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Aécio, Álvaro Dias e todos os senadores do PSDB não assinam CPI do HSBC

Nenhum senador do PSDB assinou a CPI para investigar o escândalo do banco britânico HSBC, mas o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) anunciou no Plenário, nesta quinta-feira (26), ter protocolado o pedido de criação da comissão parlamentar de inquérito do HSBC. Combatentes contra a corrupção os senadores do PSDB, Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira e Álvaro Dias não assinaram o pedido de CPI. Ele informou ter conseguido 33 assinaturas, 6 a mais que o mínimo necessário para a criação de uma CPI. Pelo requerimento, a comissão terá 11 membros titulares e 6 suplentes. De acordo com Randolfe, o requerimento para a CPI tem interesse suprapartidário e não se dirige a “fomentar disputas desta natureza”. A intenção, disse o senador, é “desmantelar pela raiz” um grande esquema criminoso. — Esse escândalo é de dimensão mundial. De acordo com o Financial Times, trata-se do maior caso de evasão fiscal do mundo. É necessário que o Parlamento brasileiro também se manifeste e instaure um procedimento de investigação — afirmou Randolfe. O líder do PSB, senador João Capiberibe (AP), disse entender como prudente o fato de os senadores assinarem o pedido. Para ele, os escândalos da Petrobras já estão sendo investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, motivo pelo qual o partido resolveu esperar a conclusão das investigações. — A do HSBC não tem processo judicial em curso, não tem investigação em curso, não tem nada. Eu acho que talvez seja o caso de o Senado pensar numa CPI — ponderou Capiberibe.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O senador José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso, informou ter assinado o requerimento. Segundo o senador, o Brasil está em um momento de combater a sonegação e de aumentar a formalização nos vários setores da economia, motivo pelo qual a CPI é importante. Para ele, a legislação do sistema financeiro já é muito avançada, mas pode passar por aperfeiçoamentos. — É exatamente por isso que eu assinei essa CPI. Além de identificar aqueles que cometeram erros, o que eu quero, principalmente, é construir uma legislação para superar essas falhas — afirmou o senador. Sobre a habitual polarização entre governo e período eleitoral nas CPIs, Pimentel disse esperar que a investigação não se limite a isso. O período, diz o senador, favorece o trabalho da CPI, já que é início de legislatura e as próximas eleições só serão realizadas no ano que vem. R$ 7 bilhões Conforme noticiado pela imprensa internacional, o banco HSBC na Suíça atuou de forma fraudulenta para acobertar recursos de clientes, blindando-os das obrigações fiscais e da comprovação da origem dos recursos — práticas que poderiam indicar atividades criminosas. O escândalo, conhecido como Swissleaks, tem como fonte original um especialista em informática do HSBC, o franco-italiano Hervé Falciani. Segundo ele, entre os correntistas, estão 8.667 brasileiros, responsáveis por 6.606 contas que movimentam, entre 2006 e 2007, cerca de US$ 7 bilhões, que em grande parte podem ter sido ocultados do fisco brasileiro. Na justificativa do pedido de CPI, Randolfe diz se tratar de “um arrojado esquema de acobertamento da instituição financeira, operacionalizado na Suíça, que beneficiou mais de 106 mil correntistas”, de mais de 100 nacionalidades. O total de recursos manejados dentro do esquema, segundo Randolfe, pode superar US$ 100 bilhões, no período de 1998 a 2007. Para Randolfe, a lista dos titulares das contas certamente guarda estreita relação com outras redes de escândalos do crime organizado do país e do mundo. O senador lamentou que “o escândalo do Suiçalão” venha sendo sistematicamente ignorado pelos grandes veículos de comunicação no Brasil. Segundo Randolfe, essa seletividade denuncia o envolvimento de personagens poderosos, que podem sempre se servir da benevolência de setores da imprensa. Agência Senado

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Eleições 2014. Serra diz que estão colocando a carroça à frente dos bois

