Um brilhante cidadão
Somente no caso das joias Bolsonaro esgotou o Código Penal. PF encontrou indícios dos crimes peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Outros 11 “parças” também foram indiciados.
Somente no caso das joias Bolsonaro esgotou o Código Penal. PF encontrou indícios dos crimes peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Outros 11 “parças” também foram indiciados.
Somente 3 funcionários e 300 milhões de usuários. Sarahah, o polêmico app saudita de mensagens anônimas. Aplicativo ficou entre os mais baixados em mais de 30 países “Sarahah” quer dizer “honestidade” em árabe mas, nos últimos dias, ganhou um novo significado no universo das redes sociais: dá nome a um aplicativo que viralizou com a premissa de permitir enviar mensagens anônimas a terceiros.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Em julho, o Sarahah ficou no topo do ranking de aplicativos mais baixados na App Store, loja de aplicativos da Apple, em mais de 30 países. No último mês, a rede já reuniu mais de 300 milhões de usuários (número que soma registrados, aqueles que enviam mensagens e visitantes) – enquanto é gerenciada por uma equipe de apenas três pessoas. No Brasil, a plataforma App Annie mostra que o aplicativo é o nono mais baixado entre aqueles que são gratuitos na App Store. Qualquer um que tenha o link do perfil de uma determinada pessoa pode enviar mensagens anônimas a ela – ou seja, não é preciso se cadastrar no aplicativo. “Eu era bem otimista, mas determinei como meta no começo conquistar 1 mil mensagens. Mas agora, temos mais de 300 milhões de mensagens”, comemora o fundador do aplicativo, o saudita Zain al-Abidin Tawfiq, de 29 anos. A viralização dos recados repletos de honestidade foi facilitada por uma mudança no aplicativo Snapchat, que passou a permitir o envio de links. Assim, usuários do aplicativo de mensagens instantâneas passaram a compartilhar seus perfis no Sarahah. Desenvolvedores do Sarahah se preparam agora para lidar com o mal uso da ferramenta Direito de imagemGETTY IMAGES Embora o convite para uso do aplicativo diga “Você está pronto para a honestidade? Receba críticas construtivas dos seus amigos e colegas, em anonimato total”, Tawfiq reconhece que há usos “equivocados” da ferramenta. Em meio a declarações de amor e revelações de homossexualidade, foram registrados também episódios de bullying e discursos de ódio. “O uso equivocado é um desafio para todas as redes sociais. No Sarahah, acreditamos que um caso já é muito”, afirma o programador. “Nós tomamos diversas providências. Eu não quero dar detalhes dessas medidas porque não quero facilitar a atividade de usuários que têm este tipo de conduta. Mas nós temos ferramentas como filtros e bloqueio, e muitas outras técnicas.” Experiências turbulentas Por outro lado, o site institucional do aplicativo estimula o uso do Sarahah até no trabalho, enumerando uma série de benefícios: “Melhore seus pontos fortes”; “Fortaleça pontos que devem ser melhorados”. O site garante que nunca revelará sem consentimento a identidade daqueles que enviaram as mensagens. Nos últimos anos, outros aplicativos já usaram do anonimato como um atrativo para a troca de mensagens – mas acabaram tendo um desfecho mal sucedido. No Secret, por exemplo, os internautas podiam compartilhar segredos pública e anonimamente. O aplicativo foi encerrado em 2015, após uma série de problemas como a proliferação de bullying e até suspensões judiciais, como no Brasil. “Eu acredito na comunicação honesta e aberta e na expressão criativa, e o anonimato é uma grande ferramenta para conquistar isso. Mas é também uma faca de dois gumes, que deve ser manejada com grande respeito e cuidado”, escreveu o fundador do Secret, David Byttow. O Lulu, que permitia que mulheres avaliassem os homens com notas e caracterizações como “Sai bem na foto” e “Dá sono”, bombou, mas logo enfrentou uma série de problemas, inclusive na Justiça. O aplicativo foi suspenso e depois relançado, mas hoje não existe mais.
