Eugenio de Andrade – Poesia – 14/10/23
Boa noite Hoje deitei-me ao lado da minha solidão. Eugenio de Andrade Hoje deitei-me ao lado da minha solidão O seu corpo perfeito, linha a linha derramava-se no meu, e eu sentia nele o pulsar do próprio coração. Moreno, era a forma das pedras e das luas Dentro de mim alguma coisa ardia: a brancura das pedras maduras ou o medo de perder quem me perdia. Hoje deitei-me ao lado da minha solidão e longamente bebi os horizontes, E longamente fiquei até sentir O meu sangue jorrar nas próprias fontes.