Em aparente resposta a entrevista de Aécio sobre eleição presidencial, tucano tuitou que antecipar debate ‘atrapalha e desorganiza a oposição’ O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) utilizou ontem o microblog Twitter para dizer que não é o momento de a oposição discutir a sucessão da presidente Dilma Rousseff, numa aparente resposta à declaração do senador tucano Aécio Neves (MG). Em entrevista ao Estado, publicada no domingo, o mineiro afirmou estar pronto para disputar a Presidência com qualquer candidato do PT, “seja Lula ou Dilma”. Serra afirmou ontem, no Twitter: “2014 está longe. Antes vem 2012. Querer colocar o carro adiante dos bois só atrapalha e desorganiza a oposição”. Na segunda-feira à noite, após reunião do Conselho Político do PSDB, o ex-governador havia dito que achou a entrevista “interessante” e “verdadeira”. “Acho positivo que Aécio se coloque”, disse após a reunião, da qual o mineiro também participou. Segundo políticos ligados a Serra, o ex-governador sonha em disputar a eleição presidencial pela terceira vez, em 2014.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Aécio não quis entrar em polêmica. Por meio de sua assessoria, o senador afirmou ontem que pensa exatamente desta forma, de que não é o momento de discutir a sucessão presidencial. Panos quentes. “Uma coisa que o mineiro não faz é passar o carro na frente dos bois”, endossou o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado Marcus Pestana, afirmando que a opinião de Serra e de Aécio é a mesma. Pestana lembrou que o senador disse à bancada tucana, em jantar realizado há duas semanas, que não é hora de colocar a campanha presidencial na rua. “Aécio acha que o momento é de organizar e modernizar o partido e ter foco nas eleições de 2012″, disse Pestana. “O partido tem que discutir um realinhamento programático e uma agenda para o Brasil.” Já o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que não entendeu a declaração de José Serra como um recado para Aécio. “Não creio que seja para o Aécio, até porque ele (Aécio) foi pressionado a se manifestar pelos próprios integrantes do PSDB”, ponderou. “O que é mais importante é o que conversei com o Aécio terça-feira e que tenho conversado com o Serra, a respeito da definição das primárias para a escolha do candidato. É mais importante definir o processos do que a escolha. Se adotarmos as primárias, o nome escolhido será legitimado pelo processo, e terá a participação da militância”, explicou Álvaro Dias. Para ele, as primárias eliminam a hipótese da racha no partido e derrubam qualquer pretexto para a montagem de dissidências. “Estamos chegando a isso com muito facilidade. Primeiro é preciso revitalizar o partido e estimular os militantes, tornar o partido mais sólido para a disputa de 2014″, disse. “Todo mundo é favorável a isso. O Sérgio Guerra (presidente do PSDB), a Executiva, desde os tempos em que o presidente era o Tasso Jereissati (ex-senador cearense). O Aécio e o Serra já são favoráveis.” Andrea Jubé Vianna,João Domingos/O Estado de S.Paulo

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Sarney: O apoio secreto a um assassino da esperança é uma forma silenciosa de suicídio político

