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Medicina: Canabidiol e epilepsia

Cannabidiol reduz convulsões em 86% das crianças com epilepsia Flor de maconha, planta da qual é extraído o cannabidiol, substância química sem efeitos psicotrópicos.   Substância sem efeitos psicotrópicos derivada da maconha reduziu pela metade a ocorrência de ataques epilépticos em crianças que sofrem com a síndrome de Lennonx-Gastaut, em estudo realizado no México.   O tratamento com cannabidiol, um derivado da maconha sem efeitos psicotrópicos, reduziu pela metade a ocorrência de ataques epilépticos em 86% das crianças que sofrem com a síndrome de Lennonx-Gastaut e que participam de um estudo cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira (14/03) no México. “Pelo menos 80% dos casos tiveram a frequência das crises reduzida pela metade. E isso é muito difícil de conseguir em uma população que tem tal quantidade de problemas”, disse em entrevista coletiva o neuropediatra Sául Garza, responsável pela pesquisa e coordenador da Unidade de Neurodesenvolvimento do Hospital Espanhol da Cidade do México. O estudo, pioneiro no país com crianças com essa rara doença, foi realizado com 38 pacientes. Eles receberam durante um ano o RHSO-X 5000mg, um produto do cannabidiol puro derivado do cânhamo e recentemente aprovado pela Comissão Federal Contra Riscos Sanitários do México (Cofepris). De acordo com os resultados, 33 pacientes (86%) tiveram uma melhoria de 50% nas crises. Desses, 21 atingiram uma redução dos ataques epilépticos de até 75%. Em cinco casos, as convulsões desapareceram totalmente. Por outro lado, o tratamento falhou para outros cinco crianças. “Os cinco meninos que não responderam ao óleo de cannabidiol continuaram com seu tratamento habitual, sem que a saúde deles fosse menosprezada”, afirmou Garza. Além da redução das crises, o uso do medicamento gerou outros benefícios nas crianças, disse o líder da pesquisa, como uma melhora no estado de alerta e a interação social. Agência Efe Raúl Elizaalde, representante da Fundação Por Grace, Saúl Garza Morales e Carlos González, representante da HempMeds México, especializada em produtos com canabidiol No entanto, o remédio também teve efeitos colaterais, com 30% das crianças sofrendo de diarreia ou insônia, problemas que também são complicações geradas por outros tratamentos convencionais. O especialista indicou que o estudo provocou que o cannabidiol é um tratamento seguro para os pacientes com Lennox-Gastaut e mais eficiente que os remédios tradicionais contra epilepsia. www.OperaMundi.UOl.com. br

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Monsanto: 25 doenças que podem ser causadas pelo agrotóxico glifosato

Cientistas descobriram que pessoas doentes tinham maiores níveis de glifosato em seu corpo do que as pessoas sadias. Conheça os resultados destas pesquisas A Monsanto investiu no herbicida glifosato e o levou ao mercado com o nome comercial de Roundup em 1974, após a proibição do DDT. Mas foi no final dos anos 1990 que o uso do Roundup se massificou graças a uma engenhosa estratégia de marketing da Monsanto. A estratégia? Sementes geneticamente modificadas para cultivos alimentares que podiam tolerar altas doses de Roundup. Com a introdução dessas sementes geneticamente modificadas, os agricultores podiam controlar facilmente as pragas em suas culturas de milho, soja, algodão, colza, beterraba açucareira, alfafa; cultivos que se desenvolviam bem enquanto as pragas em seu redor eram erradicadas pelo Roundup. Ansiosa por vender seu emblemático herbicida, a Monsanto também incentivou os agricultores a usar o Roundup como agente dessecante, para secar seus cultivos e assim fazer a colheita mais rapidamente. De modo que o Roundup é usado rotineira e diretamente em grande quantidade de cultivos de organismos não modificados geneticamente, incluindo trigo, cevada, aveia, colza, linho, ervilha, lentilha, soja, feijão e beterraba açucareira. Entre 1996 e 2011, o tão difundido uso de cultivos de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) Roundup