Como os EUA estão ‘inundando’ o Oriente Médio de armas Acordo entre os EUA e a Arábia Saudita prevê um pacote de defesa de US$ 110 bilhões Direito de imagemAFP|GETTY IMAGES Não foi à toa que o presidente americano, Donald Trump, visitou a Arábia Saudita em sua primeira turnê oficial como presidente dos Estados Unidos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] A viagem consolidou um acordo de venda de armas para Riad avaliado em US$ 110 bilhões. Os sauditas receberão dos EUA, durante os próximos dez anos, tanques, aviões de combate, barcos de guerra e mísseis de precisão guiados. Apesar das várias críticas ao seu histórico de repressão, violação de direitos humanos e das mulheres e por financiar mesquitas e escolas islâmicas que difundem visões fundamentalistas do islamismo mundo afora, a Arábia Saudita é um dos principais parceiros dos EUA no Oriente Médio – e, segundo a instituição americana Council on Foreign Relations, o maior importador de armas do país. Aumento Uma análise do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri), indica que, nos últimos quatro anos (2012-2016), as importações de armas por nações do Oriente Médio aumentaram 86%. “A Arábia Saudita foi o segundo maior importador de armas do mundo entre 2012 e 2016 (atrás da Índia), com um aumento de 212% desde o período de 2007-2011”, diz o estudo. No mesmo período, segundo o Sipri, os EUA foram o maior exportador de armas do planeta. “Suas exportações aumentaram 21% comparado ao período de 2001-2011. Quase a metade destas exportações foram para o Oriente Médio.” Se é certo que este aumento ocorreu durante a presidência de Barack Obama, seu governo também impôs certas restrições à venda de armas a determinados países por conta de preocupações com direitos humanos. Em 2017, no entanto, o governo Trump começou a revogar estas restrições. O Catar assinou um acordo para a compra de 36 caças F-15 dos Estados Unidos Direito de imagemGETTY IMAGES Em março, o Departamento de Estado suspendeu um bloqueio imposto por Obama à venda de armas para o Bahrein, depois de acusações de abusos contra grupos de oposição ligados à maioria xiita no país. A decisão permitirá, agora, a venda de aviões de combate F-16 e de outras armas ao Bahrein, como parte de um pacote avaliado em cerca de 2,7 bilhões. A base da Quinta Frota da Marinha dos Estados Unidos, que patrulha o estratégico Golfo Pérsico, fica no Bahrein. Preocupações No início do mês de junho, houve tentativas no Senado americano de bloquear um pacote de US$ 500 milhões em mísseis guiados para a Arábia Saudita, por causa de preocupações com a campanha militar saudita na guerra do Iêmen. Todas as facções envolvidas neste conflito – que começou em 2014, já matou mais de 10 mil pessoas e afundou grande parte do país em uma escassez generalizada de alimentos – foram acusadas de cometer abusos de direitos humanos e crimes de guerra. Muitos senadores se opunham à venda de armas à Arábia Saudita pelo seu papel no conflito. O país lança ataques aéreos contra rebeldes houthi – que controlam a maior parte do Iêmen – dizendo estar “defendendo o governo legítimo” do presidente, Abdrabbuh Mansour Hadi. A venda, no entanto, foi aprovada por uma estreita margem no Senado americano. O Catar também é outro grande importador de armamentos. Segundo o Sipri, nos últimos anos, “as importações de armas do Catar aumentaram 245%”. Na semana passada, o secretário americano de Defesa, James Mattis, assinou um acordo de US$ 12 bilhões para a venda de 36 aviões de combate F-15 ao Catar. Situação ‘confusa’ Segundo um estudo do Sipri, as importações de armas do Catar aumentaram 245% nos últimos cinco anos Direito de imagemREUTERS O acordo ocorreu no momento em que Arábia Saudita lidera, junto com outros países da região, um duro bloqueio econômico e diplomático contra o vizinho Catar, por supostamente “apoiar a terroristas”. O presidente Donald Trump elogiou a ação. “Dizem que vão adotar uma linha dura contra o financiamento do extremismo e todas as referências apontam para o Catar. Talvez este seja o começo do fim do horror do terrorismo”, escreveu Trump no Twitter. Já o democrata Ted Lieu disse, em uma audiência no Congresso, que “é muito confuso para os líderes mundiais e os membros do Congresso quando a Casa Branca faz duas coisas exatamente opostas” em relação ao Catar. Cabe lembrar que o Catar abriga a maior base militar americana no Oriente Médio, a base aérea Al-Udeid, que foi essencial para missões