Arquivo

Neymar e Galáxias

Lá vou eu. Não entendo nada, ou quase nada de futebol, mas sei que, cada vez mais o Nobre Esporte Bretão é um esporte coletivo, principalmente depois do carrossel Holandês do Cruijff. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Também sei que estrelas fora de uma galáxia – uma eremita – mesmo tendo calor por dentro, sem gravidade esfria e morre. É a gravidade que mantém as coisas vivas no universo, e a gravidade só existe onde tem outras estrelas perto uma das outras. Uma estrela eremita morre sem gravidade e também de frio. A carreira do Neymar acabou. Ps. A última vez que fui a um jogo de futebol no velho PV – era só pular o muro do quintal de casa – comer um sanduba do Marechal, foi pra assistir Usina Ceará, salve Doca, e Gentilândia, salve Canhoteiro.

Leia mais »

Futebol – Alemanha – 7×0 não foi ao acaso

Opinião: Alemanha não produz jogadores de “time B” Alemanha vence Copa das Confederações na Rússia sem a maioria de seus principais jogadores Conquista da Copa das Confederações e do Europeu sub-21 são resultados de anos de trabalho fora dos gramados, inexistente em várias potências do futebol mundial, opina Ross Dunbar.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O futebol alemão vive um momento de glória após vencer dois torneios internacionais em 48 horas. Essas vitórias, porém, já vinham sendo trabalhadas há muito tempo. A Copa das Confederações foi erguida em São Petersburgo neste domingo, após a vitória de 1 a 0 sobre o Chile, enquanto na sexta-feira, a equipe alemã sub-21, cheia de estrelas, venceu o Europeu da categoria, derrotando a excelente Espanha pelo mesmo placar. E ainda poderá vir mais. O sub-19 começa nesta segunda-feira a disputa pelo Campeonato Europeu, enquanto a seleção feminina iniciará no final do mês a busca pelo sétimo título europeu seguido. A Alemanha também enviou uma equipe forte para a Copa do Mundo sub-20, que acabou sendo vencida pela Inglaterra. A impressão é que, apesar das impressionantes seleções de todas as partes do mundo, os campeões mundiais vinham treinando uma equipe reserva no mais alto nível. Manuel Neuer, Mats Hummels, Jérôme Boateng, Leroy Sané, Mesut Özil, Toni Kroos, Thomas Müller e outros receberam uma merecida folga neste verão europeu, enquanto o técnico Joachim Löw promovia mudanças para o torneio na Rússia. A maioria destes jogadores estava no centro da campanha vitoriosa na Copa do Mundo de 2014 e é inquestionável que a maior parte deles ainda será protagonista em 2018, na cabeça de Löw. Mas, seria tolo afirmar que eles são os únicos jogadores alemães de padrão internacional. Löw não precisou vasculhar as profundezas do futebol alemão para encontrar um time para a Copa das Confederações. Os 11 titulares que jogaram a final tinham média de idade de 24 anos, ou seja, longe de serem adolescentes. Os 11 da seleção alemã vitoriosa somam 193 aparições em partidas de seleção, totalizando entre eles mais de 2 mil jogos em times de ponta em algumas das principais ligas da Europa. Jonas Hector e Joshua Kimmich têm sido as primeiras escolhas de Löw para as laterais desde a Eurocopa de 2016. Julian Draxler, vencedor da Bola de Ouro como o melhor jogador do torneio na Rússia, possui experiência de alto nível em um punhado de clubes diferentes. O vencedor da Chuteira de Ouro do torneio, Timo Werner, marcou 21 gols na última temporada da Bundesliga, o campeonato alemão, pelo RB Leipzig, que estará na próxima Liga dos Campeões da Europa após terminar a competição em segundo lugar. Leon Goretzka e Lars Stindl tiveram temporadas excepcionais na Bundesliga. O goleiro Marc-André ter Stegen defende o Barcelona, enquanto Sebastian Rudy e Niklas Süle, que ajudaram o Hoffenheim a chegar em quarto lugar na Bundesliga, jogarão pelo Bayern de Munique na próxima temporada. Nenhum destes jogadores chega a ser um novato, nem mesmo algo próximo disso. Mas, nada disso pode ser definido como apenas sorte. A Federação Alemã de Futebol (DFB) merece aplausos por investir nas categorias de base. O programa de desenvolvimento dos jovens jogadores alemães foi transformado e relançado em 2013 com a visão estratégica de aumentar os padrões profissionais e trazer uniformidade a todas as federações regionais da Alemanha. As academias de futebol devem seguir padrões rigorosos estabelecidos pela DFB e consultores externos. Na temporada 2015-16, os clubes alemães investiram mais de 150 milhões de euros em seus departamentos para o desenvolvimento de jovens atletas. Para a nação mais robusta da Europa, com uma população de 81 milhões de habitantes, dar impulso a um bom número de profissionais bem treinados e de grande talento não chega a ser um feito extraordinário. A atual fartura de jogadores de alto nível é uma recompensa do planejamento racional em longo prazo, inexistente em várias das outras principais potências do futebol mundial. Considerar a equipe vencedora da Copa das Confederações como um time “B” seria um desrespeito com tudo o que os alemães conquistaram na última década. A Alemanha não produz jogadores “B”, mas sim, vencedores. Essa tendência já está estabelecida e continuará ainda pelos próximos anos. DW