aumentou o uso de herbicidas nos Estados Unidos em 243 milhões de kg – ainda que a Monsanto tenha assegurado que os cultivos de OGM reduziriam o uso de pesticidas e herbicidas. A Monsanto falsificou dados sobre a segurança do Roundup e o vendeu para departamentos municipais de parques e jardins e também a consumidores como sendo biodegradável e estando de acordo com o meio ambiente, promovendo seu uso em valetas, parques infantis, campos de golf, pátios de escola, gramados e jardins privados. Um tribunal francês sentenciou que esse marketing equivalia a publicidade enganosa. Nos quase 20 anos de intensa exposição, os cientistas documentaram as consequências para a saúde do Roundup e do glifosato na nossa comida, na água que bebemos, no ar que respiramos e nos lugares em que nossas crianças brincam. Descobriram que as pessoas doentes têm maiores níveis de glifosato em seu corpo do que as pessoas sadias. Também encontraram os seguintes problemas de saúde que eles atribuem à exposição ao Roundup e/ou ao glifosato: 1) TDHA: nas comunidades agrícolas, existe uma forte relação entre a exposição ao Roundup e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, provavelmente devido à capacidade do glifosato de afetar as funções hormonais da tireoide. 2) Alzheimer: no laboratório, o Roundup causa o mesmo estresse oxidativo e morte de células neurais observados no Alzheimer. Isso afeta a CaMKII, uma proteína cuja desregulação também foi associada à doença. 3) Anencefalia (defeito de nascimento): uma pesquisa sobre os defeitos no tubo neural de bebês cujas mães viviam em um raio de mil metros de distância de onde se aplicava o pesticida mostrou uma associação entre o glifosato e a anencefalia; a ausência de uma grande porção do cérebro, do crânio e do pericrânio formado durante o desenvolvimento do embrião. 4) Autismo: o glifosato tem um número de efeitos biológicos alinhados a conhecidas patologias associadas ao autismo. Um desses paralelismos é a disbiose observada em crianças autistas e a toxicidade do glifosato para bactérias benéficas que combatem bactérias patológicas, assim como a alta resistência de bactérias patógenas ao glifosato. Além disso, a capacidade do glifosato de facilitar a acumulação de alumínio no cérebro poderia fazer deste a principal causa de autismo nos EUA.   5) Defeitos de nascença: o Roundup e o glifosato podem alterar a vitamina A (ácido retinoico), uma via de comunicação celular crucial para o desenvolvimento normal do feto. Os bebês cujas mães viviam em um rádio de 1 km em relação a campos com glifosato tiveram mais que o dobro de possibilidade de ter defeitos de nascença segundo um estudo paraguaio. Os defeitos congênitos se quadruplicaram na década seguinte a que os cultivos com Roundup chegaram ao Chaco, uma província da Argentina na qual o glifosato é utilizado entre 8 e 10 vezes mais por acre do que nos EUA. Um estudo em uma família agricultora nos EUA documentou elevados níveis de glifosato e defeitos de nascença em crianças, tais como ânus não perfurados, deficiências no crescimento hormonal, hipospádias (relacionada à normalidade da abertura urinária), defeitos no coração e micropênis. 6) Câncer cerebral: em um estudo comparativo entre crianças sadias e crianças com câncer cerebral, os pesquisadores detectaram que, se um dos pais estivera exposto ao Roundup dois anos antes do nascimento da criança, as possibilidades de ela desenvolver câncer no cérebro dobravam. 7) Câncer de mama: o glifosato induz o crescimento de células cancerígenas no peito por meio de receptores estrógenos. O único estudo em animais a longo prazo de exposição ao glifosato produziu ratas com tumores mamários e reduziu a expectativa de vida. 8) Câncer: pesquisas de porta em porta com 65 mil pessoas em comunidades agrárias da Argentina nas quais o Roundup foi utilizado – conhecidas como cidades fumigadas – mostraram médias de câncer entre duas e quatro vezes maiores do que a média nacional, com altos índices de câncer de mama, próstata e pulmão. Em uma comparação entre dois povos, naquele em que o Roundup fora aplicado, 31% dos moradores tinham algum familiar com câncer, ao passo que só 3% o tinham em um povoado sem Roundup. As médias mais elevadas de câncer entre as pessoas expostas ao Roundup provavelmente surgem da reconhecida capacidade do glifosato de induzir danos ao DNA, algo que foi demonstrado em inúmeras pesquisas de laboratório. 