militares e de contraterrorismo dos Estados Unidos e de seus aliados no Afeganistão, no Iraque e na Síria. Principal mercado Tudo parece indicar que o Oriente Médio, uma região submersa em numerosos conflitos, continuará sendo um dos principais importadores de armas do mundo. E os Estados Unidos, seu principal fornecedor. “Durante os últimos cinco anos, um dos principais mercados de armas dos Estados Unidos foram as nações do Oriente Médio, especialmente a Arábia Saudita”, disse à BBC Pieter Wezeman, pesquisador do Sipri. “E mesmo que Obama tenha imposto algumas restrições, no total, essas restrições foram quase invisíveis.” “Tudo parece indicar que agora, com Trump, será inclusive mais fácil adquirir armas dos EUA do que era antes – para países como Arábia Saudita, Bahrein e vários outros na região”, conclui. A guerra no Iêmen afundou o país numa escassez de alimentos Direito de imagemAFP Estratégia A pergunta é: será que Donald Trump tem uma estratégia para o Oriente Médio, para além da venda de armas? Segundo a correspondente da BBC no Departamento de Estado, Barbara Plett Usher, em Washington se fala de uma “aparente desconexão entre o desejo de vender mais armas para a região e uma estratégia articulada para pôr fim aos conflitos ali”. Pieter Wezeman afirma que Trump não parece ter uma estratégia mais abrangente do que “vender armas para criar empregos nos Estados Unidos”. “Ele parece ter jogado fora qualquer preocupação com direitos humanos”, diz. “E parece extremamente disposto a fornecer qualquer tipo de armas que os países do Oriente Médio queiram
EUA anunciam venda bilionária de caças ao Catar Caças F15: negócio entre EUA e Catar vale 12 bilhões de dólares e pode envolver até 36 jatos Em meio à crise no Oriente Médio, Washington fecha venda de aviões de guerra no valor de US$ 12 bilhões e faz operações navais conjuntas com país árabe, que abriga maior base militar americana na região.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Os Estados Unidos fecharam uma venda bilionária de caças ao Catar e começaram manobras navais conjuntas com o país nesta quinta-feira (15/06), ressaltando seu compromisso com seu aliado militar, apesar da crise entre Doha e governos vizinhos. Washington tem enviado sinais contraditórios a seu aliado de longa data em relação à sua posição sobre a crise diplomática, desatada após a Arábia Saudita e seus aliados suspenderem relações com o Catar, impondo sanções ao emirado. Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, expressou seu apoio às acusações contra o Qatar, afirmando que o emirado tem sido “historicamente um financiador do terrorismo em um nível muito alto”. Mas funcionários do Pentágono e do Departamento de Estado têm se esforçado desde então para tranquilizar o emirado, que abriga cerca de 10 mil soldados americanos, a maior base aérea dos EUA no Oriente Médio e a central de comando para operações militares dos EUA no Iraque, Síria e Afeganistão. Visita a Washington O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, recebeu seu homólogo do Qatar, Khalid al-Attiyah, em Washington nesta quarta-feira, para a assinatura do acordo para a venda de caças F-15. “A venda de 12 bilhões de dólares dará ao Qatar uma capacidade de tecnologia avançada e aumentará a cooperação de segurança e de interoperabilidade entre os Estados Unidos e Qatar”, disse o Pentágono, sem fornecer detalhes adicionais sobre a venda. A agência de notícias Bloomberg relatou que ela pode envolver até 36 caças. “O Catar e os Estados Unidos solidificaram sua cooperação militar lutando lado a lado por muitos anos, em um esforço para erradicar o terrorismo e promover um futuro de dignidade e prosperidade”, disse Attiyah em comunicado. Os militares americanos haviam anunciado um negócio semelhante de 21,1 bilhões de dólares em novembro, envolvendo 72 caças F-15 para o Catar nos dias finais da administração Obama. Não ficou imediatamente claro se os dois negócios se tratam do mesmo acordo. Representantes do governo do Qatar não responderam imediatamente à essa questão na quinta-feira. Exercícios militares conjuntos O Pentágono enviou dois navios de guerra para realizar manobras conjuntas com a Marinha do Catar, no Golfo. Os navios atracaram no Porto Hamad, ao sul da capital Doha, na quarta-feira, segundo o Ministério da Defesa do Catar. Washington expressou crescente preocupação com o impacto da crise diplomática em suas operações militares contra o “Estado Islâmico“. O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse na semana passada que a crise estava “atrapalhando” a campanha e pediu que a Arábia Saudita e seus aliados aliviassem seu “bloqueio”. A Arábia Saudita e seus aliados Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein disseram que não haverá retomada das relações até o Qatar suspender seu apoio a organizações como a Irmandade Muçulmana, que os quatro governos consideram um grupo terrorista. Mas o Qatar e seus aliados – liderados pela Turquia – dizem que o emirado tem todo o direito de conduzir uma política externa independente e chamaram as sanções impostas como “desumanas e anti-islâmicas”. md/afp/ap
