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Filgueiras Lima – Versos na tarde – 01/04/2016

Quando começou o inverno Filgueiras Lima¹ Nem uma nuvem pelo céu! E os olhos ansiosos do caboclo lera, nas impassibilidade do infinito, o terrível destino do cearense! Chupou no cachimbo longamente e, depois, lá se foi pela estrada poeirenta, assobiando qualquer coisa que dizia – Esperança. Mas, noutra manhã, ao despertar, o sertanejo escutou, de sua rede de algodão, a polêmica dos sapos na lagoa, a cantiga da chuva nos caminhos e o choro alegre dos rios nos grotões… E quando, da porta de sua casa pobre – para mim muito mais rica do que um templo! -, ele viu a vegetação ressuscitando e as árvores engalanadas de folhas verdes, pôs a enxada no ombro, beijou os filhinhos e a esposa e seguiu para a roça, alegremente, a cantar qualquer coisa que dizia – Felicidade! (A terra molhada pela chuva tinha o cheiro das mulheres do sertão…) ¹Filgueiras Lima * Lavras da Mangabeira, CE. – 21 de Maio de 1909 d.C + Fortaleza, CE. – 28 de Setembro de 1965 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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