros fenômenos parecem competir na ampliação do desinteresse juvenil, tais como a presença dos chamados “textões” e a repetição persistente de conteúdo. Seriam fenômenos que estariam colaborando com o cenário de evasão. A reportagem dá conta de outras explicações também, de natureza mais psicológica, além de apontar a preferência crescente pelo uso de redes de conteúdo mais visual ou expresso, como o Instagram e o Snapchat. A bem da verdade, esta parece ser uma tendência anterior aos eventos políticos mais recentes, mas que agora se acentua mais ou menos na mesma proporção em que evoluem as repercussões políticas e a subsequente histeria virtual. Não é muito difícil entender as motivações do abandono, uma vez que a temática política, pelo menos a realizada nos moldes tradicionais, é vista com grande desconfiança pelo público adolescente e jovem adulto. Quem imaginar, entretanto, que no principal concorrente do Facebook a situação esteja diferente, pode estar muito enganado. No Twitter, veículo preferencial entre os adultos e o meio político, a pancadaria ideológica e a proliferação da agressividade têm sido predominante e até mesmo as redes baseadas em imagens, como o Instagram, têm sido tomadas de assalto pelos grandes “significantes” das redes: os memes. Para este caso, majoritariamente aqueles com motivos políticos. Mais que a constatação tácita da reprodução massiva de memes e do irrefreável potencial discursivo das redes, interessa notar que o arsenal argumentativo individual costuma valer-se também de fontes externas ou, como querem os sociólogos, de discursos de autoridade ou “produtores de interesse”. Desta prática diária, constante, costumam desfilar regularmente no meu feed de notícias e no de qualquer pessoa com um mínimo de diversidade de conexões pessoais, fontes bastante heterogêneas. São fontes que costumam ir desde veículos consagrados de imprensa, passando por fontes menos usuais, como blogues e até mesmo opiniões de intelectuais e artistas que emitem opiniões na rede. O festival de opiniões costuma ser farto e enlouquecedor, principalmente porque mixam-se nele as opiniões mais ou menos elaboradas das próprias pessoas. Embora presentemente exista uma polarização evidente entre o que se poderia chamar de “governismo” e “oposição”, o leque de nuances no campo das opiniões é muito maior do que essa divisão oferece. A “opinião formada” das redes costuma partir da reprodução comentada de crenças políticas consolidadas e fontes identificadas com meios formais, partidos políticos ou movimentos organizados, enquanto que o dissenso é essencialmente anárquico. É natural: há quem diga, por exemplo, que não existiria Facebook sem o “compartilhar” nem o Twitter sem o “retweet”. Ainda assim, é nesse caldeirão de ideias emprestadas e opiniões desencontradas que vem ganhando cada vez mais forma uma visão multifacetada, ou rashomônica, da realidade e da história presente. Porém, assim como no célebre conto de Akutagawa ou mesmo no filme de Akira Kurosawa, é necessário ao espectador antever na narrativa de cada um que deseja oferecer sua versão dos fatos, uma forma peculiar de dizer a verdade e, ao mesmo tempo, de deliberadamente falseá-la. “Dentro de um bosque” (Yabu no Naka), o conto que deu origem ao Rashomon de Kurosawa, resume-se na história de um assassinato mal explicado que é debatido através de uma sucessão de flashbacks dos personagens, que acabam desmontando-se e remontando-se consecutivamente, como se num puzzle interminável. Trata-se de uma narrativa que evoca as escassas possibilidades de buscar-se a verdade dos fatos, a verdade filosófica, a partir de relatos de pessoas diretamente interessadas, mas que também não se furta a investigar e esclarecer o caráter que move as decisões humanas. Evidentemente ninguém espera atualmente encontrar a natureza humana vagando entre os memes das redes sociais e suas opiniões cabais, mas, olhando bem, como naquele templo, as “armas” empunhadas para muitos dos debates acalorados de agora às vezes também parecem, aos olhos de quem quer que seja, feitas de pura mentira e invencionice, ao invés do aço desejável dos samurais. Por isso há tantos que consideram que os debates virtuais são “falsos debates” e deles procurem se afastar como o diabo foge da cruz. É um comportamento a que, lógico, ninguém cabe recusar, mas sobre o qual podem recair dúvidas e para o qual alguns questionamentos tornam-se possíveis. Talvez bem mais simples fosse adotar a interpretação do recém falecido Umberto Eco, que afirmou no recebimento de uma de suas últimas condecorações que as “mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel”. Mais simples, menos sério e possivelmente mais sem graça. Afinal, o atrativo dos debates online reside no mais das

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Moral on Line: A cultura da vergonha nas redes sociais

As redes sociais criaram uma cultura baseada em policiamento e exclusão que pode ser cruel com aqueles que discordam de um determinado assunto. As pessoas temem ser excluídas e condenadas por um grupo (Foto: Flickr/Joe The Goat Farmer) A onipresença das redes sociais criou uma nova tendência: a cultura da vergonha. A constatação foi feita em um artigo do escritor americano Andy Crouch. Segundo o artigo, o mundo virtual de redes como Facebook e Instagram coloca as pessoas em constante exposição e observação. A vontade ser aceito e exaltado pelos amigos presentes na rede se torna intensa.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] As pessoas temem ser excluídas e condenadas. Nesse contexto, a moral deixa de ser construída com base na lógica de certo e errado e passa a ser centrada em inclusão e exclusão. Isso cria um padrão comum de comportamento. Primeiro, as pessoas são exaltadas e sentem-se aceitas. Depois,  elas se esforçam para construir sua reputação policiando outras pessoas e condenando qualquer ação que “quebre o código”. No final, as pessoas acabam extremamente ansiosas, temendo a exclusão e a condenação. O maior pecado hoje é criticar ou discordar de um determinado assunto. Esse sistema moral baseado em inclusão e exclusão torna a insegurança algo constante. Ele cria uma tendência de hipersensibilidade, reações extremas e frequentes ataques de pânico morais, durante os quais todos se sentem compelidos a participar. A cultura da vergonha promove valores de inclusão e tolerância. Mas, paradoxalmente, ela pode ser extremamente cruel com aqueles que discordam ou não se encaixam em determinados padrões de pensamento. Fontes: The New York Times-The Shame Culture/Opinião&Notícia

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