São inacreditáveis as esfarrapadas justificativas (sic) dadas pelos senadores de oposição para justificar mais uma eleição do inacreditável Sarney à presidência do Senado Federal, dessa infelicitada e desvalida república dos Tupiniquins. Somente criaturas adeptas de prática masoquista política são capazes de ostentar tais inconspícuas argumentações. Como podem senadores da estirpe de Demóstenes Torres e Álvaro dias, comungaram com mais uma entronização do soba dos Timbiras? Como as oposições pretendem ganhar eleições cúmplices silentes desses conchavos de lesa pátria? No artigo transcrito abaixo, os jornalistas Roberto Pompeu de Toledo e Augusto Nunes reverberam a indignação dos inconformados. “Asinus asinum fricat.” O Editor Na última página da edição de VEJA desta semana, o excelente Roberto Pompeu de Toledo encerrou o texto inspirado em José Sarney com um parágrafo de antologia: A sina do Maranhão, governado, nos últimos 45 anos, por Sarney, familiares ou prepostos, a não ser por curtos intervalos, continua sendo a da desonestidade, da corrução, da violência, da miséria, do analfabetismo e das altas taxas de mortalidade infantil. Mas Sarney, aos 80 anos, dois a menos que Mubarak, alcançou a plenitude da glória. Na primeira hora da madrugada do último dia 1º de janeiro, foi presença de honra na cerimônia de posse da filha, pela quarta vez, como governadora do Maranhão. Voou em seguida para Brasília, onde, como presidente do Congresso, deu posse à nova presidente da República. E, à noite, ainda viajou com o presidente Lula a São Bernardo, onde figurou como atração especial no comício/show montado para receber de volta o mais ilustre morador da cidade. Haja Sarney! Ele promete, como Mubarak, que este é seu último mandato. Nem precisaria de outros. Este é um país intoxicado de Sarney. Na academia, nos jornais e alhures, discute-se se estaríamos vivendo ainda uma era FHC, graças ao rescaldo de suas reformas, ou uma era Lula. Nada disso. O país vive, há mais de meio século, a era Sarney.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Com a conivência da maioria dos oposicionistas, essa era abjeta eviscerada por Roberto Pompeu de Toledo foi prorrogada por mais dois anos de Sarney na presidência do Senado. Líderes do PSDB e do DEM alegam que apenas respeitaram o critério da proporcionalidade, que confere à bancada majoritária o direito de indicar o presidente da Mesa Diretora. Nenhum partido, seja qual for o tamanho da representação no Senado, tem o direito de impor uma escolha que agride o Brasil decente. O critério da proporcionalidade não pode prevalecer sobre critérios morais, nem revogar o sentimento da vergonha. Nenhum oposicionista teria respeitado o critério da proporcionalidade se a votaçãop fosse aberta. Nas conversas com repórteres do site de VEJA, todos evitaram mencionar expressamente o nome de Sarney. Não ousariam decliná-lo em voz alta no plenário. Quando estiverem cauterizadas as feridas morais abertas pela Era da Mediocridade, escrevi em junho de 2009, o Brasil contemplará com desconsolo e desconcerto a paisagem deste começo de século. Como foi possível suportar sem revides as bofetadas desferidas por um José Sarney ─ político sem luz, orador bisonho, poeta menor e escritor medíocre? Como explicar a mansidão da maioria dos insultados pelo coro dos cúmplices contentes? A ausência no plenário do Senado de representantes do Brasil que presta talvez seja mais perturbadora do que a presença de Sarney no centro da Mesa Diretora. Encerrado o espetáculo do cinismo, ninguém falou em nome dos injuriados. Ninguém contestou a discurseira absurda. Ninguém lastimou a decomposição do Legislativo. Ninguém sentiu vergonha. Os senadores ficaram parecidos com Sarney, que é a cara do Senado destes tempos tristonhos. Mais cedo para uns que para outros, a morte política chegará para todos. Tomara que a instituição sobreviva. Os dois parágrafos que encerraram o post com o título Sarney esqueceu que a morte política vive à espreita dos muito vivos podem ser aplicados sem retoques à sessão em que Sarney, neste começo de fevereiro, celebrou outro triunfo e enxergou na própria vida um monumento à ética. Foi a reedição do espetáculo do cinismo encenado há 18 meses, quando tentou dissociar-se do acervo de bandalheiras descoberto nas catacumbas da Casa do Espanto. Em 2009, a oposição redimiu-se parcialmente com a contra-ofensiva que por pouco não despejou Sarney do Congresso. Logo se saberá se os partidos que se declaram adversários do governo entenderam que apoiar secretamente um assassino da esperança é só uma forma silenciosa de suicídio político. Augusto Nunes/Veja

