Arquivo

Divulgadas fotos de objetos pessoais encontrados em praia que podem ser de passageiros do MH370

Fotos de objetos pessoais descobertos em uma praia de Madagascar foram divulgadas nesta segunda-feira, em uma tentativa de identificá-los como sendo de passageiros do voo desaparecido MH370. Foram descobertos cerca de 20 itens, incluindo bolsa ‘Angry Birds’ Image copyright BLAINE GIBSON São cerca de 20 itens, incluindo bolsas, mochilas e uma capa de notebook. Mas não há indicação de que os objetos tenham pertencido às 239 pessoas a bordo do avião que sumiu dos radares há dois anos. Nenhum deles está identificado com nomes de passageiros, por exemplo. Os itens foram encontrados pelo advogado americano Blaine Gibson. Ele admite, contudo, que os objetos podem ser irrelevantes na busca pelo MH370. “Eles podem ter caído de um navio”, disse Gibson em entrevista à BBC. “Ainda assim, flagrei esses objetos nos mesmos 18 km de praia onde descobri destroços que poderiam ser da aeronave (da Malaysia Airlines); por essa razão, é importante que eles sejam investigados corretamente”. O MH370 desapareceu quando seguia de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China, em março de 2014, e teria caído em algum ponto do sul do Oceano Índico após um desvio de rota. MH370 desapareceu quando seguia de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China Gibson, que financiou sua própria busca pelos destroços do MH370 no leste da África, diz ter encontrado os objetos no início deste mês na praia de Riake, na ilha Sainte-Marie (ou Nosy Boraha), no nordeste de Madagascar. Além dos objetos, o advogado também descobriu duas peças de fuselagem que poderiam ser da aeronave. Advogado Blaine Gibson encontrou os objetos no leste de Madagascar Image copyright BLAINE GIBSON Anteriormente, Gibson já havia encontrado três pedaços de fuselagem de avião na área. As imagens foram reunidas no site Aircrash Support Group Australia. O objetivo é “assegurar que todo mundo tenha o direito e a oportunidade de ver esses itens”. Gancho de casaco de possível assento do voo MH370 também foi encontrado por Gibson – Image copyright BLAINE GIBSON Críticas Familiares dos passageiros do voo expressaram frustração com a investigação sobre o desaparecimento do MH370. K.S. Narendran, marido de uma das passageiras, Chandrika Sharma, disse que a “falta de urgência dos investigadores” era “desconcertante”. Bolsa foi um dos objetos descobertos na praia de Riake, em Madagascar Image copyright BLAINE GIBSON “Não sentimos nenhum senso de urgência nesse nível”, afirmou ele à BBC de sua casa em Chennai, no sul da Índia. “Então, qual é a escolha que as famílias têm senão se unir e ajudar quem pode nos ajudar?”, questionou. Narendran disse que as buscas atuais não incluem locais onde destroços de avião foram descobertos ─ como praias do Oceano Índico. Bolsa branca foi descoberta na praia de Riake, em Madagascar Image copyright BLAINE GIBSON Austrália, Malásia e China estão a ponto de completar uma varredura de 120 mil km² no Oceano Índico (três vezes a área equivalente ao Estado do Rio de Janeiro), usando drones subaquáticos e equipamento sonar a partir de navios especializados. Pedaço de um possível destroço do MH370, assemelhando-se a uma moldura de janela – Image copyright BLAINE GIBSON Todos os destroços estão sendo examinados na Austrália pelo Escritório Australiano de Segurança no Transporte (ATSB, na sigla em inglês) e outros especialistas. Mas os países envolvidos acordaram que as buscas submarinas devem terminar nos próximos meses, a menos que apareçam “novas informações credíveis”. Onde os destroços confirmados ou suspeitos do MH370 foram encontrados 1. Parte da asa chamada “flaperon”, descoberta na Ilha Reunião em junho de 2015 ─ confirmada como destroço em setembro de 2015 2. Estabilizador horizontal de parte da cauda, encontrado entre Moçambique e Madagascar em dezembro de 2015 3. Painel estabilizador encontrado em Moçambique em fevereiro de 2016 4. Capô do motor com o logotipo Rolls-Royce, encontrado em março de 2016 na cidade de Mossel Bay, na África do Sul Image copyright BLAINE GIBSON 5. Fragmentos do que podem ser uma estrutura do assento, um gancho para casaco e outros painéis encontrados na ilha de Nosy Boraha , no nordeste de Madagascar. Com dados da BBC