9) Intolerância ao glúten e doença celíaca: peixes expostos ao glifosato desenvolveram problemas digestivos que são reminiscentes da doença celíaca. Existem relações entre as características da doença celíaca e os conhecidos efeitos do glifosato. Isso inclui desajustes nas bactérias das tripas, deslocamento de enzimas implicadas na eliminação de toxinas, deficiências minerais e redução dos aminoácidos. 10) Doença crônica nos rins: os aumentos no uso do glifosato poderiam explicar as recentes ocorrências de falências renais entre os agricultores da América Central, do

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Indústria do Açúcar manipula a Ciência

Estudos que relacionam o açúcar a doenças cardiovasculares chegaram a ser interrompidos no passado A indústria do açúcar ocultou durante cerca de 50 anos estudos efetuados com animais que sugeriam os efeitos negativos que a sacarose tem na saúde. Foto MARK R. CRISTINO EFE Durante a história da humanidade morrer de câncer de pulmão era uma verdadeira raridade. No entanto, o consumo em massa de tabaco, que começou no final do século XIX, causou uma epidemia mundial. A relação entre o hábito de fumar e o câncer começou a ser demonstrada nos anos 40, e no final dos 50 as provas já eram irrefutáveis. Em 1960, porém, somente um terço dos médicos dos Estados Unidos acreditavam que o vínculo entre a doença e o tabagismo fosse real. Para essa confusão dos médicos e da população a ciência também contribuiu. Em 1954, o pesquisador Robert Hockett foi contratado pelo Comitê de Investigação da Indústria do Tabaco, dos EUA, para pôr em dúvida a solidez dos estudos sobre os malefícios dos cigarros. Apesar dos esforços daquela indústria, a acumulação de provas conseguiu fazer com que a consciência sobre os perigos de fumar seja quase universal e que as campanhas tenham reduzido significativamente o número de fumantes. Mas o negócio do tabaco não é o único que manipulou a ciência para proteger seus lucros. Como o tabagismo, o consumo desenfreado de açúcar é um hábito doentio moderno. E embora a consciência sobre os danos do açúcar seja algo muito mais recente, parece que a própria indústria está ciente deles há muito tempo. De fato, Hockett, antes de buscar a proteção do tabaco por meio da confusão, tinha feito o mesmo com o açúcar. Nesse caso, ao não poder negar a relação entre a sacarose e as cáries, tentava promover intervenções de saúde pública que reduzissem os dados no açúcar em vez de restringir seu consumo. Companhias como Pepsi deixaram de financiar estudos ao observar que podiam demonstrar o dano de seus produtos Esta semana, uma equipe da qual participam Cristin Kearns e Stanton Glantz, pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco conhecidos por apontar as maracutaias do negócio açucareiro, recuperou antigos documentos que mostram sua forma de trabalhar. Segundo explicam em um artigo publicado na revista PLOS Biology, a Sugar Research Foundation (SRF), conhecida agora como Sugar Association, financiou em 1965 uma revisão no New England Journal of Medicine na qual eram descartados indícios que relacionavam o consumo de açúcar, os níveis de gordura no sangue e doenças cardíacas. Essa mesma fundação também realizou estudos em animais em 1970 para analisar esses vínculos. Seus resultados encontraram um maior nível de colesterol em ratos alimentados com açúcar em relação a outros alimentados com amido, uma diferença que atribuíam a distintas reações dos micróbios de seu intestino. Quando a SRF conheceu os dados, que indicavam uma relação entre o consumo de açúcar e as doenças cardíacas, e até um maior risco de câncer de bexiga, interrompeu