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Arthur Lira usou aviões da FAB para desfilar no carnaval

Arthur Lira usou aviões da FAB para curtir carnavais de Salvador e do Rio. O próprio presidente da Câmara divulgou sua participação nos carnavais de Salvador e do Rio, onde desfilou pela Beija-Flor, que recebeu R$ 8 milhões da prefeitura de Maceió. Segundo registros da FAB, às 11h40, uma das suas aeronaves decolou da Base Aérea de Brasília com o presidente da Câmara em direção a Salvador. Havia outros sete passageiros a bordo – não há os nomes na página da FAB na Internet. Ainda de acordo com a FAB, na manhã do domingo de Carnaval (11), Lira embarcou em outro avião oficial com destino ao Rio de Janeiro – novamente havia 8 passageiros a bordo. Assim como em Salvador, Lira foi fotografado e filmado curtindo a festa na capital fluminense. Na segunda-feira de Carnaval (12), novamente em avião da FAB, Lira viajou do Rio de Janeiro para Campinas (SP). A aeronave decolou às 6h15, conforme registro da Força Aérea. Procurada, a assessoria de Lira não se manifestou sobre as viagens durante o Carnaval nem informou qual foi a agenda do presidente da Câmara na cidade paulista. Desde então ele não retornou à Brasília.

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12 Pontos para você entender o sistema de voto distrital