Leia mais »

Malaysian Airlines: Dois anos depois, o que se sabe sobre o voo MH 370, desaparecido de forma misteriosa com 239 a bordo

Dois anos após a queda do avião da Malaysian Airlines que fazia o voo MH370 investigadores ainda procuram destroços e pistas das 239 pessoas que estavam a bordo. Expectativa é que buscas sejam concluídas até o meio do anoImage copyright Getty O mistério da localização dos restos do avião parecia estar perto de ser desvendado em julho do ano passado, com a descoberta de uma peça da aeronave na ilha de Reunião – a mais de 3.700 km do lugar em que estavam sendo feitas as buscas. Investigadores franceses confirmaram que o flaperon – parte da asa – encontrado pertencia ao Boeing 777. Mas depois disso não houve mais grandes avanços nas buscas. O voo, que ia de Kuala Lumpur para Pequim, desapareceu em 8 de março de 2014, quando o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave. As buscas, lideradas pela Austrália, estão varrendo uma área de 120 mil quilômetros quadrados de leito do mar a cerca de 2.000 km de distância da costa de Perth, usando drones submarinos e sonares operados por navios especializados. Em dezembro de 2015, autoridades australianas disseram que haviam reduzido a área de buscas – e que estavam confiantes de estar no lugar certo. O vice-premiê da Austrália, Warren Truss, disse que autoridades estavam “otimistas” de que os restos do avião seriam achados. O escopo da busca mudou muitas vezes desde que o avião desapareceu por causa da incerteza sobre seus últimos movimentos, mas a expectativa é que a operação seja concluída – com ou sem o encontro dos destroços – em meados de 2016. Autoridades confirmaram que peça encontra em ilha no Índico era do avião. Image copyright Reuters A busca Pela rota planejada, o avião estaria viajando na direção nordeste, sobrevoando Camboja e Vietnã. Por isso, a busca inicial se concentrou no Mar da China Meridional, ao sul do Vietnã. Mas indícios captados por um radar militar sugeriram que o avião havia mudado sua direção bruscamente, indo para o oeste. As buscas, então, que envolviam dezenas de navios e aviões, se voltaram para o mar a oeste da Malásia. Novas evidências revelaram, em 15 de março de 2014, que o avião fora desviado propositalmente cerca de uma hora após a decolagem. Após a divulgação da última comunicação do MH370 com o satélite, uma semana após o desaparecimento, a busca foi expandida para uma área de cerca de 4,5 milhões de km quadrados, do Cazaquistão, ao norte, até o sul do Oceano Índico. Isso cobria 11% do Oceano Índico e 1,5% da superfície da Terra. No entanto, a partir de 16 de março, imagens de satélites de possíveis destroços e dados de monitoramento de autoridades da Malásia pareciam confirmar que o avião havia caído no Índico, ao sudoeste da Austrália. Em 24 de março, o primeiro-ministro da Malásia anunciou que dados de satélite mostravam que o avião definitivamente havia caído nesta parte do oceano. Outros possíveis destroços foram vistos por satélites mas, em 28 de março, a principal área de busca foi deslocada de novo, para mais perto da Austrália, após análise da velocidade do avião e seu alcance máximo. Entre 5 e 8 de abril, barcos australianos e chineses com equipamento sonar submarino detectaram sinais de ultrassom que acreditavam ser da “caixa preta” do avião. Os sons pareciam ser a maior pista encontrada até o momento e foram usaram para redefinir, mais uma vez, as áreas de busca. Mas de novo, em 29 de maio, houve mudança nos planos: autoridades anunciaram que não haviam encontrado nada e que aquela área poderia ser descartada. Enquanto isso, autoridades da Malásia, com ajuda de especialistas internacionais em aviação e satélites, continuaram tentando desvendar e explicar os movimentos do avião. Os australianos disseram acreditar que o avião estava no piloto automático quando caiu. Em 26 de junho, eles anunciaram uma nova área de buscar perto de Perth. Essa operação começou em agosto e tentar completar uma varredura do leito do oceano. Esta busca está prevista para ser encerrada no meio do ano. Descoberta de destroços Em 29 de julho de 2015, um pedaço de avião de 2 metros foi encontrado por voluntários que limpavam a praia de Santo Andre, na ilha de Reunião, perto de Madagascar, no Oceano Índico. Tanto o primeiro-ministro da Malásia quanto autoridades francesas que participam da investigação confirmaram que os destroços são do avião. Mas as autoridades não modificaram a área de buscas, já que os destroços haviam sido levados por correntes marítimas. Em dezembro, após nova análise de dados, o governo da Austrália se disse confiante de que estaria “procurando na área certa”. Em 27 de fevereiro de 2016, outro pedaço de uma aeronave foi encontrado em um banco de areia em Moçambique. O ministro dos Transportes da Malásia disse que havia uma “alta possibilidade” de o fragmento ser do avião da Malaysian Airlines. A Austrália disse que a localização batia com os modelos de correntes marítimas que mostravam para onde os destroços poderiam ter sido levados, mas investigadores não confirmaram oficialmente que a peça seria do MH370. Quem estava no voo Muhammad Razahan Zamani (abaixo, à direita), 24, e sua mulher Norli Akmar Hamid, 33, estavam em lua de mel. Image copyright Reuters Os 12 tripulantes eram da Malásia, liderados pelos pilotos capitão Zaharie Ahmed Shah, de 53 anos, e o copiloto Fariq Abdul Hamid, de 27. A polícia fez buscas nas casas deles e um simulador de voo foi levado da casa do capitão e remontado para perícia. Havia 227 passageiros, incluindo 153 chineses e 38 cidadãos da Malásia. Sete eram crianças. Também havia passageiros do Irã, EUA, Canadá, Indonésia, Austrália, Índia, França, Nova Zelândia, Ucrânia, Rússia, Taiwan e Holanda. Foi descoberto que dois iranianos estavam viajando com passaporte falso. Mas investigações mostraram que Pouria Nour Mohammad Mehrdad, de 19 anos, e Delavar Seyed Mohammadreza, 29, estavam a caminho da Europa via Pequim e não tinham ligações conhecidas com grupos terroristas. Entre os chineses no avião havia um grupo de 19 artistas proeminentes, que haviam participado de uma exposição em

