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Adalgisa Nery – Poesia – 25/08/2024

Boa noite Escuro Adagisa Nery¹ Que estranho terreno inexplorado Na área escura do meu cérebro Impede o conhecimento de mim mesma? Muralha intransponível Que frustra o meu acordar Para retroceder ao princípio do princípio Das coisas irrepetidas. Estranha área do escuro Onde estaria o berço da luz única Fechada em mão intocável, Luz que explicaria a vida na escuridão, e Não vedaria o despertar de mim mesma. Que estranha área de trevas no meu cérebro Impede o meu espírito de receber a luz divina? ¹Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro, RJ. – 29 de outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 7 de junho de 1980 d.C

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Adalgisa Nery – Versos na Tarde – 13/04/2015

Paisagens do Pensamento Adalgisa Nery¹ Reflexo nas formas veladas, Luz, no sono da criança, Cor da vida nas rosas nascendo Nas sepulturas sem nome. Som batendo na muralha transparente, Chuva lavando as horas esquecidas, Humilde pensamento acostando-se na mente, Águas em fio escorrendo nos tetos agudos, A palavra transitando sem contatos Nos olhos dos surdos, Foguetes violentando a virgindade das nuvens, Fecundando fugas para o secreto À procura de vida na vida de outro sêmen, Aumentando a solidão compacta em cada homem Que dia a dia mais enfrenta o terror E vê infâncias famintas Que as próprias mãos comem. Estupros louvados Em cada partícula da angústia indormida Que em tudo se oculta, por todos os lados, Na unidade do movimento da vida. ¹Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro – RJ – 29 de Outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro – RJ – 07 de Junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Adalgisa Nery – Versos na tarde – 04/03/2015

Poema da amante Adalgisa Nery ¹ Eu te amo Antes e depois de todos os acontecimentos, Na profunda imensidade do vazio E a cada lágrima dos meus pensamentos. Eu te amo Em todos os ventos que cantam, Em todas as sombras que choram, Na extensão infinita dos tempos Até a região onde os silêncios moram. Eu te amo Em todas as transformações da vida, Em todos os caminhos do medo, Na angústia da vontade perdida E na dor que se veste em segredo. Eu te amo Em tudo que estás presente, No olhar dos astros que te alcançam E em tudo que ainda estás ausente. Eu te amo Desde a criação das águas, desde a idéia do fogo E antes do primeiro riso e da primeira mágoa. Eu te amo perdidamente Desde a grande nebulosa Até depois que o universo cair sobre mim Suavemente. ¹ Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro, RJ. – 29 de outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 7 de junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Adalgisa Nery – Versos na tarde – 04/04/2014

Poema Adalgisa Nery ¹ Estou pensando nos que possuem a paz de não pensar, Na tranqüilidade dos que esqueceram a memória E nos que fortaleceram o espírito com um motivo de odiar. Estou pensando nos que vivem a vida Na previsão do impossível E nos que esperam o céu Quando suas almas habitam exiladas o vale intransponível. Estou pensando nos pintores que já realizaram para as multidões E nos poetas que correm indefinidamente Em busca da lucidez dos que possam atingir A festa dos sentidos nas simples emoções. Estou pensando num olhar profundo Que me revelou uma doce e estranha presença. Estou pensando no pensamento das pedras das estradas sem fim Pela qual pés de todas as raças, com todas as dores e alegrias Não sentiram o seu mistério impenetrável, Meu pensamento está nos corpos apodrecidos durante as batalhas Sem a companhia de um silêncio e de uma oração, Nas crianças abandonadas e cegas para a alegria de brincar, Nas mulheres que correm mundo Distribuindo o sexo desligadas do pensamento de amor, Nos homens cujo sentimento de adeus Se repete em todos os segundos de suas existências, Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos A impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos. Estou pensando um pensamento constante e doloroso E uma lágrima de fogo desce pela minha face: De que nada sou para o que fui criada E como um número ficarei Até que minha vida passe. ¹ Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro, RJ. – 29 de outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 7 de junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Adalgisa Nery – Versos na tarde

Repouso Adalgisa Nery ¹ Dá-me tua mão E eu te levarei aos campos musicados pela canção das colheitas Cheguemos antes que os pássaros nos disputem os frutos, Antes que os insetos se alimentem das folhas entreabertas. Dá-me tua mão E eu te levarei a gozar a alegria do solo agradecido, Te darei por leito a terra amiga E repousarei tua cabeça envelhecida Na relva silenciosa dos campos. Nada te perguntarei, Apenas ouvirás o cantar das águas adolescentes E as palavras do meu olhar sobre tua face muito amada. ¹ Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro, RJ. – 29 de outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 7 de junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Adalgisa Nery – Versos na tarde

Mistério Adalgisa Nery ¹ Há vozes dentro da noite que clamam por mim, Há vozes nas fontes que gritam meu nome. Minha alma distende seus ouvidos E minha memória desce aos abismos escuros Procurando quem chama. Há vozes que correm nos ventos clamando por mim. Há vozes debaixo das pedras que gemem meu nome E eu olho para as árvores tranquilas E para as montanhas impassíveis Procurando quem chama. Há vozes na boca das rosas cantando meu nome E as ondas batem nas praias Deixando exaustas um grito por mim E meus olhos caem na lembrança do paraíso Para saber quem chama. Há vozes nos corpos sem vida, Há vozes no meu caminhar, Há vozes no sono de meus filhos E meu pensamento como um relâmpago risca O limite da minha existência Na ânsia de saber quem grita. ¹ Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro, RJ. – 29 de outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 7 de junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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