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John Donne – Versos na tarde – 25/03/2013

Elegia indo para o leito John Donne ¹ Vem, Dama, vem, que eu desafio a paz; Até que eu lute, em luta o corpo jaz. Como o inimigo diante do inimigo, Canso-me de esperar se nunca brigo. Solta esse cinto sideral que vela, Céu cintilante, uma área ainda mais bela. Desata esse corpete constelado, Feito para deter o olhar ousado. Entrega-te ao torpor que se derrama De ti a mim, dizendo: hora da cama. Tira o espartilho, quero descoberto O que ele guarda, quieto, tão de perto. O corpo que de tuas saias sai É um campo em flor quando a sombra se esvai. Arranca essa grinalda armada e deixa Que cresça o diadema da madeixa. Tira os sapatos e entra sem receio Nesse templo de amor que é o nosso leito. Os anjos mostram-se num branco véu Aos homens. Tu, meu anjo, és como o céu De Maomé. E se no branco têm contigo Semelhança os espíritos, distingo: O que o meu anjo branco põe não é O cabelo mas sim a carne em pé. Deixa que a minha mão errante adentre Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre. Minha América! Minha terra à vista, Reino de paz, se um homem só a conquista, Minha mina preciosa, meu Império, Feliz de quem penetre o teu mistério! Liberto-me ficando teu escravo; Onde cai minha mão, meu selo gravo. Nudez total! Todo o prazer provém De um corpo (como a alma sem corpo) sem Vestes. As jóias que a mulher ostenta São como as bolas de ouro de Atalanta: O olho do tolo que uma gema inflama Ilude-se com ela e perde a dama. Como encadernação vistosa, feita Para iletrados, a mulher se enfeita; Mas ela é um livro místico e somente A alguns (a que tal graça se consente) É dado lê-la. Eu sou um que sabe; Como se diante da parteira, abre- Te: atira, sim, o linho branco fora, Nem penitência nem decência agora. Para ensinar-te eu me desnudo antes: A coberta de um homem te é bastante. Tradução: Augusto de Campos ¹ John Donne * Londres, Inglaterra – 1572 d.C + Londres, Inglaterra – 1631 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Globo e preconceito

Jornalismo da Globo continua destilando preconceito. Trata a união civil de pessoas do mesmo sexo como “casamento gay”.

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Eleições 2014: Dilma ri à socapa

Aécio não entusiasma deputados tucanos de SP O PSDB chega à ante-sala de 2014 sem ter absorvido o acontecido em 2010. Decorridos mais de dois anos da tempestade, veio a cobrança. O tucanato paulista serve ao mineiro Aécio Neves o pão que o Tinhoso amassou. Nesta segunda (25), dia em que Aécio fará palestra para o tucanatode de São Paulo, a repórter Luiza Bandeira traz à luz uma enquete com 35 deputados federais e estaduais do PSDB. Perguntou-se quantos, afinal, apoiam a candidatura presidencial Aécio. Apenas oito disseram categoricamente apoiar o minero. Doze elogiam Aécio, mas não fecham questão quanto ao apoio. Outros 15 negam-se a dizer quem irão apoiar. Quer dizer: antes de se entender com aliados externos, o PSDB terá de arrumar a própria casa –trocar as lâmpadas quebradas, desentortar a vara do trombone, limpar o vômito do tapete e verifcar se não ficou um José Serra Escondido dentro do sofá. Josias de Souza

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Pânico na editora Abril

Precedente inglês já coloca Veja em pânico A decisão do parlamento inglês, país com tradição libertária muito maior do que o Brasil, de criar um órgão externo para fiscalizar as atividades dos meios de comunicação assusta a Editora Abril; segundo Veja, será usada pelos “liberticidas” para constranger a imprensa livre; na Inglaterra, Rebekah Brooks, ex-diretora do News of the World, de Rupert Murdoch, será investigada pelo esquema de grampos ilegais liderado pelo extinto jornal; no Brasil, Carlos Cachoeira realizava os grampos ilegais e, com seu braço na mídia, liderado por Policarpo Júnior, de Veja, pressionava políticos e governos 247 – A história é conhecida. Mais ou menos na mesma época, no início do ano passado, dois escândalos paralelos eclodiram. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Na Inglaterra, foi descoberta a conexão entre um esquema de grampos ilegais, que envolvia policiais e jornalistas do News of the World, de Rupert Murdoch. Jornalistas e policiais foram presos e o jornal foi extinto, não sem antes pedir desculpas ao público, em sua última edição. Mais recentemente, a Inglaterra, um país de tradição libertária, aprovou uma nova regulamentação para a mídia, que cria um órgão externo para fiscalizar a atividade de jornais, revistas e demais meios de comunicação. No Brasil, a Operação Monte Claro, da Polícia Federal, expôs as vísceras da organização do bicheiro Carlos Cachoeira, que, antes desse episódio, era chamado de “empresário de jogos” pela revista Veja. Especializado em todo tipo de interceptações, muitas vezes ilegais e clandestinas, o grupo de Cachoeira possuía um braço forte nos meios de comunicação, cuja peça mais forte era Policarpo Júnior da revista Veja. O desfecho aqui, no entanto, foi bem diferente. Graças a um acordo entre veículos conservadores de comunicação e o PMDB, Policarpo não foi convocado pela CPI do caso Cachoeira. Embora o relatório tenha citado o nome de vários jornalistas, nenhum foi indiciado, uma vez que o texto de Odair Cunha (PT-MG) não foi nem sequer apreciado pela comissão. Mas Veja, no entanto, parece ter informações que a amedrontam. Na edição desta semana, a revista aborda o caso do News of the World e diz que ele será empregado no Brasil com fins torpes. “A medida interrompe 300 anos de liberdade de imprensa e vai ser aproveitada pelos liberticidas no Brasil”, diz o texto, numa reportagem interna. Mais do que isso, com tremenda desfaçatez, o diretor de redação, Eurípedes Alcântara, também aborda o caso no editorial “Crime e Castigo”, com imagem do News of the World, como se Veja não tivesse nada a ver com a discussão. Diz Eurípedes que a regulação prejudica a liberdade e que a função da imprensa séria é “de ser os olhos e ouvidos da nação na busca da verdade e na vigilância constante sobre os poderosos”. O fato incontestável, no entanto, é que, em vários momentos, Veja foi olhos e ouvidos de Cachoeira em defesa dos interesses privados do próprio bicheiro, na sua relação de extorsão sobre os poderosos.

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