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Senadores, ex-governadores e aposentadorias indecentes

Brasil: da série “o tamanho do buraco”! E você aí meu pobríssimo e infelicitado Tupiniquim, sabia que parte de seu minguadíssimo salário serve para pagar as riquíssimas aposentadorias de suas (deles) ex-celências? Fiquem certos que as mais esfarrapadas — evidentemente farrapos de roupas de ‘grife’ — serão manipuladas pelos nababos eleitoreiros para justificar a excrescência, que, aliás, rima muito bem com excelência. Né não? E Tiririca, o mais inusitado ‘filósofo’ da Terra Brasilis que dizia “pior do que está não pode ficar”? Pode! Os palhaços engravatados o farão. O Editor Senadores somam salário com pensão e furam o teto O Senado brasileiro convive com uma ilegalidade. Mais uma. Alguns de seus integrantes recebem do Estado vencimentos que extrapolam o teto da administração pública. O pé-direito da folha estatal é regulado pelos contracheques dos ministros do STF. No último autoreajuste, os congressistas bateram no teto: R$ 26,7 mil. O problema é que há no Senado pelo menos 26 ex-governadores. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Treze deles recebem, além do salário mensal, aposentadorias estaduais vitalícias. Deve-se o levantamento aos repórteres Adriana Vasconcelos e Roberto Maltchik. A dupla informa que as pensões especiais variam de R$ 11 mil a R$ 24 mil. Seus beneficiários auferem, portanto, ganhos que os acomodam acima do teto. Em alguns casos, a coisa passa de R$ 50 mil. Em decisão de 2007, o STF considerou “ilegal” a aposentadoria que Mato Grosso do Sul pagava ao ex-governador Zeca do PT. Essa modalidade de benefício, havia sido extinta, de resto, pela Constituição aprovada em 1988. A despeito disso, proliferaram pelo país leis e constituições estaduais que restituíram a prebenda. Entre os que usufruem de aposentadorias especiais está o próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Senador pelo Amapá, ele recebe do Maranhão aposentadoria vitalícia de R$ 24 mil. Requereu-a em 1971, depois de deixar o governo do Estado. Além de Sarney, sorvem pensões do erário maranhense outros três senadores que passaram pela cadeira de governador: João Alberto (PMDB), Epitácio Cafeteira (PTB) e Edison Lobão (PMDB), que pediu licença do Senado para reocupar a pasta de Minas e Energia. A afronta é pluripartidária. Ao lado do quarteto do Maranhão, 100% governista, há expoentes da oposição. Gente como José Agripino Maia (RN) e Alvaro Dias (PR), respectivamente líderes do DEM e do PSDB. Ex-governador potiguar, Agripino recebe aposentadoria mensal de R$ 11 mil. Alega que jamais pleiteou: “O benefício era automático na época em que fui governador pela primeira vez, entre 1982 e 86. Isso foi suspenso pela Constituição estadual, mas só em 89”. O tucano Dias é aposentado retardatário. Requisitou a pensão quase duas décadas depois de ter deixado o governo. Já apalpa o benefício mensal. Aguarda deliberação sobre um pedido de parte dos atrasados: R$ 1,6 milhão. Levado às manchetes, Dias alegou que utilizará o dinheiro para fazer “caridade”. Chegou a exibir um recibo referente à primeira “doação”. Emitido por uma creche de Curitiba, o documento trazia data futura: 30 de novembro de 2011. “Engano”, disse Dias. Foi ecoado pela entidade, que trocou o recibo. O fenômeno das aposentadorias especiais como que iguala em perversão personagens de biografias absolutamente distintas. Pedro Simon (PMDB-RS), por exemplo, faz companhia a Valdir Raupp (RO), presidente interino do PMDB e protagonista de inquéritos que correm no STF. Senador impoluto, autor de memoráveis discursos em defesa da ética, Simon pulou na vala comum dos aposentados especiais com 20 anos de atraso. Requereu a aposentadoria de ex-governador gaúcho no ano passado. Alegou que já não conseguia manter a própria casa. Calada a voz de Simon, talvez não haja no Senado quem se anime a verberar contra o descalabro. Uma pena, sobretudo se considerada a fartura de matéria-prima. Na Rondônia de Valdir Raupp (pensão de R$ 20 mil), por exemplo, adicionou-se ao impensável um quê de inacreditável. Antes de eleger-se senador, no ano passado, o agora ex-governador rondoniense Ivo Cassol (PP) fez aprovar um lote de regras que lhe asseguram um aparato de segurança pessoal. Assim, além de lhe prover pensão idêntica à de Raupp, as arcas de Rondônia bancam-lhe a proteção. A dele e a de seu ex-vice João Cahulha (PPS). Em tese, a administração do Senado deveria zelar pela preservação do teto remuneratório da administração pública. Na prática, não o fará. Ouça-se, a propósito, o diretor-geral da Casa, Haroldo Tajra: “Se a fonte de pagamento do salário e da aposentadoria não for a mesma, não há como cumprir o teto. Até porque ele ainda não foi regulamentado e há uma dúvida sobre em qual fonte se aplicaria o corte”. Há também no Senado um rol de ex-governadores que abriram mão das aposentadorias. Entre eles, Aécio Neves (PSDB-MG), Itamar Franco (PPS-MG), João Durval (PTB-BA) e Fernando Collor (PTB-AL). É improvável, porém, que se aninem a escalar a tribuna. No Senado, a afronta caminha de mãos dadas com a camaradagem. blog Josias de Souza