“Quem aqui foi eleito, mas quase não foi votado e entrou no vácuo de outro deputado, favor levantar a mão” Primeiro Ponto – Do jeito que tá, não dá. Nas últimas semanas, manifestações que nasceram da articulação à esquerda acabaram ganhando a adesão de multidões compostas por representantes de todo o espectro político brasileiro, inclusive do pessoal da extrema direita e daquela turma que grita “Anauê” com o braço esticado.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Foi desse jeito meio confuso que aportou, no Brasil, o Cisne Negro de Taleb, surpresa que deixou partidários de esquerda e de direita um bocado perdidos em suas tentativas de, pela retórica ou pela manipulação midiática, apropriarem-se de tal fenômeno. Nessa diversidade de orientações políticas, poucos pontos em comum podem ser encontrados nas multidões que ocupam ruas e avenidas. Apenas uma coisa parece ser consensual: algo precisa ser mudado. Do jeito que está, não dá mais. Mas mudar o que, exatamente? Destruir tudo parece coisa de criança. Na verdade, o que a História nos ensinou é que, muitas vezes, pequenas e discretas mudanças podem ser muito mais efetivas do que radicais e repentinas transformações. Que nos diga a maquinazinha de Gutenberg. É preciso pensar muito bem antes de dar os primeiros passos, pois a direção a ser tomada é, às vezes, muito mais importante que a velocidade da mudança. No começo de qualquer caminhada, uma pequena alteração na trajetória inicial pode, anos mais tarde, representar uma gigantesca diferença no destino final. Segundo ponto – Estamos sozinhos nessa história Estamos sozinhos, mas não solitários. Foi aí que o pessoal que está no poder há mais tempo do que seria desejável para o fortalecimento de uma democracia jovem (independentemente dos méritos e deméritos de tais governantes) colocou em pauta a possibilidade de uma reforma política no Brasil. Sejam boas ou más as intenções por trás dessa proposta, ocorra ou não um plebiscito ou um referendo, o fato é que os holofotes finalmente se voltam para um assunto fundamental: o sistema eleitoral que nós, cidadãos, desejamos. Quanto a esse ponto, independentemente de nossas inclinações ideológicas, se de direita ou esquerda, um fato devemos ter sempre em mente: as últimas pessoas que devemos consultar sobre esse assunto são os próprios congressistas. E porque isso? Porque eles são maus? Porque são ladrões? A resposta é muito mais simples e inclui congressistas honestos e corruptos: porque eles foram eleitos pelo sistema que está aí (e muitos deles diversas vezes reeleitos). Portanto, esperar que os atuais congressistas nos esclareçam a questão com honestidade, ou que decidam espontaneamente alterar o sistema político que os beneficiou, é o mesmo que esperar que o vencedor de uma partida altere as regras de um jogo no qual ele já se tornou craque. É o mesmo, enfim, que incumbir a raposa de projetar um novo sistema de defesa para a proteção do nosso galinheiro. Então, sinto muito: nós, cidadãos, estamos totalmente sozinhos nessa história. Precisamos descobrir por nós próprios qual o sistema político que nos convêm e, feita essa descoberta, exigir dos atuais congressistas a mudança desejada. Força já percebemos que não nos falta. Este texto pretende colaborar e abrir um pouco mais de espaço para a discussão sobre nosso sistema político. E começamos com uma pergunta. O que é, afinal, voto distrital? A melhor forma de começar a responder é explicando como funciona o sistema atual. Terceiro ponto – O que é o Sistema Proporcional O deputado federal Tiririca (PR), nas eleições de 2010, teve a maior votação do Brasil e “puxou” mais três candidatos que, sozinhos, não seriam eleitos O sistema proporcional é, hoje em dia, o sistema pelo qual elegemos Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores. Por ser o de mais fácil compreensão, vamos usar, como exemplo, a eleição de Deputados Federais. Hoje, o eleitor vota em qualquer candidato de qualquer partido que concorra em seu Estado. O morador de Cacimbaúna do Sul pode votar em Aldegundo Percegonha, garboso candidato do Partido Urbanista, cuja carreira política esteve sempre vinculada a outra cidade, situada no extremo oposto do mesmo Estado. As razões para alguém votar em um sujeito, assim, tão distante de sua própria comunidade, podem ser várias: Aldegundo Percegonha pode ser bonitão, ou um grande artista, ou ter um bom discurso, ou ser um craque no futebol, e por aí vai. No sistema proporcional, além disso, votar em um candidato significa votar, indiretamente, no partido do candidato (o tal “voto na legenda”). E isso acaba beneficiando outros candidatos desse partido, ainda que o eleitor não conheça nenhum deles e apenas queira votar no Aldegundo Percegonha, um cara simpático. Vamos explicar mais adiante como isso funciona, mas já tenha isso em mente agora. Quarto ponto – A herança do vovô Getúlio para seus netinhos “Pô… de nada” No Brasil, esse sistema proporcional começou a ser montado a partir 1932, momento da ascensão de Getúlio Vargas ao poder. E foi montado com um objetivo claro. Nas palavras de Fábio Comparato, a intenção era criar um sistema eleitoral “duplamente fraco”, tanto “pela ampla liberdade de criação de partidos” como “pela introdução de voto em candidatos individuais, e não em partidos” (em A Necessária Reformulação do Sistema Eleitoral Brasileiro, ed. Del Rey, 1996). Todo mundo sabe o que aconteceu depois: Estado Novo, totalitarismo, repressão. Trata-se de um sistema que, aparentemente, possibilita que pequenos partidos tenham acesso ao poder. Porém, a consequência prática é pulverizar a representação dos interesses da população em inúmeros partidos. Dividir para conquistar, uma técnica utilizada por Getúlio Vargas com muito sucesso, e que os militares empregaram décadas mais tarde, durante a Ditadura Militar, pouco antes de saírem do poder — para tentar conter o avanço dos opositores ao regime. E o resultado é o que vemos hoje no Brasil: um excessivo número de partidos, exigindo que os governantes costurem sua base parlamentar com a agulha dos favorecimentos pessoais, distribuindo cargos entre várias legendas para, através de acordos e apadrinhamentos, alinhavar o apoio do Poder Legislativo. Além disso, o sistema proporcional faz com que

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Oposição acusa operação para salvar Eduardo Cunha