Leia mais »

Fórmula UM – Memórias – Silverstone Grand Prix

Froilan Gonzalez, Ferrari 375 – Silverstone, GranPrix, 1951 Manzon, Gordini, 6 Cilindros – Silverstone, GranPrix, 1952 Peter Collins – Silverstone, GranPrix, Wins, 1958 Damon & Graham Hill – Silverstone, GranPrix, 1965 John Surtees, Honda RA273E V12 – Silverstone, GranPrix, 1966 Colin Chapman & Jim Clark – Lotus 49 – Silverstone, GranPrix, 1967 Graham Hill – Silverstone, GranPrix, 1967 Dan Gurney & Fraçoius Cevert – Silverstone, GranPrix, 1970 Francois Cevert & Ronnie Peterson – Silverstone, GranPrix, 1970 Carlos Reuteman, Lotus 80, Teste – Silverstone, GranPrix, 1970 Clay Regazzoni, Ferrari 312B2 – Silverstone,Grand Prix, 1971 Emerson Fitipaldi, Lotus 72E – Silverstone, GranPrix, 1973 Peter Revson – Silverstone, GranPrix, 1973 José Carlos Pace “Moco”, Brabham BT45 – Silverstone, GranPrix, 1976 Niki Lauda, Ferrari 312 T2 – Silverstone, GranPrix, 1976 Michele Alboreto, Tyrrell 010 – Silverstone, GranPrix, 1983  Nigel Mansell & Ayrton Senna – Silverstone,GranPrix, 1987 Ayrton Senna, Lotus 99T – Silverstone, GranPrix, 1987 Mauricio Gugelmin, March 881 Jud – Silverstone,GranPrix, 1988 Silverstone, GranPrix, 1988 Nelson Piquet, Lotus 101 Jud – Silverstone, GranPrix, 1889 Nigel Mansell & Ayrton Senna – Silverstone, GranPrix, 1991 Felipe Massa, Ferrari F138 – Silverstone, GranPrix, 2007 Rubens Barrichello, Brown – Silverstone, GranPrix, 2009 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Olimpíadas: Austrália exige reforço de segurança para Rio 2016

