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Drones, jornalismo e os peitos da Kate Midleton

Os peitos de Kate e o futuro do jornalismo: aviões de controle remoto Kate Middleton tem uns peitinhos pequenos, clarinhos, simpáticos. Sem grande personalidade. Não impressionam pela aerodinâmica, volume, coloração ou “empinância”. Kate é uma inglesa jovem, magrinha e atlética. Suas “mamicas” não causariam sensação numa praia qualquer da França, onde o topless é praticamente norma, tanto de mocinhas como de velhinhas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Na Europa, é difícil praia onde não se vê uns peitos de fora, e em algumas os mamilos expostos preponderam. A gente acostuma. Depois de uns 15 minutos, o brasileiro mais tarado já se esqueceu do topless, e está reparando mais é nas partes de baixo, enormes, tampando o traseiro todo. Cadê aquelas bundinhas bronzeadas e torneadas a la carioca? Fora o choque de ver os peitões caídos e cheios de veias das vovós. Como Kate resolveu se casar com o herdeiro do trono da Inglaterra, não faz como boa parte das moças da sua idade. Não faz topless na praia. Mas de férias no sul da França, em companhia do marido, tirou a parte de cima pra curtir o sol e a piscina. William nem tchuns. Imagino que aprecie ver a mulher pelada, mas não é exatamente novidade. Um fotógrafo capturou as imagens a distância. Tentou vender para os jornais ingleses. Se recusaram. Sabiam que vinha bala. Vendeu para uma revistinha francesa. Processo à vista. Vão perder uma fortuna. Kate é figura pública, mas estava em espaço privado. Não tem volta: as fotos caíram na internet. Também não tem importância: amanhã teremos esquecido. Mas a história tem outras implicações. Vai lá ver, depois volta. A revista colocou umas legendas bem temperadas. Tenta elevar a temperatura do conteúdo. Veja as fotos sensuais do príncipe William e Kate! Veja a futura rainha da Inglaterra, como ela nunca mais será vista! Bem, o casal aparece sozinho na piscina. Podiam ter dado uns amassos, ou quem sabe algo mais, por que não? Férias é pra essas coisas… Mas as fotos são totalmente casalzinho, William besuntando a mulher de filtro solar, os dois papeando, erotismo zero. Comentando o caso, o colunista do jornal britânico Telegraph Willard Foxton levanta o principal ponto do caso. Essa não será a última vez que veremos as “peitolas” de Kate, ou as escapadas de Harry, ou outros famosos e poderosos aparecendo como não queriam. Porque todo celular é uma câmera faz tempo. Agora eles são ótimas câmeras, com capacidade de zoom, de controlar a luz e de focar, que antigamente só fotógrafos profissionais tinham à disposição. Ontem mesmo, a Apple mostrou ao mundo o novo iPhone, que vem com uma câmera de oito megapixels. Tem mais, diz o colunista. Tem drones. Sabe o que é? Aviõezinhos de controle remoto, contendo câmeras. Drone journalism: a utilização de drones para captação de fotos, vídeos, dados. Foxton cita o Team Blacksheep, uma equipe de hobbistas americanos, que criaram seus próprios drones em garagens. E o caso do vídeo feito na Polônia por um drone, registrando um quebra-quebra. Olha o bicho pegando em Varsóvia. A conclusão dele: daqui para frente, ninguém está a salvo de ter sua vida registrada, exposta e comercializada. A minha: não há legislação que segure a onda. O texto completo está aqui. Eu vinha procurando uma chance de tocar nesse assunto, e chegou. Drone journalism vem sendo saudado como o futuro do jornalismo por publicações como Wired e Fast Company. O assunto já tem um ano, pelo menos. Já existem ONGs dedicadas ao jornalismo drone. Um centro de drone journalism na Universidade de Nebraska recebeu um prêmio da Knight Foundation, instituição americana dedicada à inovação no jornalismo. Tá pegando. Drone journalism tem uma série de vantagens. Dá para cobrir esportes, shows e tal. Mas também desastres naturais, revoluções, abusos policiais, e muitas outras coisas. Um drone baratinho custa US$ 6 mil dólares, os mais sofisticados dez vezes mais. Os preços estão caindo. Em Moscou, protestos na última eleição de Putin foram registrados por um drone. Os cupinchas do presidente tentaram abater o helicopterozinho a bala, mas não conseguiram. As fotos são incríveis. Dão um peso enorme ao protesto. Drones são ótimos porque permitem a gente comum cobrir o que as grandes empresas de comunicação muitas vezes preferem ignorar, ou manipular. Veja as fotos de Moscou e comprove. Há questões de legislação. Países diferentes têm regras diferentes sobre a utilização de drones, ou nenhuma. Nos EUA, o FAA, órgão público que regulamenta a aviação, tem até 2015 para propor novas regras para seu uso. É certo que os drones serão liberados. Eles têm muitas utilizações potenciais, e não só no jornalismo. Podem ser combinados com GPS. Podem ter algum nível de inteligência artificial. Podem revolucionar a meteorologia, o controle de tráfego, a guerra, a segurança. Também podem servir para a manutenção de um estado policial, ou para desintegrar nossos conceitos de privacidade. Quer comprar um drone? Esses robokopters parecem bem legais. Veja aqui. Os drones vão longe. Até onde? Não faço ideia. Sei que as Kates e todos os famosos e importantes terão que se acostumar com o fato de que não terão mais vida privada. E sei que os drones são poderosos demais para ficar na mão dos poderosos. Os abusos virão. Mas abusos também há na imprensa e na internet, como provam os peitinhos da princesa. E como a imprensa e a internet, os drones dão poder a nós, os plebeus. Viva a revolução! AndreForestier/R7