Prontos para a briga. São 153 os países no mundo (ou 75% do total) que importaram alguma quantidade de grandes armas entre 2010 e 2014. No entanto, os 5 principais responderam por um terço do volume total, com liderança da Índia. Os números foram divulgados ontem pelo Stockholm International Peace Research Institute. Com o desenvolvimento de uma indústria de armas própria, a China tem conseguido diminuir brutalmente sua importação, mas segue em terceiro. Ela também aparece no ranking de maiores exportadores, assim como os Estados Unidos. Em comparação com o período anterior, as importações cresceram 45% na África e 37% na Ásia e Oceania. Na Europa, caíram 36%. Veja a seguir os 10 maiores importadores de grandes armas entre 2010 e 2014 – incluindo equipamento militar como aviões e navios – e quais são os 3 principais fornecedores de cada um: 1. Índia Reuters Parceiros Parcela das importações 1 Rússia 70% 2 Estados Unidos 12% 3 Israel 7% 2. Arábia Saudita Riyadh March 26, 2014 Membros das forças especiais da Arábia Saudita treinam em Darma. (26/3/2014) Parceiros Parcela das importações 1 Reino Unido 36% 2 Estados Unidos 35% 3 França 6% 3. China Mark Ralston/AFP Avião militar exposto na China: Pequim reforça continuamente o gasto de Defesa, que subiu 11,2% em 2012 e 10,7% em 2013 Parceiros Parcela das importações 1 Rússia 61% 2 França 16% 3 Ucrânia 3% 4. Emirados Árabes Unidos Petra News Agency/Reuters Parceiros Parcela das importações 1 Estados Unidos 58% 2 França 9% 3 Rússia 9% 5. Paquistão AFP Soldados fazem uma operação contra militantes do taleban no Paquistão Parceiros Parcela das importações 1 China 51% 2 Estados Unidos 30% 3 Suécia 5% 6. Austrália Exército da Austrália / Wikimedia Commons Parceiros Parcela das importações 1 Estados Unidos 68% 2 Espanha 19% 3 França 6% 7. Turquia Mustafa Ozer/AFP Helicóptero militar turco sobrevoa a região de Hakkari, perto da fronteira com o Iraque Parceiros Parcela das importações 1 Estados Unidos 58% 2 Coreia do Sul 13% 3 Espanha 8% 8. Estados Unidos Lockheed Martin Parceiros Parcela das importações 1 Alemanha 18% 2 Reino Unido 15% 3 Canadá 13% 9. Coreia do Sul AFP / Kim Jae-Hwan Tanques sul-coreanos avançam durante as manobras militares conjuntas com os Estados Unidos Parceiros Parcela das importações 1 Estados Unidos 89% 2 Alemanha 5% 3 Suécia 2% 10. Singapura Wikimedia Commons Parceiros Parcela das importações 1 Estados Unidos 71% 2 Alemanha 10% 3 Suécia 6% Fonte:Exame
Um ano antes do Estado Islâmico estabelecer seu califado extremista na Síria e no Iraque, Abdulmunam Almushawah notou uma mudança preocupante a mais de 1.600 quilômetros de distância, na Arábia Saudita. Homem com bandeira do Estado Islâmico em Raqqa, Síria – Foto Reuters O chefe de um programa financiado pelo governo saudita que rastreia jihadistas on-line disse que viu novas tendências crescendo entre os militantes já em 2013. Eles estavam formando grupos técnicos para ajudar radicais a enviar mensagens criptografadas.Houve uma enxurrada de atividades em francês, e os apelos à jihad na Europa estavam crescendo. Dois anos mais tarde, houve massacres em Paris, primeiro na revista Charlie Hebdo em janeiro e, em seguida, em múltiplos alvos em novembro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Entendemos que eles estiveram construindo a realidade de hoje”, disse Almushawah em uma entrevista em sua base em Riad. “O que acontece na vida real tem uma sombra anterior no mundo eletrônico”. Os EUA e seus aliados dizem que estão vencendo a luta contra o Estado islâmico, retomando território conquistado no ano passado e libertando cidades como Kobane na Síria e Ramadi no Iraque. No entanto, está perdendo terreno em uma área na qual os ataques aéreos não podem alcançar, um espaço em grande parte controlado por empresas sediadas nos Estados Unidos. Executivos