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Aposentadoria de ex-governadores: José Agripino e Álvaro Dias entre os beneficiados

Novamente em destaque a questão da ética e da moralidade, pedras fundamentais para a formação de uma sociedade sadia. Qual a moral que terão parlamentares da oposição para cobrarem condutas ilibadas do governo? E parodiando César nos corredores do senado romano: até tú, Pedro Simon? Quem poderá atirar a segunda pedra nos Delúbios da vida? O Editor R$ 50 mil por mês, apesar do STF A maior bancada do novo Senado, que tomará posse na próxima terça-feira, será a de ex-governadores. Dos 81 parlamentares que iniciarão ou retomarão seus mandatos, pelo menos 26 já administraram seus estados. E 13 deles deverão ter ganhos que ultrapassam o teto do funcionalismo público, equivalente ao novo subsídio dos parlamentares, que é de R$ 26.723,13: vão acumular os novos vencimentos com aposentadorias de ex-governadores. Essas aposentadorias variam de R$ 11 mil a R$ 24 mil. Dependendo de qual estado é, o senador poderá embolsar mais de R$ 50 mil por mês.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Embora o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão sobre o Mato Grosso do Sul, já tenha advertido em 2007 que as aposentadorias de ex-governadores são ilegais, os senadores não parecem dispostos a abrir mão do acúmulo de vencimentos. Nem mesmo o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Embora hoje seja um representante do Amapá, Sarney recebe aposentadoria de R$ 24 mil, que requisitou depois de deixar, em 1971, o governo do Maranhão, estado onde iniciou sua carreira política. Os contribuintes maranhenses arcam com a aposentadoria integral dos três senadores do Estado, entre eles Edison Lobão (PMDB), que está licenciado por ser ministro de Minas e Energia. João Alberto (PMDB) e Epitácio Cafeteira (PTB) são os outros dois ex-governadores. Por ano, os gastos só com o trio, além de Sarney, somam R$ 1,24 milhão. O diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, alega que a instituição não tem como aplicar o teto do funcionalismo para os parlamentares que acumulam seus vencimentos com aposentadorias. Uma das justificativas é que o teto salarial para os servidores públicos até hoje não foi regulamentado. — Se a fonte de pagamento do salário e da aposentadoria não for a mesma, não há como cumprir o teto. Até porque ele ainda não foi regulamentado e há uma dúvida sobre em qual fonte se aplicaria o corte — disse Tajra. Entre os beneficiados por aposentadorias pagas por governos estaduais estão várias estrelas do Congresso, como os líderes da oposição no Senado, José Agripino (DEM-RN) e Álvaro Dias (PSDB-PR). Cada um tem uma explicação para acumular suas aposentadorias com os subsídios de parlamentar. Agripino, por exemplo, alega que nunca pleiteou a aposentadoria. Adriana Vasconcelos e Roberto Maltchik/O Globo