Após atleta australiana ser assaltada na cidade, país envia carta com exigências ao prefeito Eduardo Paes e diz que estuda levar segurança privada para os Jogos e impôr toque de recolher a seus esportistas. Kitty Chiller anuncia envio de carta a Paes e comitê organizador pedindo mais segurança Após uma atleta paralímpica da Austrália ter sido assaltada no Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico Australiano exigiu nesta terça-feira (21/06) que a cidade reforce imediatamente a segurança antes que algo mais grave aconteça. “Exigimos que o número das forças de segurança seja revisto e que elas sejam destacadas antecipadamente, especialmente perto das instalações de treinos e competições”, disse a chefe de missão da equipe olímpica australiana, Kitty Chiller. Os pedidos foram enviados em uma carta para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e para o comitê organizador da Rio 2016.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A velejadora paralímpica australiana Liesl Tesch e a fisioterapeuta Sarah Ross foram assaltadas no domingo no Aterro do Flamengo, uma zona turística do Rio e local de treinamento de vários atletas. As duas foram abordadas por dois homens armados, que levaram suas bicicletas. Em entrevista a uma emissora de televisão australiana, Tesch disse que o assaltante apontou a arma em sua direção e a empurrou. A atleta chegou a cair no chão. “Foi absolutamente horrível. Nós estamos abaladas, mas fisicamente bem”, relatou. “Não foi um incidente isolado. Chegou o momento de tomar medidas para garantir a segurança a todos os membros de nossas equipes que forem ao Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos”, ressaltou Chiller. Além de Tesch, o velejador espanhol Fernando Echavarri foi assaltado na cidade por homens armados no mês passado e, no início de junho, a atleta de tiro brasileira Anna Paula Desborusses foi baleada na cabeça ao tentar fugir de um assalto. Medidas extras Após o incidente, o Comitê Olímpico Australiano decidiu ainda contratar empresas de segurança privadas e está cogitando ampliar a proibição imposta a atletas de visitar favelas para outras áreas da cidade e impor um toque de recolher. Chiller disse que os atletas foram orientados sobre como agir em casos de assalto. Entre as recomendações, está entregar os pertences e não reagir. “Se estamos levando 750 pessoas no nosso time, queremos que as 750 pessoas voltem a salvo e em segurança”, reforçou Chiller. Os organizadores dos Jogos Olímpico no Rio de Janeiro planejaram 85 mil policiais para patrulhar a cidade, o dobro do número usado em Londres no evento de 2012.

Leia mais »

Terrorismo no Brasil – Grupo do EI em português preocupa autoridades brasileiras

Segundo Abin, troca de mensagens em aplicativo já serviu para divulgar discurso traduzido de porta-voz dos extremistas. A menos de dois meses dos Jogos Olímpicos no Rio, “lobos solitários” são vistos como ameaça. A criação de um grupo em português do “Estado Islâmico” (EI) no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram elevou a preocupação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre um risco de atentado terrorista no país, que sediará os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em agosto.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A Abin confirmou nesta quinta-feira (16/06) a existência do grupo chamado “Nashir Português”, em referência à agência de notícias dos jihadistas, a “Nashir News Agency”. “Essa nova frente de difusão de informações voltadas à doutrinação extremista, direcionada ao público de língua portuguesa, amplia a complexidade do trabalho de enfrentamento ao terrorismo e representa facilidade adicional à radicalização de cidadãos brasileiros”, alertou a Abin em nota. Ataques feitos por “lobos solitários”, simpatizantes que agiriam de forma individual, como o atirador de Orlando, são uma das principais preocupações da Abin. De acordo com a agência de monitoramento de terrorismo SITE Intelligence Group, o grupo em português no app Telegram foi criado no último dia 29 de maio. Em trocas de mensagens, outros grupos anunciaram a busca de simpatizantes para traduzir o conteúdo dos materiais de propaganda do EI. Uma das primeiras mensagens publicadas é um discurso recente de 14 páginas do porta-voz do grupo terrorista, Abu Muhammad al-Adnani. “Organizações terroristas têm empregado ferramentas modernas de comunicação para ampliar o alcance de suas mensagens de radicalização direcionadas, em especial, ao público jovem”, disse a Abin. Ameaças Em abril, a agência já havia alertado que o Brasil poderia sofrer ameaças terroristas durante os Jogos Olímpicos. Um mês depois, um homem que teria recebido treinamento militar na Síria foi preso em Chapecó, em Santa Catarina, suspeito de planejar um atentado. Em novembro do ano passado, um combatente francês do EI publicou no Twitter que o Brasil seria o próximo alvo dos jihadistas, na sequência dos atentados em Paris e Bruxelas. Nas Olimpíadas do Rio, o Brasil irá receber 10.500 atletas de 206 países de 5 a 21 de agosto. Entre as dez delegações classificadas pela Abin como potenciais alvos de ataques estão as dos Estados Unidos e Canadá.