as pesquisas e nunca publicou seus resultados. Glatz e seus colegas comentam que este tipo de trabalho propagandístico, direcionado a semear dúvidas sobre qualquer relação entre o consumo de sacarose e as doenças crônicas, continua hoje. Como exemplo citam uma nota à imprensa divulgada pela Sugar Association em 2016 como resposta a um estudo publicado na revisa Cancer Research. Nela, eram questionados os dados obtidos por uma equipe do Centro para o Câncer MD Anderson da Universidade do Texas, nos quais se observou em ratos que o consumo de açúcar favorecia o crescimento de tumores e a metástase. Estratégias em vigor As estratégias da indústria açucareira do passado continuam vigentes. Como quando Hockett propunha mitigar o impacto do consumo do açúcar nas cáries sem reduzir seu consumo, hoje, empresas como a Coca-Cola focam na necessidade de se fazer exercícios para reduzir a obesidade, deixando de lado a de diminuir o consumo de açúcar. Em uma entrevista a El País, Dana Small, uma cientista da Universidade Yale que trabalha para entender a maneira como o entorno moderno, desde a alimentação à poluição, favorece a obesidade, comentou sua experiência colaborando com a Pepsi. Apesar de reconhecer que os dirigentes da empresa tinham boas intenções quando começaram a financiar projetos sobre alimentação e saúde, conta que tudo andou bem até que tiveram “resultados que indicavam que seus produtos poderiam estar causando danos”. Não podiam assumir que conheciam os perigos de seus produtos para a saúde porque essa informação poderia ser utilizada contra eles em futuras ações judiciais. “Deixaram de financiar-me na semana seguinte e confiscaram os computadores dos cientistas com os quais estava trabalhando”, relatou. Glanz considera que a atitude das entidades açucareiras “questiona os estudos financiados pela indústria do açúcar como uma fonte confiável de informação para a elaboração de políticas públicas”. Small, no entanto, considera que a indústria do açúcar e a da alimentação em geral são grandes demais para serem ignoradas. Em sua opinião é necessário buscar meios de proteger este tipo de colaboração de tal maneira que ambas as partes possam trabalhar de forma honesta “sem ter que se preocupar com segredos comerciais ou ser alvo de ações judiciais”.

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WhatsApp salva os arrependidos

WhatsApp finalmente deixa arrependidos apagarem mensagens Após envio, usuários têm sete minutos para eliminar textos errôneos ou indesejados. O anúncio feito há um ano finalmente se torna realidade. O aplicativo de mensagens WhatsApp introduziu uma nova função que permite eliminar de forma permanente as mensagens enviadas, desde que isso seja feito até sete minutos após o envio. Para ter acesso ao recurso, é preciso baixar a última versão do app, que está sendo implementada aos poucos entre os usuários de Android, iOS e Windows Phone. Os destinatários das mensagens também precisam ter a última versão.  A funcionalidade permite que os usuários apaguem mensagens enviadas para uma conversa individual ou em grupo, impedindo que os demais membros leiam seu conteúdo. As instruções para aplicar o novo recurso são detalhadas na seção de perguntas frequentes da página do WhatsApp (FAQ). Ela é especialmente útil quando a pessoa envia uma mensagem para o grupo incorreto ou se a mensagem enviada contém erros. Estes são os passos 1. Abra o WhatsApp e vá até a conversa com a mensagem que você quer apagar. 2. Toque e segure a mensagem. Opcionalmente, toque em mais mensagens para apagar várias mensagens de uma vez. 3. Toque em Apagar na parte superior da tela > Apagar para todos Os usuários só poderão apagar as mensagens até sete minutos após o envio. Os textos eliminados desaparecerão, mas o destinatário verá o seguinte aviso: “Esta mensagem foi apagada”. Um último recado importante para os impacientes: você não será notificado se a sua mensagem não for eliminada com sucesso. Deverá confiar em sua própria perícia, esperar que tenha feito tudo certo e cruzar os dedos.