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Petrobras: CPI para abafar os fatos

Do modo como foi estruturada, a CPI tende a abafar, não a investigar. Eis os nomes dos 11 titulares: Pela bancada do governo: 1. Ideli Salvatti (PT-SC) 2. João Pedro (PT-AM) 3. Ignácio Arruda (PCdoB-CE) 4. Fernando Collor de Mello (PTB-AL) 5. Jefferson Praia (PDT-AM) 6. Paulo Duque (PMDB-RJ) 7. Leomar Quintanilha (PMDB-TO) 8. Romero Jucá (PMDB-RR) Pela tropa da oposição: 1. Sérgio Guerra (PSDB-PE) 2. Álvaro Dias (PSDB-PR) 3. ACM Jr. A comissão será instalada na semana que vem. A primeira reunião, como de praxe, será consumida com a eleição do presidente. O escolhido indicará o relator. Por ordem de Lula, o governismo decidiu passar o trator sobre a oposição. Valendo-se da supremacia numérica, acomodará um par de aliados no comando da CPI. A definição dos nomes depende de uma negociação entre PMDB e PT. O primeiro fará o relator. O segundo, o presidente. Dois nomes emergem da lista com força: o petista João Pedro e o peemedebista Jucá. Na véspera, Renan insinuara que líderes não deveriam tomar parte da CPI na condição de membros efetivos. Lia-se nas entrelinhas de suas declarações um recado ao desafeto Aloizio Mercadante, líder do PT. Os dois convivem às turras. Mercadante, depois de conversar com Lula pelo telefone, não se auto-indicou. Mas Renan, subvertendo o critério que estabelecera, mandou à CPI Romero Jucá. Não é líder de nenhum partido. Mas responde pela liderança do governo no Senado. Noves fora Jucá, que deve lealdade a Lula, os outros dois indicados do PMDB – Quintanilha e Duque – são soldados da guarda pretoriana de Renan. Farão o que o “imperador” alagoano mandar. Se, por alguma razão, Renan for tomado por ímpetos de infidelidade, a oposição vai a cinco votos. Com mais um, faz maioria. Jefferson Praia, o nome do PDT, é governista mas não é suicida. A depender do peso dos fatos, pode ser intimado a agir pela consciência. Praia é suplente do independente Jefferson Peres, morto no ano passado. Gosta de dizer que ocupa a cadeira de olho na retidão do ex-titular. De resto, há a incógnita Fernando Collor. Na semana passada, em entrevista ao blog, o ex-presidente dissera que não iria à CPI como miliciano de nenhuma “tropa de choque”. Confirmando-se o declarado, Collor pode, aqui e ali, animar-se a votar com a oposição. No mais, o governo pilota a patrola. Antônio Lacerda/EFE

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Senadores, despesas, Malba Tahan e números mágicos