Leia mais »

Red Bull vai testar nova proteção de cockpit em treino livre

Equipe apresentará alternativa ao criticado sistema Halo já testado pela Ferrari. A Red Bull irá correr com o seu sistema de proteção de cockpit em uma volta de instalação durante a sexta-feira de treinos livres para Grande Prémio da Rússia, confirmou nesta quinta-feira a equipe. A organização baseada em Milton Keynes tem trabalhado duro na sua alternativa para o Halo, com testes estáticos tendo ocorrido durante a última semana para entender melhor como ele vai funcionar. Embora o teste de conceito provavelmente continue durante os próximos meses, a equipe quer testar o sistema em um carro para que se possa avaliar tanto a visibilidade do piloto como a opinião do fã. Um dos problemas com o Halo – que foi testado pela Ferrari nos testes de pré-temporada – foi que os fãs não gostaram da aparência. A Red Bull acredita que sua opção- que tem um pilar central – será mais popular. O diretor de prova da FIA, Charlie Whiting, deixou claro na semana passada, no entanto, que a palavra final sobre qual projeto seria usado a partir de 2017 teria a segurança como parâmetro. No entanto, se ambos protegessem bem os pilotos de forma igual, então o projeto da Red Bull poderia obter a preferência se as equipes preferirem sua aparência. “Pessoalmente, eu diria que é esteticamente mais agradável a solução (da Red Bull)”, disse Whiting. “Mas é apenas uma questão de gosto”. “No entanto, se ambas as soluções funcionarem igualmente bem em testes, eu ficaria surpreso se houver um enorme desejo de manter o Halo.” A Red Bull ainda não decidiu qual piloto correrá com a proteção de cockpit.

Leia mais »

Qual é o risco de ataque terrorista na Rio 2016?

Apesar de Brasil não ter um histórico de ações terroristas internacionais, evento do porte dos Jogos Olímpicos oferece riscos, principalmente para delegações estrangeiras. Abin leva a sério ameaça do “Estado Islâmico”. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) levou a sério uma ameaça contra o Brasil publicada no Twitter por um militante do “Estado Islâmico” (EI) em novembro de 2015. No tuíte, o francês Maxime Hauchard disse que o país seria o próximo alvo do grupo responsável pelos recentes atentados em Paris e Bruxelas, que deixaram dezenas de mortos. O diretor de contraterrorismo da Abin, Luiz Alberto Sallaberry, afirmou que a mensagem eleva a probabilidade de o país sofrer ataques terroristas e também estimula as adesões de brasileiros ao grupo jihadista.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Especialistas ouvidos pela DW divergem sobre o risco de ataques durantes os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Mas eles concordam que, apesar de o país não ter um histórico de ações terroristas internacionais nem estar envolvido em conflitos geopolíticos, um evento da magnitude dos Jogos Olímpicos – com delegações de mais de 200 países e grande audiência mundial – eleva o nível de alerta, pois se trata de uma vitrine para chamar a atenção internacional. “Há o risco de terrorismo no Brasil porque o país vai abrigar um evento do porte dos Jogos Olímpicos. Eu acho que os brasileiros não seriam alvos diretos, mas os Jogos serviriam de palco, onde atletas internacionais poderiam ser atacados”, diz Fernando Brancoli, especialista em segurança internacional da FGV-Rio/CPDOC. “Haverá atletas de Israel, da França e dos Estados Unidos, que tradicionalmente são vistos como alvos potenciais pelo EI ou por outros grupos terroristas.” Para Brancoli, a