Leia mais »

Resgatados computadores e turbina do avião do voo 447 da Air France

Navio com caixas-pretas deve chegar à Guiana Francesa nesta quarta. Airbus caiu sobre o Oceano Atlântico com 228 a bordo em 2009. O Escritório Francês de Investigação e Análises (BEA) informou nesta segunda-feira (9) que conseguiu resgatar no Oceano Atlântico uma das turbinas e os computadores de bordo do Airbus A330 da Air France, do voo 447. As peças já foram retiradas do fundo do mar. Segundo o órgão, o navio da Marinha francesa La Capricieuse está navegando em direção ao porto de Cayenne levando a bordo as caixas-pretas do avião, encontradas na semana passada, e deve chegar à costa da Guiana Francesa na manhã de quarta-feira (11). Turbina do Airbus do voo 447 é retirada do mar (Foto: Divulgação/BEA) saiba mais O que aconteceu com o voo 447 da Air France Em seguida, os equipamentos, que se encontram selados sob ordem judicial, devem ser enviados por avião à França. Acompanham a operação a bordo do La Capricieuse representantes do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão brasileiro), do BEA e um oficial da Polícia Judiciária francesa.   [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Spam. Não abra nada sobre o voo 447

Como tudo que o homem criou, existe a possibilidade do bom e do mau uso. Assim acontece com a internet que está sendo usada para a disseminação de um spam cruel. Exemplo pernicioso e de desrespeito à dor alheia, o spam que está cprometendo exibir vídeos com dos destroços e das vítimas do acidente com o AirBus da Air France. Caso tenha chegado ouchegue para você, Não abra!!!! – é um arquivo malicioso que causará problemas aí no seu computador. Além de ser uma cruel exploração de uma tragédia. A rede Websense Security Labs, de segurança tecnologica, detectou uma nova campanha maliciosa com spams que fingem enviar notícias sobre a queda do voo 447. A campanha de spam está em português e inclui um link para visualização do que seriam os primeiros vídeos do local do acidente.

