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Brecht – Versos na tarde – 17/04/2016

De que Serve a Bondade Bertold Becht¹ 1 De que serve a bondade Quando os bondosos são logo abatidos, ou são abatidos Aqueles para quem foram bondosos? De que serve a liberdade Quando os livres têm que viver entre os não-livres? De que serve a razão Quando só a sem-razão arranja a comida de que cada um precisa? 2 Em vez de serdes só bondosos, esforçai-vos Por criar uma situação que torne possível a bondade, e melhor; A faça supérflua! Em vez de serdes só livres, esforçai-vos Por criar uma situação que a todos liberte E também o amor da liberdade Faça supérfluo! Em vez de serdes só razoáveis, esforçai-vos Por criar uma situação que faça da sem-razão dos indivíduos Um mau negócio! Bertold Brecht, in ‘Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas’ Tradução de Paulo Quintela ¹ Bertold Becht * Augsburg, Alemanha – 10 de Fevereiro de 1898 d.C + Berlim, Alemanha – 14 de Agosto de 1956 de 1956 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Bertold Brecht – Versos na tarde – 31/05/2015

A Máscara do Mal Brecht ¹ Colocada em minha parede tenho uma peça japonesa, máscara de um demônio maligno, pintada de ouro. Compassivamente olho as veias abauladas da fronte que revelam o esforço que custa ser mau. ¹ Bertold Brecht * Augsburg, Alemanha – 10 de Fevereiro de 1898 d.C + Berlim, Alemanha – 14 de Agosto de 1956 de 1956 d.C >> biografia de Brecht [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Bretch – Versos na tarde – 18/09/2014

Uma rosa Bertold Brecht ¹ Há uma rosa linda no meio do meu jardim Dessa rosa cuido eu, quem cuidará de mim? De manhã desabrochou, a tarde foi escolhida pra de noite ser levada de presente à minha amiga Feliz de quem possui uma rosa em seu jardim A minha amiga com certeza pensa agora só em mim Quando sopra o vento frio e o inverno gela o jardim Eu tenho calor em casa e fico quietinho assim Feliz de quem tem o seu teto pra ajudar a sua amiga a fugir do vento ruim que deixa gelado o jardim. Tradução: Augusto Boal ¹ Bertold BRECHT * Alemanha – 1898 d.C + ?, 1956 d.C >> biografia [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Brecht – Versos na tarde – 18/08/2013

As Boas Ações Brecht¹ Esmagar sempre o próximo não acaba por cansar? Invejar provoca um esforço que inchas as veias da fronte. A mão que se estende naturalmente dá e recebe com a mesma facilidade. Mas a mão que agarra com avidez rapidamente endurece. Ah! que delicioso é dar! Ser generoso que bela tentação! Uma boa palavra brota suavemente como um suspiro de felicidade! ¹Eugen Berthold Friedrich Brecht * Augsburg, Alemanha – 10 de Fevereiro de 1898 d.C + Berlim, Alemanha – 14 de Agosto de 1956 d.C >> Biografia de Bertold Brecht [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Palocci, Francenildo e Galileu: ‘Eppur se muove’

Palocci, Francenildo e Galileu, não necessariamente nessa ordem, ou desordem, são personagens com os quais se tenta explicar o mergulho para além do fundo do poço. A assertiva “Eppur se muove” vale pela incisão contundente do atestado do óbvio científico, embora Galileu jamais tenha dito tal frase. Essa, foi colocada na boca do célebre cientista, pelo não menos famoso dramaturgo Bertold Brecht. O Editor Eppur se muove Em 1633, Galileu foi condenado pelo Tribunal do Santo Ofício à prisão domiciliar perpétua. Ou bem se retratava e ficava aprisionado até morrer, ou bem seria queimado vivo como herege. A Terra não podia mover-se em torno do Sol, como dizia Galileu. Isso era impensável e como manda quem pode e obedece quem tem juízo, Galileu retratou-se e se desdisse diante daqueles senhores togados e emproados. Mas saiu do Tribunal dizendo baixinho: Eppur se muove! 400 anos depois, a Igreja Católica pediu perdão a Galileu Galilei. Não temos como saber o que Galileu pensou da encenação, mas eu gostaria muito que os sábios que o julgaram tenham sido condenados a passar o resto da Eternidade ouvindo ecoar pelo espaço:[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Eppur se muove! Eppur se muove!, sem parar. Assim como seria muito simpático saber que todos aqueles que duvidaram da palavra de Francenildo Santos Costa fossem obrigados, pela Justiça dos Homens, a lhe pedir perdão publicamente e, pela Justiça Divina, a dizer, por toda a Eternidade: “Perdão, Francenildo, Perdão, Francenildo!”. “Perdão por duvidar da sua palavra e acreditar mais num poderoso do que em você, pelo simples motivo de você ser humilde e, portanto, não poder, sob hipótese, receber um pouco mais que o salário de um deputado em sua conta poupança!”. Imaginem! Um caseiro com tanto dinheiro em conta, foram dizendo os poderosos uns aos outros. Onde já se viu isso? Onde é que vamos parar? Todos chocados com o fato desse nordestino simples que lavava a piscina e aparava a grama para os alegres frequentadores de uma alegre mansão, estar com o bolso forrado! E mais: li numa revista jurídica que o ministro Cesar Peluzo, do Supremo Tribunal Federal, “teria proibido o depoimento do caseiro Francenildo a uma CPI, alegando, entre outras razões, que o depoimento seria inútil em virtude da condição cultural do caseiro”. Será fato? Custo a crer… Terrível seria constatar que, ao contrário do caso de Galileu, quando ignorantes eram os juízes que o condenaram, no caso de Francenildo, os doutos e cultos senhores não puderam ouvi-lo por ele ser ignorante, pois isso poderia embaralhar suas mentes. Mas a terra Eppur se Muove e lá vem um dia atrás do outro. Hoje o Brasil todo sabe muito bem quem é Francenildo Santos Costa e quem é Antonio Palocci. E ainda há de chegar o dia em que todos saberemos tim-tim por tim-tim os nomes dos elos que formaram a corrente que tentou arrasar um caseiro para salvar um ministro. Assim como Francenildo, sempre ouvi dizer que aqui se faz e aqui se paga, mas nunca tinha visto a Justiça Divina tão rápida em ação. Sinal de prestígio do Francenildo onde mais importa… Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa blog do Noblat

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