maior ameaça vem dos chamados lobos solitários, que são mais difíceis de serem rastreados por agirem sozinhos e, portanto, não se comunicarem. Trata-se de pessoas que se autorradicalizam e não necessariamente foram treinadas por grupos terroristas. “Além disso, é mais fácil obter uma grande quantidade de explosivos, fertilizantes [usados na construção de bombas] e armas no Brasil do que em outros países”, afirma. O especialista em segurança internacional Héctor Luis Saint-Pierre, da Unesp, opina que a probabilidade de o Brasil sofrer um ataque agora é a mesma que os Estados Unidos teriam em 2001 ou a França antes dos atentados no final do ano passado. “Talvez eles não estivessem contando com a possibilidade de atos terroristas. E é justamente nessa falta de cálculo que os terroristas operam. O Brasil é vulnerável a ataques terroristas como qualquer outro país. Nenhum sistema é absolutamente seguro”, diz. Já o especialista em segurança Antônio Flávio Testa, da UnB, avalia que um ataque no Rio de Janeiro é muito difícil de ocorrer, já que o governo federal está se preparando há meses e os Jogos vão acontecer basicamente em apenas uma cidade. “O EI já tem dificuldades imensas na Europa e nos EUA para realizar atentados. Abrir mais uma frente [na América do Sul] durante esse grande evento internacional teria um custo muito grande”, avalia. Abin: “Não existe risco zero” Em entrevista à DW no final do ano passado, Sallaberry afirmou que o Brasil trabalha discretamente, com o apoio de serviços de inteligência estrangeiros, para monitorar eventuais ameaças. Mas, ao mesmo tempo, ele admitiu que “não existe risco zero quando o tema é segurança e, muito menos, quando se trata de terrorismo”. Os Jogos Olímpicos já foram alvo de atentados terroristas. Em 1972, durante os Jogos de Munique, 11 membros da delegação de Israel e um policial alemão foram mortos por militantes do grupo Setembro Negro, ligado à Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Em 1996, em Atlanta, duas pessoas morreram por causa da explosão de uma bomba no Parque Olímpico. Segundo a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), do Ministério da Justiça, o Brasil contará com um efetivo de 85 mil pessoas para garantir a segurança da Rio 2016, entre eles 47 mil profissionais de segurança pública, incluindo cerca de 9.500 da Força Nacional, 18.500 policiais militares e 1.822 policiais civis do Rio de Janeiro. Além disso, as Forças Armadas vão disponibilizar 38 mil soldados. Em documento sobre a segurança dos Jogos, a Sesge diz que a cooperação é a principal ferramenta das forças de segurança contra o terrorismo, ao lado da capacitação e investimentos em equipamentos. A secretaria lembra que a Polícia Federal tem uma divisão de terrorismo há mais de 20 anos e adidâncias em mais de 20 países, além de participar da Interpol, onde troca informações com 190 países. Para Brancoli, o Brasil está bem preparado. Mas, com a lei antiterrorismo aprovada no final de fevereiro pelo Congresso, abre a possibilidade da naturalização de práticas que podem ser danosas para a sociedade civil, como a criminalização de movimentos sociais. “Eu estaria menos preocupado com um ataque terrorista no Brasil, apesar de as chances existirem. Sou mais reticente sobre essas práticas que vêm a reboque da constituição jurídica do que é um terrorista. Essas ferramentas poderiam ser usadas pelo governo não só contra terroristas, mas também para enfrentar opositores e cercear os direitos individuais dos brasileiros”, conclui. DW