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Entenda o julgamento histórico da irmã do Rei da Espanha

Promotoria tenta absolver Cristina de Bourbon dos crimes fiscais atribuídos ao marido pelo caso Nóos. A Infanta e seu marido saindo do tribunal na segunda. Foto:Cati Cladera EFE A Espanha viveu na segunda-feira o início de um dos julgamentos mais esperados de sua história recente. Pela primeira vez, um membro da Família Real, a infanta Cristina de Bourbon, filha do rei emérito, Juan Carlos, e irmã do atual Monarca, Felipe VI, sentou-se no banco dos réus. Dona Cristina, sexta na linha de sucessão ao Trono da Espanha, é processada por ligação com crimes contra a Fazenda Pública atribuídos ao seu esposo, Iñaki Urdangarin, ex-jogador de handebol. O casal, no passado considerado exemplar por sua modernidade e frescor – ela, filha de reis, mas funcionária de uma entidade financeira; ele, esportista de alto nível; com quatro filhos e vivendo em Barcelona – é hoje sinônimo de desonra.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A investigação judicial dos negócios de Urdangarin no Instituto Nóos, uma organização sem fins lucrativos que a Promotoria (Procuradoria) espanhola considera que o genro do Rei utilizou para desviar 4,5 milhões de euros ( cerca de19,70 milhões de reais) vindos de diversas administrações públicas, se iniciou em 2010 e provocou muitos danos à imagem da Coroa, vértice do arcabouço constitucional espanhol. Esse escândalo, somado a outros erros de Juan Carlos I, como sua caçada em Botsuana nos anos mais difíceis da crise econômica, acelerou a decisão do rei anterior em abdicar da Coroa em favor de Felipe VI em junho de 2014. O processo judicial do caso Nóos é focado essencialmente em Iñaki Urdangarin e seu antigo sócio Diego Torres. O promotor pede 19 anos e meio de prisão para o cunhado do Rei por montar uma rede de sociedades para obter contratos dos governos autônomos da Comunidade Valenciana e Ilhas Baleares por serviços de organização de eventos relacionados com o esporte que não terminaram ou não foram realizados de nenhuma forma, pelos quais receberam 6,2 milhões de euros (27,15 milhões de reais). Parte desse dinheiro, 4,5 milhões de euros (19,70 milhões de reais), foram supostamente desviados. Dessa atividade ilegal surgiram crimes contra a Fazenda Pública. Uma das empresas da rede, a Aizóon, administrada por Urdangarin, que divide 50% das ações com Cristina de Bourbon, foi utilizada para desviar fundos do Instituto Nóos e pagar gastos pessoais do casal, entre eles os oriundos do luxuoso palacete que adquiriram no exclusivo bairro barcelonês de Pedralbes. A Promotoria, entretanto, que age com enorme dureza com Urdangarin, está se esforçando para retirar sua esposa do banco dos réus. Apenas o sindicato Mãos Limpas, presidido pelo ex-político de ultradireita Miguel Bernard, faz a acusação popular contra a infanta Cristina, para a qual pede oito anos de prisão como “coautora” dos crimes fiscais atribuídos a Urdangarin. Mas a Promotoria considera que Cristina de Bourbon exercia somente um papel “decorativo” nas sociedades de seu marido e utiliza duas vias seguidas para evitar sua condenação. A primeira é retirá-la do julgamento oral mediante a aplicação da chamada doutrina Botín. Em 2007, o Supremo Tribunal espanhol decidiu que para julgar alguém por crimes contra a Fazenda Pública é necessário que a Promotoria e a Advocacia do Estado – em representação da Agência Tributária, a prejudicada direta – exerçam a acusação. Ou seja, que uma acusação popular não se legitima por si só para levar alguém a julgamento por um crime fiscal. A segunda via, prevista caso as três magistradas que formam o tribunal decidam manter a Infanta no banco dos réus, busca retirar diretamente o caráter delitivo da ação de Cristina de Bourbon. Para isso, o promotor se apoia, entre outros argumentos, em um relatório da Agência Tributária que afirma que os sócios que não exercem funções de gestão nas sociedades que cometem fraude fiscal não são responsáveis pelo desfalque e não podem ser punidos administrativamente pela infração tributária. Por isso, entende o promotor, também não podem ser considerados responsáveis penais. De qualquer forma, a decisão de manter a infanta Cristina no julgamento do caso Nóos ainda não está resolvida. O tribunal decidirá se a irmã do Rei continuará sendo processada antes de 9 de fevereiro, quando o julgamento oral será retomado. Fonte:El País  

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