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Gilbert Chesterton – Cartas na tarde – 19/06/2013

[…]”Estou contemplando o mar e tentando calcular os bens que tenho para oferecer-te. Até posso ver, meu equipamento para começar a viajem ao país das fadas”[…] “Uma alma, antes indolente e onívora, mas agora muito feliz em se envergonhar de si mesma.” […]” Um corpo, igualmente indolente e quase igualmente onívoro, que consome chá, café, vinho tinto, água salgada e oxigênio até ficar repleto. Penso que ele fica mais feliz quando está nadando, pois o mar tem um tamanho confortável”. […]”Um coração, perdido em algum lugar. E esses são todos os pertences que podem ser inventariados no momento. Afinal, meu gosto é estoicamente simples. Um chapéu de palha, um cajado, uma caixa de fósforos e um pouco da própria poesia. De que mais um homem precisa?” Gilbert Chesterton 1874/1936 d.C para Frances Blogg Extraído de “Cartas de Amor de Homens Notáveis” [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Anaíde Beiriz – Correspondências – 01/02/2015

Correspondências Anaíde Beiriz ¹ “(…) O amor que não se sente capaz de um sacrifício não é amor; será, quando muito, desejo grosseiro, expressão bestial dos instintos, incontinência desvairada dos sentidos, que morre com o objetivar-te, sem lograr atingir aquela altura onde a vida se torna um enlevo, um doce arrebatamento, a transfiguração estética da realidade… E eu não quero amar, não quero ser amada assim… Porque quando tudo estivesse findo, quando o desejo morresse, em nós só ficaria o tédio; nem a saudade faria reviver em nossos corações a lembrança dos dias findos, dos dias de volúpia de gozo efêmero, que na nossa febre de amor sensual tínhamos sonhado eternos. Mas não me julgues por isto diferente das outras mulheres; há, em todas nós, o mesmo instinto, a mesma animalidade primitiva, desenfreada, numas, pela grosseria e desregramento dos apetites; contida, nobremente, em outras, pelas forças vitoriosas da inteligência, da vontade, superiormente dirigida pela delicadeza inata dos sentimentos ou pelo poder selético e dignificador da cultura. Não amamos num homem apenas a plástica ou o espírito: amamos o todo. Sim, meu Henry, nós, as mulheres, não temos meio termo no amor; não amamos as linhas, as formas, o espírito ou essa alguma coisa de indefinível que arrasta vocês, homens, para um ente cuja posse é para vocês um sonho ou raia às lides do impossível. Não, meu Henry, não é assim que as mulheres amam. Amam na plenitude do ser e nesse sentimento concentram, por vezes, todas as forças da sua individualidade física ou moral. É pois assim que eu te amo, querido; e porque te amo, sinto-me capaz de esperar e de pedir-te que sejas paciente. O tempo passa lento, mas passa… …E porque ele passa, e porque a noite já vai alta, é-me preciso terminar. Adeus. Beija-te longamente, Anayde” (trecho de uma carta de 4 de julho de 1926 de Anaíde Beiriz a Heriberto Paiva) ¹ Anaíde Beiriz * João Pessoa, PB. – 18 de fevereiro de 1905 d.C + Recife, PE. – 22 de outubro de 1930 d.C [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Correspondências amorosas. De ex para ex

Querida, Escrevo para dizer que vou lhe deixar. Fui bom marido por 7 anos. As duas últimas semanas foram um inferno. O seu chefe me chamou para dizer que você tinha pedido demissão e isto foi a última gota. Na semana passada, nem notou que não assisti ao futebol. Te levei no restaurante que mais gosta. Chegou em casa, nem comeu e foi dormir depois da novela. Não diz que me ama, nunca mais fizemos sexo. Está me enganando ou não me ama mais? PS. Se quiser me encontrar, desista. A Júlia, aquela sua “melhor amiga” da academia e eu vamos viajar para o nordeste e vamos nos casar! Ass.: Seu Ex-marido. Resposta: Querido ex-marido, Nada me fez mais feliz do que ler sua carta. É verdade, ficamos casados por 7 anos, mas dizer que você foi um bom marido é exagero. Vejo a novela para não lhe ouvir resmungar a toda hora, não valia a pena. Realmente reparei que não assistiu futebol, mas com certeza, foi porque seu time tinha perdido e você estava de mau humor. A churrascaria deve ser a preferida da minha amiga Júlia, pois não como carne há dois anos. Fui dormir porque vi que a cueca estava manchada de batom. Rezei para que a empregada não visse. Depois de tudo isto, eu ainda o amava e senti que poderíamos resolver os nossos problemas. Assim quando descobri que eu tinha ganhado na Loteria, deixei o meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para o Taiti, mas quando cheguei em casa você já tinha ido. Fazer o quê? Tudo acontece por alguma razão. Espero que você tenha a vida que sempre sonhou. O meu advogado me disse que devido à carta que você escreveu, não terá direito a nada. Portanto, se cuida! PS.: Não sei se lhe disse mas Júlia, minha “melhor amiga”, está grávida do Jorginho, nosso personal. Espero que isto não seja um problema… Ass: Milionária, Sarada e Solteira.

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