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Janot é seletivo ao denunciar políticos na Lava Jato? Cunha acha que sim

O presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), insinuou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, favorece petistas nas investigações da Operação Lava Jato. Foto:José Cruz/ABr Às vésperas de novo julgamento no Supremo Tribunal Federal, que analisará indícios de fraudes relativas a contas mantidas secretamente no exterior, ele negou ter mentido sobre seu patrimônio fora do país. Segundo Cunha, ao pedir a abertura de nova denúncia contra ele, Janot age “com seletividade”. Aos Fatos checou, a partir da lista de todos os políticos com mandato implicados nos casos de corrupção na Petrobras, quantos são investigados, quantos são denunciados e quantos foram condenados em algum momento dos últimos dois anos de Operação Lava Jato.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A reportagem verificou, por exemplo, que a maioria dos políticos envolvidos no escândalo é do PP — o que resulta em mais pepistas denunciados também. Só que Janot tem denunciado mais petistas do que peemedebistas, proporcionalmente. Hoje, há seis filiados ao PT de alguma forma implicados, contra sete do PMDB. Todavia, quanto ao número de denunciados, há empate: dois a dois. Sem contar os dois congressistas ex-PT já condenados: o ex-senador Delcídio do Amaral e o ex-deputado André Vargas. Ambos foram investigados quando ainda integravam a legenda. Veja abaixo como chegamos a essa conclusão. FALSO Quantos petistas estão denunciados? [Janot] age com seletividade e só se concentra no que lhe interessa. Conforme levantamento de Aos Fatos nas bases do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público Federal, há, hoje, 36 políticos com mandato sob algum grau de implicação na Operação Lava Jato. Seriam 39, se o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido, ex-PT), o ex-deputado Luiz Argôlo (SD-BA) e André Vargas (PT-PR) não tivessem perdido seus cargos em função das investigações. (Aos Fatos considerou apenas políticos com mandato porque só eles precisam passar obrigatoriamente por Janot para serem denunciados ao STF.) Desses 36, 11 já foram denunciados pela Procuradoria Geral da República ao STF, dentre os quais nove deputados e dois senadores. Seriam 12 parlamentares se considerássemos, novamente, Delcídio, que aguarda julgamento em liberdade condicional. Nesse grupo de denunciados com mandato, há dois petistas: a senadora Gleisi Hoffmann (PR), que é acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostos desvios da Petrobras para financiar sua campanha ao Senado em 2010; e o deputado federal Vander Loubet (MS), que é acusado de integrar organização criminosa em um esquema ligado ao senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) — outro denunciado — na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A maioria de denunciados é do PP: cinco. A sigla é, também, a que tem o maior número de políticos citados no escândalo: 32. O deputado José Otávio Germano (RS) foi acusado de ter recebido dinheiro desviado da Petrobras por meio de doações oficiais de campanha; o deputado Luiz Fernando Faria (MG) foi acusado de corrupção passiva e ocultação de bens; o deputado Mário Negromonte Jr. (BA), de corrução passiva, ocultação de bens, organização criminosa e obstrução de justiça; e o deputado Nelson Meurer (PR), de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Este último virou réu no Supremo nesta terça-feira (21). Do partido de Eduardo Cunha, o PMDB, há dois denunciados: o deputado Aníbal Gomes (CE), que é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e o próprio Cunha, que tem três denúncias contra ele no STF com acusações como corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma dessas ações, ele já é réu. A corte decide nesta quarta-feira (22) se ele poderá virar réu numa segunda denúncia. Conforme a queixa de Cunha, Janot agiria “com seletividade” ao acusar envolvidos na Lava Jato. Ele insinua que o procurador-geral da República protege políticos do PT em detrimento de filiados aos demais partidos — sem especificar quais. Dentre os denunciados, há, portanto, de acordo com o que Aos Fatos checou, dois do PT e dois do PMDB — isso se a intenção de Cunha for apenas a de defender seus correligionários. O PP, nesse caso, é maioria: cinco. Dentre os investigados, que são 22, há três políticos do PT, contra cinco do PMDB. Os representantes do PP, novamente, agregam a maior parcela: 14 têm inquérito aberto contra eles. Há ainda um membro do DEM. Já que a maioria dos políticos envolvidos nos inquéritos que investigam corrupção na Petrobras é do PP, o mesmo se reflete nos desdobramentos jurídicos da Lava Jato: há mais pepistas denunciados. Não há, entretanto, nenhum político do PP condenado. Na proporção, Janot, na verdade, tem denunciado mais petistas do que peemedebistas. Há seis filiados ao PT (sete, se contar Delcídio) de alguma forma implicados no escândalo, contra sete do PMDB. No entanto, na quantidade de denunciados, há empate: dois a dois. Veja o status de cada um dos políticos com mandato implicados na Lava Jato Outros casos. Os ex-deputados André Vargas e Luiz Argôlo são os únicos condenados nesse grupo de políticos atingidos pela Lava Jato durante seus mandatos. Enquanto o primeiro foi cassado por seus pares em dezembro de 2014 na Câmara, Argôlo conseguiu se livrar da perda de mandato porque não foi julgado em plenário antes do fim de seu mandato, também em 2014. O ex-senador Delcídio do Amaral, que tem trajetória parecida, ainda não foi julgado. Ele foi cassado em abril deste ano no Senado. O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e o deputado Simão Sessim (PP-RJ) tiveram seus inquéritos arquivados. por Tai Leon

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