Deputado afastado voltou a cogitar renúncia à Presidência da Câmara Dada como certa há alguns dias, a cassação de mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) virou dúvida a partir do último domingo (26), quando o presidente afastado da Câmara se reuniu com o presidente interino Michel Temer. O diagnóstico, alardeado pelos corredores da Câmara, vem sendo feito por deputados da oposição.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Até a semana passada, o cenário era bastante desfavorável a Eduardo Cunha: em poucos dias, o deputado do PMDB se tornou réu pela segunda vez no Supremo Tribunal Federal (STF) e teve seu processo de cassação de mandato aprovado no Conselho de Ética para ir a votação no Plenário da Câmara. A data ainda não foi marcada, mas o parlamentar entrou com recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para contestar a decisão. Além do fator Temer, que garante não estar fazendo nenhuma tentativa para salvar o aliado, Cunha voltou a estudar a possibilidade de renunciar à Presidência da Câmara. Além de ajudar a diminuir o desgaste da imagem do Palácio do Planalto e abrir espaço para uma nova eleição no comando da Casa, o que possibilitaria a volta das votações que interessam ao governo, a renúncia expõe menos o peemedebista: sem o mandato de presidente da Câmara, Cunha deixaria de ser julgado pelo Plenário do STF e seu processo seria votado pela Segunda Turma da Suprema Corte. Votações da Segunda Turma do Supremo não costumam ser transmitidas na TV Justiça ou pelo canal do Judiciário na internet, o que diminuiria a exposição de Cunha. Como presidente de um dos Poderes, como é atualmente, o caso do peemedebista, duas vezes réu no STF, será votado pelos 11 membros da Corte e ganha maior repercussão. Encontro entre Temer e Cunha pode ter definido sucessor na Câmara O polêmico encontro na noite de domingo entre o presidente interino Michel Temer e o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha, que repercutiu entre os políticos, pode ter tido como pauta o acordo para a definição do sucessor de Cunha na presidência da Câmara. O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) teria sido escolhido como o candidato do Palácio do Planalto para o posto. A estratégia de Cunha seria eleger um aliado para tentar salvar seu mandato. Ele aceitaria renunciar para que houvesse nova eleição, e o impasse com o comando provisório da Câmara nas mãos de Waldir Maranhão (PP-MA) terminaria. JB

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Novos inquéritos contra Cunha assustam defesa de presidente da Câmara

Segundo Janot, dois dos seis inquéritos devem virar denúncia “rapidamente” no STF Eduardo Cunha já é réu no STF em denúncia em que Janot também pediu seu afastamento do cargo. A declaração dada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é alvo de mais seis inquéritos por fatos distintos deixou a defesa do deputado surpresa. Atualmente, tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) duas denúncias contra Cunha. A defesa do peemedebista tem conhecimento de três processos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, nesta segunda-feira (25) na Folha de S.Paulo, os representantes do presidente da Câmara, que já é réu no Supremo, adotarão providências nesta semana em Brasília para tentar descobrir as novas acusações contra ele. A situação de Cunha foi tratada pelo procurador durante palestra para alunos brasileiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos. Segundo Janot, dois dos seis inquéritos abertos para apurar fatos distintos em relação a Cunha estão em fase avançada e deverão “rapidamente” virar duas denúncias ao Supremo. Perguntado por um aluno brasileiro sobre o papel da procuradoria para acelerar a ação na qual pediu ao STF afastamento de Cunha do cargo de presidente da Câmara, Janot respondeu que “o problema está com o Supremo”. Em dezembro do ano passado, Janot pediu ao STF o afastamento do deputado. O relator é o ministro Teori Zavascki, que ainda não tem data para liberar o processo para julgamento. Para justificar o pedido, o procurador citou 11 fatos que comprovam que Cunha usa o mandato de deputado e o cargo de presidente da Casa “para intimidar colegas, réus que assinaram acordos de delação premiada e advogados”. No mês passado, o Supremo abriu ação penal contra Eduardo Cunha. Seguindo o voto do relator, ministro Teori Zavascki, a Corte entendeu que há indícios de que Cunha recebeu US$ 5 milhões de propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras. Na defesa, o advogado Antonio Fernando Barros disse que a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o deputado “não reúne condições para ser admitida”.

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‘Grande farsa’ ou ‘fim de ciclo’? Brasilianistas divergem sobre peso histórico de decisão da Câmara