da Google Inc. e Facebook Inc., junto com funcionários do governo agora estão reunindo apoio para uma resposta combinada. Território Digital As informações recolhidas por Almushawah mostram como é difícil pegar as informações atuais e transformá-las em previsão. Os jihadistas desenvolveram um nível de conhecimento técnico que permite a utilização da Internet e das redes sociais sem serem pegos por agências de inteligência, disse a Europol em um relatório divulgado na segunda-feira. A campanha de Internet do Estado Islâmico, também conhecida como ISIS, ISIL ou Da’esh, ajudou a atrair milhares de soldados estrangeiros e inspirou ataques isolados. O de San Bernardino, Califórnia, mostrou como a Internet ajuda a “fazer crowdsource de terrorismo, para vender assassinatos”, disse James Comey, diretor do Federal Bureau of Investigation (FBI). Envolveu pessoas “consumindo veneno pela Internet”, disse ele em um discurso duas semanas após o ataque de dezembro. Almushawah notou mais recentemente um aumento no diálogo envolvendo a Indonésia. Uma bomba em Jacarta reivindicada pelo Estado Islâmico deixou oito pessoas mortas este mês. Nova Dinâmica Um vídeo de 17 minutos aparentemente feito pelo Estado Islâmico no domingo mostrou imagens supostamente de um dos nove terroristas que participaram dos ataques de 13 de novembro em Paris, no território controlado pelo grupo, antes dos ataques, enquanto declarava que empresários e líderes políticos franceses são alvos da agrupação. O vídeo recebeu o título de: “Mate onde encontrá-los”. Empresas de rede social estão cooperando com as agências de inteligência ocidentais, mas caminham sobre a linha tênue entre ajudar na luta contra o extremismo e desencadear uma enxurrada de demandas de países em todo o mundo pedindo para apagar postagens. Contra ataque Com a expansão desse alcance on-line, também aumentaram os esforços das agências de segurança de combatê-la, como fizeram com a Al-Qaeda. Os EUA este mês anunciaram sua Countering Violent Extremism Task Force, um novo grupo que irá integrar o esforço em casa, e outra organização para fazer a ligação com os parceiros internacionais. A Casa Branca disse no dia 8 de janeiro, que a equipe de segurança do presidente Barack Obama se reuniu com empresas de tecnologia na Califórnia. A unidade especializada da Polícia Metropolitana de Londres remove 1.000 posts de conteúdo extremista a cada semana, em média, enquanto a Europol criou uma equipe em junho, com a missão de combater a presença do Estado Islâmico nas redes sociais. Sua missão era fechar qualquer nova conta afiliada ao Estado Islâmico duas horas depois de ter sido criada. O desafio é eliminar o recrutamento e incitamento na Internet e nas redes sociais, mantendo fontes suficientes de inteligência para diminuir o apelo e frustrar ataques. Alma extremista De volta a Riad, a unidade de Almushawah, chamada Assakina, iniciada em 2003 em um país cuja própria marca conservadora do Islã tem sido acusada de abastecer a jihad. Quinze dos 19 autores do 11 de setembro de 2001, os ataques contra os EUA, eram cidadãos sauditas. Enquanto existe um potencial para o sucesso, o esforço ainda tem como alvo apenas um punhado relativo de militantes, disse Almushawah. O que é necessário é uma abordagem global, afirma ele. “O ciberespaço é a alma do Estado Islâmico”, disse Almushawah. Donna Abu-Nasr e Jeremy Hodges, da Bloomberg
Países fazem doações ao ACNUR e enviam ajuda, mas não oferecem asilo O rei saudita Salman bin Abdulaziz em Washington na passada sexta-feira Foto: GARY CAMERON (REUTERS As monarquias petrolíferas da península Arábica estão na alça de mira. Estão entre os países mais ricos do mundo. Têm a mesma língua e religião que a maioria daqueles que fogem da guerra na Síria. Não abrigaram, entretanto, um só refugiado. Suas generosas doações ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e as ações de suas organizações de caridade são pouco diante dos quatro milhões de sírios recebidos no Líbano, Jordânia, Turquia e até mesmo no Iraque e no Egito. Causas políticas e suas próprias estruturas demográficas dificultam a abertura de suas fronteiras.