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Tecnologia – 5G

5G, a tecnologia que mudará nossa rotina e nosso bolso. Os avanços do 5G em um stand do MWC 2017 de Barcelona J. LAGO AFP/GETTY Nova geração da telefonia celular terá um grande impacto sobre o crescimento econômico.Quando as empresas de telecomunicações ainda não completaram a instalação do sistema 4G em todo o seu território, acaba sendo complicado ter uma ideia de que em breve nossos celulares funcionarão de forma mais rápida e eficiente graças ao 5G, a quinta geração da telefonia móvel.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] No mundo todo, teve início uma corrida – por enquanto liderada por países asiáticos e os EUA – pela primazia no uso dessa tecnologia, a qual, pela primeira vez, revolucionará não só as comunicações, mas também o entorno tecnológico como um todo e até os sistemas de produção. É que o 5G não irá mudar apenas o cotidiano de milhões de usuários, e as implicações econômicas para as empresas ainda são difíceis de avaliar. A seguir, algumas explicações sobre o que é o 5G, seu estado de desenvolvimento atual e suas consequências econômicas: O que é o 5G? O 5G, ou quinta geração, é o novo padrão de banda larga sem fio que proporcionará maiores velocidades, cobertura e recursos que o atual LTE-4G. Que velocidade alcançará? As conexões 5G serão 100 vezes mais rápidas (embora em laboratórios sejam obtidas velocidades até 250 vezes superiores), com velocidades médias de 20 Gbps (gigabits por segundo). Isso significa que o download será mais rápido inclusive que as atuais redes fixas de fibra óptica. Um filme de 1GB, por exemplo, poderá ser baixado em menos de 10 segundos. Que é latência, e por que é fundamental? Mais que a velocidade de upload e download, a principal melhora introduzida com o 5G é a redução da latência. Trata-se do tempo de resposta de um aparelho entre receber o sinal e executar uma ordem. Quanto mais baixa, mais rápida será a reação do aparelho que acionemos à distância, seja um carro autoguiado ou uma videoconferência. No 4G, esse delay é de 10 milissegundos; o 5G o reduz a um milissegundo. Por que o 5G é importante para a Internet das coisas? Graças à redução da latência, será possível aprimorar a chamada Internet das Coisas (IoT, pela sigla em inglês), um mundo no qual tudo, e não apenas celulares e computadores, estarão conectados – isso inclui carros, eletrodomésticos e aparelhos vestíveis. Atualmente, há sete bilhões de dispositivos conectados à Internet. A previsão para 2025, com a IoT generalizada, é de 100 bilhões de aparelhos conectados, segundo a Huawei. E os carros autônomos? Se há algo para que o 5G é fundamental é para que os carros autônomos funcionem com segurança, porque cada veículo desses precisará processar vários terabytes de dados por dia. Diversos sensores (câmeras, sistemas Lidar e radares) recebem permanentemente informação sobre o entorno que cerca o veículo e precisam processá-la e reagir em questão de milissegundos, seja para esquivar um pedestre que atravessa a rua no lugar errado ou reconhecer uma placa de “pare” ou semáforo. Que outras vantagens o 5G oferece sobre a rede atual? O 5G permite aproveitar com mais eficiência a banda de frequências e multiplicar por 100 o número de dispositivos conectados. Também reduz em 90% de consumo de energia da rede, permitindo que as baterias de aparelhos como alarmes e sensores durem até 10 anos. Quais são os países mais avançados? Em geral, os países mais avançados da Ásia, como Coreia do Sul, Japão e Cingapura, e os Estados Unidos estão muito à frente dos europeus. A operadora coreana KT Telecom espera lançar a primeira oferta comercial 5G do mundo em 2018, depois de testá-la nos Jogos Olímpicos de Inverno da cidade de Pyeongchang. As norte-americanas AT&T e Verizon farão testes-piloto pré-comerciais no final de 2018, e as japonesas NTT DoCoMo e KDD esperam usar os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 como plataforma de lançamento. Um relatório da consultora Juniper Research estima que o número de conexões 5G deve chegar a 1 bilhão em 2025, um terço delas nos Estados Unidos, e 55% nos Estados Unidos, China e Japão. 