A decisão da Câmara de autorizar a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff gerou reações divergentes entre estudiosos do Brasil nos Estados Unidos. Interpretação do episódio vai depender do que ocorrer com presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e vice-presidente, Michel Temer Num ponto, porém, analistas ouvidos pela BBC Brasil parecem concordar: a interpretação histórica do episódio dependerá do que ocorrer com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e com o vice-presidente, Michel Temer. Para James Green, professor de história brasileira da Brown University, a leitura histórica da votação da Câmara dependerá do julgamento de Cunha e dos membros da comissão do impeachment acusados de corrupção. Cunha é réu na Lava Jato, acusado de receber dinheiro desviado da Petrobras. Ele nega ter cometido crimes.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Green argumenta que uma eventual condenação de Cunha mostraria à população que o principal articulador do impeachment é corrupto e não tinha credibilidade para conduzir o processo. Assim, segundo Green, se o presidente da Câmara e os outros deputados forem condenados, os brasileiros entenderão o impeachment de Dilma como “uma grande farsa”, “uma manobra parlamentar para derrubar uma pessoa a quem eram contra”. Racha O professor foi um dos signatários de um manifesto que provocou um racha na última conferência da Brazilian Studies Association (Brasa), em Rhode Island (EUA), no início do mês. O documento diz que “há sério risco de que a retórica anticorrupção esteja sendo utilizada para desestabilizar um governo recém-eleito democraticamente, agravando a série crise política e econômica do país”. Após a aprovação do abaixo-assinado pela maioria dos presentes, alguns membros da associação descontentes pediram para se desfiliar. Green diz que, como em outros momentos da história brasileira, classes políticas e econômicas contrárias a Dilma têm orquestrado uma “conciliação” para barrar as investigações da Lava Jato. Encaminhado o impeachment de Dilma, ele diz acreditar que o próximo objetivo do grupo será “pôr Lula na cadeia” para evitar que ele se candidate em 2018. ‘Fim de ciclo’ Para João Augusto de Castro Neves, “os livros vão ver 2016 com o fim da república nova” João Augusto de Castro Neves, diretor de América Latina da consultoria Eurasia em Washington, também diz que a interpretação da votação na Câmara dependerá dos próximos eventos. Neves cita a possibilidade de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condene a chapa Dilma-Temer por irregularidades e invalide a vitória da dupla. Se isso ocorrer, ele diz que “muitos nem lembrarão do impeachment” no futuro. Para ele, se o impeachment se consumar, será o fim de um ciclo iniciado em 1985, quando a ditadura se encerrou e começou um período em que os três maiores partidos brasileiros (PMDB, PSDB e PT) chegaram à Presidência. “Os livros vão ver 2016 como o fim da República Nova”, diz ele, “mas ainda não sei bem como o começo do quê”. “Não acho que para a história vá ficar a questão da pecha do golpe. Certamente haverá uma parcela que acredite nisso, mas acho que será uma minoria, assim como só uma minoria chama o golpe de 1964 de revolução”, diz. Para Matthew Taylor, professor de relações internacionais da American University, “uma das grandes perguntas agora é qual será a ressaca na segunda-feira”. “Não é um golpe, mas ao mesmo tempo será que a justificativa para a remoção é tamanha para justificar uma manobra que foi criada para situações excepcionais?”, questiona. Para Taylor, também não está claro se a crítica à legitimidade do processo permitirá a Dilma reconstruir seu apoio no Senado e barrar o prosseguimento do impeachment. Risco Para Taylor, se a abertura do processo for encarada nos próximos meses como abusiva, os responsáveis poderão ser punidos nas urnas Ele lembra que, se o Senado autorizar a abertura do processo nas próximas semanas, Dilma será afastada até a votação definitiva sobre o impeachment, que pode ocorrer em até seis meses. Nesse período, Temer assumiria a Presidência e poderia negociar com o Congresso para garantir que o desfecho do processo lhe seja favorável. “Isso significa que ela perderia grande parte dos poderes que precisaria para se reconstruir, seja o de atração de partidos aliados, seja o de poderes midiáticos ou a capacidade de usar a presidência como palco.” Para Taylor, se a abertura do processo for encarada nos próximos meses como abusiva, os responsáveis poderão ser punidos nas urnas. “Esse é o grande risco para a oposição.”