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Recebemos alguns refugiados no Catar e além disso eu mesmo participei de várias visitas aos acampamentos da Jordânia, Líbano e Turquia nos quais entregamos tendas, material educacional e dinheiro”, afirma Khalid Al-Mohannadi, um empreendedor social com vocação humanitária. Al-Mohannadi estima em “8.000” os sírios aceitos em seu país, ainda que admita que “não são chamados derefugiados” e indique o Ministério do Trabalho para obtenção do número exato. O Catar —com uma renda per capita de 93.000 dólares (361.000 reais), segundo o Banco Mundial—, e os outros estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Omã) não assinaram a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados da ONU de 1951, na qual se define quem é refugiado, seus direitos e as responsabilidades com eles. As permissões de residência são vinculadas ao trabalho e este, por sua vez, ao perverso sistema dekafala ou patrocínio. “Esqueçam as convenções: todos os países têm obrigação moral de ajudar os refugiados sírios”, repete insistentemente Peter Sutherland, representante especial da ONU para a migração internacional. Isso parece ter sido entendido por muitos árabes que se lançaram às redes sociais para pedir aos governos das monarquias petrolíferas que abriguem os que fogem da guerra. A hashtag em árabe “dar as boas-vindas aos refugiados da Síria é um dever do Golfo” foi uma das mais numerosas no Twitter. Alguns destacados comentaristas da região, como o blogueiro dos Emirados Árabes Sultan Al-Qassemi, também defendem que esses estados devem abrir suas portas aos sírios. “É o caminho responsável, ético e moral que deve ser seguido”,escreveu Al-Qassemi, que argumenta que isso melhoraria sua imagem ruim em relação aos direitos humanos e frearia a perda da cultura árabe da qual frequentemente se queixam. As monarquias do Golfo já escancararam suas portas aos kuwaitianos quando Saddam Hussein invadiu o emirado em 1991, oferecendo-lhes moradias e toda a espécie de facilidades. As considerações hoje, entretanto, são diferentes. “Suspeito que temem a chegada de um grande número de árabes politicamente ativos que possam de alguma forma influenciar sociedades tradicionalmente passivas”, explica Al-Qassemi. Em uma inusitada crítica, o jornal catariano Gulf Times condenou na semana passada “o silêncio ensurdecedor” dos “ricos países do Golfo [que] ainda não emitiram uma declaração sobre a crise, muito menos alguma proposta de estratégia para ajudar os imigrantes que são majoritariamente muçulmanos”. Fontes oficiosas argumentaram que deram refúgio seguro a milhares de sírios e palestinos com documentos sírios que pediram o reencontro com suas famílias. Andreas Needham, porta-voz do ACNUR para a região, confirma em um e-mail que esses países “respeitam os padrões internacionais em relação à proteção de refugiados, em particular o princípio de não devolução”. Destaca a decisão do Kuwait em facilitar permissões de residência de longa duração aos 120.000 sírios que vivem no emirado, “o que os permitirá permanecer ali até mesmo se perderem seu atual estatuto legal”. Solicitações pendentes Ainda que os países do Golfo não aceitem refugiados, os escritórios do ACNUR abertos nesses lugares recebem solicitações. Atualmente existem 12.500 pendentes, das quais 7.000 são de sírios, 3.500 deles estão no Kuwait, 2.250 nos Emirados Árabes Unidos e 1.250 na Arábia Saudita. “Aqui não há lugar para os refugiados sírios. Não é suficiente que os estados do Golfo deem dinheiro e trabalhos inseguros”, afirma Kenneth Roth, da Human Rights Watch. Seus colegas de várias organizações de direitos árabes também denunciaram “o abandono pelos estados árabes, e em particular os do Golfo, de sua responsabilidade em proteger e dar acesso seguro aos refugiados”. Mas nem esses gestos e “as generosas doações” que, segundo Needham, fazem ao ACNUR (nos últimos dois anos e meio, somente para a Síria, 500 milhões de dólares (1,94 bilhão de reais) entregues e até 1,2 bilhão de dólares (4,66 bilhões de reais) prometidos), calam as censuras. “É muito pouco comparado com sua capacidade”, declara ao EL PAÍS Khalid Ibrahim, codiretor do Gulf Center for Human Rights. “O Líbano é um pequeno país sem recursos e abrigou mais de um milhão de sírios; o mesmo na Jordânia. Dizem que estão financiando os acampamentos nesses países, mas vá lá ver em que situação estão. Não podem trabalhar, de modo que não veem futuro. Somente na Turquia estão um pouco melhor porque têm certa liberdade de movimentos e quando podem, tentam chegar à Europa”. O ativista denuncia que, além de não gastar o necessário para resolver a crise, os países do Golfo são responsáveis por seu prolongamento “por sua ajuda aos grupos extremistas”. Ibrahim pede, entretanto, “que se diferencie os governantes e os governados”. “São governos não eleitos e as pessoas não têm liberdade de expressão”, acrescenta convencido de que a maioria está disposta a ajudar os refugiados. El País