5G no Brasil – De acordo com o ministério da Ciência e Tecnologia, o País firmou um acordo com a União Europeia, os Estados Unidos, a Coreia do Sul, o Japão e a China para participar das tomadas de decisão sobre o funcionamento da tecnologia 5G no mundo, desde a pesquisa até a padronização e a implementação da plataforma. O prazo para que os usuários brasileiros usufruam desta tecnologia, no entanto, é longo. Em entrevista à Reuters, o presidente da Anatel, Juarez Quadros, afirmou que os leilões de licitação para que a tecnologia seja operada acontecerão após 2020. Que setores produtivos terão maiores avanços? O 5G será uma tecnologia fundamental para a digitalização industrial ao gerar e fomentar casos de uso como fabricação robotizada e inteligente, jogos e entretenimento imersivos, direção autônoma, cirurgia remota, vídeo de ultra-alta definição (UHD), automatização de processos industriais, segundo a Ericsson e a Huawei, os principais desenvolvedores de redes 5G. Qual será o impacto sobre a riqueza e o emprego? A Comissão Europeia estima que a instalação do 5G implicará um investimento de 56 bilhões de euros em 2020, que terá um impacto de 141 bilhões de euros sobre a criação de riqueza, além de criar 2,3 milhões de empregos. Nos Estados Unidos, a instalação do 5G nas smart cities poderia criar até 3 milhões de empregos e aumentar o PIB em 500 bilhões de dólares. ElPais

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Saúde e o abuso dos antibióticos

Contra superbactérias, hospitais tentam conter abuso na prescrição de antibióticos Uma das principais causas da resistência bacteriana é o uso excessivo de antibióticos, inclusive dentro do ambiente hospitalar – Direito de imagemISTOCK No final de janeiro, a estudante macapaense Adrielly Gadelha Montoril, de 23 anos, se preparava para um final de semana tranquilo após sua rotina de hemodiálise. Três vezes por semana, ela era submetida à transfusão de sangue por meio de uma fístula arteriovenosa – ligação entre uma artéria e uma pequena veia feita em seu antebraço.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] A doença renal crônica que a acometia estava sob controle, e nada no horizonte indicava que ela precisaria de intervenções médicas emergenciais. Mas uma dor insuportável em seu braço, iniciada numa sexta-feira, deu o sinal de que algo poderia estar errado. “Eu peguei uma bactéria na fístula – não sabemos como. Fiquei em casa no final de semana chorando de dor, pedindo ajuda para meu pai. Meu braço queimava. Fiquei três dias tomando antibiótico, e ela só foi progredindo. Crescia. A gente pensava que ela estava morrendo. Eu tinha febre, aquela agonia no meu braço. Mas a gente não sabia o que era aquela bactéria”, relembra. Na segunda-feira seguinte, quando Adrielly chegou ao hospital para uma nova sessão de hemodiálise, havia uma bolha negra em seu braço. “Os médicos se assustaram. Tiraram foto porque nunca tinham visto aquilo. Fui levada com urgência para a sala de cirurgia”, relembra. “Meus pais não queriam acreditar. A fístula é um canal para o coração. Foi um milagre eu ter sobrevivido.” Adrielly foi vítima de uma infecção por uma versão resistente da bactéria Staphylococcus aureus. Além de ter que se submeter a uma cirurgia para limpeza da área, a estudante perdeu a chance de continuar com as transfusões. Diante disso, a estudante teve que entrar de emergência na fila de transplante. Ela recebeu um novo órgão em abril. Após idas e vindas, teve alta definitiva na última terça-feira, mais de seis meses depois da infecção bacteriana. Assim como Adrielly, casos de pacientes infectados por bactérias resistentes vêm crescendo no Brasil e já causam ao menos 23 mil mortes por ano, estimam especialistas. Uma das principais causas da resistência bacteriana é o uso excessivo de antibióticos, inclusive dentro do ambiente hospitalar. Por esse motivo, hospitais brasileiros vêm implantando um novo