Ruy Espinheira Filho – Versos na tarde – 20/08/2013

Luar
RuyEspinheira Filho¹

a Jane

É o luar que me inventa
nesta varanda de prata.
Faz bem pouco, havia apenas
silêncio, e uma alma escassa.

É do luar este conto
solto na espuma do ar,
e que me conta, me sonha
contra ruínas.É o luar

em seu tear me tecendo,
soprando-me uma alma vasta
e as velas desta varanda
em águas iluminadas

por sua lira que respira
este conto – enquanto tarda,
na sombra, a princesa fria
que há de vir me beijar.

¹Rui Espinheira Filho
* Salvador, BA. – 12 de Dezembro de 1942 d.C

Começou a publicar crônicas na Tribuna da Bahia, em 1969. Somente em 1973 lançou seus primeiros poemas em parceria com Antônio Brasileiro. Segundo afirmação do próprio poeta, noventa por cento de tudo o que escreve é memória, experiência existencial. Poeta lírico por excelência, Rui Espinheira Filho reivindica a simplicidade como um bem, um valor estético.


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