Brasil: da série “me engana que gosto!”
A mais pura expressão do “enrolation”. Essa é a observação mais generosa que posso fazer ao fim, ufa!, dos debates(?) ontem na TV, dos candidatos à presidência dessa pobre e depauperada República Brasileira.
Suas (deles) ex-celências trêfegos, trafegaram das mesmices acusatórias com as respectivas respostas vaselinas, até o cinismo das promessas que sabem jamais serão cumpridas. O patético e paleolítico candidato comunista, sim tal figura ainda fala e anda Plínio Sampaio, ruminou a velha cantilena, pra lá de kafkaniana, do paraíso socialista. Nem Gregor Samsa delira com tal utopia. A única coisa que foi acrescentada aos candidatos foi o nariz pinoquiano. Os Tupiniquins podemos ter a certeza que “nunca na história desse paiz” tivemos uma safra de candidatos, e jornalistas, tão despreparados. Numa entrevista para emprego de porteiro de espelunca, eu os reprovaria.
O Editor
Debate chega ao fim tão enfadonho quanto mais um dia na repartição
O debate promovido pela Rede TV!/Folha de São Paulo, com uma dobradinha inicial de Dilma e Marina falando sobre agricultura familiar, com direito a tréplica!. Bola levantada, foi a vez de emendar com a questão da quebra de sigilos na Receita – pergunta que Dilma respondeu a Marina insistindo no “doa a quem doer” na apuração, sem falar como poderia prevenir o crime antes de acontecer.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita]
Serra perguntou à candidata do governo sobre saneamento, citando números, e Dilma rebateu com outros números para dizer que o governo está investindo. Vieram as considerações finais. Dilma se despediu emocionada lembrando o nascimento do neto. Marina foi interrompida (faltou o tempo que sobrou no outro bloco).
Serra destacou a “energia” que recebe das pessoas na rua (uma “eletricidade” que faltou no debate) e Plínio, livre, leve e solto, chamou a atenção para o fato de ser um candidato “diferente” dos outros “que vocês viram”. Pela “pressão” e “temperatura” do “encontro” desta noite na Rede TV!, o telespectador chega à conclusão de que o Brasil virou uma imensa e enfadonha repartição pública, da qual nem os debates escapam.
Segundo bloco do debate tira Serra do ‘isolamento’ e destaca Dilma
Na segunda parte do debate Rede Tv!/Folha de São Paulo, o tucano José Serra pôde voltar à questão da corrupção, após uma pergunta da jornalista Renata Lo Prete, da Folha. Até então, a candidata do governo ficou na berlinda, alvo de Marina e Plínio, ganhando um bom tempo de exposição.
Dilma não gostou da acusações de Serra contra a Casa Civil sobre a quebra de sigilo da filha dele. Dilma rebateu, ameaçando processá-lo. O debate esquentou um pouquinho. O tucano questionou Dilma sobre o relacionamento “carinhoso” com o Irã, que viola os direitos humanos.
A candidata governista se disse “defensora dos direitos humanas”, mas favorável ao “diálogo” e não confronto, como prega o presidente Lula. O debate parece uma corrida de obstáculos: mal o candidato começa a responder, o tempo acabou. O telespectador fica sem ar, de olho no tempo de resposta que vai acabando.
Os candidatos ainda precisam treinar muito para responder em poucos segundos, sem o “gongo” do relógio.
coluna Claudio Humberto