Leia mais »

Resgate do voo 447: show de eficiência das forças armadas brasileiras

Elogiada na França, a eficiência da Marinha e da FAB ganha contornos de heroísmo. Além de fazerem funcionar navios gravemente atingidos pelos cortes de verbas, os militares abrem mão até de suas vidas: a tripulação da fragata Constituição, por exemplo, estava há 70 dias fora de casa, no Rio, retornando de exercício nos Estados Unidos, quando seguiu de Salvador para a área da tragédia. Por tempo indeterminado. Barroso O empenho da Marinha no resgate do vôo 477 honra a célebre frase do Almirante Barroso: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”. Outro milagre A corveta Caboclo, que saiu de Maceió e foi a primeira a resgatar corpos de vitimas, é um milagre da Marinha: funciona há 55 anos. Custo alto As fragatas Constituição e Bosísio consomem, cada uma, 30 mil litros de combustível por dia na operação de resgate.

Leia mais »

Voo 447, imprensa e twitter

Um desastre e várias visõesQuando da tragédia com o voo 447 da Air France, todos os jornais do mundo deram o devido destaque em suas primeiras páginas. 228 vidas perdidas. Umas horas terríveis de suspense e indagações em várias partes do mundo, principalmente, claro, no Brasil e na França. Na falta de informações mais precisas, as mais diversas suposições foram levantadas: turbulência, tempestade, raio e até mesmo bomba. Não se sabe ainda o que aconteceu. Iremos saber. Nesta época em que a imprensa escrita vem sofrendo algumas quedas em suas vendas e publicidade, perdendo sua – digamos assim – atualidade, para não falar em autoridade, para os novos meios de comunicação, ou seja, a mídia eletrônica, seria uma boa tese para um mestrado ou doutorado jornalístico examinar mais de perto a questão através de um evento marcante, feito essa catástrofe. E o que houve com o Airbus da Air France não pode ser mais catastrófico. Numa época em que o grande comunicador virtual é o ubíquo Twitter, personagem de matéria de capa, inclusive, da mais recente edição da revista Time, seria interessante saber como o evento foi “twitterado” (ou “gorjeado”, já que esta seria sua tradução literal) nos já famosos 140 caracteres em “tempo real”, uma vez que o “tempo tempo” passou a constituir praticamente um “tempo irreal”. Isso me lembra um pouco quando o mundo se “CNNizou”, há coisa de uns 30 anos, quando nenhuma notícia transmitida podia ter mais que 3 minutos. Não devo ter sido o único a dar graças a Gutenberg pela lentidão e delongas dos jornais impressos. Na questão do desastre aéreo, unanimidade de primeira página, para repetir, impressionei-me no que andei vendo: como cada veículo tratou a tragédia. Talvez o exemplo que mais me tenha marcado – assustado seria o verbo mais adequado – foi a matéria publicada na edição europeia do The Wall Street Journal de 2 de junho em sua página 6 do primeiro caderno. Lá estava, em reportagem assinada por John Lyons, ao que parece correspondente do jornal em São Paulo. O título já entrava no espírito do veículo mencionando o fato de que, entre suas vítimas, estavam aqueles que afluíam para o Brasil a negócios. Também no título que a própria BBC Brasil noticiou a matéria estava encapsulado seu espírito: “Lista de passageiros mostra importância do Brasil no mundo dos negócios”. E no miolo, sempre transcrevendo o que foi publicado pelo WSJ, “as biografias dos passageiros… servem como um trágico testamento da crescente importância do Brasil no mundo global dos negócios”. E mais adiante: “(a lista) deverá ser lida como uma relação de companhias de primeira-linha europeias e brasileiras, cujos executivos regularmente lotavam a primeira classe e a classe executiva do voo.” Tinha mais informações o jornal favorito dos homens de negócios: “Não todos os passageiros estavam no avião para negócios” (…) “O Rio de Janeiro é um grande destino turístico global, e muitos passageiros provavelmente passaram os dias anteriores tomando banho de sol em suas famosas praias. Os passageiros incluíam sete crianças e um bebê.” (Reparem bem no “provavelmente”.) Quer dizer, dava perfeitamente para pegar a matéria de capa de uma revista de turismo. Talvez até da Vida Doméstica, já que o jornalista mencionou a criançada e um bebê. A chiquíssima revista britânica Monarchy poderia dar destaque à presença, agora ausência, de um membro de uma família real entre os desaparecidos, já que no título original da reportagem o ilustre repórter mencionava ainda “um membro da realeza” juntamente com os homens de negócios: o príncipe Pedro Luiz de Orléans e Bragança, de 25 anos. Qualquer publicação sobre entretenimento daria destaque ao trágico desaparecimento de Juliana de Aquino, cantora de 29 anos, nascida em Brasília e que alcançou o sucesso na Alemanha, onde chegou a fazer parte da produção local de O Rei Leão. No mundo esportivo… Bem, acho que já deu para dar uma ideia do que se passou e se passa em matéria de imprensa. Coisa para bem mais que 140 caracteres. Ivan Lessa – BBC Londres