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Por que impeachment pode ser ‘bênção disfarçada’ para PT

O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, um capítulo amargo na história do Partido dos Trabalhadores depois de 13 anos no poder, poderia servir como uma espécie de “bênção disfarçada” para a legenda. Para filósofo, ‘estrago para o PT seria muito maior sem o impeachment, pois correria o risco de ficar infinitamente mais impopular permanecendo no poder em meio a um cenário de crise econômica’ – Image copyright AFP Especialistas ouvidos pela BBC Brasil acreditam que a percepção de que o processo tem contradições, em especial a presença do polêmico presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, no comando da votação autorizando o início do processo de impeachment, oferece ao PT a chance de explorar uma imagem de “vítima” – ainda que condicionada a um arrefecimento da Operação Lava Jato nas investigações de denúncias envolvendo o partido e de acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O impeachment acaba sendo o resultado mais confortável para o PT. Tira Dilma de cena e praticamente coloca Lula em campanha, reforçado pela imagem de que houve abusos no processo”, acredita Rodrigo Nunes, professor de filosofia política da PUC-Rio. “O partido, claro, tem problemas, incluindo possíveis dissidências. Mas o estrago para o PT seria muito maior sem o impeachment, pois correria o risco de ficar infinitamente mais impopular permanecendo no poder em meio a um cenário de crise econômica.” Autocrítica A ideia de que um governo Michel Temer também terá problemas de popularidade, a começar pelas pesquisas mostrando rejeição ao vice de Dilma, passando pela provável adoção de medidas impopulares para tentar estabilizar a econômica, também reforça o argumento de que a volta brusca à oposição poderá ser benéfica para o PT. Eventual retorno ‘brusco’ à oposição daria tempo ao partido para eleições municipais – Image copyright Reuters “Possivelmente, é melhor para o PT virar oposição agora”, diz a jornalista britânica Jan Rocha, autora de uma “biografia” do partido em inglês. “O PMDB vai ter dificuldades para governar, até porque também tem rejeição popular.” “As pessoas se sentem traídas pelo PT, mas não estão se bandeando para o PMDB. Isso não quer dizer que o PT não tenha um enorme desafio pela frente, é preciso que isso fique bem claro, mesmo agora que pesquisas mostrem Lula liderando intenções de voto para 2018.” Embora o PT hoje corra o risco de uma derrota eleitoral contundente nas eleições municipais, analistas acreditam que o partido ganhou tempo para tentar fazer o que Alfredo Saad-Filho, professor do Departamento de Estudos em Desenvolvimento da Universidade de Londres, chama de autocrítica. “O impeachment tira pressões do PT e é uma possibilidade bastante plausível que a liderança do partido buscará o discurso de que o PT sofreu uma injustiça. Porém, como parte do processo de rearticulação de sua base de apoio, é muito mais sólido que o partido avalie o que deu errado em sua administração. Se o PT não fizer isso, corre o risco de perder sua relevância.” Especialistas acham que ex-presidente ainda exerce grande influência sobre PT, mas não são unânimes em avaliar se isso é bom ou ruim para o partido. Image copyright AFP Fator Lula E como fica o fator Lula no processo de reorganização do partido? Os especialistas concordam que o ex-presidente ainda exerce grande influência sobre o PT, mas não são unânimes em avaliar se isso é bom ou ruim para o partido. Para Jan Rocha, Lula “é valioso para o PT e é inteligente. Ele pode se reinventar, e as pesquisas mostram que mesmo as acusações contra ele não o impediram de voltar a ser uma figura nacional”. “O partido não pode ignorar isso, mas é preciso fazer algo mais do que se colocar no papel de vítima. Será necessária uma mensagem positiva.” Saad-Filho vê Lula como a maior liderança política no Brasil, mas também como um problema para o PT. “No que diz respeito ao surgimento de outras lideranças no partido, Lula foi desastroso, porque hoje não tem substituto.” “Ele não está ficando mais jovem e, mesmo que volte à presidência, não pode esperar que tenha o mesmo sucesso (do primeiro mandato). A longo prazo, a presença de Lula é limitante tanto para o PT quando para a esquerda brasileira”. Já Rodrigo Nunes vê em Lula uma chance de sobrevida para o partido: “É possível que a legenda sobreviva como algo sustentado pelo carisma de Lula e inspirado pelo imaginário varguista”, explica o professor, referindo-se à volta de Getúlio Vargas à Presidência, em 1951, após ter sido deposto em 1945. Fernando Duarte/BBC Brasil em Londres

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Saúde: Câmara aprova projeto que autoriza produção da fosfoetanolamina a ‘pílula anticâncer’