A Arábia Saudita divulgou um comunicado por meio de sua agência de notícias oficial condenando o ataque à revista francesa Charlie Hebdo, que resultou na morte de 12 pessoas. Na mesma semana, contraditoriamente, o governo retirou um blogueiro chamado Raif Badawi de sua cela em Jedá, levou-o a uma praça em frente a uma mesquita e o puniu com 50 chibatadas. Badawi foi preso e castigado por publicar textos questionando as rígidas restrições islâmicas do país. O blogueiro deve sofrer mais 50 chibatadas todas as sextas-feiras durante 19 semanas consecutivas – totalizando mil chibatadas –, além de ter sido condenado a 10 anos de prisão e a pagar uma multa cujo valor gira em torno de 650 mil reais. O site de Badawi também foi retirado do ar pelo governo saudita. Conspiração contra o governo Quando Badawi, pai de três filhos, foi preso, em 2012, foi acusado de conspirar contra a segurança saudita, o que poderia resultar em pena de morte automática. No entanto, em 2013 esta sentença caiu.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Na quinta-feira, em uma rara intervenção no sistema judiciário saudita, o Departamento de Estado convidou o governo a “cancelar a punição brutal” e a avaliar tanto o caso quanto o “castigo desumano” ao qual Badawi estava sendo submetido. Waleed Abu al-Khair, advogado do blogueiro, também foi sentenciado a 15 anos de prisão por “insultar o Judiciário, incitando a opinião pública e minando o regime e seus governantes”. Em outubro de 2014, três outros advogados foram condenados de cinco e oito anos de prisão por criticar o Ministério da Justiça. Sarah Leah Whitson, da entidade Human Rights Watch, criticou a postura do governo saudita. “Em vez de perseguir seus críticos pacíficos, as autoridades sauditas seriam mais bem empregadas caso fizessem a realização de reformas necessárias”. O governo dos Estados Unidos também pediu o cancelamento da pena de Badawi. Grupos de direitos humanos afirmam que o caso contra o blogueiro é apenas parte de uma repressão mais ampla da liberdade de expressão. Tradução: Fernanda Lizardo, edição de Leticia Nunes. Com informações de Robin Wright [“A Saudi Whipping”, The New Yorker, 9/1/15] e de Aya Batrawy e Cara Anna (Associated Press) [“Saudi Blogger Convicted For Insulting Islam Flogged In Public 50 Times”, The Huffington Post
O governo de Riad perde com a queda de preços, mas celebra instabilidade no Irã e teste à nova indústria petrolífera norte-americana Salman bin Abdulaziz Al-Saud, o príncipe-herdeiro do trono saudita, em evento na terça-feira 6. A família real depende do petróleo, mas por enquanto está disposta a encarar a queda. Na terça-feira 6, o preço do petróleo nos mercados de Londres e Nova York, referências para o resto do mundo, ficou abaixo dos 52 dólares, menor valor desde 2009. A brusca queda recente, de 55% desde a metade de 2014, é resultado de uma oferta elevada, marcada por picos de produção na Rússia, no Iraque e nos Estados Unidos, e demanda comprimida pela lentidão das economias de China, Japão e países europeus. O cenário deveria provocar preocupação na Arábia Saudita, maior exportadora e dona da maior capacidade de produção de petróleo do mundo, mas a monarquia se mostra tranquila. A queda de preços é ruim para o governo saudita, mas pior para seu maior inimigo, o Irã, e serve para testar a força da crescente produção norte-americana, que causa apreensão em Riad por minimizar a dependência que Washington tem do petróleo saudita. Em 21 de dezembro, em reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na Áustria, a Arábia Saudita revelou sua serenidade com o tombo do preço do petróleo. Sem conseguir um acordo com países de fora do cartel, como a Rússia e o México, a Opep decidiu não reduzir suas metas de produção, o que faria a cotação do barril crescer. A opção pela regulação do preço a partir da lógica do mercado foi um afastamento da tradição da Opep, comandada pelos sauditas. Ao longo das últimas quatro décadas, o cartel petrolífero tirou e injetou barris no mercado sempre que os preços escaparam aos limites desejados, para cima ou para baixo. Desta vez, sem a mesma capacidade de influenciar o mercado, os sauditas aceitaram pagar para ver até onde a queda vai. O governo de Riad nega estar conspirando para prejudicar determinadas