Leia mais »

Olimpíada ameaça imagem do Brasil mais do que crise, afirma criador de ranking

Quem ameaça a reputação do Brasil no exterior hoje não é a crise política e econômica, mas os Jogos Olímpicos do Rio. O britânico Simon Anholt é referência mundial na criação de metodologias para estimar a reputação de nações no exterior – Image copyright TED.com Para o consultor britânico Simon Anholt, referência mundial em pesquisas sobre imagem internacional de países, problemas internos não costumam afetar a percepção geral do público de fora sobre determinada nação. O potencial maior de dano à “marca Brasil”, avalia, está no possível “choque de realidade” decorrente da exposição massiva, com a Olimpíada, de problemas locais como desigualdade e violência – fenômeno que ele detectou na Copa do Mundo de 2014.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “(Na Copa de 2014) O Brasil tinha uma situação parecida (com a da África do Sul em 2010). Todos pensavam que o país era moderno, desenvolvido. Vieram horas e horas de transmissão e cobertura da mídia sobre problemas sociais, protestos, crimes”, afirmou Anholt à BBC Brasil. “O público se deu conta que era um país em desenvolvimento, e corrigiram aquela visão irrealista, foi um passo atrás. Acho que a Olimpíada será mais um pequeno passo para trás (na imagem do país no exterior)”, completou. Criador do conceito de marcas de países (nation branding) e de metodologias para medir a reputação de nações pelo mundo, Anholt produz desde 2005 o chamadoNation Brands Index (NBI), uma pesquisa global de opinião (20,3 mil entrevistas na edição 2015) que mede a imagem de 50 países em aspectos como governança, cultura e população. Para Anholt, a Olimpíada deverá repetir o roteiro da Copa, quando o ‘choque de realidade’ divulgado pela mídia afetou a reputação do país no exterior. Image copyright Reuters O Brasil é o país em desenvolvimento que mais avançou no índice desde sua criação, e ficou em 20º na edição mais recente do ranking, acima de Rússia e Islândia e logo abaixo de Bélgica e Irlanda – o país tem se mantido estável nessa posição desde 2009. “O NBI é a pesquisa mais chata já criada”, brinca Anholt. “Basicamente, ela nunca muda. Isso porque a maioria das pessoas, quando falamos de opinião pública em geral, não pensa muito sobre outros países. As opiniões são bem consolidadas. Quando mudam, tendem a mudar pouco e em escala reduzida”, afirma o consultor. Impacto da crise Quando o assunto é imagem de um país no exterior, diz Anholt, é preciso distinguir a percepção de públicos elitizados, como investidores, diplomatas e jornalistas, da visão da população em geral. Nesse sentido, avalia, o mau momento do Brasil de hoje não deverá ter impacto significativo sobre a imagem do país, conjunto de atributos que podem influenciar, por exemplo, o poder de negociação de uma nação em transações comerciais. “Muitos acham que as imagens dos países estão em constante mudança: você tem um escândalo envolvendo um ex-presidente e de repente todos odeiam seu país, mas não funciona dessa maneira. Pessoas leem essas coisas e as esquecem após 15 segundos”, diz. Nem a recessão, que caminha para ser a pior já medida na história do país, com queda do PIB projetada em 8,7% para 11 trimestres a serem encerrados em dezembro deste ano, deverá afetar o desempenho da “marca Brasil”, estima Anholt. “Na média, globalmente, o impacto (da atual crise na imagem do país) é zero. Primeiramente, o fato de estar em recessão é algo que a maioria das pessoas na maior parte dos países não sabe a respeito e não se importa, porque não o afeta. De qualquer forma, recessão não é vista como responsabilidade de um país, mas como uma espécie de vírus que você pega, e não um ato deliberado de estupidez ou incompetência do governo”, diz. Pior recessão já medida no Brasil não deverá ter impacto significativo na imagem geral do país, avalia consultor – Image copyright Thinkstock Para corroborar sua avaliação, o consultor cita os casos de “catástrofes econômicas” recentes no mundo e do reflexo tímido na imagem dos países afetados. “Qual é a pior catástrofe econômica recente no mundo? Venezuela (queda de 5,7% no PIB em 2015), Grécia (queda de 0,2%)? A imagem desses países não mudou por causa das crises. A economia da Grécia praticamente entrou em colapso, e não fez diferença. As pessoas ainda pensam na Grécia como um país maravilhoso, ensolarado, cheio de praias, pessoas bonitas e comida deliciosa.” Problema de imagem Ao longo dos anos de estudo sobre reputação de nações, Anholt identificou uma característica marcante do Brasil: ser um país que não é levado a sério no exterior. Tal traço, afirma, é reforçado pela cultura popular e pela mídia norte-americana, e o principal desafio do país nesse campo é se livrar desse clichê. “Os EUA promoveram essa ideia do Brasil como destino turístico, paraíso. Desde aquele filme com Fred Astaire, Flying Down to Rio (1933). Todos pensam no Brasil como um país basicamente decorativo, mas inútil. Um típico país latino: muito bonito, homens e mulheres bonitos, clima maravilhoso. Ninguém trabalha, a economia é corrupta, pobre e desigual, mas é divertido, tem futebol, carnaval e samba. O caos e a corrupção: a imagem clássica do país latino”, afirma. Para britânico, país ainda enfrenta o desafio de se livrar do clichê de país do “carnaval, samba e futebol”: festeiro e pouco sério – Image copyright Reuters Para o consultor, tal concepção pode ser útil aos operadores de turismo, mas não a um país que quer despontar como potência econômica e política. “É muito fácil para o Brasil inspirar amor, mas é difícil inspirar respeito.” Novo ranking Anholt criou recentemente o índice Good Country (País do Bem, em tradução livre), que mede, a partir de 35 bases de dados, a contribuição de cada país para o bem da humanidade e do planeta. Na primeira versão do ranking, publicada em 2015, o Brasil aparece em 48º lugar entre 125 nações – ainda, portanto, como “credora” de benefícios ao mundo, e não como devedora. “Descobri que as pessoas gostam de países bons, e não necessariamente de países bem-sucedidos. Se você pensar, é

Leia mais »