Aprovação ocorre antes da conclusão de estudos que comprovem a segurança e a eficácia da fosfoetanolamina sintética. A substância fosfoetanolamina sintética ficou conhecida como ‘pílula anticâncer’ (Fonte: Reprodução/Agência Brasil) A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 8, projeto que autoriza a produção, a comercialização e o uso da fosfoetanolamina sintética, polêmica substância que ficou conhecida como “pílula anticâncer”. Leia também: Quem tem medo da ‘pílula anticâncer’? A aprovação ocorre antes da conclusão de estudos que comprovem a segurança e a eficácia da substância. Todos os partidos apoiaram a medida.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O texto agora segue para análise do Senado e, caso seja aprovado, ainda deve passar por sanção presidencial. A fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida há mais de 20 anos por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da USP. Como não tem registro na Anvisa, a substância não pode ser considerada um medicamento. O projeto aprovado pelo plenário da Câmara prevê que a “pílula anticâncer” poderá ser utilizada por pacientes com câncer mediante laudo médico e assinatura de um termo de responsabilidade. O projeto, no entanto, não estabelece de forma detalhada como e quando será a produção da substância concomitante aos estudos clínicos. A produção da “pílula anticâncer” só poderá ser feita por “agentes regularmente autorizados e licenciados pela autoridade sanitária competente”. O texto aprovado diz ainda que “a proposta tem como pressuposto básico a autonomia humana, o direito de expressar a sua vontade, o direito que cada indivíduo tem de fazer suas próprias escolhas e assumir a responsabilidade por elas”. Fontes: Opinião&Notícia Uol – Projeto que autoriza produção e uso de ‘pílula do câncer’ avança no Congresso

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Ministro do STF chama de golpe rito do impeachment que Câmara queria adotar

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, criticou duramente o Congresso ao falar sobre o processo de impeachment numa palestra organizada pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais. Deu-se no último sábado, no litoral da Bahia, num hotel luxuoso da Praia do Forte. Testemunha da cena, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) relata que Barroso chamou de “golpe” o rito que a Câmara queria impor na tramitação do pedido de interrupção do mandato de Dilma. “O Barroso descascou o Parlamento”, contou Perondi ao blog. “Ele disse que o processo de impeachment não obedeceu regras. Que era um golpe. Usou a palavra golpe. Disse que os deputados não seguiram o regimento interno da Câmara.”[ad name=”Retangulos – Direita”] Barroso se referia aos procedimentos adotados para a composição da comissão de deputados que analisará o pedido de impeachment antes da apreciação em plenário. Numa votação secreta, presidida por Eduardo Cunha, os deputados elegeram  uma chapa avulsa, de maioria anti-Dilma. Guiando-se pelo voto de Barroso, o plenário do Supremo ordenou à Câmara que refaça todos os procedimentos, dessa vez com votação aberta e chapa indicada pelos líderes partidários, sem candidatos avulsos. Perondi havia se preparado para questionar Barroso caso ele falasse sobre o impeachment. No entanto, a palestra do ministro terminou sem que a plateia fosse convidada a dirigir-lhe perguntas. O deputado não se deu por achado. Interpelou o ministro após o encerramento de sua palestra. “Eu disse a ele: o senhor não foi correto, não foi decente. Não leu corretamente o regimento da Câmara. Fez de bobos os seus colegas.” Barroso dissera que o rito estipulado pelo STF repetia os procedimentos aplicados no processo que resultou no afastamento de Fernando Collor. Perondi recordou que, no caso Collor, a comissão que analisou o pedido de impeachment fora escolhida por aclamação, em votação simbólica precedida de acordo. Por isso não houve chapa avulsa nem a necessidade de realizar votação secreta. Barroso irritou-se com o timbre utilizado pelo deputado. Ameaçou retirar-se caso o interlocutor não o deixasse falar. Em resposta à acusação de que fizera seus colegas de bobos, o ministro disse que “não há bobos no Supremo.” Perondi voltou à carga. “Eu disse ao Barroso: o senhor fez de bobos os seus colegas, o Parlamento brasileiro e a nação. Virei as costas e me retirei.” Depois, Perondi ainda anotaria na sua página no Facebook: “…o ministro Barroso, do Supremo, defendeu seus erros, na intervenção que realizou no poder Legislativo em relação ao rito do Impeachment. Atacou o parlamento. Enfrentei-o! Irritou-se. Afirmou que não muda seu voto. E que ninguém é bobo no Supremo. Disse a ele que fez de bobo o povo brasileiro; que não foi decente. […] Ministro Barroso é estudioso, mas errou feio. Serviu a Dilma. Esqueceu sua formação jurídica.” Blog Josias De Sousa

