Blaise Pascal – Reflexões na tarde – 05/08/2013

O Juízo no seu Ponto Natural
Blaise Pascal ¹

“Como é difícil propor uma coisa ao juízo alheio, sem lhe corromper o juízo pela maneira de lha propor! Se se diz: acho-o belo, acho-o obscuro, ou outra coisa semelhante, arrasta-se a imaginação a este juízo, ou, pelo contrário, afastamo-la dele. Vale mais não dizer nada; e então ele julga conforme o que é, quer dizer, conforme o que é então e o que as outras circunstâncias de que não somos autores lhe tenham sugerido.

Mas ao menos não teremos insinuado nada; a não ser que este silêncio também produza o seu efeito, conforme a volta e a interpretação que estiver de humor a dar-lhe, ou conforme o que conjecturar dos movimentos de expressão da cara ou do tom da voz, conforme for fisionomista: tão difícil é manter um juízo no seu ponto natural, ou antes, tão pouca firmeza e estabilidade há!”

¹Blaise Pascal, in  “Pensamentos”
* Clermont, França – 19 de Junho de 1623 d.C
+ Paris, França – 19 de Agosto de 1662 d.C

>> Biografia de Pascal


[ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Share the Post:

Artigos relacionados