sistema para controlar o consumo desses medicamentos e evitar abusos. “Há uma dificuldade estrutural para enfrentar a resistência antimicrobiana, mas hoje sabemos que é preciso implementar regras básicas para diminuir o uso de antimicrobianos. O paciente chega com um problema e o médico já prescreve o antibiótico,” afirma Sylvia Lemos Hinrichsen, médica infectologista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desde o ano passado, Sylvia vem treinando hospitais brasileiros a racionalizar o uso de antibióticos, após estudar programas de gestão de uso desses medicamentos no Reino Unido. Gestão racional Chamadas de Antimicrobial Stewardship Program (ASM), as iniciativas começaram nos anos 2000 e se tornaram comuns na Europa e nos Estados Unidos com a preocupação crescente sobre superbactérias. No Brasil, programas para controle do uso de antibióticos também não são novos, mas as iniciativas ainda estão em fase inicial. O objetivo é que os médicos usem antibióticos de maneira mais precisa e evitem desperdícios. Quanto mais se usa um antibiótico sem necessidade, maior o risco de se criar uma superbactéria. Iniciativas para usar antibióticos de forma mais precisa ainda estão em fase inicial no Brasil, apesar de não serem novas – Direito de imagemGETTY IMAGES De acordo com informações compiladas pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em 2014, cerca de 20% a 50% dos antibióticos prescritos em hospitais de cuidados intensivos naquele país são ou desnecessários ou foram prescritos incorretamente. No Brasil, as estatísticas não são melhores, segundo os médicos. “Costumávamos tratar pacientes antes mesmo da cirurgia. A pessoa ia tirar um dente e começava com o antibiótico dias antes. E isso traz riscos muito graves”, explica a médica Maria Manuela Alves dos Santos, superintendente do Consórcio Brasileiro de Acreditação, que certifica a qualidade de hospitais em parceria com a Joint Commission International. Desde julho, a JC incluiu gestão racional de antibióticos como um dos requisitos para seu selo de qualidade. Para usar esses medicamentos de maneira mais eficiente, os hospitais precisam mapear os organismos infecciosos mais comuns em sua unidade e criar mecanismos para identificar rapidamente as reais causas das infecções em pacientes. “Da mesma forma que um hospital precisa de uma equipe de limpeza, precisa de uma equipe de microbiologia para saber sua realidade microbiológica. Porque é a partir disso que vou sugerir guias terapêuticos para os meus médicos”, diz Pedro Mathiasi, infectologista do HCor, em São Paulo, que desde 2013 lidera um programa de gestão racional de uso de antibióticos. Demora Quando um doente chega ao hospital, os médicos muitas vezes não conseguem identificar prontamente a causa da infecção, mas colocam o paciente sob antibióticos, para evitar que a doença se alastre, enquanto colhem amostras para investigar o problema. Essa investigação é feita pelo laboratório de microbiologia, que determina quais bactérias, fungos ou vírus são a causa de determinada doença. Em países desenvolvidos, esses testes saem em até duas horas, mas, no Brasil, médicos relatam que resultados podem levar até sete dias para ficar prontos. “Se o laboratório de microbiologia dá retorno rápido, o médico ajusta o tratamento. Isso traz resultados melhores para o paciente e reduz o tempo dele no hospital”, explica José Martins de Alcântara Neto, farmacêutico do Hospital Universitário Walter Cantídio, de Fortaleza, que em fevereiro desse ano também implantou um programa para racionalizar o uso de antibióticos. Porém, quanto mais esses testes demoram, maior o risco de pacientes receberem antibióticos fortes demais, que atacam múltiplas bactérias ao mesmo tempo. Chamados de amplo espectro, esses medicamentos são efetivos, mas selecionam mais bactérias resistentes. “Quando chega o resultado, vejo se posso diminuir o espectro do antibiótico, se posso dar uma dose mais branda. Esse é o pulo do gato. Porque às vezes você está dando um

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