nações, mas parece óbvio que a família real observa o resultado de sua aposta com a expectativa de obter dividendos políticos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Não há dúvidas de que o petróleo em baixa prejudica a Arábia Saudita. A economia do país é pouco diversificada e muito dependente do setor petrolífero, responsável por 85% das exportações e 50% do PIB. Entre 2014 e 2015, a receita do petróleo deve cair 88%, sendo responsável por um déficit de 39 bilhões de dólares no orçamento saudita, o maior da história, o que acarretará cortes de gastos públicos e, possivelmente, alguma instabilidade política. Ainda assim, a Arábia Saudita pode suportar o baque – além de reservas monetárias de 750 bilhões de dólares, o País tem o menor custo de produção de petróleo no mundo, de cerca de cinco dólares por barril. Se cortasse sua produção sem uma combinação prévia com países de fora da Opep e promovesse a elevação do preço do petróleo, a Arábia Saudita poderia perder cotas de mercado. Foi isso o que ocorreu nos anos 1980, quando o barril foi vendido a menos de 10 dólares e os sauditas perderam clientes ao cortar sua própria produção, enquanto outros países mantiveram-na, vendendo seu petróleo por um preço mais baixo. Em um cenário de disputa por mercado, a Arábia Saudita poderia perder espaço para aliados, como os Emirados Árabes Unidos e o Kuwait, mas também para países que vê como rivais. Um deles é a Rússia, que segue apoiando o ditador sírio Bashar al-Assad, o qual os sauditas tentam derrubar. Outro é o Irã, visto como o maior inimigo da Arábia Saudita. Além de apoiar Assad, o regime iraniano, visto como ameaça existencial, contrapõe os interesses sauditas em quase todos os pontos nevrálgicos do Oriente Médio. O Irã como alvo A queda atual do preço do petróleo atinge duramente as ambições de Teerã em um momento sensível. No próximo dia 15, negociadores iranianos vão se encontrar novamente com emissários de Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido e Rússia para tentar chegar a um acordo sobre o programa nuclear. A Arábia Saudita jamais apoiou o diálogo com o Irã – ao contrário, o país árabe faz lobby para que os Estados Unidos resolvam a questão por meios militares, bombardeando as instalações nucleares iranianas para “cortar a cabeça da cobra”. Sem condições de direcionar a política externa dos EUA, a Arábia Saudita trabalha para desestabilizar o Irã. O ímpeto pelo acordo nuclear é comandado por Hassan Rouhani, presidente do Irã. Rouhani trava uma batalha interna com setores linha-dura, contrários ao diálogo com os EUA, e tem vendido a ideia de que a solução para os graves problemas econômicos do país é o acordo nuclear e o fim das sanções impostas por EUA e Europa. Para manter o impulso pelo diálogo, Rouhani precisa de apoio popular e este depende significativamente da situação da economia. Após um acerto provisório com as potências em novembro de 2013, algumas sanções contra o Irã foram aliviadas. Isso facilitou a recuperação econômica do país, marcada pela reversão da recessão e pelo fim da alta da inflação, mas a diminuição do lucro do petróleo provocará um duro impacto nas contas iranianas. Metade das receitas do país é oriunda do setor petrolífero, e Teerã precisaria, segundo o FMI, de um barril cotado a 136 dólares para ter um orçamento balanceado. Com o petróleo vendido perto dos 50 dólares, as dificuldades serão tremendas. Por isso, a partir de março, entrará em vigor no Irã um orçamento bastante austero, com aumento de impostos e redução de subsídios para alimentos e combustível. São medidas impopulares, que podem erodir o apoio a Rouhani e dificultar o diálogo, exatamente o que os sauditas desejam. Os EUA como alvo Além de ver o sofrimento do Irã, a Arábia Saudita espera obter um segundo dividendo político-econômico com a brusca queda do preço do petróleo: testar a resiliência da produção norte-americana do petróleo de folhelho (shale oil, em inglês), uma rocha sedimentar que é explorada por meio
A cidade de Natal, bem aqui vizinho a aldeia dos Tapebas, vai conquistando, mais e mais a preferência dos turistas. Limpa e aprazível, a capital potiguar, sem necessidade de slogans do tipo “Natal Bela”, atrai, agora, os olhares e os bolsos petrolíferos das arábias. Enquanto isso, na Fortaleza Bela… Linha direta A companhia aérea Emirates, da Arábia Saudita, vai ter uma linha direta Natal-Dubai. Os xeiques estão encantados com a capital potiguar. Coluna Claudio Humberto