Leia mais »

Especialistas levantam 3 hipóteses para queda de avião em Trancoso

Militares avaliam que pode ter ocorrido ?desorientação? no pouso, falha mecânica ou problemas no compensador A análise preliminar do acidente com o Super King Air B-350, que deixou 14 mortos na sexta-feira à noite em Trancoso, no sul da Bahia, leva oficiais da Aeronáutica e especialistas em segurança de voo a apontar três hipóteses como as mais prováveis para explicar a queda do bimotor. Nos próximos dias, peritos do 2º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Seripa-2), no Recife, devem definir onde a caixa-preta do avião será degravada – caso esteja avariada, é provável que seja mandada para os Estados Unidos. Os motores da aeronave serão enviados para os laboratórios do Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Outra equipe vai se debruçar sobre a documentação do turboélice e dos pilotos, em busca de eventuais irregularidades ou pistas que ajudem a esclarecer o desastre. O avião havia decolado do Aeroporto de Congonhas e caiu quase três horas depois, às 21h31, a 197 metros da cabeceira da pista do Aeroporto Terravista. Dez pessoas da família do empresário Roger Ian Wright – além de uma neta da mulher dele, Lucila Lins, da babá da família, do piloto e do copiloto – morreram na tragédia. Até ontem, o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador havia identificado por arcada dentária os corpos de quatro vítimas – Victória, Gabriel, Francisco e Nina, todos netos de Roger e Lucila. A primeira hipótese levantada por militares é uma possível “desorientação” do piloto em relação à posição do aeroporto. Em Trancoso, pelas características da clareira criada na queda – com 20 metros de diâmetro, tamanho relativamente pequeno -, podia-se dizer que o avião tinha mais força no plano vertical, de cima para baixo, do que no horizontal, na hora da queda. Isso indicaria que o piloto se preparava para tocar o solo, mesmo fora da posição. Conhecida no meio aeronáutico como CFIT (Colisão com o Solo em Voo Controlado, na sigla em inglês), esse tipo de ocorrência está entre as três mais comuns na aviação geral (táxi aéreo e jatos executivos). Entre 1998 e 2007, segundo números do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), os choques com o solo responderam por 13,1% dos acidentes com aviões de pequeno porte no País, atrás apenas de falha de motor em voo (26,5%) e perda de controle em voo (17,6%). Uma falha assim poderia ocorrer ainda numa eventual troca de comando – quando outro tripulante assume os controles no momento do pouso, por exemplo. Procurada por peritos, a família de Jorge Lang descartou qualquer possibilidade de o piloto ceder o comando durante um voo. MOTORES Outra possibilidade é de falha mecânica, especialmente nos motores. Numa fase crítica como a do pouso, uma perda repentina de potência é considerada grave, embora contornável. Testemunhas relataram que o turboélice já parecia avariado, antes da queda e da explosão. Segundo os peritos, imediatamente antes do pouso o grau de dificuldade para correção de imprevistos é altíssimo e qualquer falha pode resultar numa tragédia. A terceira hipótese – considerada rara, mas possível – é um disparo inadvertido do compensador. O dispositivo, usado durante o pouso, auxilia o piloto a diminuir a sensação de “pressão” nos controles de direção da aeronave (aelerons, leme e profundor). Falhas nesse equipamento causam no piloto uma sensação de “estranhamento” dificilmente solucionada a tempo e, em alguns casos, pode até fazer o avião tomar uma direção errada. Nas investigações realizadas até o momento, a Aeronáutica descartou como determinantes para a queda do King Air tanto a chuva quanto a iluminação do aeroporto. Peritos e especialistas dizem que a leitura da caixa-preta deve ajudar a restringir o número de hipóteses. Lembram ainda que situações atípicas, como um mal súbito, desmaio ou mesmo um enfarte, não podem ser descartadas. Bruno Tavares – O Estado de São Paulo

Leia mais »