Observem como as contas das principais “vestais” do senado — em matéria de acusações aos adversários, nem Emile Zola, conseguiria explicar — , são um prodígio em matéria de escrituração contábil. A prestação de contas da grana que suas (deles) ex-celências apresentam, “batem” direitinho com a verba que recebem para gastos indenizatórios. Nem um centavinho a mais. Ou a menos. Prodígio matemático! Inacreditável! A “tchurma” relacionada na matéria transcrita abaixo é a possuidora dos maiores dedões acusatórios, são pregadores furibundos da ética, da moral e da honestidade. Contumazes cobradores de transparência nas ações dos outros, devem-nos, no mínimo, o endereço de seus competentíssimos contadores. Nenhuma despesa é de, por exemplo, R$ 14.623,75 ou de R$15, 021,00. Tudo bem justinho! Exatos R$15.00,00!!! Uma maravilha não? Nem Malba Tahan, através do seu “Homem que Calculava”, explica. O editor Número mágico Enquanto o Senado ainda resiste a dar um mínimo de transparência aos gastos com verba indenizatória, em descompasso com o que começa a ocorrer na Câmara, a Secretaria de Controle Interno da Casa guarda notas fiscais reveladoras de uma impressionante coincidência. Há pelo menos 11 casos de senadores cujos gastos, nas diferentes rubricas, chegam repetidamente à soma dos R$ 15 mil mensais permitidos. Os valores declarados de gastos com aluguel, combustível, consultoria e divulgação do mandato se ajustam, centavo a centavo, até chegar ao teto mensal. São assim as notas de Alvaro Dias (PSDB-PR), Francisco Dornelles (PP-RJ), José Agripino (DEM-RN), Sérgio GuerraDemóstenes Torres (PSDB-PE) e (DEM-GO). Decimais. A turma do “número redondo” continua com Gilvam Borges (PMDB-AP), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Cícero Lucena (PSDB-PB), Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e Mário Couto (PSDB-PA), Raimundo Colombo (DEM-SC), Folha de São Paulo

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Senado e os inocentes

Brasil: da série “perguntar não ofende”! No Ceará tem um programa de TV que aborda o noticiário o policial. Em UM dos quadros do programa o repórter entrevista as pessoas detidas nas delegacias, acusadas de ilícitos diversos. Anos seguidos, nunca, o repórter Eli Aguiar, conseguiu que um só acusado se declarasse culpado ou reconhecesse saber de alguma coisa. O quadro passou a ser conhecido como “Os Inocentes“. Assim também está o Congresso Nacional. Ninguém sabia de nada que estava acontecendo com as verbas indenizatórias, aviões, mansões e castelos ocultos, além, de nepotismos os mais amplos e diversos. No Senado, “renovado” pelo inacreditável, inefável e neo paladino da honestidade e da transparência – argh!, que palavrinha mais indigesta –  José Sarney, 81 “inocentes” senadores, nas entrevistas, se mostram surpresos com as mais rastaqueras evidências de ilícitos. Quer dizer, caras pálidas, que nenhuma de suas (deles) excelências, não tinha a menor desconfiança nem conhecimento do que estava acontecendo? Senadores com anos de mandatos sucessivos, não sabiam que existem 130, isso mesmo, CENTRO E TRINTA DIRETORES!!!, dirigindo o que meu Deus?, e vejo no jornal da TV, iracundos e virginais senadores Arthur Virgílio e Álvaro Dias, exigindo que essas mazelas sejam corrigidas. Em que planeta habitam Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, o sonífero Suplicy…? Aguardo que o dedo acusador mais rápido do senado, o bufo senador Mão Santa, se manifeste com a peripatética verborragia de quem foi casado pela Justiça Eleitoral do cargo de governador da sempre valente terra da Guerra dos Jenipapo, cujos bravos combatentes — batalha memorável, fundamental para a independência do Brasil travada em 13 de março de 1823, na qual os piauiense venceram as tropas portuguesas — nomeie todos os pares de seu (dele) partido, envolvidos em mais esse escândalo. E o que dizer do rotundo senador piauiense Heráclito Fortes, agora 1º secretário da mesa diretora, solicitando a lista de todos os parentes de funcionários contratados como terceirizados? Sua (dele) ex-celência, não sabia de nada? Ah!, a pureza dos inocentes parlamentares. Realmente são uns “inocentes”!

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