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Erundina diz que Câmara está no ‘fundo do poço’ com Eduardo Cunha

Para ela, reforma política aprovada é remendo que piora estrutura partidária A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), afastada por dois meses da Câmara por problemas de saúde, retornou ao Congresso e fez duras críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), em entrevista à Carta Capital. Para ela, a reforma política aprovada na Câmara piora a estrutura política e partidária e não poderia ser chamada de reforma, mas de “remendos na legislação eleitoral, que agravam as distorções Ela analisou o que foi feito com a reforma: “O quadro partidário está exaurido, as legendas perderam sua identidade. A relação entre os poderes está completamente esgaçada. É uma uma crise sistêmica do Estado brasileiro e do sistema político, que necessitaria de uma reforma profunda, democrática e corajosa.” “É resistir para não desaparecer. Se chegou ao fundo do poço, mas, sou otimista, dependendo do que a gente faça, do diálogo com a sociedade, com os movimentos”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “É resistir para não desaparecer. Se chegou ao fundo do poço, mas, sou otimista, dependendo do que a gente faça, do diálogo com a sociedade, com os movimentos” A deputada destacou na entrevista que uma das principais causas da corrupção eleitoral é justamente o financiamento privado de campanha, que não só foi mantido como passou a ser “constitucionalizado”. A crise política e institucional é de uma gravidade que eu nunca vi durante o tempo que estou na política”, afirma. Erundina destacou ainda que as comissões do Congresso estão “dominadas por conservadores”. “Os espaços onde conseguíamos interferir não existem mais. Entramos numa fase de resistência. É resistir para não desaparecer. Se chegou ao fundo do poço, mas, sou otimista, dependendo do que a gente faça, do diálogo com a sociedade, com os movimentos. Isso dá vitalidade aos nossos mandatos e a esperança de que essa representação seja uma ferramenta de luta dos trabalhadores.”

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Cunha diz que OAB é cartel e não tem credibilidade

“A OAB não tem muita credibilidade há muito tempo”, declarou Eduardo Cunha Ao comentar pesquisa encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que aponta 74% dos entrevistados contrários ao financiamento empresarial de partidos e políticos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a entidade. Cunha, que é favorável ao financiamento privado, disse que a OAB é um cartel e que não tem credibilidade. “A OAB não tem muita credibilidade há muito tempo. As minhas críticas à OAB são constantes”, afirmou Cunha. “A credibilidade deles, que não têm eleição direta, que não prestam contas como autarquia que eles são, esse roubo do exame da Ordem, com aqueles que não conseguem ter o direito a exercer a profissão pela qual eles prestaram vestibular, exerceram a faculdade e se formaram, a OAB tem uma série de questionamentos”, afirmou.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “A OAB é um cartel, é um cartel de uma eleição indireta, de uma série de poder feito com movimento de milhões sem fiscalização. Então, a OAB tem que ser questionada em muitos pontos dela, a OAB precisa ser mais transparente”, disparou Cunha. O presidente da Câmara também direcionou seus ataques ao presidente da OAB, Marcus Vinicius Coêlho. Cunha criticou Coêlho por ele ter se manifestado contra a redução da maioridade penal e por ser próximo ao deputado petista Alessandro Molon (PT-RJ), que deve questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana a sessão em que a redução foi aprovada. “Se você pegar os folhetos de campanha pela eleição do Molon no Rio de Janeiro, ele (Coêlho) faz parte dos folhetos de campanha do Molon. Ele é um agente do Molon, é um apoiador do Molon”, afirmou. Sobre a pesquisa, Cunha disse que avaliará o “grau de legitimidade” do levantamento. Daniel Carvalho, do Estadão

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