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Ada Negri – Versos na tarde – 22/01/2016

Aquele Que Passa Ada Negri¹ O desconhecido que passa e te acha ainda digna de uma fugidia palavra de desejo, Talvez porque na sombra da noite tão doce de Maio Ainda resplendem teus olhos, ainda tem vinte anos a ligeira figura deslizante, Não sabe que foste amada, por aquele que amaste amada, em plena e soberba delícia de amor, E em ti não há membro nem ponta de carne ou átomo de alma que não tenha uma marca de amor. Que tu viveste apenas para amar aquele que te amava, E nem que quisesses podias arrancar de ti essa veste que o amor teceu. Ele, ignaro, em ti já não bela, em ti já não jovem, saúda a graça do deus: Respira, passando, em ti já não bela, em ti já não jovem, o aroma precioso do deus: Só porque o levas contigo, doce relíquia à sombra de um sacrário. ¹Ada Negri * Lodi, Milão, Itália – 3 de Fevereiro de 1870 a.C + Milão, Itália – 11 de Janeiro de 1945 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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